POV Teddy

Todos pareciam surpresos demais para se mover. Era assustador encarar os dois corpos ali no chão, um casal. O homem com cabelos brancos arrepiados e óculos, a mulher de cabelos negros.

_ Oh Meu Merlin! – Lily arqueja fraquejando as pernas a tempo de Hugo lhe segurar. Lágrimas saiam escorrendo pelo seu rosto e suas mãos cobriam a boca.

A exclamação de Lily pareceu despertar todos nós. Victorie abraçou minha cintura mais forte e eu devolvi o aperto. Alvo cambaleou para trás e acabou sentado no braço de um dos sofás da sala, seus olhos verdes estavam marejados e não desgrudavam dos corpos.

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James se agachou ao lado dos bisavos e tocou na mão da mulher por um instante.

_ Eu não sei... Eu não sei como... contar para o James. – ele diz se referindo ao seu avô. – Nem sequer sabemos quem fez isso... Nós...

_ Temos que chamar Dumbledore, ele saberá o que fazer. – Rose diz respirando fundo visivelmente tentando ser racional. Mas era claro que tudo aquilo foi um choque para todos.

Alice foi se sentar com a ajuda de Hugo e Scorpius já que ela ainda estava machucada na perna. Dominique abraçou James no chão e eu suspirei algumas vezes tentando me controlar.

_ Eu vou falar com Dumbledore. – digo me recompondo. – Esperem aqui. – giro meus calcanhares e sinto Vic me segurar. – Preciso que fique aqui. – sussurro já prevendo o que ela ia falar.

_ Tome cuidado. – ela diz no mesmo tom. Afirmo com a cabeça e saio da casa dos Potter aparatando em seguida nos portões de Hogwarts.

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POV JAMES C. POTTER.

_ Estou lhe dizendo Pontas, ele não é confiável e você sabe disso! – Sirius diz mais uma vez. – Ele avisou os comensais sobre a fuga do pessoal!

_ Severo não faria isso, ele não nos trairia. – Lily diz categórica e os dois logo me encaram procurando uma decisão. Remo estava sentado mais afastado na sua cama com uma expressão pensativa e minha mente se encontrava uma bagunça.

_ Realmente, eu não sei o que pensar do Snape. – digo e vendo que Lily retrucaria, eu me apreso. – Não disse que ele nos traiu, mas... até pouco tempo eu confiava em Rabicho, e olha o que descobrimos sobre ele! – faço uma pausa para respirar fundo. – Agora, nós precisamos saber sobre Teddy e os outros... Quero saber se chegaram bem até minha casa.

_ Não precisa se preocupar, eles sabem se cuidar. – Remo diz pela primeira vez em tempos e se levanta. – Sirius tem razão, precisamos conversar com Snape.

_ O que? Você também desconfia dele Remo? – Lily pergunta indignada.

_ Lily... Snape mudou no futuro por conta de um grande arrependimento, mas nesse tempo ele não teve essa mudança. Ele é o mesmo rapaz tolo que passou a informação da profecia a Voldemort! E por mais que não tenha sido ele... Não podemos viver na dúvida.

_ Tudo bem, vocês querem tirar tudo em pratos limpos, então vamos. – a ruiva exclama nervosa. – Mas depois não digam que eu não avisei!

_ Não faremos isso. – digo me levantando com eles. Remo e Sirius saem do nosso dormitório e eu seguro Lily por um instante. – Promete algo para mim?

_ O que? – ela pergunta franzindo a testa curiosa.

_ Promete que... se Snape for culpado, você não vai ficar magoada... Como da última vez. – digo me referindo ao evento no nosso quinto ano.

_ Eu confio em Snape. – ela diz segurando nos meus ombros. – Acho que ele merece tal confiança por ajudar nosso filho no futuro.

_ Esse Snape ainda não ajudou nosso filho. – murmuro meio nervoso.

_ Vamos resolver isso logo James. – Lily diz me dando um beijo e enlaçando nossas mãos. Sirius e Remo estavam na Sala Comunal nos esperando e juntos seguimos pelos corredores até as masmorras. O castelo estava movimentado por mais que fosse tarde da noite. Muitos funcionários analisando os prejuízos da luta de mais cedo e alguns aurores rondando os corredores. Ninguém nos parou, talvez por estarem ocupados demais para isso, então chegamos a fria entrada para a Sonserina.

