Angel whitout wings

Capitulo 19


A primeira pessoa que Quinn encontrou pelo caminho foi a irmã. Estava tão feliz que a abraçou, a tirando do chão.

– Kitty! – rodopiou com ela – Não acredito que está aqui.

– Hei, lamb. Também estou feliz em te ver – riu, saindo do abraço da irmã – Mas algo me diz – falou, tomando a mão direita dela – Que não sou o único motivo da sua felicidade – gracejou.

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– Ela acabou de me pedir em namoro – comentou, corando – É o melhor aniversário da minha vida.

– Nunca te vi tão feliz, lab. Isso me deixa tão aliviada, você não faz ideia.

– Aliviada?

– É. Depois de tudo o que passou, merece ser feliz. E ver o quanto essas pessoas te amam e cuidam de você, me deixa mais tranquila – a loirinha sorriu.

– Eu estou feliz mesmo – concordou, sentando a uma das mesas com a irmã – Essa família me acolheu e me amou sem pedir nada em troca. Queria que estivesse aqui comigo todos os dias. Imagino que não deva estar sendo nada fácil ficar sozinha com eles naquela casa.

– Tem razão, não está. Mas quase não tenho ficado lá. Passo a maior parte do tempo na escola e nos treinos das cheerios. E de final de semana dou um jeito de ficar na casa da Santana ou da Brittany.

– O que me leva a pergunta: como conseguiu vir para NY sem que eles soubessem?

– Tive uma ajudinha da Sue. Ela ligou em casa e disse que teríamos treino fora da cidade. Sabe como eles confiam na treinadora – divertiu-se.

– Agradeça Sue por mim quando voltar.

–x-

Rachel observava as duas irmãs a distância. Juntas eram ainda mais parecidas. A morena caminhou até o bar para pegar uma bebida, encontrando Marley ainda parada lá, com dois copos de vodca vazio e um pela metade.

– Está tudo bem, Marls? – questionou preocupada.

– Sim, sim – respondeu, sem desviar os olhos.

Rachel acompanhou o olhar da amiga, e percebeu que a garota olhava exatamente para o mesmo ponto que ela olhava segundos antes. Achou curioso, por algum motivo Marley parecia encantada com Kitty. Nunca imaginou que ela se interessasse por garotas, mas resolveu que tentaria ajuda-la, mas não sem antes tirar uma da cara da menina.

– Marls, é impressão minha ou você está olhando para a minha garota? – perguntou seria.

– O que? – assustou-se – Na-não... Claro que não. Rachel eu nunca... – gaguejou.

Rachel não aguentou o desespero da amiga e caiu na gargalhada.

– Idiota – Marley sibilou, socando o braço de Rachel.

– Desculpa – pediu – Mas precisava ver sua cara – a morena não conseguia parar de rir.

– Fala sério – emburrou.

– Desculpa, Marls – pediu de novo, tomando um gole de seu drink – Falando sério agora... O que te chamou a atenção na minha cunhada tampinha?

Marley pensou em contradize-la, mas tinha sido pega. Rachel era uma boa amiga e tinha certeza de que ficaria tudo bem caso se abrisse com ela. Mesmo porque, Quinn já sabia.

– Ela é bonita. E, não sei. Quando coloquei meus olhos nela, meu coração ficou um pouco maluco.

– Conheço a sensação – sorriu cordial – O que me diz de ir até lá comigo se apresentar?

– Eu não sei – respondeu angustiada – Não sou muito boa nisso.

– Deixa disso. Vem comigo. Não tem nada demais se apresentar para uma garota. Vou te mostrar.

Rachel a pegou pela mão, quase a arrastando até as duas belas loiras do outro lado do jardim. Sentiu as mãos da amiga começarem a suar um pouco e achou graça.

– Hei, baby – Quinn levantou, abraçando a namorada.

– Vim apresentar nossa querida Marls à sua irmã – falou direita.

– Ow, claro. Kitty, está é a Marley. Nós trabalhamos juntas e temos algumas aulas em comum.

– É um prazer, Marls. – a loirinha deu um beijo no rosto da morena.

– O prazer é meu, Kitty – respondeu, corando violentamente.

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Quinn olhou de uma para a outra, prestando atenção na amiga. Nunca a tinha visto tão desorientada. Era fofo da parte dela.

– Marls, minha irmã está sem bebida. Por que não a acompanha até o bar? – Quinn sugeriu.

– Está bem – concordou.

– Aproveite e fale pra ela sobre sua coleção de filmes antigos. A Kitty adora os clássicos.

– Legal – sorriu – Vamos?

Abriu caminho para a garota, a seguindo. Rachel e Quinn ficaram observando por alguns minutos. De início as duas parecia deslocadas, mas foi só Marley iniciar uma conversa, para as duas se soltarem.

– Isso é o que eu estou pensando que é? – Quinn perguntou.

