Quebrando as regras
A conversa.
– Eu estava esperando o momento certo para lhe contar... – Pigarreou. – Este seria o dia, mas não quando eu não estivesse, não queria que você fosse pega de surpresa...
– Ta, mas por que não me contou antes? – Murmurei, estava decepcionada sim, admito. – Você sempre sabe tanto sobre mim, papai. – Mentira, mas sabe o suficiente.
– Me desculpe, meu amor. – Continuava com aquele olhar de cão sem dono, era tentador de perdoar.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Pode me contar, por favor? – Desviei o olhar dele.
– Nos conhecemos em uma...
– Isso eu sei! Ela me contou. – O interrompi. – Quero saber quem é ela.
– Bom, ela é de Londres. – Começou. – É viúva e fotógrafa.
– Por que ela se mudou?
– Pois tem um irmão que mora aqui e teve alguns problemas com a família do falecido. – Deu de ombros.
– Ah, entendi. – Sentei ao seu lado. – Você gosta dela, papai?
– Minha filha, eu ainda não sei, porém, acho que está perto disto. – Virou-se para mim sorrindo. – Por enquanto, só há uma mulher que eu mais amo no mundo.
– Quem é essa piranha? – Fiz cara de brava teatralmente.
– Não é uma piranha, é uma cereja. – Papai riu ao me fazer cócegas, então parou e me deu um beijo na testa. – Eu amo você.
– Também te amo. – Disse o abraçando.
Depois meu pai levantou-se e foi até a porta, estava com um sorriso ainda nos lábios, quando abriu a porta virou-se, como se tivesse esquecido de dizer algo.
– Ah, Jenny tem um filho. – Mexeu no cabelo. – Você deve o conhecer, estuda na sua sala, olha que coincidência!
– Q... Quem? – Gelei. Não poderia ser quem eu estava pensando...
– David Jones. – Falou na maior tranquilidade. – Ele estava dormindo na casa de um amigo, mas ia voltar por esses dias, Jenny vai fazer uma surpresa a ele.
– Nossa... Legal. – Estava paralisada, fingindo ao máximo que tudo estava completamente normal.
– Sim, depois irá me apresentar a ele, sabe? Formalmente. Como eu queria fazer com você. – Ele riu. – Enfim, vamos descer para jantar!
– Vou já... – Forcei um sorriso. – Vá descendo.
Papai piscou para mim e depois saiu do quarto, fechando a porta.
Eu estava incrivelmente encrencada. Deitei-me na cama e fiquei olhando para o teto, ainda paralisada.
– Só me faltava essa! – Murmurei.
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