Pov’s Jack

Me levantei meio tonto e confuso, decidi voltar para a Oficina, Norte precisava saber sobre o que houve.

– Norte! Norte! Cadê você?– gritei ainda no andar térreo

hangrutivi! – um yeti gritava provavelmente pela neve invadiu o lugar

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– Se situa colega, eu também sou um guardião agora – bati em seu ombro e ele me olhou torto

– Mas que gritaria é essa?

– Norte!

– Ah, já chegou? Que bom, está na hora da nossa conversa!

– Não, não...

– Não o caramba! Tem que ser agora!

– Mas...

– Mas nada!

– É mais importante...

– Nada é mais importante do que ser guardião rapaz!

– Norte escuta! – gritei tão alto que um eco dominou – Olha aqui – lhe mostrei a caixinha

– Uma caixinha de lembranças! De quem é?

– Da Rapunzel

– Como a achou

– Breu a pegou e eu a recuperei

– Ah! Então essa era a coisa, você foi atrás do Breu!

– É eu fui, mas foi sem querer que o encontrei. Acho que foi uma armadilha

– Aqui não é um bom lugar. Vamos para o meu escritório, Coelhão está lá. – pegamos o elevador e rapidamente chegamos

– Eca! Isso aqui está babado! Quem fez esses biscoitos? – a primeira cena no escritório: Coelhão brigando com um dos elfos por causa de biscoito

– Ai que nojinho – fiz uma voz fina e bizarra de provocação

– Olha só quem decidiu voltar, veio rápido, achei que ia puxar briga com o Breu

– E foi – Norte sentou em sua cadeira de poderoso chefão

– Sabia, bem típico, você acha que pode tudo né Jack?

– Tudo não... mas tenho certeza que posso congelar a sua língua

– Uh! É claro que pode

– Chega Coelhão! Sem provocações – ele lhe lançou um olhar severo – Diga Jack, o que houve

– Eu estava voando pelo Polo quando ouvi uma melodia muito suave vindo do Sul. Como achei estranho fui seguindo-a até uma montanha. Essa montanha tinha um túnel e entrei nele. O problema que esse túnel é a entrada pro novo clubinho do Breu. Quando cheguei lá, ele estava segurando isso – mostrei a caixinha para Coelhão

– Mas é uma caixinha de lembranças!

– Sim, e é da Rapunzel

– Como ele a conseguiu?

– Não faço a menor ideia, só sei que ele me deu sem a menor dificuldade. Isso mesmo, ME DEU! E veio com conversinha de que ele não estava contra mim, não era pra que se associar a vocês e blá, blá, blá.. Pra terminar ainda disse “Quem mais diz proteger é o que mais a prejudicou” Vai saber o que ele quis dizer com isso! Provável que seja só pra intimidar

– Estranho, muito estranho – entreguei a caixinha a Norte e ele ficou a observando – Vou mandar um novo telegrama a Fada, ela precisa ver isso. Enquanto isso. Vão atrás da Rapunzel, de qualquer forma é dela.

– SE, ALGUÉM não fizer descaso dela

– Mas que abuso! Descaso? Eu não faço descaso de ninguém.

– Parem de brigar por nada, vão logo!

– Tudo bem Norte, só porque é missão oficial do Homem da Lua. Cuidado viu Jack pra não se machucar – ele imitou (ou pelo menos tentou) a minha voz; então ele bateu duas vezes seu pé no chão e descemos túnel abaixo.

– Voltamos a casa da sua namorada. Ops, não né? Namorada é um termo muito intimo, coleguinha está bom – deu vontade de mandá-lo pra China

– Eu vou e quando eu voltar é bom engolir essa ignorância toda – subi novamente a torre e olhei ao redor. Estava apenas a mãe dela varrendo o chão da sala. Então fui ao segundo andar, é claro sem dar o luxo de ser inconveniente.

– Rapunzel? – bati uma vez na porta do quarto que estava trancada

– Oras Pascoal, acredita que agora estou tendo alucinações do Jack me chamando? – sorri fraco e bati mais quatro vezes

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– Jack! Voltou! – ela sorriu

– Oi, desculpe atrapalhar, voltar tão cedo

– Que isso, não atrapalha coisa nenhuma, entre – ela me convidou e entrei no quarto que agora estava espalhado de livros e roupas

– Vim em mal hora?

– não, imagina, é que eu estava arrumando meu armário. Mas, o que o trás aqui?