– Se você está pensando que a Marls está interessada na sua irmã, então sim. É sim. – esclareceu.

As duas caminharam até Brittany e Santana, sentadas perto da sacada. A loira pulou no pescoço da aniversariante.

– Feliz aniversário, lamb. Estava morrendo de saudades de você – desejou.

– Também senti sua falta, B. Você está ainda mais bonita que da última vez. – a abraçou forte.

Santana imitou a namorada assim que teve a oportunidade, tomando a amiga nos braços e desejando felicidades.

– Estou feliz por estarem aqui, meninas. E por terem trazido a Kitty com vocês.

– A festa não estaria completa se a tampinha não viesse. – Santana concordou – Nada que uma ajudinha da Sue não resolvesse.

– Por falar em Kitty, onde ela está? – Brittany questionou, olhando em volta.

– Ah, ela está com a Marls. – Quinn respondeu - O que me lembra: vocês tem notado alguma coisa?

– O que? Tipo vibrações gays? – Santana perguntou – Totalmente. Na verdade...

– Sant, não – Brittany tentou para-la.

– O que? O que está acontecendo? – Quinn preocupou-se.

– A Sue me chamou outro dia na escola. Ela estava preocupada com a Kitty. Disse que a viu beijando uma das cheerios no vestiário num dia e no mesmo dia mais tarde estava se pegando com outra no estacionamento, dentro do carro.

– Ah meu deus... – Quinn empalideceu.

– Disse que não se importa, mas não quer que aconteça com a Kitty o que aconteceu com você.

– Vou matar a Kitty – grunhiu.

– Não, você não vai – Rachel a segurou.

– Q, a gente sempre desconfiou. – Brittany falou doce – Fica calma que estamos cuidando dela.

– Exatamente – Santana falou mais forte – E parece que ela se interessou pela garota com nome de cachorro – concluiu, apontando na direção das duas.

De longe, elas viam as duas conversando. Estavam sentadas bem próximas, riam do nada e não perdiam a oportunidade de tocarem uma a outra.

– Elas ficam bem juntas – Rachel comentou, recebendo um olhar quase assassino de Quinn - O que?

– É a minha irmã.

– E daí... Não. Você não vai bancar a irmã mais velha chata e super protetora.

A morena olhou para as duas amigas, pedindo ajuda.

– Quinn, chega. – a latina se impôs – Deixa sua irmã em paz. Vamos nos divertir.

–x-

Leroy e Hiram estavam sentados com os pais de Tina. Os quatro se divertiam com a pequena Beth. A criança não parava de fazer gracinhas e, claro, conseguia tudo o que queria.

– Ela está fazendo seus pais de gato e sapato – Quinn comentou com Rachel enquanto se aproximavam do grupo.

– Eles adoram bebês. E ela já notou isso. Inteligente como a mãe. – brincou, plantando um beijo no rosto da loira.

– Quinn, essa menina é um encanto – Leroy falou deslumbrado.

– Hei minha pequena – a loira chamou.

Beth olhou para as duas, abrindo um sorriso. Quinn esticou os braços, mas a menina correu até Rachel, se jogando em cima da morena.

– Fui trocada – resmungou.

– Fazer o que se sou irresistível para as garotas Fabrey – provocou, recebendo um tapa da loira – Mas é verdade.

– Não vou me dar ao trabalho de te responder – deu de ombros – Mas já está ficando tarde, acho melhor a colocarmos na cama.

– Tem razão – a morena concordou – Pai, nós vamos subir com a Beth. Assim que ela dormir, nós voltamos. Se alguém perguntar...

– Pode deixar estrelinha – Hiram concordou – Não se preocupem.

–x-

As duas seguiram para dentro da casa discretamente. Rachel queria que a namorada visse o que tinha arrumado para a pequena. Subiram as escadas com a bebe já sonolenta, a diva pediu para Jo fazer uma mamadeira enquanto ela e Quinn se encarregavam de trocar a criança.

A loira foi a primeira a entrar no quarto de Rachel. Simplesmente ficou de queixo caído. Metade do quarto tinha sido completamente modificado, para se adequar as necessidades da filha.

– Foi você quem arrumou tudo? – perguntou num fio de voz, absorvendo cada detalhe.

– Kurt e Mercedes me ajudaram.

– Você não existe – lhe beijou delicadamente nos lábios.

– Boba – sorriu – Vamos das um banho nessa pequena.

As duas deram banho em Beth, colocaram o pijama e sentaram-se na cama de Rachel. Quando saíram do banheiro a mamadeira já as esperava em cima da cômoda. Quinn tomou Beth nos braços, a aconchegante contra seu peito. A menina sorria para ela, enquanto mamava, fazendo carinho em seu rosto.

Rachel assistia a tudo. Nunca tinha visto nada mais encantador. Pegou seu celular no bolso e tirou uma foto, para registrar o momento.

