Mr. Queen

Capítulo 17 - Amanhã


No Capítulo Anterior:

[...] E quando você estiver sozinho, consumido pelo seu desespero, tirarei a única esperança de felicidade que você poderia ter, eu vou matar sua Felicity... E com ela seu filho.

***

Isso não poderia estar acontecendo. Não poderia ser real. Oliver me encarava atônito, e por um momento eu esqueci que nossas vidas estavam em perigo, esqueci Thea, Moira e Slade. Havia apenas nós dois, uma mistura de sentimentos tomou conta do rosto de Oliver, e eu não sabia de certeza que emoções eu poderia atribuir, ele estava perplexo, e descrente. Slade exibiu um sorriso vitorio ao observar a reação de Oliver.

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– Não me diga que você não sabia. – Sua voz trazia todo o contentamento por ser ele a trazer isso à tona. – Parabéns garoto, você vai ser pai. – Se tom era presunçoso ao acrescentar a frase que veio a seguir. – Não por muito tempo. – Sua mão envolveu meu cabelo puxando-me para ficar em pé, não pude evitar a careta de dor que veio com o movimento brusco. Oliver reagiu ante se último comentário, seus olhos petrificaram, sua expressão ficou sombria, seu ódio evidente nas linhas rígidas do seu rosto.

– Solte-a. – Exigiu. Não mais gritava, ou implorava, exigia. Seu tom tão similar ao do arqueiro nesse momento, mesmo sem o uso do modulador de voz, em apenas uma palavra Oliver havia conseguido, mesmo estando desarmado e vulnerável ser tão ameaçador quanto Slade. Slade por sua vez soltou uma risada sarcástica, seu rosto se fechou, colocou seu corpo junto ao meu, a mão envolvendo meu pescoço, mantendo-me presa junto a si.

– Você não está em posição de exigir... Garoto.

– Mate-me. – Sua voz se sobressaiu por cima dos protestos de Moira e Thea, me movi inquieta com seu pedido, teria gritado protestando, mas a mão de Slade apertou fortemente meu pescoço impedindo-me. – Vamos terminar isso aqui.

– Não está também na condição de barganhar. – Slade objetou. – Isso não acaba aqui, pelo contrário, estamos apenas começando garoto. Você ficará vivo até o momento em que tenha acabado todas as formas de te destruir. A morte seria muito fácil para você. – Sua mão envolveu meu punho e empurrou-me para um de seus seguidores. – Levem-na.

– Não! – Protestei. Eu temia com o que poderia acontecer comigo, e de forma inconsciente com o meu bebê, mas temia ainda mais o que aconteceria com eles três, Slade não fez caso do meu protesto ou dos de Oliver e Thea, seu homem voltou fez o caminho me puxando, não importasse o quanto eu tentava atrasa-lo ou impedi-lo nada servia, apenas conseguia irrita-lo, quando por fim sua paciência, a pouca que tinha se esvaiu, e com um empurrão forte fui ao chão, minha cabeça batendo contra algo duro, a dor se alastrando por todo o local, levei a mão ao ferimento e quando senti meus dedos molhados, abracei a inconsciência.

Tornei a acordar em um quarto branco, tempo suficiente apenas para encorar o rosto gentil de uma mulher com jaleco, senti uma pontada em meu braço, não consegui assimilar suas palavras ditas em tom suave, por que em questão de segundos tudo voltou a ficar escuro e já não pude ouvir a voz suave, quando acordei novamente os sons ao redor surgiram todos ao mesmo tempo, meus olhos estavam pesados e resistentes em abrir, quando pude finalmente acalmar os ruídos e abrir meus olhos deparei-me com um rosto familiar. Sara me encarava preocupada, usava um boné cobrindo parte do rosto, ao ver que eu a encarava puxou o boné, tirando-o e colocando em cima da cama.

– Felicity, você está se sentindo bem?

– Onde...- Engoli em seco ao sentir minha garganta seca, a voz saiu rouca, resolvi tentar novamente. – O que aconteceu?

– Você não se lembra? – Perguntou apreensiva.

– Eu... – Pisquei rapidamente quando as imagens surgiram em minha mente. – Onde está Oliver? – Tentei me erguer, mas fui impedida quando segurou meus braços. – E Thea, o que aconteceu com eles? Oh meu Deus, Slade... Ele os ma... – Fui incapaz de terminar a frase, o pânico me dominou, Sara meneou a cabeça em negativa.

– Eles estão bem. – Afirmou, mas pude ver que me escondia algo.

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– Onde está Oliver? – Levei a mão de forma quase inconsciente a minha barriga, quando baixei meus olhos até ela que percebi, será que eu havia perdido meu bebê? Senti o pânico voltar mil vezes mais forte quando pensei em tal possibilidade. - O que você está me escondendo Sara?

