Prólogo - Utopia


Por: NoodlesDark e StrangeGirl

– Dick, eu sei, mas a Binny... Ela te ama!

– E você não?

– Sim, mas...

–Então! Você me ama, eu a amo! - ele puxou meu corpo para perto do seu. Nossos lábios se juntaram e eu me senti como se estivesse realizando um sonho, coisa que realmente acontecia. Nos separamos ele me olhou com um largo sorriso.

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– Anabelly! Acorda, garota! Levante logo ou você vai se atrasar! - a voz da minha mãe saiu do Dick e eu o olhei confusa.

Fechei os olhos vagarosamente, minha intenção era só piscar, mas quando voltei a abri-los encontrei minha mãe me encarando irritada. Aí não! Hoje ainda é sexta... Último dia de escola, mas as aulas mais chatas. Matemática, duas de geografia... Literatura, redação e... Ed. Física! Droga! Eu até gosto das matérias, mas os professores...

– Mãe, não vou hoje. Tô doente!

– Não tá não! Mas vai ficar se não levantar daí agora! E essa doença chama-se abstinência a internet! - pulei da cama na hora e ela me olhou, ainda com raiva, enquanto saia do quarto.

Olhei no relógio e vi que ainda tinha tempo. Peguei minha farda ridícula e parti para o banheiro. Encarei o chuveiro que me desafiava com aquela água gelada. Entrei em baixo dele de cabeça erguida, só tremendo depois, mas tudo bem. Saí do banheiro já vestida e peguei meu all star cinza com detalhes em verde e cadarço de com bolinhas. Os calcei rapidamente, achei minha bolsinha de maquiagem no meio de toda a bagunça que estava minha mesinha do computador e voltei para o banheiro para dar uma ajeitada. Saí de lá, peguei minha mochila e fui para a cozinha.

– Coma rápido. - minha mãe avisou - Eu já estou atrasada e nós temos que ir logo. - afirmei com a cabeça e comecei a comer. Minha mãe terminou primeiro e seguiu para o corredor dos quartos, provavelmente para chamar meu irmão, voltou com aquele bocó atrás de si. Já tinha terminado meu café então levantei e segui para o carro.

Minha mãe estava atrasada, ou seja, ela estava indo rápido pra caramba. Chegamos na escola em pouco tempo e eu logo cheguei na minha sala que ainda estava quase vazia. Fui até meu lugar no canto da sala e bastou sentar que eu vi Lis entrar na sala. Sorri para ela e vi que carregava nas costas aquela bendita bolsa da villa 15 em um tom roxo com um "TOMINCAS" bem grande escrito embaixo. Senti aquela clássica invejinha aumentar ao ver o símbolo dos cavaleiros Domincanos estampado em seu botton pregado na mochila e o colar com o B super enfeitado da Benny nele.

– Oi - ela falou levantando a mão, com preguiça como sempre. Sentou em seu lugar na minha frente.

– Hey! - respondi mais animada. Banhos frios fazem esse bem. Conversamos por um tempo, falando besteiras até o professor chegar. Olhei para Lis e depois para o lugar vago atrás de mim.

– Atrasada outra vez. - ela comentou e nós rimos. A aula acabou e observamos enquanto a castanha, quase loira, de cabelos altos e assanhados entrou esbaforida na sala. Ela carregada um livro apoiado no fichário branco com detalhes pretos, villa 10. Ela se aproximou e como sempre deu um beijinho no rosto de cada uma de nós acompanhado de um "oi". Quando ela chegou se aproximou pude ver o livro que carregava: "Utopia. A Maldição Perdida" um desenho da Benny na capa (essa garota tá me perseguindo só por que beijei o namorado dela no sonho?) com todos ao seu redor pegando fogo e no fundo o suposto rosto de Dick. Sorrimos uma para a outra e ela tomou seu lugar atrás de mim.

– Então, tá curtindo o livro, Becka? - perguntei virando para trás, pra conversar um pouco enquanto a professora da única aula boa do dia não chegava.

Há um tempo atrás apresentei a Becka minha serie favorita de livros, a Utopia. É uma série meio maluca onde os personagens vivem num mundo totalmente diferente, se vestem diferente, e até falam um pouco diferente, porém não deixava de ser fantástica.

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Depois da escola vivi minha rotina normalmente. Ir pra casa, almoçar, tarefas escolares, tarefas domésticas... Nada muito emocionante nem que precise ser descrito. Mas a noite tive uma das minhas crises de insônia, minha cabeça voava por pensamentos aleatórios e idiotas que faziam minha mente ficar a mil e eu não conseguia controlá-la. Então, para tentar fugir um pouco desses pensamentos e aliviar o estresse, fui em direção a minha estante de livros e decidi reler o primeiro volume de Utopia. Eu, realmente, esperava que o sono finalmente chegasse depois disso, mas ele não aparece e como resultado eu fiquei até mais tarde com o livro e quando percebi que tinha mesmo que dormir o sol já entrava pelas janelas do meu quarto apontando os primeiros sinais do dia.

As 8 horas acordei com as batidas aceleradas na minha porta, minha mãe com toda certeza.

– Ana!! - não acredito que ela vai fazer isso... - Belly!! - nome duplo, grrr! - Acorde. Nós vamos sair hoje, lembra?

– Ok, mãe! Ok! - respondi com a típica sonolência matinal de quem não dormiu nada. Esfreguei meus olhos, sentia que meu corpo estava aos cacos. - Dormir poucas horas, é isso que dá... - resmunguei baixinho me espreguiçando.

Foi quando tive a maior surpresa da minha vida. Haviam roupas minhas espalhadas por todo o quarto, não de tão extraordinário assim se você excluir o fato de que tem um homem alto, magro, cabelos loiros, usando as coisas mais esquisitas da face da terra. De camisa com mangas longas, verde-limão, com enormes ombreiras na cor vermelho sangue e calças super coladas rosa-choque. Essa... criatura encontrava-se curvada dentro do meu guarda-roupas, pegando minhas peças e olhando-as com desprezo e em seguida as atirando de qualquer jeito no quarto.

Quando ele percebeu que eu tinha acordado, ergueu uma das minhas camisetas na altura de sua própria cabeça e me perguntou:

– Tantantálos! Mas que espécie de roupas horríveis são essas?