CAPÍTULO VI:

10 maneiras de ir parar no incrível mundo dos sucos, governado pelo temido tio suquinho. Não, pera…

Nota dos autores: Olá caros semideuses, nós chegamos pra arrasar e deixar o seu dia mais lindo. Enfim, vamos ao assunto, e que assunto, santo deus dos ladrões, Nico, tu deu show hein, cara. Já pode ser um membro honorário do nosso clube de pegadinhas. Aos fantasminhas (filhinhos do titio Hades) que estão lendo isso aqui, essa é pra vocês que sempre se irritam com esse velho cadáver pedindo as coisas ou com os poderes vida louca que vocês tem.

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Método 1: Ofereça a ele uma caixinha de suco Ades com um H desenhado na caixa antes do A.

Nico guardava as últimas coisas na mochila mágica, que cabia tudo de você pudesse por, uma das ótimas magias que Lou conseguia fazer. Ele vasculhou a escrivaninha do chalé de Hades, e retirou uma folha de papel de uma das gavetas. A lista que Travis havia entregado a ele e como iria passar algum tempo no mundo inferior, coisa que fazia a casa seis meses, decidiu que seria a hora perfeita para pôr em prática.

Olhou o primeiro item e sorriu, dobrando a folha e em seguida, jogou-a na mochila. É, talvez fosse hora de dar uma passada numa loja de conveniências, antes de ir para o submundo.

[…]

Nico tirou a tampa da caneta e escreveu um “H” antes do “A” na caixa de suco de maçã. Tampou a caneta novamente e pôs a caixinha na sacola plástica que carregava.

Andou em direção ao escritório de Hades, no seu palácio. Sim, o deus tinha um escritório, aonde ele organizava planilhas sobre as mortes, feitas pelos seus servos. Meio arrumadinho demais para um deus, mas Hades gostava de ter fichas de todos os seus “hóspedes”, como ele chamava os mortos. Também adorava se vangloriar das estatísticas e índices de acidentes e mortes trágicas, que sempre aumentavam consideravelmente.

Di Ângelo observou a porta preta, com os dizeres “Escritório do rei dos mortos”. Ele riu pelo nariz antes de bater e ouvir um sonoro “Entre!”, provavelmente Hades sabia que era ele, já que o semideus havia avisado o pai que iria para sua visita semestral.

O garoto abriu a porta e entrou, batendo-a logo em seguida.

— Nico, quando tempo. — disse o deus, tirando os óculos de grau. Ops, espere, desde quando deuses gregos têm miopia ou algum problema nos olhos? — Como foi a viagem? As sombras estavam rápidas hoje?

— Estavam sim, demorei 20 minutos do acampamento até aqui. — Os olhos de Hades brilharam — ah, eu trouxe um negócio pra você.

— Serio? O que? Não me diga que matou alguém no caminho… — brincou e o garoto gargalhou.

O deus sempre fazia esse tipo de piadinha. Algumas eram engraçadas, outras não. Essa não era nenhum pouco, mas Nico riu para agradar o pai, não queria ser fulminado antes de terminar a lista.

— Não, dessa vez não. — Enfatizou as palavras dessa vez, fazendo o imortal sorrir.

Nico entregou a sacola plástica a ele e o deus tirou a caixinha de dentro dela. Nela estava escrito HAdes e tinha uma foto de uma maçã em baixo.

— O que… O que é isso? — perguntou, estreitando os olhos.

— Seu suco pai. Inaugurou uma dessas lojas de beira de estrada lá em baixo da colina meio-sangue, coisa de algum filho de Hermes. Ai eu aproveitei pra comprar seu suquinho — respondeu, com uma inocência falsa.

— Meu suco? De onde tirou isso, garoto? — perguntou novamente, mais confuso ainda.

— Qual é pai, não sou idiota. Não adianta tirar o H, eu sei que foi você que criou, aliás, quem não sabe?

— Garoto, eu não criei suco nenhum!

Nico revirou os olhos, impaciente.

— Ah pai, não adianta, eu sei ok? E, olha, é seu preferido, maçã, sabor especial deus da morte¹ — disse apontando para a caixa, na mão de Hades.

