Promessa de um novo amor
Capítulo 3
Apesar da serenidade de Flack, ele tremia por dentro, temia não conseguir desarmar aquela mulher antes de acontecer o pior, antes de oferecer a Sara suas desculpas pela sua total falta de hospitalidade.
Agora uma pequena multidão observava o desenrolar daquela tragédia anunciada, os policiais evitavam mais aglomeração.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!A mulher soltou um palavrão gritado, remexeu a cabeça para que os cabelos de uma cor extravagante saísse de seus ombros, ela endireitou a postura demonstrando estar pronta para matar e morrer.
Sara tentou falar alguma coisa, mas o olhar de afeição e preocupação que recebeu de Flack a emudeceu temporariamente. Ele continuou impassível, o olhar furioso queimava a mulher a sua frente.
— Escuta moça, não tenho o tempo todo, não sou psicanalista e tão pouco uma de suas amigas pra ouvir você choramingar um amor não correspondido. Peço que me dê a arma e vamos resolver isso de forma civilizada. — Flack soltou o ar de seus pulmões com violência, a paciência sendo minada aos poucos, o suor corria de seu rosto.
A mulher sorria e chorava aos mesmo tempo, quando falou, o tom de voz dela era de arrependimento, dor e ironia.
— O corpo que você "peritazinha" analisou agora a pouco era do meu amante. — Ela olhava pra Sara com ódio velado nos olhos. — Um policial e uma prostituta, que casal mais incomum, vocês não acham? — Ela não esperou que eles respondessem, com uma gargalhada engasgada continuou.
— Ele achava que eu não era boa pra ele, mesmo eu declarando todo o meu amor para o desgraçado. Eu não era boa pra ser amada por ele, mas isso não o impedia de querer usar o meu corpo. Dei-lhe uma noite regada a sexo, algemei ele e me ofereci em bandeja de prata, eu era dele... apenas durante a noite. Ao amanhecer ele me desprezou, disse que eu não passava de uma vadia sem coração. Sem coração? E todo o amor que eu lhe ofereci não conta? Deixou-me sozinha, no quarto, na cama, na vida. E partiu para trabalhar.
Flack e Sara a ouvia em silêncio, o desabafo, o relato de um crime.
A mulher suspirou dramaticamente e continuou.
— Eu o segui, aqui nesse estacionamento eu o encurralei, falei mais uma vez do meu amor, jurei mudar por ele... e ele? Gargalhou na minha cara, riu do meu amor, empunhei a arma em seu peito e mesmo assim ele riu descaradamente, disse que eu não teria coragem de feri-lo... dei-lhe o último beijo, demorado pra que eu gravasse o seu gosto e atirei... matei o amor, se eu não seria boa pra ele, ele não seria bom pra mais ninguém.
A mulher gargalhou histericamente, as feições denunciando uma insanidade perturbada, Sara tapou a boca com uma das mãos para não expressar seu horror, Flack balançou a cabeça com um expressão torturada, sem que ninguém notasse ele dava passos imperceptíveis em direção a mulher. Ela notou e com um grito de pavor... atirou.
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