Esqueceu-se de lembrar

Belém, uma noite estrelada.


Cavalos trotavam nas ruas estreitas da cidade. As mães gritavam desesperadas. Os filhos eram sacrificados. Cabeças infantis rolavam no chão sujo de Belém. Sangue inocente espirrava nas paredes. As ordens estavam sendo cumpridas. As crianças deveriam morrer para uma rebelião não ocorrer. O garoto está entre eles... matem-no, disse o grande líder. A partir daquele comando não existiria remorso no coração dos soldados.

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Em um celeiro uma jovem gritava. Soluçava. A dor do parto é a pior e mais agradável de todas. O homem que segurava sua mão tremia como nunca. A situação era crítica. A criança tinha que vir ao mundo.

- Eu não aguento... – Maria firmou seus olhos no do marido. -... José... é agora.

Ao redor deles apenas galinhas, vacas e porcos completavam o cenário de desastre. Sendo assim, o pobre carpinteiro Galileu tinha que agir. Primeiro levantou o vestido da mulher com o maior respeito possível. Era a primeira vez que ele via aquilo... nada agradável para iniciantes. O bebê já brotava vagarosamente. O então pai direcionou suas mãos ao filho e logo após minutos ele veio. O messias vivo. A salvação de uma nação nas mãos de um ingênuo trabalhador.

Nas fronteiras de Belém três homens esperavam ansiosamente por um sinal. Tinham chegado até ali. Não podiam dar meia-volta. Foi então que todas as estrelas que pintavam o céu escuro desistiram do quadro. Lentamente cada estrela sumia. O trio se entreolhou... estava acontecendo, mas faltava algo. E essa coisa veio... ela os acompanhou por toda a jornada. Quando todas as menores desapareceram do céu, a gigante e brilhante estrela surgiu. Ao lado da lua ela parecia ainda mais esplendorosa.