– Eu adoraria ter vindo apenas para te ver mas... não foi. Você sabe os dentes que Fada coleta? Eles são guardados em caixinhas, as lembranças da Infância. E o Homem da Luz quer que você veja as suas.

– As minhas lembranças? Pra que?

– Não sei, mas com certeza é importante. Preciso que venha comigo

– Então Jack, é aquele problema. Minha mãe está aqui e...

– Rapunzel!

– Oi mamãe – ela saiu do quarto

– Vou sair querida. Não há nada para comer! Que desastre! Vou na feira e volto em uma hora

– Tudo bem

– Caramba! Parece que sua mãe sabe quando precisamos que ela vá

– Ai Jack, nem brinca com isso – rimos

Esperamos que a mãe dela saísse para irmos em seguida.

– Ola Rapunzel – aquele falso a saudou assim que descemos

– Olá Coelhão

– Eba! Vamos logo não é Coelhão?

– Vamos Jack – olhares fuminantes

– Está tudo bem entre vocês?

– Por que não estaria? – Coelhão bateu seu pé duas vezes e descemos no túnel. Paramos na oficina

Pov’s Rapunzel

Encontrei de cara na sala do globo, Fada, Norte e Sandman

– E aqui está ela Norte

– Oh Rapunzel! – Fada me cumprimentou preocupada

– Como está Fada?

– Intrigada muito intrigada, mas estou bem. Sabe o que é isto querida?

– É a caixinha de lembranças que o Jack me falou?

– Sim, e ela é sua

– Meus dentes?

– Sim. O Homem da Lua disse que você precisa deles.

– Para que?

– Bem, para rever sua... infância, só pode ser, é pra isso que serve – ela olhou duvidosa para Coelhão e Norte

– Rever minha infância? Pra que eu precisaria rever minha infância? O que devo fazer?

– Aperte aqui – Jack apontou para um desenho estampado em aquarela na caixinha. Assim que apertei não senti nada de diferente, mas depois alguns brilhos dourados foram aparecendo e do nada tudo ficou completamente branco.

“Quando minha visão voltou, eu estava em um lugar muito iluminado, aparentemente, de manhã. Estava muito silencioso até uma mulher aos gritos correndo pelo lugar:

– Grávida! A Rainha Eleonor está grávida! – ela muito feliz e contente anunciava a noticia

– Grávida? Oh céus!

– Estou louca ou ouvi que a Rainha está gravida?

– Ouviu perfeitamente bem Izabel! A Rainha está a espera de um filho! – em segundos, o lugar foi dominado por passos e falatórios de pessoas.

Os brilhos dourados voltaram e me vi em outro lugar. Agora estava em um quarto com três moças dobrando roupas e colocando-as em gavetas.

– É uma menina! Tenho certeza que é uma menina!

– Pra mim é um menino

– Menino? De jeito nenhum, é uma menina! Eu sinto que é uma menina!

– Menino ou menina, ele será muito bem recebido, então parem de tagarelar e me ajudem a levar esses lençóis ao Quarto do bebe – elas saíram do quarto e as segui até um salão enorme de festas.

– Alteza, como está se sentindo?

– Enorme! – uma mulher muito bonita falou calmamente; pelo o que ouvi, eu estava em um Palácio e ela era a Rainha que estava grávida. Sua barriga já estava grande

– Oras senhora, é apenas um pequeno preço

– Sei disso Bete, mas confesso que não vejo a hora de ver minha pequenina ou meu pequenino

Novamente os brilhos apareceram de novo e eu me vi em outra cena. Agora estava em uma sala cheia de livros e algumas poltronas.

– Como ela está?

– Não tenho boas noticias senhor, infelizmente muito mal

– Oh céus! O que poderá ser feito?

– Alteza, lamento muitíssimo informa-lo que já tentamos de tudo para que sua esposa e a menina sobreviva

– Não é possível! E todos os remédios?

– A Rainha Eleonor fora medicada da melhor maneira, já lhe demos sopas e chás senhor. Os remédios não deram efeito algum

– Já tentaram de tudo? Tudo mesmo?

– Majestade, poderíamos dar a Rainha medicamentos eficazes mas acabaria atingindo sua filha. A verdade senhor é que, parece que apenas uma sobreviverá. – havia dois homens na sala; um de paletó era o médico e o outro era o Rei.

– Não pode ser... – o Rei se jogou em uma poltrona e abaixou a cabeça na mesa em frente. Fiquei perplexa ao saber do que se tratava: ou a Rainha ou a bebe sobreviveria.