— Já disse que não criei droga de suco nenhum — resmungou, ficando vermelho de raiva.

— Ok. Finja que é verdade e eu finjo que acredito. Já suspeitava desde o primeiro jantar que vim aqui… — continuou.

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Método 2: Diga que prefere Poseidon e Zeus a ele. Afinal, os dois são melhores que um emo antissocial e isolado.

Sempre que Nico ia ao mundo inferior, Hades pedia as ninfas que fizessem um jantar especial para o garoto, com as mesmas pessoas sempre, Hades, Perséfone, Bianca, o próprio Nico e as vezes, Deméter, mas somente quando ela estava lá.

As comidas eram geralmente algumas das favoritas do semideus. Dessa vez, as escolhidas foram estrogonofe de carne, batata frita, arroz a grega e salada de alface e tomate. Já a sobremesa era pudim de chocolate.

Nico já sentia a boca encher de água conforme as comidas que teriam no jantar eram ditas por Neda, uma das ninfas, mas essa era uma espécie de governanta do palácio de Hades.

— Dá pra a gente começar pelo pudim? — Nico perguntou, com os olhos brilhando.

Os outros 3 presentes riram. E Hades respondeu:

— Meu filho, se começar pelo doce não vai comer o resto. Então vamos ao jantar de verdade primeiro, depois a sobremesa — riu.

Apesar de parecer e ser um deus frio, e um tanto sem coração, com seus filhos a história era totalmente diferente, Hades ria, soltava piadinhas, perguntava como havia sido o dia. Realmente se preocupava, de um jeito um tanto sádico e com humor negro, mas sim. Ele estava longe de ser o pai do ano, mas fazia de tudo para ver os filhos bem e felizes.

— Ahn, ok, mas eu quero pudim, muito pudim — disse e todos riram novamente.

— Claro meu senhor, terá muito pudim pra você hoje — respondeu a ninfa com uma risadinha — Com licença.

Assim que ela saiu, um projeto de mordomo apenas de esqueleto, entrou na sala de jantar do palácio, com uma bandeja enorme em mãos.

[…]

Conforme Nico comia sua sobremesa (pela segunda vez, devo ressaltar), ele começava a fazer caretas de quem não estava muito feliz, bufava e ficava inquieto.

— O que foi? — perguntou seu pai.

— Nada não — respondeu e bufou novamente.

— Fala logo.

— É isso sabe, tá me deixando nervoso — gesticulou tentando explicar.

— Isso o que?

— Esse privamento social. Não posso trazer meus amigos aqui, mas tenho que vir pela Bianca — resmungou.

— Você quis isso! — gritou Hades, com sua perda de paciência repentina. — Sempre pergunto se quer que algum amigo seu venha aqui mas sempre responde que não.

— É por essas coisas que eu preferia ser filho de Poseidon ou Zeus, a um emo antissocial e antipático como você! — gritou, também perdendo a paciência.

— O que? — retrucou o deus, ainda mais alto.

— Isso mesmo que você ouviu! Prefiro mil vezes Zeus ou Poseidon a você. Não gosto de gente morta, não gosto de matar ninguém, muito menos desse inferno que chama de casa. Eu hein, só sabe me procurar quando quer alguma coisa, nunca posso fazer o que quero e ainda tenho poderes ridículos. — Era tudo mentira e Nico temia que Hades desconfiasse do tom de voz dele, mas felizmente ele estava tão irritado que deixou isso passar. — Queria pode voar como a Thalia, controlar raios e essas coisas. Seria irado. Talvez os mares como o Percy e me curar com a água, mas não, estou condenado a ficar vendo a data da morte das pessoas e como vai ser. Mórbido e inútil.

Método 3: E complete dizendo que só não preferia estar morto a ser filho dele, pois enquanto está vivo pode ignorar ele, morto, a ter que passar a eternidade o aguentado.

— Retire o que disse, senão, haverá consequências — disse Hades, se controlando.

— Mas eu não retiro uma vírgula — disse Nico levantando da cadeira.

— Argh seu ingrato! Vou te mostrar os poderes inúteis! — gritou o deus, começando a correr atrás do semideus.

