12 anos em 12

Capítulo 50


– Você se lembra do que te falei quando fui embora de São Paulo? Quando nos dispusemos a ficar juntos novamente?

– Paula... Olha onde essa conversa veio parar!

– Lembra?

"SÃO PAULO...

(PAULA VOICES ON)

– Não dá Vitor... - choro.

– Dá sim, acredite em mim... - suas mãos seguram fortemente a minha, enquanto também reluta com as lágrimas.

– Não torna isso pior para mim...

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– Pulinha, eu te amo tanto... - se deita sobre mim. Por favor...

– Eu também... - levanto sua cabeça. Olha pra mim...

– Não vai embora... Vou sempre me sentir só, Paula. Fica aqui comigo, mora aqui...

– Por favor, você sabe que não dá... Que não vai ser bom eu fazer isso, que minha mãe não deixaria isso.

– Faz tão pouco tempo que estamos juntos, eu que é difícil pra ela entender... Mas, eu posso pedir, daremos um jeito. Eu juro! Juro que...

– Vitor! Chega... - o interrompo. Não dá para Isso acontecer!

– Pulinha... - chora e não resisto.

– Eu nunca vou deixar de amar você, Vitor!

Olhar para ele era olhar para toda minha dor. Partir dali sem ele, estava sendo a pior sensação que já pudesse ter vivido. Vitor são os meus pés, e eu sou suas asas... O levava por lugares que nunca foi e ele me trazia para lugares que nunca pisei. Desde que o encontrei, minha vida virou de cabeça para baixo e eu perdi toda a ideia do que era muito óbvio, para viver novamente junto dele. Ele vai para a janela em silêncio, temo tentar dizer algo, Vitor era irredutível, não aceitaria nada tão facilmente.

– Eu preciso ir... - levanto-me. Partiremos amanhã pela manhã... - o ouço ainda chorar. Vitor, por favor! - vou até ele.

– Fique aqui... - ele segura em minhas mãos. Por favor, fica aqui...

– Você sabe que isso não dá certo... - o olho. Você foi o primeiro homem que tive na vida, eu vou sempre me lembrar de você...

– Você fala como se estivéssemos terminando o nosso namoro...

– Vai ficar tão complicado... - choro. Fiz tudo errado todo esse tempo!

– Não! - ergue minha cabeça. Você nunca fez nada errado... Nossa história não está acabando aqui, muito menos a sua história. Não importa onde você esteja e o que esteja fazendo, a música vai ser você por inteira e nada e nem ninguém vai mudar isso. Não importa o caminho que você siga a partir de hoje, a música sempre vai ser o seu rumo! Olha pra mim Paula! - me puxa mais ainda. Isso aqui não é o fim de nada... Está me ouvindo?

– Eu já não suporto mais... - o abraço.

– A gente vai suportar junto, minha Pulinha...

– Eu preciso ir... - me solto dele.

– Paula, fica só mais um pouco...

– Não posso, é melhor não... Eu queria te falar uma coisa antes de ir...

– Não... Amanhã eu estarei lá. Vou levar você até a rodoviária...

O observo olhar para mim, se segurando para que eu tenha alguma segurança. Tento convencê-lo de que não é necessário e então ele me desmonta por inteira e me faz parar de querer ser forte como tenho feito. Ele sabe do quanto sofro, do quão está sendo difícil deixar ele e a música. Peço que me leve até em casa, caminhamos a maior parte do tempo em silêncio e quando nos despedidos volto a pedir que não vá até a rodoviária, mas com ele não há conversa. O dia amanhece e lá está ele, antes mesmo que eu tivesse chegado. Não foi em minha agora antiga casa, já estava lá onde eu veria pela última vez.

– Pensei que...

– Que eu não viesse... - se aproxima e me abraça.

– Vou sentir sua falta! - o aperto em mim, querendo que atravesse todos os meus tecidos e parta comigo.

– Me deixa te ver... - toma meu rosto sobre suas mãos. Sorria para mim, Paula...

– Eu...

– Eu vou te ver logo, logo... Te dou minha palavra. Vou te telefonar todos os dias e quero que faça o mesmo... - retira um cartão do bolso. Toma, pra você ligar pra mim a todo minuto!