– Algo aconteceu. – Falou com um suspiro. – Eles estão bem. – Acalmei-me voltando a me encostar-se à cama, ela sentou na cama, parecendo aliviada por ter me acalmando, ao menos um pouco. – Foi Moira, Slade a matou. Precisa se acalmar Felicity. – Pediu ao notar que eu me agitava novamente. Moira estava morta, lágrimas ameaçaram cair, por Oliver e Thea, eles deviam estar... Devastados. – Você levou uma pancada forte na cabeça, está em observação...

– Eu o perdi? – Perguntei a interrompendo, não duvidando que ela soubesse sobre o quê eu estava falando. Quando ela balançou a cabeça em negativa alívio me dominou, eu não tinha imaginado o quanto eu já havia aceitado, me apegado a ideia de ser mãe até o momento em que me vi em frente a possibilidade de perde-lo.

– Você chegou perto Felicity. – Ela franziu o cenho. – Eu escutei a enfermeira falar para Thea...

– Thea está aqui?

– Sim. – Confirmou. – Ela não saiu daqui desde que chegou, estava muito preocupada, em estado de choque, ouvi ela perguntar pelo bebê, e a enfermeira a tranquilizou, disse que foi por muito pouco. – Sua mão envolveu a minha. – Você precisa ter cuidado.

– Como cheguei até aqui? – Perguntei. Mas ela olhou para trás e se levantou rapidamente colocando o boné na cabeça.

– Eu não posso está aqui. – Falou indo até a porta e observando o movimento. – Thea não sabe que estou aqui, não está no horário de vistas, logo ela falará com você.

– Sara... – A chamei. Ela me encarou e voltou a se aproximar me envolvendo em um abraço. – Pensei que havia ido com a liga.

– Ele precisava pensar assim. – Murmurou antes de se afastar. – Não pude salvar Moira Felicity, e você já havia sido levada. Desculpe. – Pediu.

– Está tudo bem. – A tranquilizei. – Obrigada.

– Eu preciso ir. – Avisou. – Mas ficarei por perto.

– Onde ele está Sara? – Perguntei em um fio de voz, ela meneou a cabeça com a triste, ela não sabia.

– Eu só o vi uma vez. – Falou. –Ele estava aqui, nas primeiras horas da manhã, te encarando, as enfermeiras haviam a deixado quietas poucos momentos antes, foi logo após que os encontramos. – Ia perguntar mais, mas não pude faze-lo, pois ela precisou se esconder de um vulto que passava, saiu sorrateira pela porta. Por algumas horas fiquei a sós com meus pensamentos, uma enfermeira veio me checar e contou-me que me encontraram desmaiada na saída de Starling City, alguém havia chamado a ambulância e desligado, de alguma forma eu sabia que fazia parte do plano orquestrado por Slade. Mais tarde Thea pode finalmente entrar, nos abraçamos e confortamos uma a outra, disse a ela o quanto sentia por sua perda, e ela fazia perguntas sobre como eu me sentia, perguntei por Oliver, mas ela também não sabia onde encontra-lo, eu sabia que Oliver estava sofrendo, mas ao ver o quanto desamparada Thea estava irritei-me com ele, ela precisava dele, e ele precisava dela também. Com muito custo convenci Thea que eu estava bem, e que ela deveria ir para casa descansar um pouco, no final da tarde Diggle também me visitou, em seu jeito terno e durão, me explicou que havia ficado preocupado, e que eu havia metido um susto e tanto nele e Sara ao saber que eu estava em um hospital, hesitou antes de falar sobre o bebê e com um sorriso me parabenizou e prometeu que lidaríamos juntos com Slade. Ele também não sabia onde estava Oliver.

– Vamos encontra-lo Felicity. – Prometeu-me. – Entrarei em contato com a ARGUS, e iremos encontra-lo.

– Ele não quer ser encontrado Diggle. – Protestei. – Ele faz isso, quando está machucado ele recua, ele foge. Quando Tommy morreu ele sumiu, por meses.

– Mas agora ele não pode simplesmente ir. – Argumentou. – Ele precisa proteger Thea. – Observou-me atentamente. – Ele precisa proteger vocês dois.

– Ele não sabia sobre o bebê. – Suspirei.

– Eu sei.

– Foi horrível John, Slade... Ele não parar até cumprir sua promessa. – Não havia pensado no quanto Slade me assustava agora, até o momento em que disse isso, Slade estava decidido a fazer Oliver pagar pelo o que aconteceu com Shado, ele estava dominado por raiva e rancor, ele não sossegaria até o momento em que executasse cada coisa que descreveu ontem a noite.

– Eu preciso ir. – Levantou-se da poltrona. – Vamos acha-lo Felicity, Lyla está me ajudando com isso. Sara também tem seus contatos...

– E Roy?

– Roy sumiu. – Falou parecendo não querer fazê-lo.

– Você acha que Slade... – Perguntei preocupada.

