Os lábios dela eram macios. E meu primeiro instinto antes de beijá-la com mais força foi afundar minhas mãos entre seus cabelos ruivos. Sim, eu sou um tremendo idiota. Eu sabia que era um erro, mas Ginny era o que eu precisava naquela noite. A mesma noite em que Hermione tinha um encontro com Krum. Não queria pensar nisso e por isso havia chamado a ruiva pra jantar em meu apartamento. E tudo bem, certo? Porque Gina não era do tipo que se apegava e... Mentira, ela me amava desde sempre e só um cego pra não notar tamanha adoração, mas eu não me importava tanto com seus sentimentos enquanto minhas mãos subiam seu vestido, uma em cada lateral de sua coxa.

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Ela começou a gemer no momento em que comecei a beijar seu pescoço e talvez por isso eu não tenha escutado o barulho da porta, não que eu devesse o ouvir a essa hora da noite, mas ainda assim a imagem de Ginny arregalando os olhos, encarando algo atrás de mim, fez com que eu virasse meu rosto na mesma hora. E na beira da porta estava Hermione. Paralisada. Com as chaves do meu apartamento em mãos.

Merda.

– Hã, eu... Não quis atrapalhar, quer dizer, nem sei porque vim até aqui, ou... Hm, é que... Harry, a noite com o Kr... Ah meu Merlin, isso tá ficando ainda mais embaraçoso, né? – Ela dissera, nervosa, sem arredar o pé dali.

Gina tinha um falso sorriso de Tudo-bem-Herms e eu imagino que minha expressão devia ser a mais babaca que meu rosto pudesse ter alcançado, visto que eu não sabia o que dizer a nenhuma.

Mandar Herms embora? Mandar Gina embora? Como fazer qualquer uma das duas coisas se o meu estado nas partes baixas estava longe de me fazer parecer o cavalheiro que eu geralmente era?

– Okay... – Gina começou, soando sensata, embora eu pudesse sentir desejo nos seus olhos. – Provavelmente deve ter acontecido algo importante no seu encontro com Krum pra você ter vindo aqui, Herms. Então... Hm, tudo bem se continuarmos nosso assunto outro dia, Harry? – Ela perguntara, ocultando um sorriso minúsculo. Ela não parecia ter ciúmes de Hermione, o que, naquele momento, foi o que salvou a situação.

– Por mim tudo bem. – Falei, respirando fundo, e a essa hora eu já estava mais apresentável.

A ruiva apenas me deu um selinho, murmurando "Se cuida, Harry" e um "Boa noite, Mione", insistindo que eu não precisava levá-la até a porta.

E foi então que eu e Herms experimentamos o silêncio mais constrangedor de nossas vidas.

Ela continuava parada na porta do quarto.

– Desculpe por isso. – Ela começou, movendo-se até a minha cama.

– O que aconteceu no seu encontro com o Krum que a fez vir até aqui? – Perguntei, soando um pouco menos preocupado do que eu realmente estava. – Ele tentou se aproveit- O som do sorriso inofensivo de Hermione cortou minha preocupação.

– Não, Potter, por Merlin..! – Murmurara, chocada com minha desconfiança.

– Então..?

– Não aconteceu nada.

– Como assim?

– Nada. Desculpe. Não tinha nada pra contar, mas senti vontade de vê-lo, obviamente eu escolhi uma hora um pouco crítica... Hahaha. – Falara, baixando a cabeça nessa última parte, mas ainda sorrindo.

Franzi meu cenho, perguntando-me se vir até meu apartamento 1h da manhã deveria significar alguma coisa.

Ela deitou na minha cama, desta vez meio séria.

– Não sabia que estava saindo com a Ginny. Nem sabia que gostava dela. – Dissera, e eu não soube dizer se fora uma pergunta ou afirmação.

– Bom, eu gosto.

Gosto de transar com ela. Foi minha resposta, mas não podia explicar isto a Hermione.

– Desde quando?

– Sempre gostei da Ginny, da mesma forma como gosto de qualquer outra mulher, há-há.

– Imbecil. – Ela murmurara, com a tensão de suas perguntas se dissolvendo. – Não sabia que você fazia esse tipo de coisa.

– Sexo? – Arqueei, encarando-a com sarcasmo.

Às vezes me pergunto se Hermione sabe que eu sou homem.

– Não, transar com alguém que não ama.

– é sexo casual, Herms, não é como se ela não soubesse.

