Surviving the love.

Capítulo 29: Cidade Proibida.


Carl estava revoltado comigo e com Patrick por um motivo literalmente bobo. Toda vez que tentávamos puxar algum assunto com ele, ele retruca ríspido ou nem se importava em responder. Aquilo já estava me irritando, mas eu não queria demonstrar.

Paramos diante de um muro enorme feito com pneus e madeiras. Estava escuro, portanto, não conseguíamos ver o que nos esperava. Mika, que conversava durante todo minuto com Josh, parou ao meu lado e sorriu.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Quem se candidata a subir? – Lauren franziu a testa esboçando um sorriso.

– Eu. – Respondi. Eu sabia muito bem que ali, eu era a melhor em fazer esse tipo de coisa. – Só vou precisar da lanterna.

– Tome cuidado! – Carl colocou a mão sobre meus ombros.

– Eu sei bem me virar sozinha. – Falei fria, o olhando por cima do ombro.

Carl deu um passo para trás e Isabelle pegou em sua mão. Devolvi a jaqueta de Patrick, já que ela seria um peso, e grudei minhas mãos no muro. Fazer esse tipo de coisa deixa qualquer Dixon com a mente maluca. Nós gostamos de coisas perigosas e atrativas.

– Está limpo! – Eu gritei sentada entre o muro observando uma coisa que parecia outra cidade, desta vez sem ninguém, com algumas casas queimadas.

– Nós iremos subir. – Lauren afirmou olhando para os outros.

Fiquei lá encima ajudando os outros a subirem e descerem. Eu e Lauren éramos as mais independentes do grupo, sempre queríamos fazer as coisas sozinhas, tentávamos na verdade. O ultimo a subir foi Carl e ele não quis minha ajuda, não dei muita importância e desci, em um pulo, do muro.

– O que nós iremos fazer é bem simples. – Lauren falou juntando todos ao grupo. – Nós precisamos pegar uma coisa irada, nada de coisa que já temos. – Ela tossiu. – Emma e Mika venham comigo.

Seguimos em meio à extensa rua. Não havia nada além da luz da lua. Mika ia caminhando à nossa frente enquanto eu e Lauren íamos espiando cada lugar que existia.

– Patrick falou que gosta de você. – Lauren exclamou.

– Eu? – Perguntei surpresa tentando encontrar uma continuação. – Ele só pode estar brincando. Não faz nem um mês que nos conhecemos.

– O que é que tem? Amor à primeira vista, ué. – Ela jogou algumas coisas não muito interessantes para trás.

– Não existe amor à primeira vista, existe interesse a primeira vista.

– Tudo bem, então... Ele está interessado em você!

Fiquei alguns segundos formulando uma resposta que não me deixasse tão envergonhada. Patrick é um garoto completamente charmoso e não tem como nenhuma garota – exceto por Lauren afinal, ela é um garoto dentro de uma garota – não gostar dele.

– É... Ele também é interessante!

Dobramos a esquina e havia vários carros de exercito esquecidos lá. Eu e Lauren nos entreolhamos e começamos a correr sendo seguidas por Mika e as ruivas. Não havia nenhum zumbi, mas paradas maneiras lá como uma corrente de prata escrito alguma coisa em alemão.

Nunca soube falar alemão, só meu avô e quando peguei na corrente senti saudades dele.

– Olhe! – Exclamei e ambas voltaram-se para mim. – Acho que encontramos alguma coisa!

– Meu vizinho tinha uma dessa. – Lauren comentou pegando a corrente em minha mão. – Ele era alemão.

– Será que devemos ficar? Nazistas são caras imundos. – Mika comentou insegura.

– Obvio! O tempo do nazismo querendo ou não, foi um tempo bastante interessante; – Tirei a corrente da mão de Lauren. – E meu avô era nazista.

– Seu avô era nazista? Como assim? – Lauren perguntou puxando alguma coisa para a blusa.

– Ele era apaixonado por esse tempo e tinha as mesmas ideias que Hitler. Considerava-se um nazista.

Então ouvimos um grito agudo e começamos a correr. Não sabíamos certamente de onde vinha o grito e corremos conforme ouvíamos a agitação.

Encontramos o grupo diante de vários zumbis. Carl, Patrick, Isabelle e os outros estavam encima de um carro enquanto os zumbis tentavam pegá-los.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Lauren, faz alguma coisa! – Patrick pediu em um grito.