— Hades! — gritou Perséfone, se metendo na frente do deus, que parou — Ele é só um adolescente, está na fase de reclamar da vida e essas coisas. É normal.

Hades respirou fundo, passando as mãos pelos fios de cabelo, numa tentativa de se acalmar, mas nessa hora, Nico e sua mania de colocar lenha na fogueira entraram em ação novamente.

— Adolescência? Eu nem sei o que é isso. Esse aqui me jogou num hotel e eu não tive, lembra? Tenho mais de 50 anos caramba, sabe o quanto isso é mórbido? — gritou.

— Ora seu insolente — respondeu Hades, tentando se desvencilhar de Perséfone. — me largue, caramba.

— Nãnanina não — A deusa balançou o dedo indicador em frente ao rosto de Hades. — você não vai encostar um dedo nesse garoto.

Bianca soltou uma risadinha diante a careta que o pai fez. Ela ainda estava sentada à mesa, comendo seu pudim, já sabendo do que o irmão estava incumbido de fazer. Ele tinha pedido a ela que não fizesse nada, para Hades não desconfiar.

— Argh, pare de defendê-lo, não ouviu o que esse… Esse… Essa criatura disse? — Gesticulou. — Está me confrontando e você quer que eu fique calado?

— Calado você até pode não ficar. Mas não vai encostar um dedo nele, se não quiser dormir no sofá, ouviu bem?

Ele suspirou, assentindo e Nico segurou o riso, falando logo em seguida. É, ele esperava os momentos certos pra deixar seu pai com mais raiva ainda.

— Ih, o rei do mundo inferior deixando que os outros mandem em você. Tsc, tsc, decadência hein.

Hades tentou se soltar novamente, mas o aperto de Perséfone em seu braço ficou mais forte, com as unhas dela quase furando a pele do deus. Ela lançou um olhar de aviso e ele passou a mão livre pelo rosto.

— Certo. Crises de adolescente, são só crises de adolescente. Se acalme Hades — falou pra si mesmo, tanto manter o controle.

— Ih, deuses. Tá ficando louco também, era só o que me faltava. Já não basta ter roubado minha vida, me fazendo passar anos num hotel maluco e encantado, ter herdado poderes muito loucos, do tipo, prever a morte de alguém, eu sei quando e como meus amigos vão morrer e eu não posso nem sequer avisar a eles, nem mesmo tentar impedir, porque ai quem morre sou eu! Você sabe como é passar pelo acampamento e ver todos te olhando torto por ser filho do deus dos mortos? Ou ninguém te querer no capture a bandeira? Nem no acampamento Júpiter eu sou bem-vindo! Eles odeiam simplesmente o fato de eu existir! Eu não vivo direito por ser seu filho! Só não preferiria morrer a isso, pois iria ter que passar a eternidade olhando pra essa sua cara de bunda! — gritou, pondo pra fora coisas que ele sentia a alguns anos, mas que hoje já não eram exatamente verdades.

O rosto do deus ficou mais vermelho e ele conseguiu, finalmente, se soltar da deusa.

— Seu mal agradecido. Vou te mostrar o cara de bunda — gritou, correndo atrás do filho que fugia.

Método 4: Dê a ele um carregamento de cereais da Deméter.

Nico embaralhava as cartas de um jogo mortal chamado Uno, enquanto Bianca explicava as regras do jogo para o pai.

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— Argh, já disse que não precisa. Eu sei jogar essa coisa inútil — resmungou, Hades.

— Então ta — Bianca respondeu.

Nico pós 7 cartas na frente de cada um.

— Certo, então podemos começar. Quem perder, tem que dar um prêmio ao primeiro vencedor — os outros dois assentiram.

Durante o jogo inteiro, o semideus fazia jogadas péssimas e sempre comprava mais cartas, mesmo sem precisar, apenas para perder. Logo, o deus dos mortos e Bianca falavam:

— Uno.

Claro que a semideusa sabia o que Nico estava fazendo e estava ajudando o irmão, por isso, quem ganhou foi Hades e logo em seguida ela.

— Que droga — resmungou.

— Eu disse que ganharia. — Hades se vangloriou.

[…]

— Certo, e o que é? — perguntou para o filho.

