Capítulo 14 - Labirinto... Part I

Labirinto...

Lisa Pov on

acordei meio cansada, na verdade todos nós acordamos meio cansados... O dia de ontem foi bem tenso, mas pelo menos eu pude ajudar alguém e esse alguém parece ser uma pessoa incrível! Ainda não conheço muito bem a Eleonore, mas hoje tirarei o dia para conhecê-la melhor.

–Bom dia! - Falei abrindo um bocejo bem grande. Todos estavam tomando café da manhã, eu aparentemente fui a última a acordar... Estranho, pois o Arthur sempre me acorda...

–Bom dia - responderam Phil e Eleonore com sorrisos gentis no rosto, mas nenhuma palavra de Belinda, como já esperado e de Arthur... O que foi estranho...

–Está se sentindo bem Eleonore? - Perguntei tentando puxar assunto com a mais nova integrante do grupo.

–Sim Lisa e tudo graças a você - falou com um sorriso nos lábios, ela era realmente uma mulher muito bonita e parecia ser bem madura.

–Não precisa me agradecer - falei um pouco sem graça e ela riu baixinho.

–Você me tirou de uma onda de depressão, então eu preciso sim agradecer! E serei grata para sempre - falou um pouco emocionada e senti meu rosto corar um pouco.

–Então... De nada... - Disse e ela novamente sorriu.

–Bom dia meus jovens! - Chegou a dona da pensão... Aquela velha era bem sinistra...

–Bom dia - respondemos sem vontade, mas dessa vez fomos todos.

–Mas que clima estranho é esse que vemos aqui? - Perguntou Rose com um ar curioso é na verdade, nem eu sabia responder... Então o silêncio se fez no refeitório...

–Ora, as coisas estão meio chatas hoje... Pensei que vocês fossem amigos que se importavam uns com os outros, mas vejo que me enganei... - Disse Rose um tanto quanto desapontada e um aperto veio em meu coração... O que está acontecendo??!

–Somos amigos sim, senhora Rose - disse Arthur quebrando aquele silêncio infinito.

–Então qual o motivo do silêncio, meus jovens? - perguntou a mulher, agora com um sorriso esquisito no rosto.

–Para falar a verdade... Eu não sei... - Falou Arthur me deixando ainda mais confusa.

–Então precisamos mudar isso, não? - a senhora fez uma pergunta retórica e saiu do refeitório com um sorriso suspeito nos lábios.

–Ei gente... Porque isso? - Perguntei por fim e todos me olharam

–Eu é que vou saber? - Falou Belinda em um tom grosseiro e eu revirei os olhos -Só estou irritada por ter que dormir no mesmo quarto que esse elfo ridículo - falou bufando e eu a ignorei, enquanto Phil lançava à Belinda um olhar de raiva...

–Não tenho culpa de você querer estar no mesmo quarto que o ruivinhos ali - zombou Phil e Arthur ignorou - Acho que infelizmente, você ainda não percebeu que ele só tem olhos para outra! - Falou quase gritando e os olhos de Belinda se encheram de raiva enquanto olhava para mim... E eu corei bruscamente.

Phil levantou-se e saiu da pensão. Ficamos em silêncio até ele sair e então ouvimos o barulho da porta fechando com grande força... Provavelmente ele foi dar uma volta na floresta.

Olhei para Eleonore e ela tinha um olhar meio triste e confuso, provavelmente estaria achando que aquilo tudo seria culpa dela...

–Eleonore fica tranquila - falei colocando minha mão por cima da sua - Nada disso é culpa sua...

–Mas... Se eu acabar...

–Nem pense nisso - falei cortando-a - Somos todos amigos, mas temos nossas diferenças, então é normal haver algum tipo de desentendimento. - Terminei de falar e ela sorriu

–Realmente obrigada por tudo Lisa... - Falou e eu sorri, esse sentimento de ajudar uma pessoa é realmente uma coisa agradável.

