Sombrio Limiar

Um Morno Abrigo contra a Chuva


Começou a chover. Flynn e Elsa correram para um abrigo dos pingos de chuva. No começo da manha, Elsa havia pedido que o ladrão a acompanhasse á cidade. Ela dissera que precisava encontrar a vidente que lhe dera a predição sobre o perigo que corria na cidade. A jovem planejava perguntar o paradeiro de Hans, se é que ele ainda estava vivo.

Quando Flynn sugerira essa possibilidade, a garota lhe deu um tapa na cabeça. Apesar de ainda não estarem se dando exatamente bem, havia momentos em que eles riam juntos, risadas sinceras.

E ele também compreendia o quanto Hans significava para ela. O sofrimento em seus olhos era inegável, sempre que ela se lembrava dele.

Mas, para a infelicidade da jovem ainda fraca e debilitada, andando apoiada em Flynn, informaram que a garota não estava mais em Aaron. Ela havia sido vista pela ultima vez correndo para a floresta, na direção do acampamento dos “bobos da corte”, como eram chamados os membros do circo.

– Bom, parece que a nossa busca parou por aqui.

Elsa olhou para baixo por um momento e depois de volta para Flynn.

– Obrigada, por estar me ajudando com, bem, tudo isso.

∞∞∞∞∞

– Sem problemas. Aqui. – Ele ofereceu seu colete azul, colocando sobre os ombros dela.

Ela quase falou que não sentia frio, mas ao sentir o tecido aconchegante do casaco, se calou.

– Então, o que se faz quando começa a chover em Aaron?

Flynn sorriu malicioso.

– So há um lugar para ir, mas eu não sei se a senhorita vai gostar.

Ela olhou para ele desafiadora.

– Me mostre Rider.

∞∞∞∞∞

O bar estava cheio e quente. Seria desconfortável se não fosse o braço de Flynn em seus ombros. Pessoas dançavam em pares, as crianças brincavam, vestidas de cavaleiros e uma cantoria alegre enchia o lugar.

– Serio? Dança?

– Eu disse que você não iria gostar. – Flynn disse gargalhando.

Ela fingiu ficar ofendida.

– Eu gosto sim, Rider.

Ele engasgou no meio da risada e a olhou com os olhos bem abertos.

– Ah, esta surpreso?

Ele tentou disfarçar. Deu um sorriso maroto.

– Muito bem então. Vamos dançar mi lady.

Foi sua vez de arregalar os olhos.

– Ora como você se atreve... – Seus olhos se fixaram no rosto do homem a sua frente. Havia um olhar convencido que a deixou irritada. – Oh, esta bem então, mas uma dança apenas.

E a noite se tornou incrivelmente curta enquanto o casal dançava. Mesmo encharcados e desarrumados, deslizaram pelo lugar, as palmas das outras pessoas seguindo-os ao rodopiarem. Em algum momento ela correu e saltou sobre ele, sendo sustentada por dois braços fortes que a giraram por poucos segundos no ar.

Ao voltarem a casa do ladrão, estando a frente da pequena fogueira de Flynn, conversaram durante toda a madrugada, ate finalmente adormecerem sobre a cama, o rosto da garota de cabelos prateados escondido no peito do rapaz, seus braços abraçando-a confortavelmente.

Quem poderia dizer, que, afinal, uma caçadora com sangue azul acabaria caindo pelos encantos de um ladrão procurado?

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