Yin Yang

O que conseguira com a escuridão


Interrompendo os pensamentos do dragão guerreiro, um som parecido com um rosnado chama-lhe atenção, gira a cabeça em direção do som, a poucos metros criaturas negras aproximam-se vagarosamente, como se espreitasse sua presa. Observa em silêncio por alguns segundos, pôs-se depois a recuar, no fim de alguns minutos decide correr; teve um instante de arrependimento, quando os seres o seguiram, à medida que segue correndo, crê que terá um enfarte.

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A certa ocasião se vê encurralado, vaga ao redor procurando uma saída, porém livros e mais livros preenche a enorme sala, conclui que ali é a biblioteca, quando um das bestas vai a sua direção, pula em um sofá retangular, de estampado lilás, em seguida em um das enormes estantes de livros, os outros o imitam, preocupa-se em ir saltando para salvar sua vida, causando um efeito dominó, esmagando três animais negros, suspira aliviado quando seus pés tocam ao chão, um rosnado por parte de uma das criaturas, obriga-o a correr novamente, contundo encurralado na sacada.

Observa que não possui escapatória, sente suas costas chocar-se contra o gradil, teve um relance para altura e depois aos seres, respirando profundamente e fechando os olhos pula dali, um medo atroz a queda toma-lhe o espírito, abrindo as pálpebras, uma de cada vez, percebe sua dor eminente é amortecida.

— Macaco?! —questiona o panda, com o tom alegre. O primata, esse caído com a face ao solo, e com o urso sobre suas costas.

Rapidamente deixa de impedir que amigo sinta seu peso, e o abraça, um verdadeiro abraço de urso, causando estalos nas articulações do mesmo, ele começa a respirar convulsivamente, sentindo que todo seu oxigênio é perdido, súplica com dificuldade para o guerreiro preto e branco lhe soltar, depós de perceber o que acontece, o faz, com um pedido de desculpas.

Percebera a presença dos outros, no momento em que um deles o chamou, com um sorriso, cujo não lhe cabia a face, alegra-se por vê-los, percebe a presença de três animais, quais nunca vira, um pequeno filhote de tigre, uma leoparda, e o último, esse de costas, apenas sua capa verde musgo, com detalhes de plantas e listras marrons, escondendo sua figura.

Fixa a vista nele, curiosidade expressa em seu semblante, franze a testa, apertando os olhos levemente, tão é seu interesse no sujeito, não se ressalta com os olhares dos amigos, articule uma palavra ao individuo, lentamente ele vira-se para encará-lo, defronte da face, a perplexidade surge, intimamente sente estremecer todo o ser, caminha alguns passos contra ele, sem encontrar palavras para dizer.

Aproxima a duas patas nas bochechas do animal com feições iguais as suas, analisa os detalhes de seu rosto, como o pelo branco, os círculos negros ao redor das pálpebras e os olhos extremamente verdes.

— Uau... Você é igualzinho a mim... — profere com espanto. —Mas é bem mais rechonchudo... — observa em silêncio por alguns segundos, massageando a face do panda.

— Você não sabe quem eu sou? — indaga o panda gigante, retirando as patas do outro de deu face. O viu arquear uma das sobrancelhas e menear a cabeça negativamente. — Eu sou Li Shan.

— Oh, eu sou Po, o dragão guerreiro. — começa com animação. — Isso tão incrível, você é o único panda vivo? Existem outros? A onde moram? Venho alguém com você? Como chegou até aqui?...

Alegra-se com os questionamentos do filho, pousando a pata esquerda em seu ombro, encarando-o com ternura, sorri, um sorriso tímido, qual transmite todas as emoções resguardadas em seu coração; debaixo daquela crosta firme, anos de tristeza e culpa, de repente vendo-o bem, resigna todo o peso da consciência.

O abraça com força, confundindo-o, mas não importar-se, um gesto de carinho foi o suficiente para destrancar a porta de seus temores, deixando entrar às alegrias, como o nascimento, a primeira fala e caminhada do filho, poderia eternamente abraçá-lo, fluir toda a saudade.

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— Por que ele está me abraçado? — questiona Po, a qualquer um que responda.

— Emoção? — responde Louva-a-deus, com um curto risinho no final.

— Tudo bem, mas isso é meio estranho... — Deu leves batidas nas costas do panda, incentivando-o continuar.