— Você verá. — respondeu, andando com ele para a porta do castelo.

— Ok. — disse e Nico abriu a porta. — o que… O que é isso? —

Do lado de fora, estavam 5 mil caixas de cereais da Deméter, com um laço bem desajeitado no meio da pilha, ao lado, a deusa sorria.

Hades piscou, sem conseguir acreditar no que via.

— Hades, meu genro querido, o menino me disse que você queria cereais, espero 5 mil caixas sejam o suficiente para esse mês. — Deméter falou. — Ah, vim passar alguns dias com vocês.

Ela abraçou Hades e, sem a deusa ver, ele fez um sinal de cortar a garganta e apontou para Nico. Que ria.

— Curtiu o prêmio pai?

— Oh, claro — respondeu, extremamente irônico.

O garoto mudou mentalmente o item 4 da lista dos Stoll para: “Dê a ele um carregamento de cereais da Deméter e, de quebra, traga a deusa junto passar um mês com ele”.

Método 5: Use o elmo das trevas para assustá-lo a noite.

Nico se esgueirava pelo palácio de Hades, em direção ao quarto de seu pai. A primeira parte do plano estava dando certo. Ele havia subornado o guarda da sala do trono com alguns dracmas (é, ate fantasmas queriam dinheiro), entrado e pego o elmo das trevas que o deus deixava em cima do seu trono. Sobre isso, Nico pensava que o pai só poderia ter alguns problemas mentais.

“Quem, em sã consciência, deixaria uma arma tão importante como essa num lugar desprotegido, apenas com um guardinha de esqueleto que não aguenta nem um soquinho, e iria dormir como se nada tivesse acontecido? Ele é louco assim mesmo? Ou esqueceu que ele já foi roubado e quase fulminou o cara que estava destinado a salvar o Olimpo por causa de uma idiotice dessas?” se perguntava mentalmente, enquanto colocava o elmo na cabeça. Uma energia revigorante passou pelo seu corpo, fazendo ele se estremecer, se sentia poderoso, como se nada pudesse atingi-lo.

Num susto, sentiu seus pés saírem do chão e percebeu que estava encoberto por uma névoa escura, que também fazia ele flutuar.

“Ual, isso é demais” pensou. Logo após, desejou estar no quarto de Hades e a névoa começou a mover seu corpo em direção a porta. Quanto mais a porta do lugar que ele estava se aproximava, mais ficava com medo de dar de cara nela. Fechou os olhos quando ficou a poucos centímetros e assim que abriu, a porta já tinha ficado para trás. Sim, um dos poderes do elmo era atravessar objetos.

Em poucos segundos, ele já estava no quarto de Hades e Perséfone. Desejou logo que aquela névoa preta encobrisse todo o quarto, deixando de fora apenas a cama onde os deuses dormiam. E assim, aconteceu. Após isso, quis que ele próprio fosse parte da névoa, logo, sentiu seu corpo ficar mais leve, e olhou seus braços e pernas que não eram nada mais que a névoa porém, um pouco mais espessa, apenas seu rosto continuava normal.

Se escondeu na fumaça e começou a sussurrar perto de Hades, coisas como “Olá, meu filho, está com saudades do estômago do seu papai?”. O imortal ouviu, já que começou a se mexer na cama, e sua respiração ficou pesada. Nico gargalhou, de um jeito sinistro que soube que apenas o elmo poderia fazer.

— Ora, ora, estou vendo que me ouviu. Sabe Hades, você foi o filho que eu mais gostei de engolir. Desde o primeiro momento não fui com a sua cara, minha vontade era de te cortar em pedacinhos de menos de um centímetro cada e jogar numa banheira com sal. Depois, te ver voltar e te torturar das piores maneiras possíveis. — Se aproximou do seu ouvido e falou mais alto. — Se prepare que eu vou voltar só pra acabar com sua raça.

Nesse momento Hades levantou num pulo e deu de cara com o filho, que havia desejado tomar a forma de Cronos.

O deus deu um berro extremamente alto e de num tom bem fino e esganiçado, enquanto pulava e sacudia as mãos. De acordo com Nico, ele estava parecendo até Afrodite quando quebra alguma unha.

