Tem namorado ?

—O que ? -Perguntou ela assustada.

—Beber ué! Vai me dizer que você nunca bebeu ? -Perguntei atravessando a rua e dobrando a esquina.

Em todos esses anos de amizade nunca vi a Zaine beber, ele também nunca me falou nada sobre o assunto e eu nunca perguntei.

—Não, claro que já né, mas sei lá, assim de dia, na cara de pau? E nos somos menores de idade ninguém vai vender bebida pra gente!

Ah! Até parece que ela não em conhece.

Sorri, malvada.

—Calma ruiva, eu tenho meus contatos, relaxa.

Entrei no bar.

Estava vazio, as cadeiras de madeira, todas em cima das mesas.

A decoração rustica ainda era a mesma, o lugar era médio e tinha uma escada do meu lado esquerdo, do meu lado direito era aquelas máquinas de música antigas e algumas mesas.

Na minha frente tem o balcão e na parede atrás do balcão tem vários posters de várias bandas de rock e de vez em quando um ''FUCK YOU'' e '' WELCOME E SE VOCÊ NÃO PAGAR EU COMO VOCÊ'' escritos na parede com giz branco, eu ri.

—Kit-Kat!!! -Disse Flame vindo me abraçar.

Flame é uma velha amiga minha, ela é maior que eu pouco coisa, já que tenho um e sessenta e oito, e lindos cabelos verde água com mechas lilas, ela tem uns 27 anos mais ou menos, adoráveis olhos acinzentados e branca como leite, mais branca que eu, ela sempre foi como uma segunda mãe pra mim.

Flame é só uma apelido, mas ela nunca me disse seu nome verdadeiro, vai entender né ?

—Como você tá menina ? Cresceu ein ? E olha que cabelo lindo. -Disse ela sorrindo surpresa, me analisando e dando um tapa na minha bunda.

Sorri pra ela.

—To bem e você não cresceu nada ein ? -Eu disse e ela sorriu.

—Pelo visto você mudou muito! -Disse ela passando a mão no meu braço e sorrindo de forma tristonha.

—Mas quem é a ruiva ? -Perguntou ela sem apontar ou olhar pra Zaine.

—Zaine essa é a Flame, uma velha amiga minha. Flame essa é Zaine minha melhor amiga. -Disse apresentando as duas.

—Prazer, meu deus seu cabelo é muito maravilhoso!! -Disse Zaine pegando, de olhos arregalados, as madeixas de Flame, que sorriu.

—Jura ? Ha! brigada...

Deixei as duas tagarelando e fui pro balcão e pedi duas doses de tequila pro barmam ele me olhou meio desconfiado, mas trouxe minha tequila.

—Não é meio cedo pra beber ? -Perguntou ele, sorri pra ele.

—Nunca é cedo pra beber. -Falei sorrindo, levantando o shot de tequila e virando.

Desceu queimando pela minha garganta, bati a mão no balcão e provavelmente fiz uma careta, por que o barmam riu, me segurei pra não voar na garganta dele, peguei o outro e virei, fiz uma careta e com dificuldade falei:

—Me traz uma garrafa de vodka e uma cerveja. -Ele ficou me olhando. –Anda logo! -Gritei.

Abaixei a cabeça na mesa e fechei os olhos esperando pelo idiota do barmam.

O silêncio é uma parte pertubadora da solidão, acho que é por isso que a maioria desiste.

Levantei e fui em direção a uma maquiná de musica antiga olhei a playlist e coloquei uma moeda e apertei o botão 6 e começou a tocar Nirvana Heart Shaped Box, eu adoro Nirvana é minha segunda banda de rock favorita.

Sorri e voltei dançando pro balcão, minhas bebidas estavam ali e o barmam tinha sumido dei de ombros e abri a garrafa de vodka, me perguntando quanto aquilo custava, e virando no bico mesmo por que aqui o bagulho é escroto, logo escutei as meninas gritando '' vira, vira''.

Meus olhos começaram a encher de água e minha garganta parecia que eu tinha comido carvão de tão quente, parei de beber no quinto gole e a Zaine arrancou a garrafa da minha mão a olhei assustada, ela só sorriu e virou a garrafa na boca.

Nunca pensei que essa atitude viria logo dela né, mas tudo bem.

Dei de ombro e abri minha cerveja, dei um gole e observei as meninas, fui pro meio do bar e comecei a dançar, as meninas me olhavam e riam revesando a garrafa de vodka.

Encontrei o barman, estava escorado no balcão sorrindo e me observando, até que ele era gatinho alto, pele clara, meio musculoso, cabelo na altura do ombro castanhos e olhos castanho escuro, sorri pra ele e o chamei com o dedo, que deu um sorriso malicioso hiper mega ultra safado que o fez ficar dez vezes mais atraente, ou era a bebida mesmo, ele veio e me pegou pela cintura e puxou pra mais perto e começamos a dançar.