De repente, a cena novamente mudou. Guardas reais chegaram carregando algo, era uma flor dourada. Eles a mergulharam uma vasilha d’água. E logo em seguida deram para a Rainha beber aquela água.

Depois, várias cenas se misturaram. A rainha segurava seu bebe pela primeira vez; O Rei e ela a apresentavam para o reino e lançaram no céu uma lanterna seguida de várias outras. A última cena que vi era horrível: enquanto os pais e a bebe dormiam, alguém escalou o castelo e conseguiu entrar no quarto da menina. Era uma mulher, ela começou a cantar uma musica e os cabelos da garotinha – que agora já devia não ser mais um recém nascido – brilhavam em um dourado da cor do Sol e ela ficara jovem. A mulher muito maliciosa pegou uma tesoura e cortou uma mecha de cabelo da menina, o incrível é que a mecha se tornou castanha e então voltou a ter sua aparência horripilante. A bebezinha começou a chorar, a mulher sem ter o que fazer a pegou e fugiu pela janela.

Os brilhos novamente me trouxeram mais uma cena: agora essa bebe tinha crescido e estava bem mais velha, aparentava ter 6 anos. Toda vez que ela cantava uma musica a mulher ficava jovem e bela. Aquela mulher então cuidou dela como se fosse sua filha, a enganando todos esses anos.

...

Os brilhos dourados intensos me cegaram. Quando finalmente voltei a ver, estava encostada na parede e os guardiões me encaravam curiosos. Olhei primeiramente para Jack e então tudo que vi foi se ligando... lingando... ligando...com... a realidade... a minha.... realidade. Fiquei boba e andei até uma das janelas da oficina tentando registrar tudo que vi. Resmunguei baixo algumas coisas meio sem lógicas e encarei perdidamente o chão. De repente BAN! Acordei, olhei mais uma vez para eles e agora pareciam mais confusos do que eu.

– Fada – falei calmamente tentando com todas as minhas forças negar o que minha mente insistia em me dizer – Essas lembranças são minhas? Ou seja, todas elas aconteceram?

– Sim todas. O que você viu?

– Eu vi... eu vi... as lanternas... e eu vi...a minha mãe. Minha mãe??? – desesperadamente lúcida, eu queria estar errada mas não estava. Aquela bebe que vi nas cenas era eu!

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– O que você viu? – Norte parecia mais curioso a cada palavra

– NÃO! N-Não pode ser! – desabei de joelhos no chão e milhares de lágrimas caíam do meu olho sem dar a pista de quando iriam parar.

– Rapunzel – Jack se aproximou de mim – O que houve? O que você viu? – olhei pra ele com os olhos já vermelhos e o abracei bem forte

– Como pode ser eu? Como pode? Minha mãe...? - chorava com uma mistura de raiva, frustação e uma profunda tristeza

– Minha nossa! O que você viu? – Fada chocada ao me ver tão abalada

Me levantei e da maneira mais séria que pude no momento disse:

– Minha mãe não é minha mãe. Aquela mulher que está na torre não é minha mãe. Ela me sequestrou quando eu era bebe.

– Mas que pessoa faria isso? – Jack exclamou indignado

– Você viu quem são os seus pais?

– V-vi s-sim, eles eram... Reis – falei surpreendida comigo mesma

– Reis?

– Oh! Mas que ironia!

– Que ironia Norte?

– Quantos anos você tem?

– 18

– HÁ!! Rapunzel é a princesa perdida! De Corona! Raciocinem comigo: loira, cabelos dourados como o Sol, olhos verdes e enormes como o da rainha Eleonor, tem exatamente a idade que a princesa tem agora, faz 18 anos que ela sumiu. Gente!

– É mesmo! – Fada quase deu dois passos de boba pra trás

– PRINCESA PERDIDA? Eu, eu sou a princesa perdida...

– Como alguém pode sequestrar um bebe? – Coelhão disse indignado

– E-Ela p-precisa do meu cabelo. Toda vez que canto ele começa a brilhar. Ele tem poderes mágicos de cura e juventude. Sem ele, ela é velha e horrível... – a última parte me sufocou por dentro, Jack viu e me abraçou

– Agora tudo faz sentido! Era ela que o Breu queria dizer...

– Como assim o Breu?

– Quando fui atrás dele – Jack falou meio sem graça – Ele me disse que quem mais diz proteger é o que mais a prejudicou

– Mã... Gothel, ela se chama Gothel – ainda chorando tentei parecer forte – E agora? O que vai ser de mim? Vou continuar morando com ela? Naquela torre?

...