Amizade

Santuário – Grécia

Ikki chega ao santuário pouco antes de Manigold e Camus, os três vão á sala do grande mestre informar o que descobriram.

–Ah Aldebaran... – Diz Atena abaixando a cabeça. – Então ele realmente se foi...

–O que faremos senhorita? – Pergunta Kiki.

–Eu não sei, por hora devemos recuar; a barreira de Hades é poderosa, creio que Aldebaran conseguiu vencer graças á ajuda de Ikki pois como já sabem, dentro da barreira os cavaleiros só podem usar 10% de seu poder.

–Mas não há nada que possamos fazer a respeito? Quebrar a barreira ou ao menos enfraquecê-la? – Pergunta Camus preocupado.

–Seria possível enfraquecê-la usando o cosmo de Atena; uma vez que esse corpo que ela está usando já foi utilizado pela mesma; e portanto pode aguentar mais gasto de energia, porém o período pelo qual ela faria isso seria pequeno para que ela não enfraquecesse demais e ficasse demasiado fraca para o combate final contra Hades. – Diz Kiki a todos.

–Em outras palavras estamos ferrados. – Diz Manigold revirando os olhos.

–Não, ainda podemos vencer. – Leni entra na sala confiante. – Só precisamos de um bom plano.

–Que plano? – Pergunta Manigold o encarando.

–Eu não sei, mas como certeza pensaremos em um.

–Leni está certo, podemos vencer! Derrotamos Hades em inúmeras guerras santas; podemos vence-lo novamente. – Diz Kiki. – Por favor não ajam por conta própria e não deixem o santuário sem permissão; querendo ou não estamos em menor numero e mais vulneráveis.

Kiki finaliza sua frase e todos se dispersam. Manigold puxa Leni para um canto.

–Alguma noticia sobre Loki? – Ele pergunta.

–Nenhuma Manigold. – Leni abaixa a cabeça e se retira.

O resto da tarde se passa muito tranquilo; a maioria dos cavaleiros treinam enquanto Ísis e Albafica conversam.

A noite cai no santuário e Sasha é surpreendida por El Cid na casa de Áries.

–Desculpe, te assustei? – Ele pergunta caminhando até ela.

–Não, está tudo bem. – Ela responde.

–Sei que você e Ísis são muito amigas; e reparei que ela e Albafica tem conversado bastante ultimamente, você disse algo á ela? – Ele pergunta.

–Na verdade sim; contei sobre a história de sua vida e sobre seu sangue venenoso.

–Entendo. Mas uma coisa me deixou curioso; como ela passa tanto tempo ao lado de Albafica sem ser contaminada?

–Por causa do veneno do escorpião que corre em suas veias, o qual não é tóxico porém a protege.

–Ah sim, mas de qualquer forma acho bom que Albafica tenha alguém para conversar, ele sempre foi tão sozinho e...

El Cid olha para ela e ela o está encarando.

–O que foi? – Ele pergunta.

–Eu estava pensando... e queria lhe fazer uma pergunta. – Ela faz uma pausa. – Você mudou desde que chegou aqui? Quero dizer, você se sente diferente?

Ele a olha por alguns segundos como se procurasse as palavras certas para usar.

–Sabe, eu sempre admirei muito o cavaleiro de sagitário da minha época; seu nome era Sísifo; porém apesar de toda essa confiança e amizade, nós éramos muito diferentes em nossas personalidades. Sísifo era muito forte, porém tinha um coração muito bondoso... Uma de suas maiores virtudes; porém também seu ponto fraco. Eu por minha vez só pensava em afiar mais e mais minha espada e raramente queria alguma companhia. Alguns até diziam que meu coração era uma lâmina; assim como minha espada. Mas quando cheguei aqui, reparei muito em você e em Aioros; Aioros é muito parecido com Sísifo, o que me trouxe diversas lembranças do passado. Quanto a você, fiquei curioso sobre seu estilo de luta e queria saber um pouco mais; mas a medida que fomos nos conhecendo comecei a gostar de você, você me trás a vontade de ter uma amiga, vontade a qual há muito tempo havia abandonado... – Ele finaliza. Quando volta o olhar para Sasha vê que ela está com a cabeça baixa, parecendo triste... talvez pensativa. – O que foi Sasha? Porque me perguntou isso?

Ela levanta a cabeça e o olha com um olhar compreensivo, porém triste.

