Pesadelos da Realidade

Povs. Estelar

Mais algumas semanas se passaram. E até que enfim, eu estava bem a ponto de já poder ir nos chamados dos titãs.

Mas o clima da torre estava estranho ainda. Robin não conversava mais com X. Ele estava certo de que Red X e Slade estavam juntos, e ficava sempre desconfiado, procurando defeitos nele, mesmo com o resto de nós dizendo que não havia nada. Cyborgue ficou igual a Robin no começo, mas logo viu que tudo passou de um engano.

Eu tentei ignorar, mas as atitudes de Robin logo começaram a me irritar! Eu via que Max se sentia incomodado com aquilo, mas disfarçava de mim. Ele estava ficando cada vez mais triste, e eu cada vez com mais raiva de Robin. Mas... a pedido de X, eu ignorei Robin, e dei mais atenção para Max. Com o tempo, conseguir arrancar um sorriso dele foi ficando cada vez mais difícil. Aquilo me partia por dentro, mas eu nunca parei de tentar. Todas as noites, eu me ajoelhava na janela do meu quarto e orava por ele. Orava para que ele conseguisse encontrar paz de novo. Acho que eu deveria ter pedido de outro jeito...

Haa, Mutano e Ravena começaram a namorar, era a coisa mais fofa! Quer dizer, fofo do jeito deles. Com Ravena gelada e sempre enfezada com as gracinhas do Mutano. Mas eu sabia que ela o amava. Eu sempre a via ficar corada quando ele segurava sua mão, ou lhe roubava um beijo na bochecha.

Os dois viram como Red X estava decadente em eu próprio mundo, e me perguntaram se poderiam ajudar. Mesmo sendo uma atitude maravilhosa, eu tive que recusar. Acho que ate eu, em algum ponto, percebi que X estava em um estado tão critico de infelicidade, que ninguém mais conseguiria anima-lo. Nem mesmo eu. Mas, o que me matava mesmo, era o fato de eu não saber o que estava acontecendo. Talvez, comigo sabendo, poderíamos carregar o fardo juntos. Mas, ele se recusava a me contar, e todas as minhas tentativas eram em vão.

Tudo o que eu podia fazer era distraí-lo no dia-a-dia , para esquecer-se dos problemas; tentar anima-lo e orar todas as noites. Nada mais.

Eu gostaria de ter feito mais.

OoOooOooOoOOOOOOOO

PEE...PEEE

O alarme soou às três da manhã. Me levantei ainda meio atordoada e me dirigi a sala, onde encontrei os outros titãs.

Star- Uaaah – Eu disse me espreguiçando. – O que ta acontecendo? – Perguntei sonolenta.

Cyb- É o Slade – Cyborgue disse em um tom meio sombrio, com os olhos fixos no telão, que mostrava um mapa. Eu senti uma pontada no peito apenas de ouvir aquele nome. E um arrepio correu a minha espinha.

Mut- Cara, é sério, esse cara não dorme não? – Mutano disse meio revoltado, não compreendendo a seriedade da situação. Ravena lhe deu um beliscão no braço. O esverdeado resmungou um pouco mas depois se calou.

Rob- Seja o que for que ele estiver aprontando, nós vamos detê-lo. – Robin disse, socando sua mão com a outra. – Titãs, vamos!

Star- Esperem! – Eu disse antes que todos se virassem para ir embora. – Mas e X? Ele deve receber um chamado que estamos indo, afinal, ele também esta atrás de Slade.

Todos pararam e se entreolharam, mas Robin... Ele apenas continuou olhando para frente e disse, sem me encarar.

Rob- Provavelmente, ele já estará lá, nos esperando. – Ele disse frio. RRrr, aquilo me deu uma raiva! Eu queria pular em seu pescoço, mas Ravena me deteve. Respirei fundo e seguimos nosso caminho ate onde Slade estava.