– É a Ginny!

– E daí? Ela quer. Eu quero. Que diferença faz? Somos adultos.

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– Eu sei, é só que... Parece errado.

– Mas não é. E até ontem vocês mesma parecia defender a opção do sexo casual, lembra? – Argumentei, sem entender o porquê da conversa.

– Aham. – Ela murmurou, com a voz mais baixa que o normal, quase um sussurro, desviando o olhar do meu para fitar o teto.

E de repente eu senti vontade de sair dali. Era como se estivéssemos andando com cuidado em um terreno armado de bombas-relógio. Eu não gostava dessa sensação de não poder lhe dizer que Porra, ela dissera que tinha sido apaixonada por mim! E como ela tinha coragem de desistir disso pela nossa amizade? E como ela tinha tido coragem de arriscar com Ron e nunca comigo?! Tentei bloquear esses pensamentos de revolta, porque nenhum deles fazia sentido, É a Herms de quem estamos falando, lembra Potter?

– Posso dormir aqui?

– Claro, Mione. – Falei, tentando soar um pouco fraternal e me levantei pra preparar minha "cama" (lê-se sofá), quando ela me segurou e acrescentou um "Não, dorme comigo" e de novo eu não pude entender se fora um pedido ou uma ordem e caso tivesse sido uma ordem, eu sabia que obedeceria de bom grado.

Ela deitou no meu peito, com as mãos no meu abdômen e continuou quieta.

– Herms, tem certeza que não tem nada pra me contar? – Questionei, preocupado com suas alterações súbitas de humor.

Meu corpo reagia estranho a sua respiração. Os batimentos cardíacos me envergonhavam e a forma como minhas mãos pareciam gritar pra tocá-la tornava tudo pior. Minha mente era tão ágil que eu me imaginava baixando as alças da sua blusa, beijando cada extensão de pele, aprisionando a boca dela dentro da minha.

Potter, controle-se! Ordenei a mim mesmo, tentando não ficar ofegante com as visões.

– Tenho ciúmes de você com ela.

– Hã? – Murmurei, embora tivesse entendido, o problema é que dissera tal frase me olhando. Perto demais.

– Ginny. Senti ciúmes, acredita? – Falara, com um sorriso de descrédito, como se estivesse falando do tempo, 'tá nevando, acredita?!'.

– Foi uma cena estranha. – Formulei, não querendo prolongar este assunto, porque provavelmente nos dias seguintes eu iria me martirizar analisando cada palavra sua feito a porra de uma garota apaixonada!, coisa que eu não era.

– Tem certeza que não gosta dela?

– Herms, sem querer parecer frio ou rude, mas é só sexo. – Falei, encarando-a, concentrando-me pra não tocá-la.

– Só diversão..? – Ela pontuou, com um sorriso pequeno que não entendi.

– Isso! – Concordei, seguro.

– Potter, você é um idiota.

– Quê?

– Ontem você fez aquele longo discurso sobre o amor existe bla bla bla, quando na verdade é tão cético quanto eu. – Falara, convencida. – O que me fez ter uma idéia... – Continuara, enquanto se erguia na cama, até seu rosto ficar mais perto do meu.

– seja lá o que for não acho que seja uma boa idéia... – Comecei, apesar das minhas mãos já terem se instalado dentro da sua blusa, mas ainda castamente, na sua cintura, demonstrando o contrário.

– Não quero transar com o Krum. – Dissera, súbita.

– Bom, nem eu quero isso.

Ela sorrira, meio inocente.

– Seu coração... – Ela começara, até ficar totalmente por cima de mim, uma perna de cada lado do meu quadril.

– Que tem ele? – Murmurei, hipnotizado pelos olhos castanhos o tempo todo.

– Está acelerado. – Completara, de novo séria. – O que significa que você está atraído por mim tanto quanto eu me sinto atraída por você.

– Não daria certo. – Disse, rápido demais. – Eu não sei ver nada objetivamente.

– Harry, você fica por aí dizendo que é romântico, falando de amor etc., mas... Você é igual a mim.

– Não, - Comecei, tenso. – Eu acredito no amor. E no casamento. E-e-

– Você não vai se apaixonar, pode ter certeza. – Ela dissera tão firmemente que eu acreditei.

E a beijei com tanta vontade que ela gemeu, e logo em seguida, girei meu corpo pra ficar por cima do dela... Era um caminho sem volta.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.