A Jovem Do Ar

Capítulo 13


POV Annie

— Para onde você está nos levando? - Pergunta Finnick.

Estamos agora a caminho de algum lugar em que meu pai acha seguro para nós.

Luca estava certo, nós não vamos voltar para o refúgio e meu pai mantém em segredo o lugar até agora.

— Já estamos chegando. - Responde ele.

Desde que fugimos do complexo, Luca está cabisbaixo. Não sei qual é o sentimento de perder alguém que amo e espero não ter que entender, mas eu também perdi uma grande amiga. Quero poder fazer algo, confortá-lo, mas não posso. Acho que uma pessoa merece seu devido tempo quando perde alguém e eu vou dar esse tempo a ele. Por isso durante o trajeto, não falo, apenas o abraço.

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Depois de um tempo, meu pai acabou revelando que o lugar que estávamos indo era longe. Eu estava muito cansada por conta da fuga, perdi uma amiga e quase fui morta, coisas demais para apenas um dia.

Quando acordo, parece que não saímos da cede, porque o lugar onde estamos é exatamente igual a ele. Atrás de nós há uma pequena trilha por onde o carro entra, ao redor de uma enorme floresta. Aí que está as diferenças, a floresta que escondia a cede, era desmatada, com folhas caídas, plantas mortas. Já a floresta de, seja qual for esse lugar, é linda. Me lembra da casa de campo onde meu pai me levava quando eu era criança, eu adorava esse lugar e foi aí que percebi que aqui, era a casa de campo. Como não pensei nisso antes?

Eu adorava esse lugar. Meu pai me trazia aqui todo final de semana, apenas eu e ele, já que Zender e minha mãe não gostavam. Nós íamos ao lago pescar e andar de barco, onde ele me deixava pilotar, foi onde ele começou a me ensinar a dirigir com um carro velho.

Agora, o lugar estava com aparência abandonada. Paramos de vir aqui quando minha família começou a ter problemas financeiros, tenho saudades do tempo em que vinha aqui.

— Por que não me disse que nos traria aqui? - Perguntei maravilhada.

— Queria te fazer uma surpresa. - Ele sorri.

— Eu adorei! - Mesmo já conhecendo o lugar, fico que nem louca olhando para tudo.

— É realmente muito lindo, Sr. Cianci. - Diz Luca com um sorriso forçado no rosto. A tristeza está estampada em seu rosto, mesmo que ele tente afastá-la, ela continua lá.

— Annie, Porque não mostra a casa para o pessoal? Quero conversar com Luca a sós. - Concordei com a cabeça. Meu pai conseguiria confortá-lo.

POV Luca

— Está tudo bem, né? - Pergunta Thomas.

— Estou realmente cansado de ouvir essa pergunta. - Digo. Minha voz sai áspera e baixa.

— Poderia me dizer o que aconteceu?

— Eles a mataram. Ela pulou na frente de Annie e foi atingida. - Não quero chorar, não gosto, mas não consigo evitar.

— Eu sinto muito, Luca. - Ótimo, cara de pena.

— Não sinta. Não preciso disso.

— Você ainda me odeia, certo?

— Sim, eu odeio você.

— Entenda que o que fiz foi para protegê-los. Não era minha intenção matar seu líder.

— Então, por que o matou?! - Grito.

— Foi preciso - Ele olha para seus pés.

— O que? Por que? Ele era a única família que me restava, minha e de Megan. Meu pai foi morto, minha mãe foi morta, Megan foi morta, todos foram! Quem será o próximo agora? Eu? Annie? - Seu olhar retorna ao meu assim que cito o nome de Annie. - Estou cansado de segredos! Mentiras, mortes!

— Ninguém mais vai morrer, eu prometo. - Responde ele. - Mas para isso preciso de sua ajuda, sua e de Annie.

— O que você quer?

— Annie precisa ver seu passado.

— Porque Benjamin não faz isso? - Pergunto mais ríspido do que queria.

— Acho que ela lidará melhor com a situação do que ele. - Não quero que Annie veja meu passado, mas ele está certo.

— Tudo bem.

POV Annie

Eles só podem estar doidos, certo? Da última vez em que vi o passado de alguém, caí dura no chão e agora eles me pedem para fazer isso de novo.

— Não, não farei de novo. - Digo firmemente.

— Annie é importante que faça. - Pede meu pai pela quinta vez.

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— Não.