*

Eu rodava, rebolava e me contorcia, enquanto ele se mexia com habilidade e me seguia. De algum jeito ele fez minha dança estranha virar só uma dança.

Eu sorria e ele me rodava, me soltei dele e fui até as meninas peguei a garrafa de vodka e entornei, quando meus olhos começaram a arder a garrafa foi arrancada de mim, olhei pro ser e era o barman que até agora eu não sabia o nome.

—Olha, pra uma garota assustadora que eu acabei de conhecer até que você é divertida. -Disse ele dando um sorriso de lado e dando um gole na garrafa.

—E você parece um franguinho que se assusta fácil. -Falei caindo na gargalhada, a bebida realmente tinha feito efeito, ele deu de ombros e riu também, começamos a dançar de novo e as meninas também.

A essa altura eu tava cambaleando, minha cabeça rodava quando eu á mexia ou piscava os olhos.

Deixei as meninas e o barmam que até agora não sei o nome, dançando e fui pro balcão me sentei no chão e peguei meu celular, olhei com dificuldade as horas, eram três da tarde.

Dei de ombros e guardei o celular, vi a Flame ir em direção ao balcão e entrando na cozinha, vi o barmam e a Zaine sentados numa mesa, me levantei e fui até lá, me sentei e observei os dois que estavam no maior silêncio, a Zaine mexia no celular e dava sorrisinhos de vez em quando, o barman estava com uma garrafa de whisk na mão, eu peguei e dei um gole, ele riu quando fiz uma careta e comecei a tossi, ele deu batidinhas leves nas minhas costas.

—Eu to bem. -Falei, tomando mais um gole, ele deu de ombros e só acenou. -Então, qual seu nome ? -Perguntei.

—Delsing. -Disse ele passando a mão nos cabelos -Sou solteiro, se é isso o que você quer saber. -Acrescentou ele sorrindo, revirei os olhos, convencido.

—Olha Delsing, se era uma cantada não funcionou, sorry! -Falei fazendo uma carinha triste, ele sorriu e concordou.

—Gostei de você! Tem namorado ? -Perguntou ele na maior cara de pau.

—E se eu tivesse, é da sua conta ? -Rebato, dando um sorriso irônico, ele sorri desafiado entrando no meu jogo.

—Não. Mas se eu pedisse com jeitinho você diria ? -Sussurrou ele se inclinando sobre a mesa, nossa distancia ficou por um fio.

—Gente trouxe petiscos!

Anunciou Flame trazendo uma bandeja com linguiças fritas, rodelas de limão e três cervejas.

Sorri e ataquei a bandeja esquecendo que a segundos atrás quase beijei o Delsing, espremi muito limão nas linguiças, que estavam com um cheiro ótimo e jogando dentro da boca peguei a cerveja abri e dei um gole e vi os outros se servirem, Flame sentou e eu me levantei fui e troquei de musica, coloquei uma animada e me sentei.

Anoiteceu e ficamos batendo papo na frente do bar, marcamos de nos encontrarmos qualquer dia desses e eu pedi um táxi por que eu sinto que se fosse a pé do estado que estou agora não andaria até a esquina, muito menos chegar em casa.

E lá estava eu bêbada sentada na porta do bar mexendo no celular junto com a Zaine, Flame e Delsing.

Flame já estava na faculdade cursando jornalismo, os pais dela se separaram pela milésima vez, eles tem tipo uma relação iôiô é irritante e o irmão dela foi preso por tentar hackear o computador de um banco, detalhe o irmão dela tem só 14 anos e é um gênio da computação e ela esta morando num apartamento no lado sul da cidade.

O Delsing é o tipo de menino problema que eu adoro, ele tá no segundo ano, assim como eu, nunca reprovou mas tem uma longa ficha na polícia por pichação e festas ilegais, tem 17 anos, como eu disse ele nunca reprovou mas começou tarde na escola dizendo ele.

Mora sozinho e ele não contou o que aconteceu com seus pais, mas disse que já passou por muitas famílias adotivas e não deu certo então resolveu morar sozinho depois que chegou aos 16, mas isso ele contou só pra mim.

O táxi chegou me despedi da Flame e do Delsing ele me deu um beijo no canto da boca e um sorriso de lado eu só revirei os olhos e sorri, entramos dentro do táxi e lá nos fomos.

Durante todo o caminho eu e a Zaine ficamos rindo, contando piadas sem graça e caindo na gargalhada, coisas de bêbadas.

Chegamos em casa lá pras 10 da noite fazendo a maior arruaça e olha que estamos tentando fazer silêncio, o que não deu muito certo, esbarramos em varias coisas e fomos pros quartos, milagre minha mãe ainda não tinha chegado do trabalho agradeci muito a santa vodka por isso.

Tirei a roupa e fiquei só de calcinha e sutiã, desci as escadas fui na escada trombando em tudo e rindo que nem uma retardada, peguei um copo enchi de aguá e tomei, subi de novo e fui pro quarto me jogando em cima da cama e dormindo.

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