Quinn e Rachel estavam na sala de espera, aguardando para fazer o primeiro ultrassom do bebe. O médico que faria o exame era amigo da família a décadas.

As pernas da morena mexiam descontroladamente e ela roía as unhas, ansiosa.

– Fica calma, amor. – Quinn pediu.

– Nós vamos ver nosso filho pela primeira vez, princesa – animou-se.

Alguns minutos depois, o médico chamou. A loira levantou, levando a namorada consigo.

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– Bom dia, meninas.

– Bom dia, doutor Hudson – a morena respondeu.

– Ansiosas?

– A Rachel está quase tendo um ataque de nervos – Quinn divertiu-se.

– Fique calma menina. - sorriu cordial – Quinn, pode se trocar. – a loira se retirou – Então está animada para ser mãe, pequena?

– É a melhor coisa que já aconteceu na minha vida, padrinho. – admitiu – Depois de conhecer a Quinn, claro. – corou.

– Tenho certeza de que será uma mãe incrível, Rach.

– Obrigada – respondeu, lhe dando um abraço de lado.

Quinn voltou vestindo o avental e deitou. Rachel sentou ao lado dela, segurando sua mão.

O doutor passou o gel na garota, as fitou antes de colocar o aparelho no ventre da loira. Primeiro mostrou a imagem na tela.

– Esse é o bebe de vocês. – apontou – Aqui é a mãozinha e os pés. O bebê está com 4cm e 5g.

Os olhos da morena estavam marejados. Quinn estava encantada com a reação da namorada.

– Agora – o médico ligou a caixa de som do aparelho – Esse é o coração do bebê.

A sala foi preenchida com o som do coração do feto batendo ligeiro. Rachel não conteve as lagrimas. Quinn sorria boba.

– Parece uma locomotiva – a morena sussurrou.

– Parece sim – doutor Hudson concordou.

– Nosso bebê está bem então, padrinho?

– Perfeitamente bem. Se desenvolvendo normalmente. – respondeu, limpando o gel em Quinn.

– Obrigada padrinho.

– Pode se trocar, querida.

Enquanto a loira se trocava, o obstetra receitou algumas vitaminas e fez algumas recomendações às duas.

–x-

Ao saírem do consultório, Rachel quis caminhar no shopping. Pararam para comer, e a morena não resistiu ao passar por uma loja infantil, puxando a namorada para dentro.

A morena estava enlouquecida e queria comprar tudo o que via pela frente.

– Amor, calma. – Quinn tentou controla-la – Nós ainda nem sabemos se é menino ou menina. – riu.

– Eu sei... Mas tem tanta coisa linda. – respondeu deslumbrada.

Por fim, Quinn não conseguiu impedir Rachel de comprar um bebe conforto, alguns macacões, cobertores e um bicho de pelúcia enorme.

Ao chegarem em casa, Jo apareceu para ajuda-las e não conteve o riso ao ver tudo o que tinha dentro do carro.

– Ela enlouqueceu dentro da loja? – perguntou para Quinn.

– Surtou, Jo. – riu.

–x-

Kurt e Mercedes estavam na sala de jantar quando as viu chegar.

– Que urso lindo – a garota correu até elas.

– É para colocar no quarto do bebê – Rachel falou.

– O que me leva à pergunta: onde é o quarto do bebê? – Kurt ponderou.

Os quatro entreolharam-se. Era uma ótima questão e ninguém sabia a resposta. Sem dizer mais nada, foram até a sala de estar, onde estavam Hiram e Leroy.

– Pai, papai.

Os dois homens os encararam assustados.

– Aconteceu alguma coisa? – Leroy quis saber.

– Na verdade... Nós estamos com uma dúvida. - Mercedes respondeu.

– Comprei algumas coisas para o quarto do bebe, mas... Não temos um quarto para ele. – Rachel colocou.

– Já tinha pensado nisso – Hiram falou – E, conversando com o Leroy, chegamos a duas possibilidades. Mas são vocês duas quem vão decidir.

– A Quinn pode se mudar para o quarto da Rach. Ou podemos reformar a casa da piscina e vocês se mudam para lá. – Leroy ofereceu.

– Reforma? Que tipo de reforma? – a morena interessou-se.

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– Podemos construir outra casa naquela parte do terreno – explicou – Não vai ficar muito grande, mas seria de vocês. E estarão perto da gente.

– O que acha amor? – o olhar de Rachel brilhava em excitação.

– Parece bom – concordou.

– Vou adorar ajudar na decoração – Kurt animou-se.

– Isso vai ser interessante. – Mercedes falou.

– Então é isso. Amanhã de manhã ligo para o engenheiro. – Hiram declarou.

–x-

Uma semana se passou e Quinn já não se sentia mais tão enjoada. Rachel sentia-se aliviada ao vê-la comer uma maça inteira sem precisar levantar correndo para ir ao banheiro.

Na universidade, após as aulas, no laboratório, Quinn notava que Marley estava estranhamente silenciosa.

– Hei Marls, aconteceu alguma coisa? – questionou, pegando-a de surpresa.