OooOooOOoooOOoo

Povs. Narrador

Nesta madrugada gélida, de cima dos prédios, Slade observava a cidade com desprezo, mas ao mesmo tempo com admiração. Se não fosse por aquela mascara, poderíamos ver um sorriso de pura satisfação em sua face.

Sla- Ora ora, chegou cedo. –Com o olho fixo a sua frente, ele disse, em um sussurro, percebendo a companhia que acabara de chegar por trás de si. – Red X! –

O rapaz tinha ódio daquela voz, ódio daquele homem.

X- Slade! –Ele disse entre dentes. Slade virou-se para encara-lo, mas este já estava em ponto de ataca-lo com um chute. Slade o pegou no ar e fez seu encontro com o ar.

Sla- Nunca sabe quando parar, não é? – Ele disse, soltando a garganta de X e caminhando para frente, olhando a cidade. – Nosso plano logo ira se concretizar. Você ficara admirado com a força que teremos juntos! – Cada palavra que ele dizia, fazia a ira de X aumentar mais.

X- SABE QUE ESSE PLANO NÃO É NOSSO! NÃO CONTE COMIGO NESSA! – Ele respondeu alto.

Sla- Sabe as consequências que terá se não cooperar comigo! Não banque o herói X! Não agora. Já é tarde demais pra você. – Ele respondeu para o garoto, que já continha uma respiração ofegante, devido à raiva. Ele percebeu o estado do garoto e disse: - Ops, controle o coração heim? - Seguido de uma risada sínica.

X enfureceu-se de vez. Estava pronto para arremessá-lo daquele prédio, quando avistou cinco figuras bem conhecidas se aproximando na escuridão.

Sla- Haa... seus amigos titãs estão aqui! – Ele disse na direção de X, e depois se virou para os oponentes que haviam acabado de chegar. – Titãs, que bom vê-los novamente, pena que talvez seja a ultima. – Ele disse sombrio.

Os cinco heróis se aproximaram das duas figuras em cima do prédio, e o líder começou:

Rob- Slade! Por que esta tão alegre? Talvez seja a companhia... – Ele terminou a frase se virando para Estelar, o que foi uma indireta do tipo “ eu sabia que estava certo”. A garota apenas revirou os olhos em reprovação, e depois, voltou seu olhar para X. Que permanecia do lado oposto ao dela no prédio.

Slade apenas riu novamente.

Sal- Esperto Robin! Eu estou sim, de fato, muito feliz. – Ele balbuciou as palavras com gosto. – Mas não devido à companhia, mas ao fato da terceira e última parte do meu plano, estar sendo completada. E depois disto, vocês não poderão mais me impedir. – Ele disse, se afastando deles e indo para o parapeito do prédio.

Cyb- Há é Slade? Ta aqui uma surpresinha pra você. – Cyborgue proferiu, apontando seu canhão sônico para ele. O que não foi muito esperto, pois no minuto seguinte, Slade apertou um botão, e dezenas de robôs capangas seus se apossaram da parte inferior do prédio, onde eles estavam.

Rob- Titãs, atacar! – Robin alarmou os colegar, mas foi logo em direção a Slade, juntamente com X.

Sla- Ate mais titãs. Eu queria ficar pra conversar, mas tenho muita coisa a fazer para amanhã, então... Adeus. – Ele terminou pulando de costas do prédio, e desaparecendo na escuridão.

X correu e gritou em sua direção. Ele teria pulado para uma descida mortal se Robin não o tivesse detido.

X- Haaa! – X insultou Robin enquanto tentava se soltar. – Esse desgraçado vai fugir! Me solte!

A essa altura, Cyborgue, Mutano, Ravena e Estelar já haviam encerrado a luta contra os robôs de Slade.

Rob- Não! Controle-se. – Robin dizia apertando X pelos punhos. – Não vai poder vencê-lo sozinho. – Robin terminou, soltando o colega, que se libertou com brutalidade. Segurando os punhos.

