James

Eu posso sentir a força vital da Aurora enfraquecida a cada metro que percorro correndo. Minha noite estava perfeitamente bem, comigo vencendo diversas partidas de poker e conseguindo uma grana considerável... Até agora.

Aurora conseguiu se conectar comigo, mesmo que inconscientemente, me alertando do perigo. Saltando telhados agilmente como um bom predador, sigo meu faro e mantenho os rastros vivos em minha mente. Caroline e Jack. Tinham que ser eles, os grandes filhos da puta do universo.

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A fúria me consome a cada passo, e minha resistência física parece aumentar diante da sede de vingança. Alcanço então um dos hotéis mais badalados de Vegas com um salão de jogos imenso no hall que se encontra lotado por granfinos.

Continuo saltando alguns telhados antes de pular para o prédio do hotel e me agarrar à uma das janelas com firmeza. Vejo os pontos lá embaixo, pessoas do tamanho de formigas e felizmente ninguém me nota.

Escalo até o último andar, onde uma janela mantém suas cortinas fechadas. Quebro seu vidro e adentro o quarto, empurrando as cortinas para o lado com brusquidão.

Arregalo os olhos brevemente.

— Aurora! — chamo-a, mas ela permanece caída no chão, os cabelos cobrindo sua face já pálida.

Corro até ela e a viro, afastando o cabelo de seu rosto. Seus olhos estão cerrados com firmeza, sua pele quente indicando a febre.

— Acho que em dez minutos tudo estará terminado — Jack diz sem interesse, surgindo com Caroline.

Pego Aurora no colo e a deposito na cama. Espero que tudo fique bem, minha linda.

— Vocês estão drenando a mente dela para se curarem — digo encarando-os com uma fúria arrasadora.

— Ah, James. Não se faça de santo! — Caroline se aproxima de mim, mexendo em seus cabelos loiros. — Você sabe que o destino de Aurora Clarkson já está selado. Nós três somos amaldiçoados. E nós fizemos isso, James! — Ela segura minhas mãos, seus olhos incrivelmente suplicantes. — Nós dois. Criamos a cura com aqueles caras. E colocamos nela. Aurora deve morrer ou você vai morrer! James por favor!

Suas mãos chegam ao meu rosto, e sua respiração atinge meu rosto.

— Eu amo você, James Turner. Volte a ser o que era! Eu sei que você está fraco sem as mentes que você roubava. Logo vai começar a sentir as dores de cabeça. Você... Você... Você pode morrer!

Fecho os olhos, uma de minhas mãos segurando a dela.

— Você tem razão! — digo tornando a abrir os olhos. Jack se aproxima de nós. — Mas não ligo para o seu amor. Foda-se.

Jack puxa a cabeça de Caroline para trás e passa a faca em sua garganta. A loira cai no chão, o sangue cobrindo seu corpo e fazendo-a se engasgar.

— Ja-James...

— Eu sei que você vai voltar dos mortos daqui algum tempo, mas vou deixar que Aurora lhe dê uma surra — sorrio alegremente, observando a carta no chão que mantém Jack sob meu poder, reluzir. — Agora Jack, vamos a um comando que Clarissa com certeza aplaudiria.

Meneio a mão concentrando minha mente. Jack passa por mim correndo e se joga pela janela. Pego a carta no chão com despreocupação. Todos ainda caem nos meus truques, principalmente quando uso meu baralho para hipnotizar quem eu quiser.

Pego a carta no chão com despreocupação. Todos ainda caem nos meus truques, principalmente quando uso meu baralho para hipnotizar quem eu quiser.

A força vital de Aurora começa a voltar, e como se recebesse um balde de água fria ela levanta ofegante, seus olhos arregalados de pavor.

— James — Ela sussurra e sento-me na beirada da cama, segurando sua mão para acalmá-la.

— Você está bem, meu amor — digo, passando a mão por seus cabelos e rosto.

— Eles quase conseguiram... — Aurora pisca, olhando o corpo de Caroline e em seguida seus olhos focam na janela quebrada.

Acaricio seu rosto, meus dedos passando por seus lábios. Antes que ela diga mais algo que a preocupe, a puxo para mim, meus lábios se chocando com os dela de uma maneira quente, brusca, mas carregado de sentimentos e desejo. Mesmo que minha cabeça estoure a qualquer instante, quero ter o máximo de tempo possível com Aurora Clarkson. Nossos lábios se movem como se nascessem feitos um para o outro.

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Eu gosto de pensar que talvez o destino tivesse nos unido com algum propósito misterioso. Que não foi apenas o meu poder que a induziu a entrar naquele beco, completamente perdida. Que não foi uma simples coincidência ela ser minha salvação.

Aurora Clarkson me mostrou como é sentir amor por alguém. Como é desejar estar perto, desejar ficar próximo, desejar proteger, desejar a felicidade daquele que ama mesmo que você não esteja ao seu lado. Amar é uma dádiva, e Aurora conseguiu me ensinar o que é isso.

Coloco sua mão sobre meu peito quando nos separamos ofegantes, e Aurora sorri. Um sorriso lindo.

— Isso é o que você faz comigo — digo com meu coração batendo forte e intensamente.

Aurora meramente me fita por alguns segundos, sussurrando tão próxima de mim que por um segundo me perco naquelas palavras antes de realmente compreender o significado delas:

— Eu te amo, James Turner. E quero ser sua para sempre.