Capítulo 36

Não demorou muito para chegar ao hotel onde o sinal indicava. Lisbon e Cho subiram as escadas com suas armas em punho. Lisbon se posicionou ao lado da porta enquanto Cho esperava seu sinal para abri-la. Assim fez revelando um quarto vazio com apenas o celular sem mais pistas em cima da cama. Lisbon chamou Jane para examinar o quarto, mas nada foi encontrado. O dono do recinto descreveu o locador com um homem de postura séria, bem arrumado e calmo, cabelos brancos e olhar penetrante.

– Stiles. – revelou Jane – Ele fez a reserva e deixou o celular porque sabia que procuraríamos por ela. – concluiu – Agora não temos como localizá-la.

– Vamos voltar para o escritório e ver o que conseguimos. – sugeriu pegando seu celular – Van Pelt fiscalize os aeroportos e avisem sobre Emma. Peça para o Rigsby ir para a Visualize e enrolar Stiles até chegarmos. – ordenou ela, em seguida passando o aparelho para Jane que gesticulava querendo falar com a agente também.

– Depois pesquise sobre a morte de Arthur e Anita Clark, pegue o máximo de detalhes que puder. – pediu ele – Eu preciso inclusive dos nomes dos suspeitos do assassinato de Anita.

– Ok, vou pesquisar. – despediu-se Van Pelt.

Jane devolveu o celular para Lisbon e eles seguiram para a Visualize. Avistaram Rigsby no salão principal e foram ao seu encontro.

– Encontrou Stiles? – perguntou Jane, ao se aproximar.

– Me disseram que ele não está. – respondeu Rigsby.

– Jane onde vai?! – questionou Lisbon seguindo o consultor que ia igreja adentro sem pedir autorização.

Ele olhava para os subordinados de Stiles que, sem querer, lhe indicavam o caminho que o levava até Stiles. Ele abriu bruscamente a porta que dava em uma grande sala de reunião.

– Onde ela está? – perguntou Jane ao ver Stiles sentado em uma das portas da mesa.

– Ela quem senhor Jane? – se fez de desentendido.

– Jane! Não pode invadir uma propriedade privada! – avisou Lisbon quando chegou à sala.

– Pode deixar agente Lisbon. Eu entendo o momento de alteração do senhor Jane. – disse Stiles se levantado e caminhando em direção ao Jane.

– Você sabe que eu estou no caminho certo não sabe?! Por isso escondeu Emma, para que ela não confirmasse a história que eu descobri. – disse ele, desafiador.

– Não faço ideia do que está dizendo senhor Jane. – respondeu ironicamente.

– Se você acha que pode escondê-la por muito tempo está muito enganado Stiles. Eu também tenho meus truques. – revelou ele – Você está com medo. Sua postura autoconfiante lhe permite esconder de todos sua desconfiança de que talvez eu consiga chegar a verdade.

– Não há nenhuma verdade senhor Jane. Apenas fatos. – respondeu ele, enigmático – Joey acompanhe os agentes do CBI até o portão, eles já estão de saída. – pediu Stiles encarando-os até que deixasse a sala.

De volta ao CBI os agentes não pararam o trabalho, apenas Jane ficou sentado em seu sofá com sua xicara de chá e seus profundos pensamentos. Van Pelt atendeu ao telefone que tocava insistentemente chamando a atenção de Jane.

– Claro, vou avisá-la. – respondeu Grace – Pode aguardar um minuto? – perguntou, levantando-se logo em seguida.

Caminhou em direção à sala de Lisbon e depois voltou sendo seguida pela chefe.

– Olá Partridge. O que aconteceu? – perguntou Lisbon – Como assim sumiu?! Então trate de achar. – ordenou ela, autoritária – E quando achar me avise. Tchau.

– O que aconteceu? – perguntou curioso Jane.

– A arma que Smith achou no prédio sumiu. – informou Lisbon.

– A que tinha as digitais de Haffner. – lembrou Jane – Interessante... – provocou ele.

– Nem comece! – avisou Lisbon, fuzilando-o com os olhos. Ele ergueu as mãos em sinal de clemência – Cho vá pra lá e acompanhe a busca da arma. – ordenou ela, e assim fez o agente pegando seu casaco e saindo – Van Pelt alguma coisa da Emma?

– Nada por enquanto. – respondeu Grace.

– Vocês não vão encontra-la pelo computador, nem pelo sistema. – comentou Jane, saboreando seu chá.

– E como quer encontrar ela? – perguntou Lisbon, desafiadora.

– Você não vai gostar... – avisou ele – Rigsby você vai ajudar a Van Pelt e eu a pegar Emma.

– Eu?! – estranhou Wayne – Como?

– Você conhece sites de relacionamentos, não me pergunte como eu sei disso eu apenas sei, vai indicar um popular. – iniciou ele.

– Você não vai criar um perfil nesse negocio. – disse Lisbon encarando-o.

– Por que não? Assim eu vou atrair a Emma. – explicou Jane.

– Como pode ter certeza que ela entra em sites assim? Ela é uma mulher rica, bonita e não tem cara de quem frequenta esse tipo de site. – comentou Lisbon.

– Ela é uma mulher rica, bonita, sozinha, carente e que gosta de casos de uma noite. – corrigiu ele – Assim como homens que frequentam esse site.

– Não é apenas esse tipo de homem que frequenta esse tipo de site. – defendeu-se Rigsby e todos o encararam – Só estou dizendo...

– Como eu ia dizendo... – continuou Jane – No vídeo do colar há diferentes homens e nenhum deles aparece nas fotos do celular de Emma, eu já verifiquei, não são próximos e nem importantes para ela, portanto são casos de uma noite. – concluiu ele - E o melhor lugar para se achar o que está procurando é na internet, onde você visualiza o perfil e escolhe a pessoa de sua preferencia, pode ser a namorada que você ama, mas te deixou... – exemplificou Jane, olhando para Rigsby que disfarçou.

– Será que vai funcionar? – questionou Lisbon.

– Se não funcionar eu arrumo um encontro pra essa noite. – brincou ele, fazendo Lisbon rir ironicamente – Vamos começar!

Os três criaram um perfil para o Jane em um dos sites que Rigsby indicou. Estavam prontos para finalizar quando Cho chegou com atualizações sobre a arma sumida.