Ele tinha rancor na face. Estelar, percebendo a agonia do parceiro, correu ao seu encontro, passando dentre os colegas, e o abraçando forte.

Star- Não se preocupe Max. Estou aqui, estou aqui. – Ela disse suavemente em seu ouvido, tentando confortá-lo de sua tempestade interior.

Ele não podia fazer mais nada além de abraçá-la de volta. Seu coração estava acelerado. O que os titãs não sabiam, era que haviam selado seus destinos ao deixarem Slade escapar naquela noite.

O vento da noite roçava em seus cabelos, e X pode sentir o doce perfume de Estelar invadir os seus pulmões.

Eles se separaram e Estelar continuou fitando-o. Mas X olhou para os titãs que o reparavam com duvida.

Cyb- O que aconteceu aqui Red X? – Cyborgue deu um passo à frente, requerendo respostas.

Red separou-se de Star e foi para perto do resto do grupo. Eles o olhavam com curiosidade, mas ao mesmo tempo, temerosos.

X- Slade vai consegui finalizar o plano dele! – Ele disse, olhando para o nada, como se tentando convencer a si mesmo. Sua voz mostrava um pouco de receio.

Estelar postou-se ao seu lado, e segurou firma em sua mão. Ela queria lhe passar confiança, e algum sentimento de companheirismo. Mostrando para ele que ela estaria ao seu lado, não importasse o problema.

Rob- E qual seria esse plano? – Foi a vez de Robin se postar a frente, e falar com arde autoritário. X olhou para o chão e apertou os olhos. Queria que tudo isso fosse apenas um pesadelo, mas infelizmente... Não era.

X- Eu não sei.- Ele disse com a voz fraca. Todos se entreolharam confusos. Aquilo realmente não ajudava em nada. Até que X ergueu novamente a cabeça e voltou a encara-los. – Somente sei que ele o porá em pratica esses dias. Temos que ser rápidos e espertos, para pegarmos ele. – Uma coragem duvidosa tomou conta de si. Ele não sabia se era o medo que o invadia, mas iria aproveitar o máximo.

Rav- Ok então. Seremos. – Ela afirmou, e depois olhou para os colegas, que concordaram com ela.

Mut- Então vamos voltar pra casa por que né... uaah, eu to cansadinho. – Mutano disse se espreguiçando, em uma tentativa de piada. O problema era que ninguém estava com graça naquela hora. Nem mesmo Estelar sorriu. Ravena lhe deu um cutucão, e depois de alguns insultos dirigidos a ele vindo do grupo, todos se viraram para ir embora.

X permaneceu imóvel no lugar apenas vendo todos se distanciarem. Mas, Estelar sentiu algo ruim dentro de si e se virou para trás, se aproximando de Max.

Agora, ele estava trêmulo, e os olhos ardiam, mas não choravam. Seu queixo também estava batendo. Seus lábios estavam pálidos.

Star- X! O que foi? – Ela disse em total preocupação, e o segurou pelos ombros. Nunca o tinha visto tão mal. A demora pelo resto da equipe foi percebida por Ravena, que parou os titãs e os fizeram olhar para o local onde o casal se encontrava.

Red X apenas balançou a cabeça negativamente, tentou se recompor e a observou, olhando para ele com aquele lindo par de olhos esmeralda.

X- Não é nada, eu só.. – Ele a fitou, prestando completa atenção nele. Aquele sorriso lindo, aquele rosto tão delicado... – Vem pro meu apartamento essa noite. Quero ficar perto de você. Vem embora agora comigo! – Ele pediu, quase implorou pelo tom de voz.

Estelar se sentiu confusa. Olhou para os amigos Como uma tentativa de pedir auxilio. Todos assentiram com as cabeças, menos...Robin. Ele nem sequer estava olhando para a garota. Estava de costas. Mas ela não se importou.

Star- Eu vou meu querido! – Ela respondeu para Red X, segurando seu belo rosto com uma das mãos e beijando a sua bochecha.