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_ Como chamamos por ele? – Sirius indaga.

_ Não podemos chamar atenção.... Se os outros comensais desconfiarem de Snape tudo vai por água abaixo. – Lily diz esfregando os braços de frio. Retiro meu casaco e coloco sobre seus ombros e recebo um sorriso. – Obrigada...

_ Então, como faremos p...Esperem. – Sirius diz passando por nós. No fim do corredor vinha um menino parecido com Sirius, o mesmo porte, os mesmo olhos e os mesmos cabelos. – Regulo.

_ O que você quer? – Régulo pergunto ríspido vindo para a luz e é percebível seu olho roxo.

_ O que houve com você? – Sirius pergunta de volta parecendo preocupado.

_ Não aja como se importasse para você. – Régulo diz passando por nós. – O que fazem aqui?

_ Régulo, nós podemos não nos entender, mas eu sou seu irmão. – Sirius diz sem se intimidar pela rudeza do irmão mais novo. – Eu me preocupo sim com você, mas já que não quer falar, não precisa.

_ Ótimo.

_ Mas eu preciso de um favor seu. – Sirius exclama antes do irmão se virar.

_ O que é? – Régulo indaga cruzando os braços.

_ Preciso que chame Severo Snape aqui, e preciso que isso seja feito discretamente. Muito discretamente. – Sirius responde frisando a última parte.

_ Ok. – Régulo diz depois um longo tempo analizando o irmão. – Só um coisa Sirius... – ele continua meio hesitante. – Eu não sei o que está aprontando, mas sei que é algo muito sério, então me escuta... Não se meta com o Lord das Trevas. Ele não é apenas um cara maluco por poder, ele é muito poderoso.

_ Eu sei com o que estou lidando Régulo. – Sirius afirma com uma expressão dura. – E espero, sinceramente, que você perceba logo o que é o certo... Antes que seja tarde.

Régulo apenas franze a testa e passa pela parede da Sonserina como nós passamos na Plataforma 9 ¾. Sirius se encosta na parede com o rosto escondido entre as mãos.

_ Você sabe que pode contar conosco não é? – digo apoiando uma mão em seu ombro e Sirius solta uma risada seca que parece um latido.

_ É... eu sei sim.

Não demora muito para Snape surgir no corredor olhando para os lados meio nervoso.

_ O que vocês querem? – ele pergunta ríspido como Régulo foi mais cedo.

_ Conversar. – digo pegando ele pela gola e o arrastando até a sala vazia mais próxima, que é a de poções. Lily acende algumas das velas da sala para iluminar e ficamos os quatro na frente de Snape.

_ Então, qual é o motivo da reunião surpresa? – Snape começa com seu usual tom sarcástico. – Vocês tem consciência que não podem vir assim e me chamar não é? Se um dos outros seguidores nos ver tudo acaba!

_ Não vai demorar, só preciso fazer uma pergunta. – digo cruzando meus braços. – Como eles sabiam que o pessoal do futuro iria sair do castelo essa noite?

_ Eu contei a eles. – Snape responde dando de ombros. Ele disse tão naturalmente que eu demorei alguns segundos para absorver a resposta.

_ Você... VOCÊ É UM IMBECIL! – Sirius grita avançando em Snape e segurando-o pela gola da camisa. – Como pode ser tão cínico ser traidor desgraçado?

_ Eu. Não. Sou. Um. Traidor! – Snape diz se soltando com dificuldade de Sirius.

_ Como não? – Lily pergunta com a voz tremula. – Como pode avisá-los Severo? Como pode colocar a vida daquele pessoal em perigo? Nossa vida em perigo! Você... fingiu que estava do nosso lado e...

_ Eu não trai vocês. – Snape diz com calma. – Os comensais não sabem que eu fiz um acordo com vocês, eles acham que eu escutem uma conversa sobre uma fuga hoje a noite e contei a eles.

_ Porque? – Remo pergunta exasperado.

_ Porque, meu caro Lupin, eu preciso ter a confiança deles. Mais do que já tenho. – Snape responde entre dentes. – Eu descobri algumas coisas... Os Malfoy guardam um objeto muito valioso no cofre secreto deles, embaixo da sala de estar. E eu descobri que a rumores de que o Lord das Trevas andou visitando um rochedo, uma caverna...