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– Tá bem...

– Agora sorria para mim, Paula! Não estou pedindo, estou implorando...

– Eu te amo... - é impossível fazer o contrário.

– Eu também!

– Paula... - mamãe se aproxima. Precisamos ir...

– Dulce... - Vitor a abraça.

– Te espero lá, rapaz...

– Eu vou!

– Pulinha... - sorri entre lágrimas. Eu vim aqui pra você ter certeza que tem todo meu amor...

– Não quero te prender a nada... Eu sei que me ama, mas se por acaso... - me esforço. Se interessar por outra pessoa, não se prenda... Meu amor só quer te ver feliz.

– Não vou dizer o mesmo... Meu amor quer te ver feliz, mas eu sou a parte disso e eu sempre serei parte de você, Paula.

– Vitor... - o abraço, sem deixar que qualquer ar por nós passe. Não demore pra me ver...

– Me ligue assim que chegar lá...

– Paula, vamos... Nilmar e seu pai já entraram.

– Tchau... - ele aperta mais ainda minha mão.

– Até logo... - nos soltamos e eu perco parte de tudo que sou.

– Te amo...!

A cada passo mais longe fisicamente ele fica, mais perto amorosamente ele me habita. Tudo que vai ficando para trás, vai me arrancando de mim mesma. Mamãe me envolve e entramos enquanto ele ainda continua lá... E aqui, dentro de mim.

– Estou perdendo um grande sentido...

– O amor ás vezes é exagero Paula...

– O amor não é exagero, mamãe. As pessoas é que não sabem amar...- o vejo partir."

– Por que vamos entrar nisso agora?

– Só estou te perguntando se lembra...

– Nenhuma outra me interessou, me interessa... Sou feliz com você.

– Se isso acontecer um dia, quero que me fale... Que seja sincero comigo, que...

– CHEGA! - a interrompe nervoso. Não estou suportando mais você com isso... Percebeu que esse é o motivo das nossas brigas? Chega...

– Grosso, sem educação! Olha o que fez.. Vitória acordou! - retira o cinto e pega Vitória no banco traseiro.

– Você me tira do sério com isso...

Chegam na fazenda e Paula desce em silêncio. Ele recolhe as coisas do carro e logo a acompanha no banho de Vitória.

– Pega a roupa dela, eu a banho... - retira a camiseta.

– Não precisa...

– Não vamos discutir no quarto dela... Aqui é o único lugar da casa que está puro das nossas discussões! - se aproxima da banheira, sorrindo para a filha.

– Vou pegar a roupa dela, a leve ao nosso quarto quando terminar.

Ela se retira e ele termina de banhar de Vitória, seguindo com ela até o quarto. Ao chegar, Paula está no banho e então ele veste a bebê e vai até a cozinha junto dela para buscar a mamadeira.

– Vamos mamar? - sorri e retorna para o quarto. Opa... - sente-se na poltrona. Mame tudinho, pra ficar forte! Mamãe já vem... - passa a mão em seus cabelos. Vai ficar mais gatinha hoje? - ri. Segura a mamadeira filha... - a ensina. Assim... - pega a mão dela. Não!? Então tá bem... Papai segura.

– Ela está com febre? - Paula surge ainda de roupão.

– Não... Mas, está caindo de sono.

– É, vou arrumar aqui... - vai até o berço. Caso ela durma em seu colo, a coloque aqui.... Não esquece de colocar a cobertinha e ligar o ar no mínimo.

– Ok...

– Vou tomar um chá, já volto... - beija a Vitória e sai.

Não demora muito e ela dorme, Vitor a repousa seguindo as ordens de Paula e vai até a cozinha atrás dela.

– Sobre o que houve no carro, me desculpe... Não deveria ter me exaltado com você.

– Você tem feito isso constantemente...

– Por isso estou pedindo desculpas... - se senta de frente para ela.

– Não estou descofiando de você, eu só digo tudo isso porque é terrível ficar longe... Parece que tudo vai se quebrar novamente.

– Não há nada para se quebrar, Paula...

– Sou uma pessoa muito difícil, você tem tido muita paciência... Mas, uma hora acaba.

– Depois que a gente se casa, a paciência vira coisa rotineira... Você tem sua carreira, a Vitória, a casa... Não tem porque eu não entender seus espasmos repentinos.