OoOOOOoOOoO

Povs. Estelar

Eu e X descemos do prédio e fomos em direção ao seu carro, o Chevy 1956 azul claro que eu adorava tanto. Dentro do carro, ele retirou a sua mascara e eu o admirei por um minuto. Eu o observava dirigindo, eu via como seu cabelo caía delicadamente sobre aqueles olhos verdes incríveis.

Eu teria admirado muito mais a sua beleza se eu não estivesse tão preocupada com as pesadas olheiras que ele agora apresentava debaixo dos olhos, e a nítida palidez de seu rosto (que realçava as olheiras ainda mais.)

Ao entrarmos em seu apartamento, eu fui direto para o banheiro me lavar. Deveria ser umas quatro da manhã agora, e eu não possuía sono algum. Sai do banho quente e pus uma blusa do Max e um shortinho meu que já estava lá, de noites anteriores.

X- Tenho uma surpresinha pra você. –Ele disse de modo sapeca, o que já me animou um pouco. Seu rosto não demonstrava o sorriso mais alegre que ele podia, mas já era alguma coisa para mim. – Esta com sono?

Eu encarei seus olhos levemente inchados. Esses dias não tinham sido nem um pouco fáceis para ele. Depois balancei a cabeça negativamente, afirmando minha insônia e sorri levemente, perguntando o que era a tal surpresa. Meus olhos brilharam eu vê-lo me mostrar à capa do DVD em suas mãos, com o titulo: Romeu e Julieta.

Star- Haa.. Serio? – Eu disse com um pouco de empolgação... ta legal, muita empolgação! – Vamos assistir? - Eu apenas aguardei e vi seu aceno de cabeça. Apertei minhas mãos umas as outras e pulei em seu colo. Ele me pegou um pouco assustado no começo, mas depois me segurou em seus braços fortes e nos beijamos.

Em seguida, eu fui em direção à sala para arrumar o espaço para vermos o filme, e Max foi para a cozinha, preparar algo para comermos.

Sentamos juntos no sofá, com ele sentado atrás de mim e eu entre suas pernas, me escorando em seu peitoral musculoso. Era estranho. Como ele era tão masculino, forte, protetor... Mas ao mesmo tempo, um homem sensível, emotivo e carinhoso.

O filme começou e eu de cara já amei tudo. As roupas, o romantismo, as falas em poemas... Era tudo tão lindo e perfeito! Imaginei como seria minha vida se eu tivesse vivido aqui na terra nessa época.

Eu não calei a boca um minuto durante o filme. Fiquei meio receosa, com medo de Max achar ruim, mas ele achou foi graça. Ela ria de mim quando eu comentava sobre as coisas.

Star- Ai, o Romeu é tão romântico! – Eu dizia quando via a forma que ele olhava e falava de Julieta. Eu olhava como as doces palavras dos dois amantes eram ditas em profunda tristeza. Como a vida dos dois era vazia antes de conhecerem um ao outro. – Nossa, que raiva dessa rixa entre famílias! – Eu ficava brava! E batia as mãos no sofá. Quase o estraguei. Max só ficava rindo de mim e me acalmando.

X- Calma minha menininha brava! – Ele disse rindo. Mas depois logo ele ficou sério de novo. Como eu estava encostada nele, pude perceber seu comportamento durante o filme. Respiração profunda e demorada, como se fosse ele tentando acalmar a si mesmo. Coração acelerado, e mãos suando frio. Algo me dizia que esse comportamento ansioso não tinha nada a ver com o filme.

Star- Esta tudo bem Max? – Eu perguntei me virando para trás. Mas não completamente. Somente virei a cabeça para o lado e o olhei com o canto dos olhos. Eu queria muito saber o que afligia tanto o meu Max.

Ele respirou fundo antes de responder e forçou um pequeno sorriso.

