O incrível mundo de Katheryn

Passeio no shopping feat. Saudades


I wanna hear your beating heart tonight”

Katheryn sempre fora uma admiradora de música, e ao ouvir Ellie Goulding, seu dia sempre ganhava um ânimo extra. Os fones em seus ouvidos, tocavam a linda melodia de Beating Heart.

As mãos da jovem estavam ocupadas no teclado de seu notebook, o qual exibia na tela vários endereços. A morena lembrara que nas páginas finais do livro, além da biografia do autor, havia o que acontecera com cada criança. Alguns viraram grandes magnatas, outros, casaram e tiveram filhos, netos. Puderam ter uma vida feliz e plena, apesar do sofrimento.

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Kath estava com um short jeans, acompanhado de uma blusinha de tricô certamente simpática, de cor vermelha e várias estrelinhas brancas estampadas. O cabelo preso para o lado com um acessório para cabelos vermelho, combinava perfeitamente com o modelito. E por fim, uma botinha marrom decorava seus pés e canelas. Estava sentada em sua cadeira confortável, e suas pernas apoiadas na linda escrivaninha da biblioteca.

Procurava sobre o pequenino que mais lhe chamara atenção: Augustus. Depois de três semanas pesquisando, conseguiu descobrir várias coisas sobre ele. Lógico, havia envelhecido, e se tornou dono de uma grande rede de fábricas. Além de que morava em Londres. Londres. Kath realmente tivera muita sorte, agora restava descobrir o endereço do, já agora, Senhor.

Ah, e isto não era uma tarefa fácil, lhe garanto. Afinal, Londres era gigante, e Kath não sabia se apenas um dia seria suficiente para procurar pro todos os bairros ricos da cidade. Mas, como é persistente – em outras palavras, teimosa – decidiu tentar.

Enquanto a dos olhos curiosamente violeta pensava, uma figura já conhecida entrou pela porta.

— Bom dia, flor do dia! — Alexy exclamou, contente. Beijando a bochecha da melhor amiga.

— Bom dia, Alexy. — Sorriu, levantando-se para abraçá-lo. — Está empolgado hoje!

— Caham, não sou eu que estou empolgado, por que aqui é purpurina vinte e quatro horas por dia. — Brincou. — Você que está cansada. Nem acredito que você vai me deixar, para ir nessa sua busca! — Choramingou.

Kath beijou-lhe a bochecha, como tentativa de consolá-lo.

— Lexy, olhe para mim. — Pediu, e em seguida, recebeu um olhar de cachorrinho abandonado do amigo. — É por um motivo importante.

Alexy virou a cara, emburrado. Mas logo se rendeu, formando um biquinho, e assentindo em seguida.

— Só com uma condição.

— O que? — Perguntou, com o cenho levemente franzido.

— Vai ter que ir ao shopping comigo! — Exclamou, sorrindo. Katheryn riu, o amigo realmente lera seus pensamentos.

— Okay. — Concordou. — E a biblioteca?

— Deixa a Alaska tomando conta! — Respondeu, como se a solução fosse muito simples. — Estou brincando. Eu reponho no sábado, e só eu fico aqui. Okay?

— Não, seu bobo. — Katheryn apertou as bochechas de Alexy. — Eu vou fechar a biblioteca. Mas é só dessa vez ouviu? Nós dois vamos ficar aqui o sábado inteiro.

— Sim, majestade. — Alexy curvou-se, beijando-lhe a mão. Katheryn lhe respondeu mostrando a língua.

— Ah, além disso.. Eu tenho que levar a Alaska no... — Hesitou um pouco com as palavras. A cadela conhecia muito bem a palavra Veterinário e odiava ir no mesmo. — Você sabe quem.

— Lorde Voldemort? — Sugeriu, um pouco confuso. Até que, entendeu do que se tratava. - Aah! Okay.

Depois de alguns minutos, Kath havia trocado o short por uma calça jeans, e girava a chave do carro nos dedos.

— Vamos passear, Alaska? — Alexy sugeriu, sorrindo. A pequena pulou nos braços do azulado, que começou a acariciá-la. Colocou-lhe a coleira, e depois devolveu-a ao chão.

Entraram no carro, Katheryn no banco de motorista e Alexy ao seu lado, no banco de passageiro. Alaska era quietinha ao passear, e foi no banco traseiro – ou popular, banco das crianças . O azulado esticou o braço, para chegar ao rádio do carro.

— Coloca uma música, aí. — A motorista falou, ligando o carro, e começou a dirigir pelas ruas de Londres.

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— Tá. — Assentiu.

Ao ouvirem a melodia de Birthday começar, os dois não se contiveram, e trataram de cantar. Katy Perry era, ou melhor, é a cantora favorita do maior. A letra era engraçada, e contagiante. E com um pouco de segundo sentido, para alguns. Ah, mas quem liga? Os dois eram jovens, tinham muito o que viver, dançar, cantar. Não era uma música assim que impediria isso.

