Pov’s Rapunzel

Era tarde da noite quando eu e Jack estávamos indo para o Patinho Fofo.

– Jack, já fechou, está tudo escuro ai

– Que nada, eles apagam as luzes para deixar mais sinistro. Venha, vamos entrar

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– A porta está trancada. Está fechada, vamos embora.

– Depois do sacrifício pra chegar até aqui? De jeito nenhum, deve estar apenas imperada – ele congelou a fechadura e forçou um pouco para abri-la

– Viu? Simples assim – ele falou depois de abrir a porta- Primeiro as damas

– Obrigada – fui entrando na frente dele – Jack aqui está muito... escuro! – a porta se fechou com tudo e fiquei ali no extremo escuro – JACK! A porta fechou! Abre ai, não consigo enxergar nada! Está muito escuro aqui! JACK! – tentei chamá-lo mas aparentemente ele não ouviu, então achei a porta e tentei forçá-la mas ela estava fria, como se congelada. – JACK! JACK! ME AJUDA! A PORTA IMPERROU! JACK! – tentei chama-lo e nada de resposta

Dois minutos se passaram e nenhum sinal dele e eu continuava no escuro de um lugar desconhecido. “Rapunzel, calma, ele com certeza deve estar tentando de algum jeito abrir a porta. Calma, você não vai ficar ai para sempre, mantenha a calma, não entre em pânico” – tentava me acalmar sem dar chilique como uma menininha assustada. Eu não tinha medo do escuro mas qualquer barulho, por mais insignificante que fosse me dava a horrível sensação de fragilidade. Cinco minutos e algum sinal de vida se manifestou no fundo do lugar, alguém acabara de entrar.

– Jack? É você? – uma luz vindo de uma vela iluminou o local e pude vê-lo, era mesmo ele

– Claro que sim, quem mais seria? – um alívio

– Aqui está vazio, não tem ninguém aqui, é melhor irmos embora.

– Embora? Mas acabamos de chegar – ele foi saindo das sombras com uma corda em mãos

– É está t-tarde, d-daqui a pouco é madrugada e...

– Calma Rapunzel, a noite é uma criança, e lembrando que é nosso último dia juntos

– O que vai fazer com essa corda Jack? – ele abriu um sorriso maldoso que nunca vira antes

– Bem, digamos que precisamos acertar algo Rapunzel, te levei para conhecer o mundo e realizei seu sonho, e o que eu ganho com isso?

– P-pensei que já tínhamos resolvido isso, v-você disse que...

– Sério? Você realmente acreditou que eu iria fazer tanto por você por nada? Mas como você é tola! – seu tom agora era de deboche

– O que quer então? – elevei meu tom, não estava gostando nadinha dessa conversa

– Vejamos, eu preciso de algo para ser uma pessoa normal novamente

– E o que seria?

– Seu cabelo – fui me afastando para trás

– Meu cabelo? Porque não pediu antes? Se é assim, eu canto e...

– Você não está entendendo loira, eu preciso só do seu cabelo não de você

– Meu cabelo só tem o poder se eu cantar e... SE CORTAR ELE PERDE O PODER! – comecei a ver que esse papo não era amigável

– Talvez se eu congelá-lo... – ele foi se aproximando de mim com a corda, eu fui indo para o lado devagar em direção a porta dos fundos de onde ele tinha entrado.

– Fique longe do meu cabelo! – assim que estava bem perto da porta corri; ele voou e apareceu na minha frente

– Que falta de educação Rapunzel, deixar alguém falando sozinho – eu tentei correr para o outro lado mas ele me puxou de costas e prendeu minhas mãos – Quietinha que se colaborar melhor pra você

– QUAL É O SEU PROBLEMA? MUDOU DE UMA HORA PRA OUTRA! ACHEI QUE TÍNHAMOS MUITO EM COMUM! FICA LONGE DO MEU CABE... – ele me calou com uma pano, eu tentei lutar mas ele me prendeu a uma das colunas do Patinho Fofo. Depois se levantou vitorioso olhou pra mim e deu altas gargalhadas

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– Você achou mesmo que eu gostei de você? Mas que trouxa! TROUXA! – mais e mais risadas – Não adianta o quanto lutar, não vai se soltar eu amarrei bem forte – um sorriso muito maldoso surgiu e eu me assustei ainda mais, ele chegou bem perto do meu ouvido

– Trouxa, sua mãe nunca lhe disse que não pode confiar em estranhos? – uma lágrima saiu do meu olho e deu mais motivo para ele caçoar de mim – Oh não chora não neném, você nem vai sentir, vai ser como dormir – ele levantou seu cajado para pegar impulso

– Bons sonhos Rapunzel – senti uma forte pancada gelada no meu rosto

...

