Sonhos não tinham que ser negros

Dean sangra. E talvez ninguém soubesse disso, porque são cortes não visíveis. Dean sangra e ninguém teve tempo para parar e curá-lo. E agora era tarde, porque nada pode abafar a dor. No momento, eles têm uma prioridade. E Dean não está bem. Ele nunca esteve bem, na realidade. Dean detesta se sentir fraco, mas ele está tão quebrado por dentro, que nem se detestar –afinal, ele é fraco- consegue mais. Mas ele não pode demonstrar fraqueza agora. Dean tem um serviço a cumprir, tem que ajudar as pessoas. E como o bom soldado que seu pai criou, Dean vai fazer isso e mais um pouco, mesmo quando ele mesmo precisa de ajuda. Dean tem pesadelos todas às noites. Sonhos tão negros que mal deveriam existir. Sonhos em que ele perde o pouco que lhe resta de uma família, sonhos em que ele perde o que restou da humanidade que deixou no Inferno, em meio às torturas. Sendo assim, Dean não pode perder as poucas coisas que lhe restaram para sonhos tão negros.