Boy when you're with me | Mas quando você está comigo

I'll give you a taste | Vou te dar um gostinho

Make it like you birthday everyday | Vou fazer isso, como se seu aniversário fosse todo dia

I know you like it sweet | Sei que você gosta bem docinho

So you can have your cake | Então, você pode ter o seu bolo

Give you something good, to celebrate! | Vou te dar algo bom para comemorar!



— Acho que vou cantar essa música 'pro Kentin, no aniversário dele. — Exclamou, pensativo. O que fez Katheryn rir um pouco.

— Chegamos. — Disse, procurando uma vaga para estacionar o carro. — Ele vai amar. Alaska?

Alaska gelou. Literalmente, ao avistar o shopping, a cadelinha ficou encarando ele, sem latir, ou fazer algo que um cão faz. Começou a tremer, e choramingar.

— Calma Alaska! Você só vai tomar banho! — Katheryn pegou a cadelinha no colo. — Vai ficar tudo bem!

Passearam no shopping, até chegarem ao veterinário – que consistia com um pet shop junto. O local era grande, alguns cãezinhos e gatinhos se encontravam nas vitrines, nada de anormal. O que diferenciava, eram os furões que corriam felizes pelo seu “recinto”.

Alexy conversou com a moça da recepção, e deixaram Alaska – já mais calma – com outra jovem, que cuidaria de dar banho e secar a cadelinha. Katheryn acenou para a bolinha de pelos, e saíram do pet-shop.

— Agora, vamos ao mais importante! — Afirmou, levantando os braços.

— O que, Alexy? — Indagou, já sabendo qual seria a resposta.

— Às compras!

Katheryn levou a palma da mão a testa, e sussurrou um “Lá se vai meu cartão de crédito” baixinho. O maior estava afobado, corria de um lado para o outro, não decidindo que roupa queria experimentar. Então, colocou várias peças em uma sacola, e jogou nas mãos da amiga.

— Experimenta essas, Kath! — Bradou, empurrando-a para o trocador.

— C-Calma Alexy! — Gaguejou, nervosa, meio divertida, ou talvez, com um certo medo do dinheiro do mês não der para as roupas.

Por fim, compraram três peças de roupa cada um. E, ah! A tarifa do cartão não estourou, para a alegria da morena. Buscaram Alaska do pet-shop – e ela ficara uma gracinha com um lacinho cor-de-rosa em cada orelha -, e compraram alguns biscoitos para a mesma.

— Chegamos! — Alexy anunciou, como se alguém estivesse esperando na livraria.

Soltou a cadelinha, que começou a passear na livraria. A dona dos olhos de cor lilás sentou-se em sua poltrona, e ficou olhando para o teto. Fechou os olhos. Lembrou do cheiro de família que o local possuía. Era uma coisa louca sair com suas economias assim do nada – Katheryn era uma jovem britânica com herança, afinal das contas – e deixar o local lá. Sentiria falta do cheiro, do pó dos livros, das escadas, de Alexy e de Armin. O trio se conhecia desde os três anos de idade.

Lembrou-se de quando chegavam sujos e cansados da escola. Aos oito anos de idade, saíam correndo do local, e iam direto para a livraria Bells. O senhor Henry os esperava com a sopa de ervilhas e os pães fresquinhos. Como as crianças estudavam no período da tarde, chegavam em torno do período das dezoito horas na livraria. E às dezenove, os pais dos gêmeos os buscavam.

Suspirou. Só o vovô Henry sabia fazer aquela sopa de ervilhas. Só o pãozinho que o vovô Henry buscava, era o mais apetitoso. Só a sopa do vovô Henry, que esquentava o corpinho friorento de Kath, depois da escola.

Quando se deu por si, a morena estava chorando. Chorando de saudade, chorando pois queria ser abraçada. Chorando porque queria tomar a sopa de ervilhas, e comer pãozinho da padaria. Chorando porque, nem que pelo menos um minuto, pudesse voltar para aquela época.

— Kath? Kath? — Alexy a chacoalhou, preocupado. — Você 'tá bem?

Ela sorriu. O azulado passou os dedos, enxugando-lhe as lágrimas.

— Vem cá. — A abraçou, com aqueles braços levemente musculosos, e que confortavam a morena quando ela mais precisava.

— Estou com saudade do vovô. Muita. Acho que poder devolver esses brinquedos, nem que por pouco tempo, vai me deixar com a sensação de estar perto dele. — Ela retribuiu o abraço. Parou de chorar, e repousou a cabeça no ombro do maior.

— Eu também estou com saudade dele, Kath. Todo mundo tem saudades do vovô Henry. — Ele disse, e segurou o rostinho fino dela com firmeza. — Eu amo você, viu?

— Eu também te amo, Alexy. — Ela sorriu. — Obrigada por ser meu amigo, e estar sempre comigo. Sério.

— Kath. O gay aqui sou eu.

E caíram na risada.

E viram uma maratona de filmes de comédia. Acabaram com o estoque de chocolates da morena, mas não teve jeito. Foram mais vinte dólares, só de chocolates na lojinha de conveniência. Dois baldes de pipoca inteiros, e muitas risadas.

Fala sério. O todo poderoso nunca era demais.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.