– Vou tentar não tocar mais no assunto...

– Tudo bem... - se levanta indo até ela, que faz o mesmo.

– Você está cansado, vá tomar um banho que te espero para dormir...

– Vamos... - sorri e saem para o quarto.

– Você falou sobre termos a casa só para nós... Hoje temos. Gostou?

– Sinceramente? Não... É bom a casa cheia. Mas... - olha pra ela. Se Vivi estivesse bem e dormindo tranquilamente, seria maravilhoso a casa só para nós... - riem.

– Já está muito tarde, se não, te convidaria para ver um filme...

– Faremos isso hoje... Ou alguém virá para cá?

– Ninguém... - entram. Mais tarde assistiremos um... Vá tomar seu banho...

– Tudo bem... Já volto. - sai.

Paula observa Vitória dormir e se recorda de tudo que já viveram antes da chegada dela. Vai até o closet e pega o àlbum de casamento, retornando ao quarto. Ao sair do banheiro, Vitor se depara com ela chorando e se preocupa.

– O que aconteceu? - se aproxima dela. Vitória piorou? Vou me trocar e a gente vai... Só um minuto!

– Não Vitor... Vitória está dormindo.

– E o que houve então?

– Estava pensando em umas coisas... Vendo o nosso álbum.

– Álbum?

– De casamento!

– Entendi... - a envolve. Você estava linda... Foi a noite mais feliz da minha vida, junto ao nascimento da nossa filha.

– Você também estava...- sorri. Vivi um dia de rainha... Tudo do jeitinho que planejei, muito além do que imaginei. Foi perfeito!

– Logo faremos um ano...

– Passa muito rápido, né?

– Muito sim... Olha a Vitória mesmo, já tem seis meses. Sinto tanto ela crescer tão depressa...

– Eu também, Vi... - guarda o álbum e se aconchega nele. Daqui uns dias ela está correndo essa casa inteira! - riem.

– Não vai demorar... Lembro dela chorando pela primeira vez! Quando a peguei, não pensei que poderia existir alguém tão frágil, tão indefeso.

– Ela era miudinha...

– Sim, e olha agora... - sorri. Não estou preparado para vê-la crescer. Para ver ela se transformar em uma adolescente, em uma mulher... Porque pra mim ela sempre vai ser aquela bebezinha.

– Nem eu... Vai ser difícil para nós! Imagina ela trazendo um namoradinho para conhecermos...

– Que dor, Paula... Vamos parar por aqui? - se levanta.

– Uai, Vitor...- ri. Isso é algo normal, você não me namorou?

– Vou trocar de roupa...- se levanta. Por isso mesmo não quero falar nesse assunto...

– Você é muito besta! Nossa filha vai...

– Eita, mas que assunto chatinho! Vamos parar? Ótimo... Já venho. - vai para o closet e se veste, retornando ao quarto. Você se importa se eu não for amanhã?

– Ah Vi... - se entristece. É a primeira vez dela em um salão!

– Tudo bem... Então me acorde, ok!? - se deita.

– Ok... - sorri.

– Você não vai se vestir para se deitar?

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– Vou... - se levanta.

– Temos que poupar energia, está tão terrível tudo que vem ocorrendo, né?

– Sim amor... Vamos fazer nossa parte! Amanhã eu vou falar com os funcionários para poupamos em tudo...

– Faça isso... Já volto! - vai ao closet.

Enquanto Paula se retira, Vitor começa mexer em seu celular; observar as fotos, as mensagens, as redes sociais até que ela retorna.

– O que tanto mexe em meu celular? - se deita.

– Nada... - o guarda. Gosto de ver suas fotos, apenas... - apaga as luzes.

– Gosto das fotos que você tira de mim... Sou muito privilegiada por ter um marido, além de tudo, ainda fotógrafo... - o beija.

– A modelo é quem faz a mágica! - a abraça. Sei cheiro é tão bom... - fecha os olhos, aconchegando-se nos cabelos dela.

– O seu também... - sussurra.

– Durma bem, Pulinha... - a beija.

– Você também, meu amor...