X- Esta sim. Só quero que tudo fique bem com você. – Ele disse meio serio. Não entendi o motivo daquelas palavras. Afinal, eu estava bem. Ele é que tinha algo escondido. E então, enquanto eu refletia sobre isso, ele pediu para que prestássemos atenção ao filme.

Foi então que notei que o filme que eu ate então pensara ser tão romântico não era tão romântico assim. Os conflitos começaram a aparecer. Capuletos VS Montecchios, todos matando uns aos outros. Eram cenas marcantes de total brutalidade. Eu comecei a pensar em meu relacionamento com Max. Tudo foi tão bom no começo... e depois, rivalidades de pessoas começaram a nos atingir e penetrar em nosso namoro como um veneno. E o terrível veneno atingiu a pessoa mais importante para mim. Se não tivéssemos um ao outro, não sei o que aconteceria conosco.

Quanto ao filme, eu agora não o assistia com admiração, mas com agonia! Eu gritava em pensamentos. Queria ver um final feliz. Mas tinha que perceber que nessa vida, nada é justo.

Então, com o coração doído, eu assisti ao terrível final do filme. Quando a carta de Julieta não é lida por Romeu, e ele, como um romântico totalmente confuso, prefere renunciar a vida a viver sem sua bela dama ao lado.

Eu já soluçando, com lagrimas nos olhos e com Max tentando me acalmar, me abraçando forte, observei o trágico e triste fim de um amor tão belo e profundo, que fora infelizmente corrompido e destruído pelo ódio de duas famílias.

Uma profunda dor invadiu o meu coração. Um desespero de algo que nem existia. Um temor pelo provável futuro.

Eu me debulhava em choro quando Max me abraçou e disse ao meu ouvido:

X- Esta tudo bem meu amor! – Ele falava com carinho enquanto entrelaçava seus dedos nos meus. – É só um filme. – Eu tentei me controlar e respirei fundo.

Star- Odiei esse final! – Disse zangada. – Porque que não dava pra dar tudo certo a final de contas? – Eu disse, me endireitando no sofá e fitando os olhos abatidos do meu namorado.

Ele olhou para baixo, pegou minhas duas mãos, e as levou junto ao seus lábios macios. Ele as beijou e virou-se para mim com agonia.

X- Eu sinto muito ter feito você ver esse filme tão triste. – Ele disse com a voz falha. – Eu sabia que você era frágil demais. Eu não deveria tê-la feito assistir...- Eu tinha que dizer algo antes que ele se culpasse mais.

Star- Não Max! – Eu o interrompi . – Eu entendo que isto é apenas um filme. Somente me emocionei um pouco. – Disse demonstrando um sorriso fino. – Só acho que as coisas deveriam ser mais alegras na vida, sabe? Tudo as vezes é tão triste e sem sentido. – Disse mais sincera. Eu sei que tristeza fazia parte da vida. Mas se existia um plano maior para nós, para que sofrer tanto?

X- Mas todos nós devemos estar preparados para tudo. – Ele disse me encarando. – Kory, minha vida, eu sei que sempre enxerga o melhor das coisas, e por isso, o sofrimento e a dor lhe atingem com maior intensidade, pois era algo inesperado. Achei que seria bom para você ver o filme, para entender melhor o que eu quero te dizer agora.

Meu coração parou. Ele dizia quase que em um desabafo. Eu esperei semanas para ouvir suas explicações. Mas agora que eu as estava ouvindo, eu queria não escutar. Tive medo. Mas ele continuou falando, já que eu fiquei muda.

X- Nunca, em hipótese alguma, desista de sua vida por amor Star! – Ele falou. – Você pode ser mais forte do que isso, ok? -Ele quase implorou.

Eu ainda estava assustada com aquilo.

Star- O que quis dizer X? – Eu perguntei com olhos cheios d’água.

Ele segurou minhas mãos mais firmes ainda. Estávamos sentados de pernas cruzadas, um de frente pro outro.