— Socorro! Alguém me ajude! — gritou, pondo a mão no coração.

Perséfone acordou assustada e não entendeu o porque da gritaria do marido. Para ela, nada no quarto havia mudado e Nico nem sequer estava lá, como ele quis, apenas o deus o via.

— Que foi, criatura? — perguntou a ele, que só conseguiu apontar para direção de Cronos/Nico enquanto continuava gritando. — Não tem nada ali. Vai me dizer que viu outra barata?

Hades negou com a cabeça.

— Cro-Cronos — resmungou — não está vendo ele? Cega! Está ali.

Os gritos voltaram assim que ele viu a imagem de seu pai titã e Perséfone se limitou a revirar os olhos e chegar perto dele. Um tapa estalado foi ouvido e o rosto do imortal começou a ficar vermelho, ela tinha batido nele. “Céus, isso tá cada vez melhor” pensou Nico, se segurando para não rir.

— Se controle, você é um deus ou uma doninha? Nem responda a segunda opção ou vai levar outro tapa. Então, não tem NADA ali. Pare de alucinar, tome seu remédio e me deixe dormir — gritou, voltando ao seu lugar na cama e se cobrindo.

— Di immortales, me enfrente Hades — Nico sussurrou novamente, fazendo o deus tremer. —, você é um deus ou uma doninha, cara de bunda?

E foi nesse momento que a filha dele caiu. A expressão de medo mudou para raiva e ele se aproximou do garoto, puxando o elmo de sua cabeça. Toda a névoa escura e a ilusão de que ele era Cronos se foram.

— E ai, papai? — disse e acenou, Nico, dando uma risada nervosa.

Método 6: E, claro, filme, poste no facegods e mande para a TV Hefesto.

No dia seguinte ao que Nico precisou correr o mundo inferior todo, fugindo de Hades (que só não conseguiu mandar o filho pra enfermaria, porque se cansou no meio do caminho), ele foi ao quarto do pai para tirar a filmadora mágica de Hermes. Essa câmera filmava eventos mágicos, como o que aconteceu, no escuro, e até de baixo de água. Se foi difícil Nico conseguir tirar a câmera de um lugar a 2 metros e meio de altura sem usar uma escada? Claro, mas ele não desistiu, apesar de que empilhar duas cadeiras de madeira, não fosse nenhum pouco seguro.

Ele correu pra o seu quarto e conectou a câmera ao seu notebook que tinha sido modificado por Leo e contava com uma pecinha anti-detectora de semideuses dos monstros. Passou o vídeo para seus arquivos e logo foi adicionar ao seu facegods, a versão original e mitológica da famosa rede social.

Antes de enviar, adicionou uma legenda "Pegadinha com o papai hahaha. Stolls, estou aprendendo com vcs, se liguem q vão perder o cargo hein haha."

O próximo passou foi entrar no hermail (deuses, porque vocês sempre colocam seus nomes nas invenções, é pra marcar território?) e enviar o vídeo para Hefesto. Assim que mandou, um novo e-mail apareceu.

“Muito obrigada Di Ângelo. Sua “brincadeira” vai ao ar hoje às 20:00. Fique ligado e contribua mais vezes. Nosso publico agradece. Até mais,

Nix.”

[…]

— Pai, por favor, deixa ai mesmo — Bianca implorava para Hades não tirar do programa de pegadinhas da TV Hefesto.

Ele bufou e revirou os olhos. Nico observava tudo, escondido atrás de uma porta.

— Está bem — disse e entregou o controle para a semideusa.

— Obrigado pai — ela falou e ele sorriu.

Poucos minutos se passaram e logo Nix apareceu.

— Ué, o que ela está fazendo ai? — perguntou o deus.

— Não sei — mentiu, Bianca.

— Caro telespectadores, agradecemos a audiência — disse a deusa — venho aqui pra apresentar a vocês uma das melhores pegadinhas feitas a um deus. Não sabíamos que era tão medroso hein, Hades? Ai vai o vídeo.

— Eu? Como assim? — perguntou, enquanto a vinheta passava.

