Danger

Alguns minutos


Avião/ 23h59min.

Ward estava apaixonado. Apaixonado por um total e completo oposto. Apaixonado de uma forma que crescia mais e mais. A cada olhar, a cada respiração compartilhada, a cada beijo. O beijo. O beijo por qual ele tanto ansiara e com o qual, mesmo sem querer, tanto sonhara, estava acontecendo. As mãos dela estavam sem seus cabelos, e as suas mãos na cintura dela, puxando-a para mais perto de si. Não, definitivamente, Skye não era um monstro. Subiu a mão cuidadosamente por suas costas, emaranhando-a nos seus longos cabelos. Aprofundou o beijo, sentindo a respiração se alterar assim como a dela. Um sentimento bom o tomou, um sentimento que a muito não sentia. Um nome que a muito não pronunciava. Amor.

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Eu não sei senão amar-te, nasci para te querer. Ó quem me dera beijar-te, e beijar-te até morrer.

Separou os lábios para que pudessem repirar, e encostou a testa na dela. Skye tinha um sorriso nos lábios. Ela envolveu seu rosto com as mãos delicadas, e lhe beijou brevemente, depois e de novo e de novo. Então suspirou longamente. Fitou-o por um longo tempo, era como se algo passasse por sua cabeça, como se ela estivesse lembrando-se de algo. Ward temia que fosse sobre o seu passado recentemente descoberto, mas não podia ser, pois ela ainda carregava o imenso sorriso nos lábios.

– Hm... Não foi assim que eu imaginei nosso primeiro beijo.

– Não? – Ela fez que não com a cabeça. – Quer dizer que você imaginava nosso primeiro beijo?

– Sim. Quer dizer – Skye corou levemente. – Sim – Escondeu o rosto entre as mãos. – E quando nós fomos a Paris, bem, você poderia ter aproveitado mais aquele jantar... Mas ficou com tal de “concentre-se na missão”. Estragou o clima.

– Skye. – Chamou-a e recebeu silêncio como resposta. – Skye, por favor. – Tentou tirar-lhe as mãos do rosto.

– A Skye não está. –Ela murmurou - Volte mais tarde.

– Sério? Que pena. – Fingiu-se de magoado, ao mesmo tempo em que se esforçava para não rir. – Eu estava louco para beija-la novamente.

– Estava? – desencobriu o rosto.

– É. – Deu de ombros. – Mas agora não estou mais.

– Por quê?

– Ela demorou muito pra voltar.

– Não, não, não demorou nada. – Jogou os braços em volta de seu pescoço e beijou-lhe na bochecha. – Você demorou muito mais pra se declarar pra mim e nem por isso eu desisti de você!

– Não desistiu porque está caidinha por mim. – Retrucou.

– NÃO! – Skye deu uma tapa no seu braço.

– Sempre esteve. – Mais uma tapa. – Está caindo de amores nesse momento... Isso é tão claro – Tentou imitar a voz dela - Eu estou apaixonada por você.

– Cale a boca, Grant Ward! – Começou a soca-lo seguidamente. – Cale a boca! Com quem aprendeu a ser tão irônico?

– Com uma certa lerdinha que eu conheci.

Ambos gargalharam, aquele era um som bom de ouvir. Não só o som de sua própria gargalhada. Mas o som da dela também, da mulher que ele amava, da mulher que o amava. Queria beija-la novamente, e teria feito isso se a porta não tivesse sido aberta por uma desesperada e sorridente Simmons.

~*~

– Desembucha Jemma. – Skye brincou com a amiga quando Ward saiu da sala deixando-as sozinhas.

– Eu sei que você está em recuperação. – Ela estava vermelha. – Mas Skye. Eu. Fitz. Ele. Eu. – Simmons soltou um longo suspiro. – Entendeu? Eu e ele, ele e eu... Ainda não acredito. – Cobriu o rosto com as mãos. – Esperei tanto por isso.

– Jemma. – Envolveu o rosto da loira entre suas mãos. – Eu não entendi nada. Nada.