–Eu sempre caminhei sozinha, sempre me virei, nunca precisei de ajuda. Depois que fui para um orfanato me senti muito sozinha e fazia de tudo para não me apegar as pessoas, porque tinha medo de me separar delas... porém quando conheci a Ísis esse meu pensamento se modificou um pouco; e agora que conheci você, quase não penso mais nisso...

Ele a olha, tira uns fios de cabelo do rosto de Sasha, e depois coloca a mão em seu ombro dizendo:

–Você não precisa mais se virar sozinha, você tem a mim agora.

E então ele beija sua testa e sorri. Ela sorri de volta.

Ele desvia o olhar.

–Sabe, acho que você deveria conversar mais com Asmita. Ele nunca foi de falar muito com as pessoas, mas vive conversando com você, mesmo que telepaticamente. – Ele diz caminhando de volta para a casa de Capricórnio. – Boa noite Sasha.

Depois que o cavaleiro de Capricórnio some na sombra da casa de Áries ela diz baixinho:

–Boa noite El Cid... Vejo que você ainda é um pouco solitário; espero que isso mude com o tempo.

...

Amanhece no santuário e Sasha acorda com uma voz que chama pelo seu nome.

É Aioros.

–Sasha você sabe se Leni passou por aqui? Kiki disse ontem para não sairmos do santuário, mas ele não está em nenhuma das doze casas.

–Ã? Ah, acho que sim... ele disse alguma coisa sobre caridade. – Ela diz sonolenta. – Ah sim, ele disse que ia para a escola que existe na vila; acho que ele ia ensina-las a se defender ou algo assim.

–Ah está certo! – Aioros se retira.

Sasha perde o sono depois disso e começa a se lembrar do que El Cid lhe havia dito sobre Asmita, decidiu então seguir os conselhos do amigo indo até a casa de Virgem; quando estava na casa de câncer foi barrada por Manigold.

–Não devemos em hipótese alguma deixar de proteger nossas respectivas casas, ainda mais agora que perdemos Aldebaran. Volte agora para a casa de Áries.

Ela responde:

–Não há sinal de espectros Manigold. Caso haja e eles passem pela casa de áries antes da minha chegada pode me dar um sermão desses.

Manigold contrariado a deixa passar.

Sasha chega á casa de virgem e sente o cosmo de Asmita. É um cosmo calmo, porém poderoso.

–Sasha é você? – Ele pergunta enquanto medita.

–Sim; mas como você sabe se não me vê?

–Eu posso não ver, mas enxergo muitas coisas além da visão. O que veio fazer aqui?

–Ah, eu não sei exatamente. Foi mais por umas coisas que ouvi de um amigo.

–El Cid?

–Como sabe que foi ele? – Ela pergunta surpresa.

–Isso é bem típico dele. O que ele lhe disse?

–Disse que eu deveria vir conversar com você pois você não é muito de falar com as pessoas porém sempre conversa telepaticamente comigo...

–De fato isso é verdade. Não gosto muito de usar as palavras e você me transmitiu uma energia muito positiva, por isso converso com você as vezes.

–Entendi. – Ela responde extremamente sem graça. – Asmita, o que é típico de El Cid?

–Querer que as pessoas formem laços de amizade.

–Ah. Bom acho que já vou indo. Tchau.

–Tchau Sasha. – Ele responde dando risada da cena que havia presenciado.

Inferno – Mundo dos Mortos

Dois homens aparentemente iguais conversam calmamente entre si. Um deles possui cabelos loiros e o outro cabelos negros. A primeira vista essa é a única diferença visível entre os dois.

–Hypnos, acho que é chegada a hora de nos intrometermos. – Diz o Moreno.

–Acalme-se Thanatos. Conversarei com Hades antes de tomarmos alguma providência. – Responde o loiro.

–Hades não está fazendo nada a respeito. Tenho certeza de que ele não se aborreceria se mandássemos alguns de nossos servos ao encontro dos cavaleiros. – Diz Thanatos.

–Muito bem. – Hypnos responde. – Oneiros, Phantasos, Icelos, Morfeus.

Assim que Hypnos termina suas palavras quatro figuras aparecem diante dos dois.

–Diga Hypnos. – Dizem os quatro se curvando.

–Quero que vão até o santuário. Podem se divertir um pouco. – Ele responde rindo.

Os quatro partem então para o santuário.