O cansaço fala mais alto e em poucos minutos adormecem. O restante da madrugada foi tranquilo, Vitória só resmungou uma vez e Vitor a acalmou antes que Paula acordasse... Ao amanhecer, a bebê é novamente a primeira a despertar, seguida pela mamãe.

– Já acordou? - ri olhando para o berço. Papai está mimindo ainda... - se levanta e pega a filha.Vamos acordar ele... - retorna para a cama. Sem febre, meu amor... Que bom! - sorri.

Paula coloca Vitória sobre Vitor, que começa rir e bater palmas.

– Fala pro papai que está na hora de acordar! - ri. Vi? - o empurra. Vitor... - tira Vitória dele. Vitor Chaves? VITOR!

– O que foi? - levanta assustado.

– Desculpa... - ri. Está na hora, amor... - se levanta. Olha a Vivi que já volto...

– Bom dia pequena... - a pega. Você não deixou papai dormir... - ela sorri. Mas, valeu a pena... - ri. Sem febre, sem dorzinha...

Vitor brinca com Vitória até Paula retornar do banheiro...

– Vou banhá-la enquanto você toma banho... - a pega.

– Peça pra Lucy dar banho nela e a gente toma banho enquanto isso.

– Lucy não vem hoje, Vi...

– As folgas dela não só nas segundas? Ou ela está doente?

– São, mas eu a dispensei por hoje... Queria eu mesma cuidar da Vitória. A Diva e a Sol também não vem! Mas, os outros funcionários estão aí e vão organizar a casa enquanto estamos fora... Então, por favor, ande logo! Já volto e espero você ter tomado banho...

– Tá... - vai ao banheiro.

Paula vai ao quarto de Vitória arrumar a filha e organizar as coisas dela para saírem. Ao terminar, retorna para o quarto e Vitor está pronto.

– Que cheirinho bom... - pega a filha.

– Vou tomar um banho...

– Tá bem... - a olha.

– O que foi?

– Nada... É que você é tão linda assim.

– Assim?

– É... Sem tanta coisa, naturalmente... Adoro te ver dessa maneira.- sorri. Sinto mais ainda a Paula que eu conheci...

– Nunca mudei Vitor... Ao menos não para você.

Vitor pisca para ela e sai rumo a cozinha.

– Senta aqui amor... - coloca filha na cadeirinha. Toma... - dá um copo para ela. Brinca aí... Papai vai tentar fazer um café! - coloca a água para fever e senta-se com Vitória. Não joga no chão, Vivi... É para brincar! - entrega novamente a ela.

Vitória começa rir do pai cantando, que se diverte mais ainda que a própria criança. O telefone toca alguns minutos depois e ele corre para atender.

– Alô?

– Vitor...

– Oi mãe.

– Eu existo, sabia?

– Eu sei... - ri. A mãe mais gata da face da terra... Você e minha Paula, claro.

– Sei... - riem. Você vem hoje para a cidade?

– Irei sim, Vitória irá ao salão.

– Vitória?

– Iremos cortar os cabelinhos dela hoje... - sorri.

– Que fofura! Estou morrendo de saudades dela... Leo me falou que ela não passou bem essa madrugada.

– Estava com febre, levamos ela ao hospital...

– VITOR! - Paula chega o interrompendo. Olha isso... - desliga o fogão. Está maluco?

– O que houve, Vitor?

– Eu esqueci a água no fogão, mãe... Está tudo sob controle.

– Presta atenção, Vitória estava perto... - Paula pega a filha.

– Não exagera, Paula...

– Se eu não tivesse chegado!? - se enfurece e sai.

– Vou precisar desligar, mãe... Depois passamos aí. Te amo, também estou com saudades, beijos... - desliga e vai atrás de Paula.

– Desculpa... O telefone tocou e eu...

– Você não pode mexer com fogão e cuidar da Vitória... - a coloca no carro.

– Paula... - a segura. Hei, por favor... Não aconteceu nada!

– Mas, poderia ter ocorrido!

– Poderia... Mas, não ocorreu! Eu jamais deixaria algo ocorrer com ela...

– Não é isso...

– Chega... - a interrompe. Bom dia para você também...

– Está bem... - ri, ainda tensa. Desculpa, bom dia... - o beija.

– Ótimo... Vamos! - sorriem e entram no carro.

