Tentação Potter

Capítulo XIII: she's like the wind


Dei duas batidas firmes naquela porta branca.

O que quer que acontecesse agora, seria puramente arte do destino. Todas as palavras que saíssem de minha boca seriam puro sentimento e impulso. Não podia desperdiçar as oportunidades que estava sendo ofertado. Em algum momento do futuro talvez ela achasse que se tratasse de uma brincadeira de mal gosto e não me desse crédito.

Respirei fundo.

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she’s like the wind through my tree

she rides the night next to me

— Sirius? - sua cara de sono só não foi melhor que visualizar sua imagem vestida apenas em um lingerie. – Aconteceu alguma coisa?

— Preciso conversar com você.

— Agora? – bocejou. – Eu estava meio que dormindo...

— Sim, é importante. – intensifiquei. – Talvez amanhã eu não consiga falar mais, preciso da coragem de agora.

— Certo... – mordeu o lábio inferior. – Encontre-me no escritório de papai daqui cinco minutos, você já viu demais o meu corpo para pouco tempo.

Piscou, fechando a porta com uma risadinha.

she leads me to moonlight

only to burn me with the sun

Cada passo até aquele escritório foi contado minuciosamente. A casa parecia desabitada naquele horário. As primas do mal de Potter resolveram sair para curtir uma festa, ou assim ouvi quando as deixei na parte da piscina conversando com Jimmy e Lily; os mesmos já deviam estar no décimo quinto sono por agora; Remus e Dorcas estão realmente sumidos esses dias, acho que posso contar nos dedos quantas vezes o vi essa semana; quanto a mim, estou andando de um lado para o outro à espera de uma maldita conversa.

she’s taken my heart

but she doesn’t know what she’s done

Ela entrou no cômodo no cômodo escuro, iluminado apenas pela Lua. Não era exatamente onde eu desejara contar-lhe tudo, no entanto... Caiu como uma luva para os meus anseios. Não há nada mais romântico que a Lua, certo? O vestido curto que a mesma pusera parecia ser tão macio quanto a seda.

— E então?

Am i just fooling myself

That she’ll stop the pain?

— Lethícia... Eu estou com medo. – sussurrei, tocando sua mão. – Medo de tudo que pode acontecer a partir de agora.

— Isso tem a ver com o segredo que ninguém quer me contar?

Assenti, constrangido.

— Eu sei que ficar sem saber de algo é terrível, mas você tem que entender que pedi segredo para todas as pessoas que sabem. Não por vergonha, claro.

— Sirius, você está apaixonado pela Lily? – questionou, seriamente. – Ou pela Dorcas? E com medo de que eu fique chateada ou algo assim? Porque se for isso, não...

Gargalhei.

Era mais fácil supor que eu estava apaixonado por alguma de suas amigas do que por ela mesma. Só essa morena para sequer considerar aquela situação. Eu possuía alguns princípios sobre as pessoas cujos meus amigos gostavam. Então nem em um milhão de anos pensaria em ter qualquer tipo de relacionamento com Evans ou Meadowes. A não ser claro, que eu quisesse acelerar a minha morte.

— Não, não é isso. – murmurei, ainda com resquícios de risos. – É complicado falar sobre isso. Quero dizer, imaginei esse momento tantas vezes... E agora finalmente está aqui. Real!

— Você está me assustando.

— Desculpe-me. – tornei a falar baixo. – Faz algum tempo que... Não! É que, Lethícia... Não! Eu não consigo arranjar as palavras corretas. Tem tanta coisa que eu quero te contar e ao mesmo tempo não consigo expressá-las.

Seu sorriso foi terno ao passo que ela se aproximou de mim, tocando meu rosto suavemente. Como uma pessoa conseguia mandar tantos sinais confusos para outra? Geralmente nós, homens, conseguimos perceber quando uma garota quer ou não ficar com a gente. Ela, no entanto...

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— Fique calmo.

— Certo. – assenti. – Olhe, não vou me preocupar com as palavras agora, se não nunca direi o que pretendo.

— Tudo bem por mim.

— Lethícia, eu tenho me sentido estranho faz algum tempo.

— Você está doente? – arregalou os olhos preocupada. – Oh, meu Deus! Vamos...

— Cala a boca. – expressei, pondo minha mão em seus lábios. – Eu não estou doente. A única coisa que me aflige é o amor. E minha tentativa de não soar gay acabou de falhar. De qualquer forma, eu estou realmente apaixonado. Não é por nenhuma de suas amigas, é por você.

— Hein?

— Como é que você me vem com esse papinho de Lily e Dorcas? É óbvio que estou apaixonado por você! – encolhi os ombros, olhando-a expressivamente.