Percebe que seus pés não tocam ao chão, pensa por alguns segundos que ele possuí grande força, pois lembra-se quando foi escolhido dragão guerreiro, e os gansos deveriam levá-lo até o palácio e não suportaram seu peso.

Ri levemente, sentindo o pêlo macio ao seu, recorda-se quando espiava a conversa de seus amigos na cozinha, comparando-o com um urso de pelúcia, estava prestes a intrometer-se no diálogo, todavia na ocasião, cuja Víbora questionou Tigresa, ela respondeu que seria confortante dormir ao seu lado, a perplexidade viera depois, por causa de suas próprias palavras.

— Senhor poderia me soltar?

Realizado o desejo do filho o soltou, ri levemente, batendo na própria testa com a pata, não havia revelando que é seu pai, o silêncio se instala por breve segundo, interrompido pelo som leve de sua respiração.

— Por que me mira assim? — indaga, incomodado.

— Tenho algo a lhe dizer. — Como uma brisa varrendo a poeira, a voz dele afasta a pergunta do filho. Ele franze a testa em duvida. — Eu sou...

— MONSTRO!

— Sim eu sou, espera o quê?

— Não, monstro! — Com as patas no ombro do adulto vira-o na direção da criatura negra, e antes que o mesmo prefira quaisquer palavras, é puxado pelo filho.

Os dois ursos são os primeiros a correr, por seguinte cada um dos guerreiros seguem caminhos diferentes.

°°°

Mirume segue os degraus daquela pequena escadaria de pedra, que serpenteia passando em p frestas nas paredes, assemelhando-se a pequenas janelas. Demora alguns minutos antes que chegue ao final.

O caminho a leva diretamente até a silhueta escondida da irmã, na escuridão do lugar, caminha até estar suficientemente perto dela, embora a escuridão seja tão espessa, impossibilitando sua visão, pode visualizá-la.

Respirando fundo, tendo a fisionomia novamente firme, seus olhos se acostumam com as sombras profundas, surgindo uma leve luminosidade que se reflete ao lado esquerdo da bochecha da felina, para, além disso, apenas algemas nos pulsos da irmã, qual está com a vista baixa e a respiração lenta.

Dando um passo à frente, sentindo-se mais confiante, usa o cajado para levantar o queixo da consanguínea, a vê abrir os olhos levemente, revelando o olhar âmbar rubis, cujo escurecem como se fossem nuvens negras no céu.

— Pensei que iria te matar — começa com a voz num tom de sarcasmo e aborrecimento falso —, mas vossemecê será útil para suprimir aquele panda... — Ela não a responde, está fraca de mais para dizer ou fazer qualquer coisa. A rainha riu. — Nunca pensei que minha amada irmã fosse tão boba. — Retira o cajado bruscamente e depois o gira no ar colocando-a na outra pata. — Escusa, mas como consegue ser tão patética? Foi traída e humilhada de certa forma por ele... Ainda o ama? Certamente, coisas como você, são submissas a esse sentimento tolo, oh, mas não preocupe, hei de socorrê-la.

Não obstante, que lhe surpreenda o tom de voz em certas ocasiões, Tigresa não a responde, ainda se quisesse, não possuí força suficiente.

Desvia a mirada ao colar yang no pescoço da irmã mais velha, sente uma inevitável onde de receio. Percebendo o olhar dela ao objeto, Mirume eleva o colar à altura de seu queixo, o sorriso de deboche sem nunca deixar seu rosto. A mestra do palácio de jade grunhiu com uma súbita raiva.

— Deves estar a perguntar, o que faço com isto? — Ela fez uma pausa, como para dar peso às suas palavras nitidamente com apreciação falsa. — Bem, tive de improvisar, usei seu chi real para subir o bem do colar ao mal, se é que entendes, daqui a poucos minutos meus amados bichinhos devoraram alma, por alma, quando saciaram sua sede, irei primeiramente ao vale da paz, depós ao paraíso panda e por fim toda a China. — Sorri um sorriso de vencedora.

— Você nunca... Nunca irá conseguir... — Suas palavras saem com dificuldade.

— Ainda acreditas que não? Não seja imbecil! — responde rispidamente. — Deveria ter acabado com vossemecê, agora preciso aturar sua audácia... — Massageia as têmporas, num gesto de cansaço. — Chega de colóquio.