– Sabe – a loira sussurrou – Quando estava gravida dela, toda noite me imaginava assim: colocando ela para dormir, a ninando, sentindo o cheirinho de bebe. Do meu bebe. Mas então me dava conta de que era só um sonho, que não poderia ficar com ela – Quinn divagava emocionada – Dormia chorando quase todas as noites.

Rachel chegou mais perto, a abraçando, limpando uma lagrima chata que teimou em cair.

– Quando a Shelby disse que ficaria com ela senti uma espécie de alivio. Foi como um prêmio de consolação. Eu não a teria, mas poderia vê-la crescendo.

– Hei, a Beth sempre vai ser sua filha, amor. Ela sabe disso. A Shelby também. Por mais, não sei, diferente que a relação de vocês seja, vocês tem uma relação. Olha pra ela – pediu – O modo como ela te olha e sorri pra você. De alguma forma, a Beth sabe que sempre vai poder contar contigo.

– Obrigada. – agradeceu.

Não demorou muito para que a pequena adormecesse. Quinn a colocou no berço e a cobriu com a manta. Rachel deu um beijo de leve na bochecha da menina e ligou a baba eletrônica.

– Vamos voltar lá para baixo, seus amigos nos esperam.

– Hum, temos mesmo que descer? – perguntou com a voz rouca, provocando arrepios em Rachel.

– Só... Só mais um pouco, amor – gaguejou, tentando se controlar – Meus pais estão nos esperando.

– Seus pais?

– Vamos.

Rachel se arrastou para fora do quarto, levando Quinn com ela.

–x-

Hiram e Leroy as esperava na porta do quintal. Quinn achou estranho mas não disse nada.

– Quinn, querida – Leroy a chamou – Ainda bem que voltou. Eu e Hiram nos esquecemos de entregar seu presente

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– Leroy, não precisava vocês...

– Rachel, meu bem, trouxe a venda que te pedi? – Hiram a cortou.

Rachel tirou um pedaço de pano preto do bolso e entregou ao pai.

– Com licença – pediu, se colocando atrás da loira, tampando lhe os olhos – Confie em mim. Rachel vai te ajudar a andar.

A morena tomou o lugar do pai e, ao seu comando, segurou a namorada pela cintura e a guiou até a porta da frente da mansão.

– Amor, o que está acontecendo? – a loira perguntou aflita.

– Fique tranquila, princesa. Mais um minuto e tirou isso dos seus olhos – pediu, tentando acalma-la.

Hiram e Leroy pararam, sendo imitados por Rachel. Os amigos vinham logo atrás.

– Tudo bem, Rachel. Pode tirar a venda dela – Leroy pediu.

Rachel obedeceu. Quinn levou um segundo para se acostumar com a luminosidade, e o que viu tirou seu folego.

– Feliz aniversário, Quinn – Leroy e Hiram desejaram em uníssono.

Os dois estavam parados ao lado de um New Beetle rosa, idêntico ao que Quinn tinha em Lima, mas novo em folha. A garota não conseguia falar, estava em estado de choque.

– É... é... pra mim? – gaguejou.

– Sim – Hiram respondeu, jogando as chaves para a garota – Entra.

Quinn pegou a chave no ar, se aproximou do carro de vagar, passando a mão nas curva do veículo. Abriu a porta do motorista e entrou, sentindo o cheiro de carro novo. Voltou a sair, fitando o brinquedo novo.

– Não sei como agradecer – falou por fim.

Correu até os dois Berry os abraçando juntos. Rachel se juntou a eles.

– Obrigada por tudo.

–x-

O resto da festa se passou sem mais surpresas. Estavam todos animados e se divertindo. Rachel e Quinn estavam relaxadas e bebendo com os amigos, trocavam olhares famintos a todo momento, quase sem conseguir disfarçar. Kitty e Marley estavam sentadas na varanda e a conversa parecia não ter mais fim, estavam em um mundo só delas.

– Meninas, nós vamos subir – Leroy avisou – Acho que é melhor vocês dormirem no quarto da Quinn, e eu e o Hiram ficamos com a Beth, tudo bem?

– Sem problemas, papai. Obrigada. – a diva deu um beijo em cada um – Até amanhã.

Os dois deram boa noite para Quinn e se retiraram. As duas permaneceram mais algum tempo no jardim, dançaram e, quando já não aguentavam mais, resolveram ir para o quarto. Deram boa noite a todos e subiram.

Entraram no quarto de Quinn e trancaram a porta. Por um minuto, apenas se olharam.

A loira ficou de frente para a diva, apenas a poucos centímetros. Rachel engoliu seco.

– Enfim sós – Rachel brincou.

– Sim.

Quinn não desviava os olhos da morena. Sentia a respiração pesada. Levou as mãos até as alças do vestido, fazendo com que a peça deslizasse pelo corpo, até cair no chão, ficando apenas de lingerie.

– Toma banho comigo? – pediu.