– Ah... oi? Não... – gaguejou.

Quinn a encarou séria, esperando uma resposta decente. A morena apenas suspirou.

– É a Kitty. – admitiu por fim – Ela não tem falado comigo. Pediu um tempo para colocar a cabeça no lugar. Disse que me adora, mas que não sabe como lidar com essa distância.

O olhar de Marley era de puro desespero. Quinn podia ver o quanto a amiga era louca por sua irmã caçula. O problema era, só então notou, que não fazia ideia do que se passava com Kitty. Desde que descobrira a gravidez e começara a reforma na casa da piscina estava tão distraída com o que precisava resolver, que ficara alheia a tudo o que não dizia respeito a sua própria vida. Por um momento, sentiu-se extremamente egoísta.

– Fique calma, Marls. Prometo que vou falar com a Kitty e descobrir o que está acontecendo, ok?! – a morena sorriu resignada – Muda essa carinha, vai?!

Marley tentou sorrir um pouco. Sabia que a amiga faria o possível para ajudá-la. A verdade é que sentia tanto a falta de Kitty e da voz dela apenas dizendo o quanto a adorava, que chegava a doer.

– Confia em mim? – Quinn pediu.

– Confio.

–x-

Rachel estava no quarto de Quinn, quando a loira chegou jogando a bolsa no chão.

– Está tudo bem?

Quinn ligou o computador antes de ir até a namorada.

– Comigo tudo. Só não sei o que está acontecendo com a Kitty.

– Como assim?

– A Marley disse que minha irmã pediu um tempo, porque não sabe como lidar com a distância entre elas.

– Imagino que não seja fácil.

– Provavelmente não. – concordou – Mas conheço a Kitty. Tem mais alguma coisa.

– O que quer dizer?

– Ela não desiste de nada. E sei que ela é louca pela Marls. – explicou – Aposto que tem dedo do meu pai nessa história.

A loira sentou de frente para o computador e chamou por Santana. Não demorou muito para a latina aparecer na tela.

– Hei loira. Diga.

– San, sabe me dizer por que a Kitty pediu um tempo para a Marls?

– Talvez – ponderou.

– Desembucha.

– Não sei bem os detalhes, mas o Russel obrigou a Sue a tirar a baixinha das chirrios.

– Como é?

– Não sei os detalhes – repetiu – Mas, seja lá o que ele fez, deixou Sue Silvestre de mãos atadas. A Kitty está chateada.

Rachel estava sentada na cama, apenas observando a conversa.

– Santana, preciso que descubra o que está acontecendo. E faça a Kitty entrar em contato comigo o mais rápido possível.

– Pode deixar, loira.

Quinn fechou o notebook e coçou a cabeça. Estava realmente preocupada. Rachel foi até ela, lhe massageando os ombros.

– Fica calma, princesa.

– Estou me sentindo egoísta. Não tenho dado atenção suficiente para a Kitty. É como se a tivesse abandonado. – lamentou-se.

– Se sentiria melhor se fossemos até Lima, ver como a baixinha está?

– Fala sério? – animou-se, encarando a namorada.

– Claro. Vou conversar com o obstetra, para ter certeza de que não tem problemas.

– Está bem.

–x-

Na sexta feira a noite, Quinn e Rachel embarcaram a caminho de Lima. A loira estava apreensiva, era estranho voltar para casa depois de tanto tempo.

Rachel podia sentir o quanto a namorada estava tensa: não parava de se mexer, as mãos impacientes. As tomou contra as suas e encostou em seus lábios.

– Fique calma, meu amor. Vai ficar tudo bem, estou com você.

Quinn apenas sorriu, agradecida.

Desembarcaram em Lima ás nove da noite. Santana e Brittany as esperava ansiosas.

– Hei vocês duas – Brittany correu ao vê-las, as abraçando.

– Oi B.

Santana também se aproximou sorrindo. Estava feliz por ter a amiga ali, mas tinha medo da reação dela quando ouvisse o que tinha para dizer.

– Vamos para casa.

–x-

Quinn e Rachel se acomodaram no quarto de hospedes. A loira arrumou suas coisas e a da namorada na cômoda do quarto e a encarou.

– Podemos ir até o McKinley amanhã cedo ver a Kitty? – pediu.

– Claro, meu amor. Estou vendo o quanto está aflita.

– Só quero abraçar minha irmã. E preciso conversar com a Sue. Preciso saber o que aconteceu.

– Acha que a Sue vai te dizer? – Rachel questionou.

– Sim. Nós temos um longo relacionamento. Tivemos muitas diferenças, mas no final das contas, somos muito parecidas. – a loira explicou.

– Estaremos lá amanhã, princesa.

Quinn sentou no colo da diva, a beijando apaixonadamente. Precisava sentir a mulher que amava mais próxima. Sentia-se tão frágil naquele momento, mas sabia que, nos braços de sua morena, estaria protegida.

Rachel sentia o corpo da loira tremer entre seus braços. Entendia toda o receio dela. E sabia que ela devia ser seu porto seguro. Que era seu dever proteger a mulher da sua vida.