Logo aparecia na tela da televisão ele e Perséfone numa cama e Nico entrando no quarto. Hades viu o vídeo inteiro e a cada segundo, mais caretas apareciam e seu rosto ficava mais vermelho, sem contar com os punhos cerrados.

— Nico! VENHA AQUI AGORA! — gritou, quando acabou e o filho deu uma risada.

Método 7: Troque o manto feito de almas por um vestido de Afrodite.

As batidas na porta do quarto fizeram Nico desligar a música e ir abrir a porta. Dando de cara com Perséfone segurando uma enorme caixa branca.

— Isso chegou pra você. — Ela disse entregando pra ele — Hermes passou aqui a alguns minutos e disse que Connor e Travis mandaram pra você.

O olhar da deusa era o de quem queria dizer “Você não esta tramando algo não, né? Ou esta?”. Claro que depois das coisas que ele andava fazendo era de se esperar essa desconfiança.

Nico tirou os fones do ouvido e jogou o IPod na cama, pegando a caixa logo em seguida.

— O que? Não, claro que não. — respondeu se fazendo de ofendido.

A deusa suspirou.

— Ok então. Já estou indo, nos vemos na sala do trono em duas horas, não se esqueça.

Ele assentiu.

— Pode deixar — disse, fechando a porta.

Riu sozinho e colocou a caixa em cima da cama, abrindo ela logo em seguida. De lá, tirou um vestido longo com mangas compridas na cor roxa e um papel.

"E ai? Conseguimos esse vestido com a Piper que pediu a mãe dela. Ele está enfeitiçado, os deuses vão ver ele como se fosse o manto de Hades, agora, qualquer um que não seja um deus ou se eles usarem um espelho, verão como realmente é hahaha. Boa sorte ai.

Xx, Stolls"

[…]

Invadir o lugar onde a ninfa estava fazendo o novo manto das trevas foi fácil, o difícil foi achar ele em meio a tanta tralha que tinha no lugar. Mas após algum tempo de procura, Nico achou, escondido no meio de uma pilha de panos velhos, provavelmente com a intenção de esconder ele mesmo.

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Nico tirou ele do saco protetor que por sorte era preto, então a ninfa não iria ver. Colocou o vestido no lugar dele e quase vomitou quando olhou para o manto. Ele não entendia o motivo de Hades querer parecer mais assustador do que já era e, muito menos do porque de precisar usar almas para isso. Para ele, era ridículo e desnecessário, principalmente o fato de Hades ter mandado fazer outro, porque achava o que já tinha pouco assustador. Nico sentia pena das almas usadas para isso.

[…]

— Então, como ficou? — perguntou Hades já vestido.

O manto era parecido com uma toga romana, mas com mangas compridas e capuz. Mas o que Hades usava era um lindo vestido de festa de Afrodite. Nico e Bianca tentaram conter o riso mas não conseguiram totalmente.

— Está assustador e horrível — disse Perséfone, torcendo o nariz para o manto/vestido e fazendo careta.

— Ótimo, é isso mesmo que eu quero. — disse sorrindo e finalmente observou os risos dos semideuses. — Ei, do que vocês estão rindo?

— Se olhe no espelho — disse a garota, com o rosto vermelho de tanto rir.

E Hades fez isso, dando um grito histérico logo depois. A imagem refletida no espelho era a do deus dos mortos com um vestido rendado e roxo, escrito em preto “Nico esteve aqui”.

— Meus deuses! — Perséfone gritou, soltando um riso e tentando conte-lo mas em vão.

O deus virou para Nico e abriu um sorriso maligno.

— Pra você isso é engraçado, né? Vou te mostrar o que é engraçado pra mim, sua peste!

Método 8: Sempre que ele estiver com fome, ofereça uma maçã para ele e diga “Deuses da morte só comem maç㔹.

Cinco dias nos campos de punições empurrando uma pedra para o topo de um penhasco, sendo observado de perto por Hades. Essa tinha sido o engraçado que o deus disse que iria mostrar para Nico. Para o semideus, aquilo não era nada, já tinha passado por coisas piores. Mas ainda assim, teria volta e já estava começando.

