Um começo diferente

Pais e filhos


Raiva, ódio e nervosismo... Sentimentos que Kim Fischer tinha em seu coração e mente naquela tarde, ao voltar para casa.

“Como pode? Até fora de cena a Teresa me atrapalha?” ela se perguntava.

Entrou em sua casa batendo a porta com força, sem perceber que seu pai vinha logo atrás de si, e se jogou no sofá.

– Kim, isso é jeito de entrar? – Greg a repreendeu

– Desculpa – ela respondeu

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– Oi querido! – disse Mary descendo as escadas – Que bom que está em casa, Teresa quer falar com você – aquelas foram as palavras que levaram a irritação embora.

– É mesmo? O que aconteceu?

– Ela está te esperando na cozinha. – ela ignorou a pergunta dele – Kim, vamos!

– Pra onde? – perguntaram pai e filha

– Eu a Kim e os meninos vamos jantar fora para você e Teresa poderem conversar...

Sem muitas reclamações, as quatro crianças saíram da casa com a promessa de um delicioso hambúrguer e batatas fritas.

Gregory se dirigiu vagarosamente até a cozinha, sem saber o que ele podia encontrar lá.

– Oi Greg... – cumprimentou Teresa sentada à mesa com uma de suas deliciosas tortas de amora.

– Oi Rees... Essa é a sua torta?

– É. Fiz pra você!

– Wow... Obrigado – desconfiado, Greg não segurou a pergunta que pairava sua mente – A que devo a honra?

– É que... Desde que aconteceu a história do Patrick, a gente não conversou direito.

– Hum. E sobre o que quer conversar?

– Quero pedir pra você me deixar falar com o Patrick de novo.

– O quê?

– Greg, olha... Você sabe que eu não beijei o Patrick, e que a Kim está mentindo para você descaradamente.

– Teresa – Greg levantou-se na mesa – eu agradeço pela torta m-

– Senta! – ela aumentou o tom de sua voz, fazendo-o parar de falar. Ele, porém, permanecia de pé – Por favor... – ele pediu gentilmente

– Eu não entendo q-

– Eu gosto do Patrick – ela o interrompeu novamente – E... Quero te pedir isso como meu presente de aniversário.

– Não, isso já é chantagem...

– Não é chantagem, Greg! – ela falou tentando interrompê-lo de novo, porém não obteve sucesso

– ... Eu não vou voltar atrás na minha decisão, e você sabe muito bem disso... – Teresa abaixou a cabeça, e só então Greg percebeu que ele estava gritando – Desculpe, eu não quis gritar com você...

– Se você não acredita em mim por que não testa a Kim?

– Testar como?

– Peça dicas para o senhor Jane de como saber se uma pessoa está mentindo, e então fale pra ela te contar a história de novo.

Gregory considerou o que Teresa lhe pedia e chegou a conclusão de que não tinha nada a perder...

– Você está mesmo disposta a isso? E se eu descobrir que ela está falando a verdade? – ele perguntou

– Não vai.

– Está bem – ele concordou finalmente – Então vamos fazer assim: caso você esteja certa, e a Kim estiver de fato mentindo... Eu deixo você voltar a falar com o Patrick. Caso contrário você vai ficar duas semanas indo dormir às sete horas da noite, além de não poder falar com o Patrick.

– Fechado! – ela disse, mas logo o silêncio tomou conta do ambiente, e as dúvidas aproveitaram a deixa e entraram a mil por hora na mente de Teresa – Por que você não consegue acreditar em mim? – ela perguntou

– Não é que eu não acredite em você, filha... Mas é que eu e Kim sempre fomos muito próximos, e ela nunca mentiu pra mim.

– Mas agora ela tem com quem competir a atenção...

Mais uma vez silêncio.

– Você... – Greg começou inseguro – Você vai voltar a me chamar de pai?

Teresa, que já estava com os braços cruzados, não respondeu de imediato; antes desviou seu olhar diversas vezes, até, finalmente, olhá-lo nos olhos para responder:

– Só se você me der um abraço... – ela sussurrou e sem titubear, Greg se levantou do seu assento e a envolveu em seus braços carinhosamente.

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– Eu amo você, Teresa! – ele lhe falou ao ouvido e a puxou para cima, pegando-a no colo.

– Eu também te amo, pai!

...

Já passavam das onze horas da noite, e a maioria dos adolescentes daquela cidade já estavam embalados no sono.

Exceto por Patrick, que esperava o pai voltar do “encontro” dele, com as luzes da casa apagadas

Alex destrancou a porta calmamente, evitando fazer barulho e não acordar ninguém, mas uma luz atinge seus olhos, na visão periférica e ele, então, se vira para ela.

– Patrick! – assustou-se ele – Achei que já estivesse dormindo

– Não consegui. Você sabe como sou... Quando tenho uma dúvida muito grande não consigo pregar os olhos – respondeu o menino

– E que dúvida é esta, filho?

– Onde o senhor estava?

– Ué... Você sabia onde eu estava. Fui no Peter’s com a Melanie

– Mentira! – constatou o menino, embora seu pai não demonstrasse sinais de mentira

– Como é?

– Melanie veio aqui durante seu suposto encontro, procurando por você...

Alex prendeu a respiração por alguns instantes...

– Ok, eu... – ele soltou o ar – Não há razão para eu mentir para você. Me desculpe.

– Está bem... Mas aonde você esteve?

– Eu... Aquela hora, no telefone... Era... Era...

– Era...? – Patrick o encorajou a continuar

– Sua mãe

Agora quem prendeu a respiração por alguns instantes foi Patrick.

– Como? Ela está de volta? O que ela quer?

– Ela disse que não deveria ter nos deixado...

– Ah, que bom que ela percebe isso agora – disse o menino ironicamente

– Ela quer conversar com você...

– O quê?

– Pedir desculpas... Ela quer voltar a participar da sua vida, Paddy.

Patrick olhou, incrédulo, para seu pai. Pensou em um milhão de respostas, sempre expondo sua indignação com a situação, e dentro de segundos, enfim, escolheu uma das respostas:

– Eu nem vou falar nada... Já sabe mina resposta! – e com isso subiu para seu quarto, jogando-se na cama e obrigando-se a dormir, por mais difícil que fosse.

...

O Sol ainda não havia nascido, quando Patrick Jane se levantou da cama, cansado de esperar o sono chegar.

Abriu seu guarda roupa e vestiu algo qualquer, e então pegou sua mochila que estava repousada em cima da escrivaninha e foi até a cozinha.

De dentro do armário retirou quatro pacotes de bolachas recheadas e dois salgadinhos, depois abriu a geladeira e pegou duas garrafas de água, e colocou tudo o que havia pego dentro da mochila.

Caminhou até a porta e deteve-se por um segundo, considerando em sua mente se ele deveria realmente fazer isso, e então, lembrou-se na manhã seguinte da qual sua mãe os abandonara, e seguiu com seu plano, girando a maçaneta e saindo, sem olhar para trás.

Alex Jane dormira tranquilamente a noite toda. Ele sabia que, apesar da chateação de Patrick, o menino acabaria por ceder e prosseguir com a situação racionalmente.

Levantou-se e foi até o quarto de seu filho para acordá-lo, mas não o encontrou lá.

Desceu até a cozinha e viu a porta do armário de guloseimas aberto... E vazio!

Tirando a única conclusão possível, ele saiu correndo pela casa, gritando o nome do menino, porém o único resultado que obteve, foi acordar aos sustos a sra. White.

Será que Alex conhecia mesmo seu filho?