– AH! – gritei de dor e me levantei desesperada

– RAPUNZEL!

– Não por favor! – me levantei sonolenta e agoniada sem raciocinar fui correndo o mais rápido possível fugindo dele, fui olhando pra trás pra ver se ele me seguia e nem percebi que havia uma árvore a minha frente, bati nela e cai, meus olhos abriam e fechavam devagar.

– Rapunzel! – minha visão foi melhorando e pude ver Jack me ajudando a levantar

– Teve um pesadelo? – olhei para ele chocada e com medo, não sabia ao certo se era um sonho, olhei ao redor onde estava e percebi que tudo não passará de um terrível pesadelo

– S-sim – gaguechei

– Deve ter sido horrível pra você correr e bater em uma árvore... – eu o abracei fortemente, estava muito assustada

– Que bom que tudo não passou de um pesadelo

– O que você sonhou?

– Queriam cortar meu cabelo, eles me prenderam, foi horrível – falei meio zonza não quis contar que era ele porque o que pensaria de mim?

– Está tudo bem agora, ninguém vai cortar seu cabelo – falou ainda me abraçando; soltei do abraço e fiquei meio desconfiada – Vem vamos voltar a cabana e pegar água pra você (tínhamos montado antes uma espécie de acampamento no começo da floresta)

Bebi água e fui a um rio ali perto lavar o rosto e acordar daquele pesadelo. “Trouxa, sua mãe nunca lhe disse que não pode confiar em estranhos?” – essa frase martelava minha cabeça, será que devo confiar nele? “Foi só um sonho, só um sonho. Jack nunca faria isso com você” – inspirei e fui me encontrar com Jack, eu não vou desconfiar dele por isso, eu sei que se ele quisesse algo de mim já teria pedido.

– Melhorou?

– Sim, obrigada

– Já vai dar 12:00, você tem ideia de que horas sua mãe vai chegar em casa?

– Ela costuma chegar 13:30

– Então precisamos ir, se o Patinho Fofo é ao leste... sua casa deve ser ao sul da Floresta, pra lá, vamos – fomos indo ao sul, passamos pelo divertido Patinho Fofo, e depois de uns 15 minutos de caminhada chegamos no coração da floresta. Demoramos uns 10 minutos tentando achar a entrada da caverna que levava a torre.

– E aqui estamos, na sua torre

– Como vou subir

– Eu te levo até lá em cima – ele me abraçou de costas e me conduziu a janela do topo da torre, eu a abri e Pascoal desceu e foi para seu canto preferido: do lado do vaso de flores. Olhei para Jack depois de tudo que passamos uma despedida não era bem-vinda.

– Então isso é um adeus?

– Só se você quiser

– Eu não quero, você pode vir aqui mais vezes?

– É claro, mas não há muito coisa pra se fazer aqui imagino

– Até tem mas você iria se cansar rápido.

– E se viajarmos mais vezes. Não só aqui, há muitos outros lugares para ir.

– É uma ideia maravilhosa. Mas creio que minha mãe não fará muitas viagens longas daqui pra frente.

– Tome aqui, pra se lembrar de tudo – me deu um paninho tricotado com o Sol símbolo de Corona. - Peguei antes de irmos.

– Nunca vou me esquecer do melhor dia da minha vida e muito menos de você

– E eu de você – eu o abracei mais forte dessa vez, não queria que ele fosse

– Até logo Rapunzel sua mãe está chegando - ele me deu uma piscada – Te vejo em breve, isso não é um adeus

– Até breve Jack Frost!

Me apoiei no parapeito da janela para observar Jack partir. Antes dele ir me deu um sorriso

Dei um longo suspiro e olhei a torre onde estava de novo. Depois olhei para o espelho e me dei conta da flores que prendiam meu cabelo.

– Meu cabelo, tenho que soltá-lo! – fui tirando rapidamente todas elas e coloquei-as em uma cesta onde já tinham outras flores. Passou-se meia hora e depois ouvi uma voz familiar

– Rapunzel! Cheguei minha flor querida!

– Mamãe! – joguei meus cabelos, ela foi subindo

– Rapunzel! Senti tantas saudades! – a abracei – Se virou bem sem mim?

– A senhora nem imagina o quanto

...