–Quando que vamos chegar no Castelo de Hellis mesmo?! - Perguntou Belinda irritada... Acho que ela está na tpm...

–Acalme-se linda, chegaremos logo - respondeu Arthur com calma e a morena se irritou, levantando da cadeira e saindo também.

Sobrados apenas eu, Arthur e Eleonore na mesa do refeitório... Eu realmente não estava entendendo o que estava acontecendo... Mas do nada, do nada mesmo, um grande terremoto começou e podíamos ouvir o estrondo vindo do lado de fora da pensão.

Entramos em desespero, porque um terremoto assim do nada? E ninguém estava ali... Rose poderia estar em risco, ela é apenas uma senhora.

–Arthur! Temos que achar a Rose!! - Berrei por conta da barulheira que o terremoto estava causando

–Não se preocupem! Eu vou atrás dela... Vão atrás da Belinda e do Phil que estão lá fora! - Gritou Eleonore e eu e Arthur concordamos. Vimos Eleonore sair correndo enquanto se apoiava nos objetos da pensão.

–Vamos Arthur? - Gritei e ele apenas assentiu

Corremos para a saída da pensão e quando colocamos o pé para fora daquele lugar, as coisas voltaram ao normal. O terremoto parou e o chão continuava a mesma coisa... Só tinha uma coisa diferente... Aquele lugar não era mais uma floresta!

–A-arthur... O que aconteceu aqui? - Perguntei meio perplexa... E ele me olhou tão perdido quanto eu.

–Acho que isso é um labirinto? - Falou em forma de pergunta e eu assenti...

–Mas... Porque?! - Perguntei ainda confusa, então senti alguma coisa puxando minha bota, olhei pra baixo e... QUE MERDA É ESSA?! - kyaaaaaaaah - gritei e Arthur me olhou aassustado, então ele olhou para onde eu estava apontando e começou a soltar altas gargalhadas.

–Calma sua idiota! Hahaha... Isso é só um duende - falou enquanto ria de mim... E como isso poderia ser normal?????? Um ser verde, do tamanho de um anão, com uma roupa suja... É! É Super normal mesmo! Como você é boba Lisa!!

–E isso é normal desde quando? - Perguntei ainda um pouco assustada.

–Vocês... O que estão fazendo aqui? - Perguntou aquela coisinha asquerosa... Com uma voz esquisita e nasal .

–Bom meu amigo, se você não sabe... Muito menos nós! - Falou Arthur ironicamente

–Sabe onde estamos? - Perguntei ao duende

–Claro que sei... Esse aqui é o labirinto mágico dos duendes - falou como se fosse a coisa mais normal do mundo e eu ri de nervosismo.

–Só me responde uma coisa... Você viu outras duas pessoas nesse lugar? - Perguntou Arthur um pouco preocupado.

–Vi sim, se você está dizendo de uma garota cheia de atributos... E um elfo... - Respondeu pensativo e eu pude ver que ele era um tarado...

–Sabe nos dizer onde eles estão? - Perguntei e ele fez que sim...

–Bom, a mulher provavelmente vai servir de mulher, se é que me entendem - deu uma risadinha tosca e Arthur o olhou com fúria, pegando-o pela gola de sua camiseta suja.

–O que vocês fizeram com a Linda?! - Perguntou enfurecido e o duende apenas riu.

–Acho que ainda não fizeram nada com ela, meu amigo - disse o duende irônico - Mas é provável que façam logo... E pela sua preocupação, vejo que ela deve ser sua mulher...- concluiu o duende e eu realmente fiquei irritada com aquilo.

–Ela é uma pessoa importante! Diga-me onde ela está! - Falou Arthur ainda com raiva... E eu me senti meio mal.

–Tive uma ideia então... Que tal eu te dar aquela garota e você trocar por essa aí? Podemos fazer uma boa troca... - Falou o duende enquanto me olhava pervertidamente e eu só consegui olhar para a cara de Arthur, que tinha uma cara super irritada.

–Nunca faria isso! Essa garota também é importante - falou agora olhando nos meus olhos e eu corei...