A garota não falou nada, apenas arregalou os olhos e caiu sentada em uma das poltronas que compunham a mobília do lugar. Sabia que seria assim. Primeiro ela vai ficar louca, dizer não umas milhões de vezes, então ficará com pena e dirá que infelizmente não pode ficar comigo. Bloody hell! Por que sempre escolho esse tipo de gente para me apaixonar?

living without her

i’d go insane

— Sirius, eu...

— Ok, não precisa dizer nada. – retruquei, conformado. – Entendo que você não queira ter nada comigo.

— Olhe, não seja estúpido. – sorriu. – É óbvio que eu não iria querer nada com você!

— Não precisa esculachar. – toquei meu peito, fingindo que havia ficado sentido.

Seu rosto, pelo que eu podia ver, parecia indecifrável. Levantou-se da cadeira e caminhou até mim, se pondo na ponta dos pés para alcançar meu ouvido e sussurrar um segredo:

— Agora, no entanto... Você não parece nem um pouco com você! – exclamou, um pouco surpresa. – Não vou negar que sinto uma atração intensa por você, até porque a eu bêbada já confessou. Mas eu não vou ser hipócrita para dizer que te amo.

Assenti, pronto para abandonar aquele cômodo. Tudo que eu precisava nesse momento era me afogar em muito uísque de fogo e talvez até ligar para alguma das minhas amigas. Não queria ter que lidar com a dor agora. De jeito nenhum. Exalei profundamente.

— Espera! – segurou firmemente meu braço. – Eu ainda não terminei, senhor.

— Eu não sou bom com essas coisas e me custou muito estar aqui com você. – segurei a mão que me impedia de sair dali. – Não preciso continuar para me ver sendo dispensado.

— Ninguém falou nada sobre você ser dispensado, senhor. – disse, puxando-me para perto pelo quadril. – Eu disse que não o amo... ainda. No entanto estou tentada a lhe dar uma chance.

— Potter...

— Você vem me provocando demais, Sr. Black. – sua risada foi instigante. – Agora é a minha vez.

— Não esteja tão segura quanto isso, Srta. Potter.

Um sorriso travesso compôs seus lábios e ela enroscou-se em mim, como se fossemos dançar. E iríamos, de certa forma. Pus minha mão em sua cintura aproximando nossos corpos e então... Beijei-a. Com força e sem reservas. Esperei muito tempo para provar sua boca novamente.

Ergui seu corpo, facilitando o beijo um pouco mais.

— Uhm, que tal levarmos isso até a escrivaninha? – sussurrou, com a respiração descompassada.

Caminhei concentrado em não derrubá-la nem cair. Foi um pouco complicado devido à falta de luz, no entanto consegui fazer isso com perfeição. Joguei no chão todos os papeis, lápis e a parafernália que podiam me impedir de consumir aquele ato de uma vez por todas. A satisfação me embalava inteiramente.

Delicadamente a coloquei ali.

— Agora, querida. – anunciei. – Você não pode voltar atrás.

— Não irei por nenhum segundo. – piscou. – Agora vamos aos negócios, Sr. Black.

Toquei seus lábios com os meus suavemente enquanto a fazia minha. Palavras não chegam a descrever o momento tão sublime que eu havia experimentado em tão pouco tempo. Parecia surreal como tudo aquilo estava acontecendo e tão rápido! Talvez fosse um sonho.

Eu realmente esperava que não.

feel her breath on my face

her body close to me

can’t look in her eyes

she’s out of my league

alguns minutos depois...

O corpo da morena repousava tranquilamente no meu, sua respiração buscava se normalizar. Acariciei suas costas e ela se ergueu, usando meu peito como apoio para seus cotovelos. O sorriso em sua boca parecia realizado e os cabelos bagunçados, apenas um toque especial.

— Obrigada.

— Por que você está agradecendo?

— Eu estava com uma dúvida sobre o que eu sentia.

— Você disse que não sentia nada por mim.

— Não, o que eu disse foi que não te amava, não que eu não sentia nada.

— Atração não conta. – repliquei, erguendo as sobrancelhas.

— Esse é o ponto. – riu. – Não é apenas atração. Se fosse apenas atração, teria passado após o estrago que fizemos aqui.

Ela se sentou e me puxou para que eu fizesse o mesmo.

— E então, Srta. Potter, o que é que você sente?

— A verdade, Sr. Black... É que eu ainda estou com algumas dúvidas. – suas feições tornaram-se pensativas.

— Na minha opinião de profissional, você deveria me deixar ajudar a descobrir o que realmente sente.

— Eu acho que isso seria uma delícia!

Sorriu e eu a tomei em meus braços novamente.

A noite seria agradabilíssima, presumi, e pensei em como, não importasse a situação, sempre seria assim contanto que eu estivesse com ela.

just a fool to believe

i have anything she needs

she’s like the wind