– E eu sei? –Ela retrucou desesperada. – Emma, você sabe o que fazer! É filha do Dixon. – Ela virou para mim. – Faz alguma coisa, por favor.

Eu não ouvia mais nada, era um silêncio dentro de mim. Não havia som e as cenas pareciam estar em câmera lenta. Eu via Patrick chutar a cabeça de alguns zumbis e Carl enfiar uma mera faca na cabeça deles. Eu tinha que salvá-los de alguma forma.

– Lauren... Vá para aquele canto e tente pegar os menores. Eu me viro com o resto. – Consegui tomar uma situação diante daquilo tudo. – Mika e Josh, tente fazer barulho para atrair os zumbis para aquele canto. – Eu apontei para um lugar cheio de lixo.

Todos começaram a correr. Mika e Josh conseguiu fazer barulho atraindo os zumbis e assim, Patrick e o restante conseguiu sair, menos Isabelle que acabou caindo fazendo o maior barulho e atraindo três zumbis.

– Isabelle; Me dê sua mão. – Falei enquanto mantinha-me em pé atirando nos três zumbis.

– Não. Eu prefiro permanecer aqui! – Ela bateu o pé e revirou os olhos.

– Eu não irei me importar em te deixar, estou pouco me lixando para você, mas certamente, todos iriam me culpar por sua morte. Então, acho melhor você me dar essa merda de mão e vir comigo. – Eu falei fria e Isabelle me deu sua mão.

Conseguimos todos sair daquela cidade e pularmos o muro, Isabelle ainda teve dificuldade, mas todos estavam a salvos. Assim que descemos, paramos para respirar. Eu coloquei a mão sobre meus joelhos e inclinei um pouco para conseguir voltar ao normal.

– Vocês conseguiram alguma coisa? – Patrick depois de alguns instantes, perguntou.

– Uma antiguidade nazista. – Respondi retirando a corrente do meu bolso. – E vocês?

– Nada. – Carl respondeu sem sucesso.

– É! Vemos que alguém aqui cumpre as tarefas! – Lauren comentou orgulhosa.

. . .

Já não havia mais ninguém na rua quando chegamos em we. Nós despedimos e marcamos um jogo de futebol para amanhã. Eu e Mika sabíamos que iríamos levar aquela bronca por termos demorado tanto.

Dobramos a esquina da nossa rua e em poucos segundos estávamos dentro de casa. Para meu espanto, Daryl estava quieto, com uma cerveja em mãos olhando fixo para a porta.

– Onde vocês estavam? – Seu sotaque acabou me assustando. Nós viremos para trás e ele continuou sentado. – Onde vocês estavam?

– Nós... Ficamos lá fora brincando um pouco. –Eu respondi. Mika não tinha tanta frieza para enfrenta-lo e certamente nos entregaria. – O que aconteceu?

– O que aconteceu? – Ele se levantou. Era uma bronca bem feia. – O que aconteceu foi que vocês sumiram e não avisaram nada. Eu perguntei para todos, inclusive para George, se eles viram vocês, mas ninguém sabia.

– Desculpe-nos...

– Você acha que é só pedir desculpas? – Ele perguntou exaltado. – Estão de castigos por saírem sem avisar! E só saíram do castigo quando eu mandar.

Eu mal havia saído de um castigo e já estava entrando em outro. Era engraçado porque antes do apocalipse começar com mamãe também era assim, eu sempre ficava de castigo e quase nunca brincava com as outras crianças.

Subimos a escada e começamos a andar lado a lado no corredor escuro. A porta do quarto de Carol e Daryl estava aberta e dava para ver Carol dormir com uma expressão não muito boa. Mika parou diante da porta do seu quarto toda desenhada e depois de três passos estava a minha.

– Não deveríamos ter ido. Eu nunca fiz isso antes. – Ela falou baixo, para não acordar Carol e recebemos outra bronca.

– Mika; Você precisa viver em cima do caos. É tipo, você precisa rir da cara do perigo. – Lembrei-me da fala do Simba, do Rei Leão, meu desenho favorito.

– Mas aquilo foi perigo demais. – Ela voltou a ser medrosa.

– Tudo que é perigo é atrativo. Boa noite, precisamos dormir!

Abri a porta do meu quarto e simplesmente me joguei na cama. Eu estava tão cansada que nem me importava com o castigo de amanhã. Daryl não pegaria tão pesado conosco, éramos as queridinhas dele. Não tinha como tirar da cabeça à cantada que ganhei de Patrick, ele é tão... Charmoso.