– Não. – Negou rapidamente. – Foi horas antes de vocês duas sumirem. – Achamos que ele apenas foi embora. Ele estava bem contrariado com Oliver. – Confidenciou. – Qualquer coisa que precisar me ligue, ouvir por ai que você poderá ir para casa amanhã a noite.

– Já estou me sentindo bem. – Protestei. – Poderia ir agora.

– Você precisa ficar. – Falou. – Pelo bebê, precisa ficar de observação, eu ficaria aqui, mas...

– Não precisa John. – O interrompi.

–... Thea insistiu em vir mais tarde. – Concluiu.

– Eu a convenci que ela precisa ficar em casa. – Falei.

– Não vejo ela aceitando isso muito bem. – Ele franziu o cenho.

– Laurel esteve aqui, em busca dela. – Expliquei. – Ela me prometeu que manteria Thea em casa.

– Felicity...

– Não precisa se preocupar, eu estou bem. – Falei convicta. – Nós estamos bem. – Repeti. – Por favor, eu preciso ficar um pouco a sós. – Confessei. Ele assentiu relutante, beijou meu rosto rapidamente e com um último aceno se despediu. Encarei o teto segurando as lágrimas que ameaçavam cair, seria egoísmo assumir que eu precisava de Oliver agora? Eu sabia que ele estava de luto, Deus ele havia perdido a mãe, ele só tinha Thea agora, era tão injusto, e ainda assim eu sentia que precisava urgentemente de seu abraço, eu precisava abraça-lo, limpei algumas lágrimas teimosas quando mais uma vez a enfermeira veio verificar se eu estava bem, com o passar das horas minhas pálpebras finalmente ficaram pesadas e cederam. Quando acordei novamente me assustei com a escuridão, e com o vulto perto da janela, fiquei paralisada, e só quando se aproximou ao notar que eu estava acordada foi que reconheci a figura masculina, liguei ao abajur que estava ao meu lado e emiti um suspiro de alívio por vê-lo, apesar de muitos dizerem que ele estava bem, apenas vendo-o foi que pude me convencer. As lágrimas que antes eu teimosamente segurava cederam com uma velocidade impressionante, ao notar que eu chorava ele acabou com a distância em poucos passos, seus braços me envolveram em um abraço apertado, sentou ao meu lado na cama, senti o peso do seu queixo em minha cabeça, e escutei as batidas do seu coração, sua mão corria livremente pelo meu cabelo, em uma leve carícia. Eu estava tão preocupada com ele.

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– Oliver...

– Shiuss. – Silenciou-me. – Está tudo bem.

– Eu sinto tanto. – Falei apesar do seu protesto. – Por sua mãe, por Slade, por tudo. – Contive minha respiração esperando que dissesse algo, qualquer coisa. Mas ele apenas apertou ainda mais o abraço, ficamos assim por um longo tempo até que senti mais que ouvi suas próximas palavras.

– É minha culpa. – Falou após um longo tempo em silêncio. Comecei a balançar minha cabeça em negativa. – É minha culpa. – Repetiu apesar de ter sentido minha negativa. – Ela está morta por meus erros, você e Thea correm perigo por minha culpa. Você quase perdeu o bebê...

– Não Oliver. – Protestei. – Não diga isso, foi Slade. – Afastei-me apara encara-lo em meio a pouca iluminação. - Slade matou sua mãe, Slade que planejou cada momento, ele é o doente por trás disso. – O observei atentamente, seu rosto marcado pela preocupação e a tristeza, parecia tão cansado, tão diferente do Oliver que eu conhecia. – Desculpe. – Pedi após um momento, suspirei internamente ao perceber que ele não entendia. – Por não ter te contado antes, sobre a gravidez, eu sei que eu deveria ter te contado antes, mas eu fiquei tão assustada, e surpresa, se Thea não tivesse comentado eu não teria suspeitado que estava... grávida. – Seu dedo fez pequenos círculos em meu braço enquanto o silêncio novamente tomava de conta do ambiente. – Eu pensei que você estaria gritando comigo agora, - Confessei. – Por não ter dito antes.

– Agora, eu só consigo pensar que você está aqui. – Confessou, deslizou comigo até que ambos estávamos deitados, virou-me para que eu deitasse cuidadosamente por cima de seu braço e murmurou em meu ouvido. – Que você está viva, que eu não te perdi. Eu vou gritar com você. – Alertou-me. – Amanhã.

– Isso significa que você não vai embora? – Perguntei deixando um pouco da apreensão que eu sentia tingir minha voz. – Isso significa que amanhã você está aqui?

– Sim. – Murmurou, e bastou apenas aquela palavra, simples e direta para afastar minhas preocupações, ao menos por hoje, e não foi pelas ações de remédio ou o cansaço me dominando que dormi, mas sim a sensação de estar protegida que apenas Oliver poderia me fazer sentir.