Releen

Capítulo 39


– Bem, muitos órgãos dentro de você são inúteis, tipo o seu pulmão, então o bebê tem espaço o suficiente para se desenvolver- tentou explicar Jasper.

– Mas e meu estômago?

– Minha estranha teoria diz que você não vai poder se alimentar de comida, seu estômago vai estar inativo. Logo ele não pode receber alimento algum

– O quê? - quase gritei- Isso quer dizer que eu vou ter que beber sangue?

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– Isso aí.

– Mas Jasper, é que não dá, não dá mesmo.

– Sua mãe bebia na gravidez dela.

– Ma-mas, eu não posso.

– Olha, eu sei que você tem aquele ocorrido com Scott, mas acidentes acorrem e isso é para o bem de seu filho.

– Você me ajuda?

– É claro Lee, estou nessa com você.

Abracei Jasper com força. Eu sempre sempre me identifiquei com ele. O jeito calado dele sempre escondia um pessoa maravilhosa.

Sempre fomos próximos, sempre fui a filha que Alice e Jasper nunca poderão ter.

– Obrigada Jas, é muito importante para mim.

– Não agradeça, você é como uma filha, para mim e Alice.

– Fico muito feliz em ouvir isso de você Jas

– Nessie sempre foi grudada com Rose, então nunca nem nos aproximamos dela e bem, ela tem aquele jeito mais solto e...

– Eu sei bem.

– Enfim, minha teoria pode estar errada, vá para seus quarto e tente comer alguma coisa.

– Certo.

Essa noite eu tinha conseguido dormir apenas algumas horas. Minha cabeça doía muito.

E tinha também Alec, ele é o pai dessa criança. Mas eu tenho tanto medo da reação dele. É a reação que eu mais tenho medo.

Cheguei no meu quarto e abri um pequeno frigobar que eu tinha ganhado. Peguei um saco de cereal e o comi.

Dois minutos depois senti aquilo voltando, sem nem chegar ao meu estômago. Vomitei tudo na privada.

– O que está acontecendo com você? - Alec perguntou encostado na porta.

– Alec- falei me limpando- Eu...

– Eu nunca me senti tão distante de você- ele falou frio- Nem quando você era um anti-social que não gostava de ninguem.

– Alec...

– É só isso que sabe falar? Meu nome? - ele aumentou o tom de voz- Eu sou seu noivo! Tenho o direito de saber o que está acontecendo na sua vida.

– É complicado- comecei- Você tem todo o direito de saber o que está acontecendo comigo, mas por favor, me dê um tempo.

– Um tempo? Pra você continuar estranha desse jeito? Não Releen, isso para mim não dá.

– Eu estou te implorado- uma lágrima desceu pela minha bochecha- Você vai ficar feliz em não ouvir, eu juro.

– Me diga, eu quero saber! Eu tenho direiro!

– Estou grávida.

Alec ficou paralisado, deu um suspiro longo e pesado e depois juntou as sobrancelhas adquirindo uma expressão de raiva.

– O que você disse?

– Que estou esperando um bebê.

Ele molhou os lábios com a língua e depois riu de um jeito frio.

– Olha Alec, eu sei que...

– Quem é o pai? - ele perguntou de repente.

– O que?

– Quero saber quem é o pai da criança.

Dei um tapa no seu rosto que fez a minha mão arder e ele me olhou com uma expressão furiosa.

– Como assim, quem é o pai?!- perguntei incrédula.

– Por isso não queria mais fazer sexo comigo não é? Por isso está tão estranha, você me traiu. Me traiu!- ele socou a parede fazendo um buraco nela.

– Eu não trai você! - gritei furiosa.

– Oh não- ele gargalhou- Você realmente quer que eu acredite que o filho é meu?

– Você enlouqueceu? Quem você pensa que eu sou?

– Não sei mais quem você é.

– Esse. Filho. É. Seu- falei pausadamente- Eu não sei como aconteceu, não sabia que era possível, mas a minha metade humana foi o suficiente para gerar um filho. Isso também me pegou de surpresa, ok?

– Isso é impossível- ele segurou meus pulsos com força- Entendeu? Impossível.

– Então não acredite- falei entre os dentes- Seja um covarde e fuja.

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– Você é uma aproveitadora.

– Me respeita- tentei me soltar sem sucesso- Seu falso maldito, achei que confiasse em mim Alec.

– Eu também achei.

– Então vá embora- gritei- Eu não quero mais me casar com você.

– O quê? - ele parecia surpreso.

– Me esquece- gritei.

– Mas eu quero saber- ele falou- Tenho o direito de saber quem é o pai.

– Eu não vou mais responder essa pergunta. Deixei bem claro quem é o pai.

– Por que não é você que recebeu um par de chifres, não é?

– Você está sendo ridículo Alec! Ridículo!

– Quem mais sabe sobre essa criança?

– Alice e Jasper.

– E você contou para eles quem é o...

– Contei! E eles sabem que você é o pai. Pode perguntar para eles. Eu estou dizendo a verdade - gritei- Agora vá embora e não volte mais!

Tentei empurrar Alec pela porta, mas ele foi mais forte e ele se virou rapidamente e me jogou na cama com força sobrenatural.

– Ah, então é assim, você faz o erro e você quem fica com raiva?

– Eu fiz o erro?- foi minha vez de gargalhar friamente - Você também participou do erro. E essa criança não é erro nenhum. Foi um acidente, nem eu, nem você temos culpa.

Agora eu realmente entendia.

– Eu não posso ser o pai.

– E nem vai mais ser- me levantei decidida - Porque quero que fique longe de mim e do nosso filho.

– Nosso? Eu não...

– Vá embora! Saia da minha frente e não ouse voltar

Ele passou pela porta e a bateu com toda força que ele tinha, chegando a rachar a minha porta todinha.

Chorei como nunca chorei na minha vida, caí em cima do meu travesseiro e comecei a socá-lo com ódio de Alec, ele achava que eu o traira! Como ele ousa pensar isso de mim?

Senti um chute na minha espinha que doeu muito.

– Calma meu amor- passei a mão na barriga- A culpa não é sua. Você me mostrou como o papai é de verdade. Estou muito feliz em ter você, muito mesmo.

Senti algo se mexendo dentro de mim e sorri.

– Sim, esse é o seu pai.