– Vou dormindo... - Vitor senta no passageiro. Não dormi nem duas horas!

– Quando Vivi nasceu que você estava fazendo show, eu passei por isso...- ri.

– Já pensou se fossem duas?

– Gêmeas?

– Não Paula... Duas crianças nascidas no mesmo dia, da mesma barriga. - ironiza. Que pergunta!

– Vai dormir, já está de mau humor!

– Temos que passar na minha mãe depois... E vamos comprar o carro da Cintia hoje.

– Certo... Será que podemos deixar a Vitória com sua mãe então?

– Sim...

– Você é sua mãe?

– Vou te bater, Paula Fernandes... - se aconchega no banco e fecha os olhos. Dirija bem!

– Palhaço... - bate nele.

Segue caminho e algum tempo depois chegam ao salão de Rildo Cruz. Rildo era o responsável pelo cabelo de Vitor e Leo, assim como de Tatianna e agora da mais nova herdeira da família Chaves, Vitória.

– Bom dia! - sorri.

– Sejam bem vindos! - Rildo de aproxima.

– Como vai Rildo? - o cumprimenta.

– Muito bem, Vitor! Melhor agora... E essa moça linda? Na verdade, essas duas moças lindas... - cumprimenta Paula.

– Ótimas! - sorri.

– Vamos lá... - os leva para o interior do salão. Sente-se aqui Paula... - arruma a poltrona para ela. Vire ela para mim... - Paula faz. Isso...

Rildo prepara Vitória que não se sente muito animada sendo prendida. Vitor tenta distrair a filha enquanto Paula a segura e o cabelo dela é cortado, com muita paciência, longos minutos depois.

– Pronto... Pronto. - retira a capa que a cobria. Que coisa mais linda!

– Olha aqui... - coloca um lacinho no cabelo dela. Tio Rildo vai deixar você mais gata!

– Vem com o papai, então... - ri enquanto se joga para ele.

– Muito obrigado, Rildo...

– Eu que agradeço, foi um prazer... Podemos tirar uma foto?

– Claro! Vem Vi... - se juntam e um outro funcionário faz a foto.

– Vou postar lá no instagram, depois dêem uma olhada.

– Está bem! Vamos Pulinha?

– Vamos... Mais uma vez, obrigado!

Acertam os últimos detalhes e saem em direção à casa da Marisa.

– Você não gostou do Rildo ter feito a foto, né?

– Sei lá... Só senti um desconforto, um medo!

– Medo!?

– Da Vitória ser exposta.

– Vitor... Isso será inevitável!

– Mas, que seja feito então do nosso jeito.

– E que jeito é esse? Porque eu, particularmente, tenho ouvido você falar que vai apresentá-la no momento certo há seis meses!

– Pode deixar, vou resolver isso... Já que agora todos irão vê-la.

– Está bem... - o celular dela toca. Alô? - atende pelo carro.

– Oi Paula!

– Oi mãe, como vai? - sorri.

– Bem... Não me telefonou mais, não me deu mais notícias.

– Foi tudo muito corrido esses dias... Vitória não passou bem ontem e a trouxemos para o hospital. Mas, agora, já está tudo bem!

– Febre, dorzinha por conta do dente.

– Que dó... Quero ver ela, estão na fazenda?

– Não, estamos a caminho da casa de Marisa.

– Que ótimo! Ela me convidou para tomar café com ela hoje pela tarde... Nos encontramos lá então. Beijos...

– Beijos, mãe...- desliga.

– Vitória vai ficar com as duas, enquanto resolvemos nossas coisas?

– Vai... Pode até rolar um filme se quiser!

– Será que ela pode passar a noite com as avós?

– Não exagera... - riem.

– Estou com tantas saudades... - coloca a mão sobre a perna dela.

– Eu também... - sorri.

– Estava lendo uma matéria ontem sobre a paixão no casamento. Muitos casais perdem a paixão e mesmo amando comentem erros irreparáveis...

– Isso não acontece com a gente... - olha para ele. Me sinto apaixonada por você todos os dias, de um jeito diferente e mais fortemente amável!

– Eu agradeço por todo seu amor, todos os dias... Por ter você do meu lado. Por ser uma Paula a cada manhã que renasce de uma mesma Paula e me faz mais apaixonado ainda! - sorri.