Nico caminhou até a sala de Hades com um pote com 3 maçãs nas mãos. Apesar de serem imortais e não precisarem de comida humana, a maioria dos deuses gostavam do gosto de algumas e se alimentavam também com ela, além do néctar e ambrósia.

Bateu na porta e o seu pai o mandou entrar.

— Trouxe para você — disse o garoto, entregando o pote para o deus.

— Obrigada — falou e abriu o pote, fazendo uma careta.

[…]

A ninfa colocava os pratos do almoço na frente de cada um deles, na vez de Hades, a comida que tinha era um pouco estranha.

— O que é isso? — perguntou.

— Purê de maçã, maçã frita e maçã em tirinhas — ela respondeu sorrindo.

O imortal fez uma careta enorme.

— Mas eu não quero isso! — resmungou.

— Mas foi isso que me mandaram fazer, agora para de reclamar igual a uma criança e coma senhor Hades — retrucou e saiu da sala de jantar.

Di Ângelo reprimiu um riso.

[…]

— Alguém me diz que diabos está acontecendo aqui? — gritou quando a ninfa colocou uma fatia de torta de maçã e suco de maçã na mesa, dizendo que era a sobremesa.

— Senhor, me mandaram só trazer comidas a base de maçã pra você — respondeu.

— E porque um infeliz iria querer fazer isso?

— Ele me falou que — começou a dizer e Nico a acompanhou na última parte — “deuses da morte, só comem maçãs”.

O deus olhou para o garoto e ria descontroladamente.

— Foi você, não foi? — ele assentiu — então vamos ver se filhos do deus da morte também só comem maçã.

Hades pegou o prato com a torta e virou no rosto do semideus.

Método 9: Jure pelo rio Estige que Hades disse que irá quintuplicar o salário de Caronte e o mande falar com o deus.

— E ai? — perguntou Nico.

Caronte suspirou, fechando o catálogo de uma loja de roupa social. Olhou para o garoto e fez uma careta.

— O que você quer dessa vez? — murmurou sem vontade.

— Prometo que dessa vez é algo bom.

— Diga logo de uma vez, estou sem tempo — apontou para uma fila enorme de almas.

— É que meu pai disse que ia aumentar seu salário.

O olhar ranzinza e baixo de Caronte mudou para algo animado e ele sorriu.

— Serio? Assim posso comprar meu novo terno. Espere, como vou saber que isso é verdade?

— Olhe, vamos fazer assim. Eu juro pelo rio Estige que Hades ira quintuplicar seu salário, se ele não fizer isso, ele se jogará no tártaro. — O garoto terminou de falar e um trovão foi ouvido.

[…]

— Mandou me chamar, pai? — perguntou o semideus, entrando na sala.

— Sim. Que história é essa de você prometeu que eu iria quintuplicar o salário de Caronte?

— UE, você falou pra mim.

— Quando?

— Num dos meus sonhos.

Hades bateu a mão na mesa e passou as mãos pelos cabelos.

— E agora, eu, vou ter que aumentar o salário dele? Por uma besteira sua? VAI SAIR DA SUA MESADA! — gritou.

— Como se eu tivesse uma!

Método 10: Pergunte o porque dele existir, já que Caronte e Tânatos fazem todo o trabalho e ele apenas fica sentado observando.

Nico já estava pronto para ir embora. Sua mochila mágica já estava com todos os seus pertences e um lanchinho pro meio da viajem.

— Bom, tchau filho. Apesar de tudo, sempre é bom te receber aqui. — Hades disse, abraçando o garoto que sorriu.

Bianca e Perséfone estavam ao lado deles, mas já tinham se despedido do semideus.

— Bom, então espero que a próxima visita não seja cancelada — brincou.

— Claro que não.

Nico se virou para ir embora mas voltou.

— Pai, posso te perguntar uma coisa?

— Claro.

— Porque existe um deus da morte? — perguntou.

— Oras, para cuidar das almas depois da morte.

— Então você existe pra levar os créditos do trabalho de Caronte e Tânatos, já que eles fazem tudo pros mortos e não você. Que inútil é sua existência — disse, sorrindo.

O rosto de deus ficou vermelho e ele foi na direção de Nico. Em vão, o garoto já tinha sumido numa sombra, deixando o pai pra trás.