X- Só quero dizer que muitas pessoas se importam com você para fazer algo estúpido como Julieta fez! – Ele disse, com os olhos também avermelhados. – Não os magoe Star!

Star- X? Por que esta me dizendo isso? – Eu perguntei com um enorme nó na garganta.

X- Só me preocupo com você. – Ele passou uma das mãos em meu rosto, e eu a afaguei com minhas bochechas. Ele secou uma lagrima que escorreu com seu polegar.

Star- Você não vai me deixar né? – Eu falei de uma vez. Essa era uma ideia que só de pensar, já me dava pesadelos.

Ele deu uma risada "sapequinha". E mesmo com os olhos encharcados, eu ri também. Seus olhos retornaram com o brilho que possuíam antigamente, mesmo que só por um segundo.

X- Nunca lhe abandonarei meu anjo! – Ele selou sua declaração com um beijo apaixonante em meus lábios.

Mais tarde , depois do filme, o sol já aparecia no horizonte. Deitamos juntos na cama. Segurávamos as mãos do outro e ficamos ali ate pegar no sono, apenas admirando a beleza um do outro, e apreciando o máximo que tínhamos juntos.

OoOOoOOoOOoO

Eu estava correndo em uma floresta escura. Eu não voava. Não consegui voar com a aflição que eu possuía no coração. Não enxergavam um palmo de vegetação na minha frente, devido à neblina.

Eu estava ofegante, podia ver o vapor gélido saindo da minha boca. Eu corria com toda a minha força. Estava com o corpo quente devido ao exercícios, mas eu sentia o vento fantasmagórico percorrer e atravessar o meu corpo.

Não sabia por que corria. Eu só sentia o pânico crescente em meu ser. Foi então que ouvi gritos abafados ao longe. No começo não entendi o que falava, mas eu percebi quem era...

Star- Max?! ... Max! – Eu continuei corrente, tentando encontrar a origem dos gritos.

X- Star! – Eu pude ouvi-lo melhor. – Me ajude Star! – Eu sentia o pavor em seus pedidos.

Continuei correndo ate avista-lo. Ele estava de pé a alguns metros a minha frente.

Escutei um barulho estrondoso e o terreno começou a tremer. A terra abaixo de seus pés começou a sumir, até se tornarem apenas um buraco gigantesco, escuro e sem fundo. Ele se segurou na borda e eu corri ao seu alcance.

Star- Ai meu Deus, Max! – Eu comecei a chorar, desesperada. Eu o segurei e tentei puxa-lo para cima. Mas por algum motivo, eu não tinha forcas.

X- Voe e me salve Star! – Ele dizia com voz de choro. Eu me senti em uma encurralada.

Foi quando a terra em meus pés cedeu e eu comecei a escorregar também.

Continuei segurando-o firme, e me pendurei com apenas umas das mãos.

Star- Aguenta firme X! Eu tiro a gente dessa! Por favor, aguente! – Eu implorei, mas minhas mãos estavam suando, e Max estava escorregando.

X- Me solte e se salve Star! – Ele disse, com tristeza.

Eu desabei a chorar, ainda o segurando firme.

Star- Nunca vou te deixar! – Eu dizia, mas não estava convencendo Amim mesma. Ele ia cair, e eu sabia.

Foi então que minha mão não aguentou mais e a escuridão daquele buraco o engoliu.

Star- Nãaaao! X! Voltaaa! – Eu gritava, com um enorme desespero. - Voltaa!!! - Eu retirava todo ar dos meus pulmões naquele momento.

Foi quando uma pessoa começou a pisar em meus dedos que me sustentavam. Eu senti uma dor agonizante dentro de mim. Pelo X e por medo do que me aguardava.

Star – Haaaa! Eu comecei a cair na imensidão do abismo, e enquanto caia, eu pude ver aquela mascara brilhante de cobre, com apenas com olho me fitando.

OoooOoOoooOoooO

Sentei-me rápido na cama. Estava suada, e ofegante. Que pesadelo horrível!