–É uma pena... O senhor poderia por favor me soltar? Não sou bom em brigas... - Disse e então Arthur o pôs no chão.

–Senhor duende... O que vocês fizeram com o elfo? - Perguntei me referindo ao Phil

–Ele? Aarrgh, sabe como é né... Não vamos muito com a cara de elfos, então ele deve ser decapitado até o fim do dia - respondeu aparentemente tranquilo e eu e Arthur nos olhamos super assustados.

–Como podemos achá-los antes do dia terminar? - Perguntei e o duende sorriu

–Vocês só tem q atravessar o labirinto - falou apontando para aquela muralha gigantesca atrás de nós, feita de pedra e de plantas, por incrível que pareça, era muito bonito, porém parecia ser difícil de atravessar, muito difícil...

–Arthur? O que vamos fazer? - Perguntei tentando achar uma resposta.

–Vamos atravessar! - Respondeu entusiasmado e eu sorri...

–Tchau, senhor duende - falei acenando e o duende sorriu.

–Tomem cuidado! Esse labirinto pode ser beeem perigoso... - Disse o duende e sumiu em um passe de mágica.

Fomos caminhando por entre o labirinto, tudo parecia igual, apenas pedras e plantas... Não fazia diferença onde entrávamos, onde saímos, era tudo igual! Como sairíamos dali? Eu já estava começando a ficar meio desesperada, a hora parecia estar passando rápido demais... E tudo era igual... Igual....igual...

–LISA! - Gritou Arthur tirando-me de meus pensamentos

–O que foi? - Perguntei confusa... Parecia que eu tinha apagado e agora voltado a vida

–Seus olhos... Estavam sem brilho... Não conseguia ver seus olhos, é como se sua alma não estivesse aí... - Falou preocupado enquanto segurava meu rosto com gentileza

–Sério? Eu só estava pensando em quanto tempo nós estávamos aqui... Parecia uma eternidade... E a possibilidade de o dia acabar e não salvarmos nossos amigos.... Era tudo igual, estávamos andando em círculos... - Falei pensando e ele me chacoalhou.

–Está ficando louca? Entramos nesse lugar fazem cinco minutos! - Respondeu me olhando como se eu tivesse pirado

–Mas... Parecia tanto tempo... Eu fiquei preocupada... E se...

–Cala a boca! Eu estou aqui por você! Nunca vou deixar que fique sozinha, meu objetivo é protegê-la - falou enquanto aproximava deu rosto do meu... Nossas respirações estavam próximas, seu hálito quente entrava em contato com a minha pele... Seus lábios se aproximavam dos meus, suas mãos estavam agora em minha nuca e então... Ele...

–Ei!! - Gritou o duende e nos separamos quase que por impulso - Parece que atrapalhei um momento de romance - falou enquanto ria e eu fiquei vermelha da cabeça aos pés...

–Não era nada disso - tentei responder e o duende só voltou a rir

–O que está fazendo aqui? - Perguntou Arthur um tanto quanto... decepcionado???

–Vim dizer que vocês desvendaram um dos primeiros mistérios do labirinto! - Disse o duende meio eufórico.

–Como assim? - Perguntei confusa

–O tempo! Quanto mais vocês pensarem, mais se perderão, vão acabar ficando perdidos em sua consciência como se fosse uma ilusão e aquilo vai continuar para sempre... Como se vocês estivessem presos em um círculo, sempre dando voltas e voltas.... E dessa forma, vocês apagam e vão achar que nunca conseguirão realizar seus objetivos, então meus amigos... Nunca pensem demais em coisas que não existem! - Falou o duende e sumiu novamente em um passe de mágica.

–Faz sentido! - Disse Arthur pensativo - A cabeça sempre fica criando possibilidades e isso pode afetar nosso estado mental, então Lisa, por favor, pare de pensar muito! Conseguiremos achá-los, além disso, eles não são fracos para serem pegos dessa forma.

–Tem razão - falei um pouco aliviada.