– Ás vezes você diz coisas que eu nem sei responder...

– Não são perguntas para serem respondidas... - pega uma revista no porta-luvas. Essa sua revista é uma das mais lindas... Comprei e deixei aqui no carro.

– Foi um ensaio para a Joyce Pascowitch, em 2012...

– Sim, excelente conteúdo essa revista...

– Também gostei... Foi o ensaio fotográfico mais profissional que fiz.

– Vamos apresentar Vitória nela...

– O quê? É sério...? - sorri.

– Sim! Ligarei para nossa assessoria marcar...

– Ótimo! Vou adorar... Vai ficar lindo! - se entusiasma.

– Chegamos! - retira o cinto e sai. Vem filha... - pega Vitória atrás e aguarda Paula, entrando juntos para a casa de Marisa.

– Bom dia João... - cumprimenta o jardineiro.

– Excelente dia, seu Vitor...

– Olá... - sorri.

– Bom dia, Sra. Paula...

– Alguém em casa? - abre a porta.

– Oi! COISA LINDA VOVÓ...- Vitória bate palmas rindo. Que saudade... - a pega, beijando. - E esses "belos"?

– Já está mocinha... - sorri. Indo para o salão e tudo!

– Ficou lindo...- ri.

– Oi mãe! - se aproxima.

– Oi!? Não vou nem falar nada para os dois... - vai para a cozinha.

– Marisa...- ri. Nosso tempo agora é curto... - acompanham.

– Até para um telefonema?

– Até para um telefonema... - serve-se com uma xícara de café. Mãe, trabalhei a noite toda, a madrugada quase inteira... Porque o resto foi indo levar Vitória para o hospital. Quer amor? - oferece.

– Não... Obrigada.

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– Sei... E a tarde toda fez o que?

– Cuidei da Vitória...

– Isso é verdade, Marisa... O tempo passa e não vemos.

– Para compensar, vão deixar essa mocinha comigo! Matheus e Antônio também estão vindo, vou fazer um café da tarde hoje... Vai ser uma farra! A Dulce virá, daremos conta de todos... - ri.

– Sim, vamos fazer isso...

– Na verdade íamos pedir se você poderia ficar com ela, para resolvermos algumas coisas.

– Ótimo! Deixe as coisas dela no seu antigo quarto, Vitor...

– Certo... - deposita a xícara no balcão. Vou lá, quando descer já vamos...

– Ok...

– Vocês almoçam aqui?

– Marisa...Acredito que não.

– Só venham buscar essa gostosura pela noite... - brinca com ela.

– Está certo... - ri. Mamãe vem para almoçar?

– Sim, estava chegando... Ele viria só para o café, mas mandei vir antes. - ri.

– Que bom.

– Vamos?

– Vamos... - vai até Vitória. Meu amor, mamãe logo volta, tá? - a beija. Marisa, se ela der febre ou algo assim, nos ligue. Por favor!

– Pode deixar...

– Mãe, aqui está os sucos que ela precisa tomar... - entrega a lista.

– Certo... Foi a Dra. Carolina?

– Foi!

– Ela faz tudo natural, né?

– Faz sim...

– Tchau... - a cumprimenta. Até mais tarde...

– Tchau filho...

– Tchau Marisa! - a cumprimenta.

– Tchau! Curtam o dia de vocês....

– Minha princesa, papai já volta... - a beija. Te amo!

– Tchau... - saem.

– Que dor deixar ela aqui...

– Ela vai ficar bem... Vem! - pega na mão dela e vão para o carro.

– Vamos primeiro ver o carro da Cintia... - coloca o cinto.

– Ok... E depois? - liga o carro e sai.

– Depois? Depois vamos ao supermercado e ao shopping...

– Meu sonho mesmo... - ri.

– Paula...

– Você está falando sério? - olha para ele.

– Por que eu não estaria?

– É que...

– Aqui não tem disso... Uberlândia é extremamente tranquila. Podemos ter uma vida normal!

O caminho todo Paula demonstra o entusiasmo por estar fazendo coisas que antes se tornaram incomuns para ela. Ao chegarem na concessionária, se apaixona de cara por um carro em especial.