– Não?

– Não. – Balançou a cabeça. – Você o Fitz o que? Descobriram a cura do câncer?

– Não, Skye. Não... Algo melhor! Quer dizer, não sei. A cura do câncer seria uma descoberta e tanto, mas é que eu...

– JEMMA SIMMONS!

– Fitz me beijou. – a loira murmurou. – Ele. Me. Beijou.

– Como? Quando? Onde? – Abraçou-se a Jemma e começaram a rodopiar dentro do quarto branco. – Eu sempre soube. FitzSimmons da depressão virando FitzSimmons da felicidade!

– Skye...

– Conte-me tudo. Tudo.

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– Bem, quando você foi pega por Martina, Ward ficou muito mal, então para consola-lo, para me consolar, ficamos próximos nas últimas horas. Bem, isso gerou uma reação ciumenta em Fitz. Nós acabamos brigando quando fui confronta-lo, e então ele me beijou. – Jemma suspirou. – Depois de anos esperando pelo beijo, ele me beijou. Me beijou. – Levou a mão ao lábio.

– Um beijo após a briga... – Skye suspirou. – Queria que meu primeiro beijo com Ward tivesse sido assim...

– É um beijo após a bri... VOCÊ E WARD SE BEIJARAM?

– Com licença. – A porta foi aberta e Skye suspirou aliviada, não sabia se Ward gostaria de abrir o relacionamento deles para todos do ônibus. Aliás, eles tinham um relacionamento? – Skye – Fitz sorriu para ela. – Ainda bem que está melhor. – Correu até ele e o abraçou fortemente, não só por gostar dele, mas para parabeniza-lo. – Skye, você está me sufocando...

– Desculpe. – Murmurou e deu um soquinho em seu braço. – FitzSimmons hã?

– Skyeward hã? – Ele devolveu o soquinho e o tom irônico.

– Ele contou?

– Não, mas nem precisa. – Fitz deu de ombros. – Eu nunca vi o Ward cantando antes. – Então ele olhou para Jemma e caminhou até ela, pegando a mão dela entre as suas e beijando delicadamente. – Fiz seu chá de camomila. Achei que ia te fazer bem.

– Obrigada, Leo. – A mão livre dela acariciou o rosto do loiro. Ambos sorriam abobadamente. Skye fazia o mesmo. Com uma pontada de inveja dentro de si. Ward poderia ter admitido que a amava, mas nunca teriam um momento daqueles juntos. Ele não lembraria qual seu chá preferido, e nunca tomaria sua mão entre as suas delicadamente. Porque ele não era aquele tipo de homem. Do tipo romântico que a mimaria quando possível.

Caminhou com dificuldade para fora do quarto, algumas partes do seu corpo ainda doíam. Mas sentiu que precisava deixar Fitzsimmons sozinho para alguns minutos de privacidade e paz, aquilo era raro naquele avião. Encontrou Ward na cozinha, preparando algo que ela não conseguiu identificar pelo cheiro.

– Olá. – Cumprimento-o encostando-se ao balcão.

– Lerdinha. – Caminhou até ela e beijou sua testa. – Está melhor? – Fez que sim com a cabeça e Ward sorriu. Dando-lhe outro beijo na testa, mais demorado desta vez. – Estou cozinhando pra você. E como não sei muito bem o que você gosta, resolvi fazer minha especialidade.

– Cozinhando? Pra mim? – Sorriu deliciando-se com o som daquelas palavras. Queria que aqueles minutos, aquelas horas, não fossem só alguns minutos e horas. Queria que fossem mais. Muito mais. – O quê?

– Surpresa. – Ele sussurrou. – Mas eu acho que você vai gostar.

– Eu já estou gostando. – Sussurrou de volta, evolvendo a cintura dele com os braços e dando-lhe um beijo leve no queixo.

Talvez ela estivesse errada, e estava mesmo, Ward era sim do tipo de homem romântico. E ele estava provando isso com os pequenos gestos de um homem que estava perdendo sua face robótica.