— Annabel Harper Cianci, você vai fazer isso sim! - Quando ele fala meu nome completo, a coisa é grave.

— Annabel? - Debocha Libby.

— Algum problema?

— Não mesmo. - Diz ela tentando não rir. Apenas ignoro.

— Está bem, eu faço. - Meu pai junta as mãos como se tivesse rezando.

— Aleluia! Obrigado. Agora, vamos fazer logo isso.

Ele nos levou a cozinha e colocou duas cadeiras no centro do cômodo, uma de frente para a outra. Luca se sentou em uma e eu na outra, ele estende a mão e eu a seguro.

Nada acontece, até que um vento frio me atinge.

Estou em uma casa de campo igual a essa que frequentava com meu pai quando era criança. A casa está vazia e silenciosa, até que um homem e duas crianças entram nesta. O homem é alto, com cabelos pretos e um pouco grisalho até a orelha. Seu rosto estava lívido com um grande sorriso e seus olhos são verdes, ele me é familiar. As crianças, atrás dele, reconheço como Luca e Megan, os dois também estão sorrindo.

O homem pega Megan e a pendura em suas costas, ela joga as mãos no alto e começa rir. Luca está maravilhado com a casa e fica um pouco para trás.

— Vem, Luca. - Diz o homem.

— Já vou, pai. - Então aquele homem é seu pai, sabia que ele me era familiar, só não lembrava da onde.

A visão de Luca vendo seu pai morrer, aparece em minha mente novamente. Eles estão tão felizes, nem imaginam que em alguns minutos ocorrerá algo que vai mudar a vida deles.

Sigo o pai de Luca e Megan até onde ele vai. Agora ele já soltou Megan está se direcionando para um escritório que fica no fundo da casa. Seu telefone toca e ele atende, não sei porque, mas ele coloca em viva voz.

— Agente Torres? - Diz a voz no telefone. A voz é de um homem que também me é familiar, mas a ligação está ruim e não consigo identificar.

— Agente Cianci - Cumprimenta ele. Ele disse Cianci? Meu pai? Chego mais perto para escutar.

— Recebemos seu relatório sobre o guarda Lewis Fromming. Decidimos que o caso não procede. - Diz ele com a voz calma.

— Como assim, não procede? - Ele deixa a voz neutra, mas percebo a raiva em sua postura rígida e em suas mão fechadas tão forte em punho que suas juntas ficam brancas. - Ele é uma ameaça para os Metas e vocês não farão nada a respeito?

— Fromming foi considerado morto após a operação de 1997. Damos o caso como encerrado.

— Ele não está morto. Eu o vi matando minha esposa.

— Desculpe Charles, mas sua investigação não procede.

— Se vocês não farão nada a respeito, eu farei, David. - Ele desligou o telefone e o tacou na parede. David? Ele é meu tio, David Cianci. Quantos mais parentes meus eu achava que eram normais, mas não são?

Ele sai do escritório e encontra a cena de que menos esperava ver. Dois homens derrubaram a porta. Vestidos de cinza e fortemente armados.

O Sr. Torres leva Megan para um quarto onde ela ficará segura, mas não acha Luca. Quando o acha, ele está na mira de um dos homens. Charles corre em sua direção e entra em sua frente, ele tira uma arma de dentro do casaco e aponta para o homem, mas este o soca e sua arma escapa de suas mãos. O homem aponta para seu peito e sem hesitar, atira. Luca, atrás da mesa, corre para o pai estirado no chão, os homens o derrubam e saem da casa as pressas.

A visão desmancha e estou de volta a cozinha da casa de campo. Minha visão escurece, mas não desmaio.

Meu pai me ajuda a me recompor. - O que viu? - Ele pergunta.

— Charles Torres. - A única coisa que consigo falar. Todos ficam em silêncio e eu tento continuar. - Ele levou os filhos até uma casa de campo igual a essa, brincou com Megan e depois foi até um escritório onde conversou com meu tio, seu irmão, David a respeito de um guarda chamado Lewis Fromming. - Meu pai suspira ao ouvir esse nome. - Ele disse que Fromming está vivo e que foi ele quem matou sua esposa.

O que?! - Luca se levanta de repente. - Se ele está vivo, então vou levá-lo de volta para os mortos.

— Se acalme, Luca. - Diz meu pai. - Se Fromming ainda está vivo, ele será um grande problema para nós.