A festa continuou até tarde da noite e aos poucos os convidados foram deixando o salão. Restavam ali apenas alguns parentes e a equipe, mas não demorou muito tempo para Cho e Summer sumirem sem se despedir.

– Onde está o Cho? – perguntou Rigsby.

– Acho que já foi. – respondeu Lisbon, buscando com os olhos o agente pelo salão.

– Summer também sumiu... – comentou Jane, fazendo o grupo se entreolhar.

– Suspeito. – disse Lisbon entre sorrisos.

– Eu vou indo, pessoal. Foi uma festa muito boa e estou muito feliz por vocês, mas amanhã tenho uma viagem importante para fazer. – disse Jane se levantando.

– Eu vou aproveitar sua saída e já vou também. – disse Lisbon, levantando-se também.

Os dois se despediram e restaram apenas os noivos no salão. Lisbon e Jane foram para a casa dela descansar, pois mais tarde encarariam uma viagem para Mojave ao lado de Walter.

– Foi um casamento muito bonito. – comentou Jane, enquanto entravam em casa.

– Foi sim. – concordou ela, fechando a porta – Acha que demos bandeira na dança?

– Que nada... Todas as pessoas que convivem com a gente já acha que temos um caso, então a dança não fez diferença. – revelou Jane, fazendo Lisbon encará-lo séria.

– Como assim acham que temos um caso?! – espantou-se ela.

– Sempre acharam. – disse ele sorridente – E agora elas têm razão... Engraçado, não é?! – disse pensativo.

– Não é nada engraçado. – respondeu ela – Onde fica minha reputação nessa história?!

– Comigo... – respondeu aproximando-se – Tudo o que te pertence, fisicamente e psicologicamente, vai ficar comigo essa noite. – disse abraçando-a.

– Inclusive a minha dor de cabeça. – respondeu sorrindo, antes de beijá-lo e fugir de abraço de Jane, que fez uma careta e a seguiu.

Aquela foi a noite que eles literalmente dormiram juntos, pois a festa havia esgotado a cota de energia dos dois. O máximo que Jane ganhou foi algumas carícias em seus cachos loiros.

A segunda-feira amanheceu chuvosa. O friozinho tomava conta de Sacramento quando o celular despertou e Lisbon teve de lutar contra sua vontade de ficar debaixo das cobertas enquanto Jane levantou num pulo e, em poucos minutos, estava pronto para sair.

– Vejo você no CBI. – disse ele, beijando-a, antes de sair quase correndo, não dando chance para ela se despedir.

Lisbon levantou com certa dificuldade e se arrumou. Ela deixou para tomar café no caminha para o escritório. Ainda sonolenta, deu de cara com Jane ao entrar em sua sala.

– Bertram ainda não chegou. – informou ele – Como vai pedir a dispensa?

– Não sei se reparou, mas eu acabei de entrar e nem tomei café. – disse ela, sorrindo ironicamente e exibindo seu gigante copo de café.

– Desculpe estou ansioso. – explicou ele.

– Então vai ficar ansioso lá no seu sofá. – disse ela, tomando seu posto atrás de sua mesa.

– Xi... Mau humor essa hora da amanhã. – comentou ele.

– Imagine o resto do dia. – respondeu ela, ignorando-o.

– Que horas será que o Walter chega?! – pensou alto Jane, após alguns segundos de silêncio.

– Pelo amor de Deus! – exclamou Lisbon – Leve sua ansiedade pra longe daqui.

– Ok. Ok. – disse ele, com uma careta no rosto – Já estou indo... Mas você ligou pro Walter confirmando? – perguntou, colocando a cabeça para dentro da sala.

– Sai! – disse ela, um pouco alterada.

Ele levantou as mãos em sinal de súplica e saiu rapidamente, antes que ela jogasse algum objeto em sua direção.

– Cho! – exclamou alegremente ao ver o agente saindo do elevador – Viu o Bertram ou o Walter lá em baixo?

– Não. – respondeu caminhando para o escritório.

– E então... – continuou Jane, seguindo-o – Sumiu ontem na festa.

– E daí? – respondeu ele, enquanto depositava a maleta em sua mesa.

– Nada. Só um comentário. – disse ele, indo para seu sofá.

Na verdade Jane já sabia muito bem o que Cho tinha feito depois do casamento. Ele tinha certeza que se Cho não fosse sério daquele jeito o agente chegaria com um enorme sorriso no rosto, mas como se tratava de Cho, uma camisa mais bem passada e um perfume levemente feminino foram suficientes para o consultor matar a charada. Jane estava impaciente em seu sofá quando avistou Walter dobrar o corredor. Ele pulou do sofá como se uma mola tivesse o empurrado para frente.