_ Então você contou sobre a fuga para conseguir a confiança necessária. – repito suspirando. – Snape, até que faz sentido, mas você arriscou a segurança de muitos. Teve pessoas feridas nesse ataque!

_ Eu sei, mas eu não sou muito de me preocupar com as consequências superfulas. – ele diz quase sussurrando. - Eu prometi ajudar a caçar os objetos, as horcruxes, mas não é por isso que eu vou me tornar um herói santo como vocês. As pessoas feridas no ataque se feriam por conta delas... E ninguém morreu. Agora, se me derem licença, eu vou dormir. E os aconselho a fazer o mesmo. – ele vai em direção a porta e sai em segundos, nos deixando em silencio.

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_ Ainda não confio nele. – Sirius diz por fim enquanto já íamos de volta ao nosso dormitório. – Ok, o que ele fez até que faz sentido mas... Foi muito arriscado, e ele não se preocupa com as pessoas, e devia ter nos consultado!

_ Sirius, vamos encerrar as discussões por hoje, o dia foi muito agitado. – Lily diz suspirando segundos antes de uma morena agitada surgir na nossa frente.

_ Onde vocês estavam? O diretor quer falar com vocês, só vocês. – Marlene diz meio emburrada.

_ Dumbledore deve ter noticia dos meninos. – digo parecendo meu pai falando de mim e Sirius. Sigo com Lily, Aluado e Almofadinhas até a sala do diretor e dissemos a senha que era a mesma da semana anterior, quando estivemos ali. Subimos a escada em caracol afobados e Lily bate na porta rapidamente.

_ Entre.

Entro depois de Lily e encontro Dumbledore em pé atrás de sua mesa e Teddy do outro lado do móvel. Sinto uma estranha agonia ao ver Teddy ali, porque ele não devia estar aqui, então algo deu errado.

_ Teddy, o que houve? – Remo pergunta atrás de mim parecendo tão preocupado quanto eu.

_ É melhor se sentarem. – Dumbledore diz em uma voz soturna que faz minha preocupação aumentar.

_ Não quero me sentar. – digo ansioso. – O que houve? Porque está aqui Teddy? O q... Os meninos, Lily, Rose... todos eles... estão bem?

_ Sim, nós conseguimos sair daqui sem grandes problemas. – Teddy responde esfregando as mãos em nervosismo e por isso não consigo me tranquilizar com a informação. Se eles estão bem porque tudo isso? O que tem de errado?

_ James... Quando Teddy e os outros chegaram na sua casa, houve um problema. – Dumbledore diz cauteloso demais e o suficiente para me coração começar a se acelerar. – Eles tiveram que arrombar a casa, porque ninguém atendeu...

_ Não... Não, meus pais estão em casa. Eles não saem muito. – digo sentindo uma falta de ar estranha. – Eles não...

_ James, eu sinto muito... Mas Charlus e Dóres, foram encontrados mortos por eles. – assim que Dumbledore diz eu sinto a coisa mais agonizante da minha vida. É mais que uma falta de ar, é mais que um desespero, é quase uma dor física. Como se alguém me apunhalasse no peito.

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_ Não... N-Não... – babulcio sentindo o gosto salgado das lágrimas que eu nem percebi derrubar. – NÃO! ISSO É MENTIRA!

_ James... – vejo o vulto de Lily na minha frente e me agarro nela para ver se a dor para.

_ Me diz que é mentira. – sussurro para ela. – Eles não... Como? – me solto de Lily de supetão e encaro Teddy. – Como... Como foi que acharam eles? O que... O que aconteceu?

_ Maldição da Morte, provavelmente... – Teddy responde com a voz rouca. – Estavam os dois, deitados, lado a lado no chão da sala...

Um barulho de algo quebrando chama nossa atenção e vejo Sirius jogando alguns livros nas prateleiras da sala. Ele não chorava, mas parecia tão agonizado quanto eu.

_ Sirius... – o chamo fungando e ele se vira para mim meio transtornado.

_ Nós vamos vingá-los James... Nós vamos achar quem fez isso... E nós vamos v-vingá-los! – eu o abraço sem me importar de chorar junto dele, que não aguentou mais segurar as lágrimas. Um maldito vazio começou a crescer dentro de mim me desesperando e eu me soltei de Sirius segurando seus ombros.

_ Nós vamos vingá-los Sirius... – prometo olhando nos olhos do meu irmão e me permito render-me mais uma vez a dor.