Passei a mão na testa e olhei ao redor. Estava no quarto de Max. Mas ele não estava deitado na cama comigo.

Ainda na cama, eu procurei um relógio. Quase uma hora da tarde. “Eu tenho que voltar pra torre”, pensei. Os titãs não iam gostar nadinha o fato de eu ter demorado tanto. Sai de meus devaneios ao ouvir alguém. A voz de Max vinda da cozinha, falando alguma coisa.

Star- Max? – Eu perguntei meio acanhada.

X- Já vou amor! – Ele respondeu ao longe. Eu não sabia o que ele estava fazendo. Mas a essa altura, eu já não perguntava mais nada.

Comecei a me levantar, ainda tremula, e troquei de roupa.

Quando terminei, me virei para a porta e Max Bresser estava lá, olhando para mim.

Star- Ai que susto! – Disse, colocando a mão no coração.

X- Desculpe, não quis te assustar.. – Ele disse, se aproximando de mim.

Star- Tava fazendo o que? – Perguntei um pouco curiosa.

X- Coisa atoa. – Ele desviou a conversa, mas eu percebi. Já vai? – Ele perguntou meio triste.

Afirmei com a cabeça. Eu também não queria ir, mas era meu dever.

Nós abraçamos e demos um beijo rápido de despedida.

X- Pelo menos dormiu bem? -Ele perguntou com uma feição melhor. Eu não queria preocupa-lo com coisas bobas, como pesadelos, por isso, permaneci em segredo com isso.

Star- Sim meu amor! – Disse, sorrindo tímida. – Já tenho que ir. Nos vemos mais tarde? – Perguntei.

X- Claro menininha. – Ele falou, forçando um sorriso.

Enquanto caminhávamos em direção à porta, ele me virou rápido, e me puxou para mais perto. Para um abraço apertado e carente.

X- Eu te amo, tanto! – Ele disse, suspirando.

Star- Também te amo! – Disse rindo. Era tão bom tê-lo comigo, na minha vida ! – Eu vou, mas volto bobinho. – Disse, tentando arrancar alguma alegria naquele menino que me fazia tão feliz!

O resultado foi apenas mais um olhar tristonho e um sorriso forçado.

Suspirei, lhe roubei mais um beijo, mais demorado desta vez, e depois, segui meu rumo.

OoOOOOoOoOoOo

Passei a tarde mergulhada em duvidas e lembranças da madrugada passada. Conversar minhas e de Max repassavam em minha cabeça, assim como as cenas do filme.

Robin e Cyborgue vieram-me pedir explicações pela demora quando eu cheguei. Eu apenas os ignorei, dei respostas vagas e fui para o meu quarto. Ravena e Mutano se preocuparam comigo também, mas não tanto quando os outros. Eles estavam focados no namoro.

Já estava escurecendo, e o céu estava se fechando. Eu gastei o dia apenas filosofando sobre tudo, me perguntando quando tudo ia mudar...quando todas as minhas perguntas teriam resposta...

PEE...PEE

Levantei em um salto e fui para a sala ao encontro dos titãs.

Star- O que esta havendo? – Perguntei quando me aproximei do telão. Robin me olhou torto e eu já sabia quem era...Slade!

Cyb- Temos que ter cuidado! – Desviei minha atenção para Cyborgue ao ouvir suas palavras.

Mut- Por quê? – Mutano perguntou em meu lugar.

Rob- Porque é hoje que ele completa o plano dele.

Rav- Plano que nós não descobrimos. – Ravena terminou o raciocínio.

Todos se entreolharam. Sabíamos que o que enfrentaríamos não seria fácil

Rob- Tomem cuidado titãs. Nós vamos conseguir impedí-lo! – Robin disse convicto, passando coragem a todos nós. – Vamos!

Seguimos neste começo de noite para o local onde Slade fora detectado.

Mal eu sabia que depois dessa noite, minha vida nunca mais seria a mesma!