–Esse labirinto é mágico, então precisamos tomar muito cuidado - disse segurando minha mão e voltando a andar como se nada tivesse acontecido.... E eu só fiquei mais corada... Será que ele não percebeu que acabamos de quase nos beijar agora a pouco????

Fomos caminhando, ainda de mãos dadas... Aquilo era embaraçoso, mas eu não odiava... Na verdade, eu gostava de estar próxima a ele... Era bom, estar com ele me fazia feliz, eu me sentia bem... E nós já nos beijamos antes... Pera! Nós já nos beijamos!!

–Aah... - reproduzi esse som meio constrangida e soltei minha mão da dele imediatamente e ele me olhou confuso.

–O que foi? - Perguntou preocupado e percebeu que eu estava toda corada, então soltou um sorriso.

–Err... Olha aquela flor! - Apontei para uma planta qualquer em nosso caminho.

–O que que tem? - ele perguntou com um sorriso pervertido nos lábios, provavelmente sabia que eu estava inventando uma desculpa.

–Ela é linda! É azul... Nunca vi uma planta azul! - Falei mentindo, mas era meio verdade, era uma planta realmente linda... Mas ficava em meio a outras normais, o que era bem estranho.

–Você quer? - Perguntou gentilmente e eu fiz que sim. Então ele foi.

Estranhamente, a planta encontrava-se em um lugar "reservado" tinha uma pequena escadinha e na subida havia várias plantas no chão, só que faziam um perfeito círculo em volta da planta azul, era realmente engraçado aquilo.... Porque teria uma escada para uma planta?

Arthur a arrancou do lugar e trouxe para mim.

–É uma planta realmente bela... Nunca vi outra parecida... - Falou entregando-me - Toma... Essa bela flor, para a mais bela mulher - disse com um sorriso galanteador no rosto e eu revirei os olhos.

–Você não muda mesmo! - Falei pegando a flor e a cheirando - É tão bom! Sente só! - Falei direcionando a flor a ele e ele a cheirou, mas então ele ficou pálido...

–Lisa... É sonífera... - Falou caindo no chão e eu entrei em desespero.

–Arthur!! Arthur!! - Gritei seu nome, enquanto permanecia agachada no chão, dando uns tapas para que ele acordasse. -Responde por favor! -Comecei a chorar e então ouvi a risada do duende.

–Parece que ele foi pego! - Falou o duende sorrindo...

–O que eu faço? O que eu tenho que fazer para ele acordar? Diga! Por favor... - Falei desesperada enquanto lágrimas escorriam.

–Não entendo, porque você não desmaiou? Aaaah deve ser por causa dos olhos... Sim isso mesmo! A escolhida não deve ser morta por venenos... - Falou tirando conclusões

–Morta?? Ele vai morrer? - Perguntei apavorada e o duende começou a rir

–Ele vai dormir... Eternamente, então ele vai morrer aos pouco - respondeu tranquilamente e minha lágrimas começaram a cair com mais intensidade.

–O que eu preciso fazer? Eu faço qualquer coisa... Me diga logo! - Perguntei em meio ao desespero.

–Bom, você precisa amá-lo, digamos assim... - Falou meio pensativo.

–Como assim?! - Perguntei confusa e envergonhada

–É como em contos de fadas... Só um beijo de amor verdadeiro pode traze-lo de volta... - Falou voltando a soltar risadas... –Você o ama Lisa? Você quer que ele volte? Então beije-o! - Falou desaparecendo e me deixando ali com o Arthur caído no chão...

Eu o amo? O que eu faço? Nosso tempo está acabando... E eu não posso fazer nada sem o Arthur... Vou perdê-lo e perder meus amigos também... Eles são meus únicos amigos, se isso acontecer... O que será de mim??

Quer saber, tenho que parar de pensar! Não vai me levar a nada!

–Arthur... Eu te amo... Por favor, volte para mim! - Falei agachando até seu rosto e lhe dando um verdadeiro beijo de amor...

continua...