— Seu irmão e você são muito parecidos. — Erik confidenciou para Gina quando eles ficaram sozinhos dentro do carro. Haviam todos ido ao passeio no automóvel dele. Ao fim da noite, deixaram Hermione na casa dela e ele trouxe os dois Weasley para sua residência. Rony já havia se despedido e entrado deixando-o sozinho com a ruiva.

— Espero que você não esteja falando do jeito avoado. — ela pediu.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Ele é um cara legal! Não seja cruel. — cutucou-a no braço.

— Tá legal, eu sei. — Gina arrumou uma mecha teimosa de cabelo que ficava caindo no seu rosto, atrás da orelha.

— Será que o cara de óculos vem nos importunar hoje?

Estava levemente perturbado para saber quem era o cara da outra noite, mas não encontrou a ocasião para perguntar para ela até então.

— Quer mesmo saber das minhas besteiras? — disse-lhe acanhada, brincando com as mãos.

— Acho que é mais que besteira. Só que você me conta se quiser, claro.

— Ele é o amigo do meu irmão. O homem que idolatrei e amei desde que comecei a gostar dos rapazes. Me corrigindo: não teve rapazes, teve só ele, o Harry.

— Namoraram?

— Nunca nem o beijei. — sorriu amargamente — Sempre fui a pirralha que ficava no pé. A pivete que inflava o ego dele. Me humilhei e não me orgulho disso.

A honestidade nos olhos dela o comoveu. Erik tentou imaginar que tipo de sujeito, em sã consciência, menosprezaria uma mulher daquelas. Confiantemente, aproximou a mão do rosto dela e colocou a insistente mecha ruiva atrás da orelha pequena da moça.

— Se valeu pra você, não foi humilhação. Se foi verdadeiro, não tem como ter sido humilhação.

— Estou parando pra pensar nesses últimos dias e só consigo sentir vergonha. Agi pateticamente e foram centenas de vezes. Acho que até meus familiares me veem como uma coitada. Me sinto meio estigmatizada pela sombra dele.

— Sabe que as coisas que está falando não tem o mínimo sentido, não é?

— Quem vai saber? — deu de ombros.

— Eu. Me diz onde está a inferiorizada, a humilhada, a pirralha? Nesse carro que não. Só encontrei uma moça espirituosa até agora.

Ela sorriu, agora, sem amargura.

— Você sempre me diz coisas galantes. Acho que vou gravar suas palavras de incentivo e escutar quando os momentos depressão aparecerem.

Erik passou os dedos de leve no ombro dela. Percebeu que a moça se arrepiou.

— Se é apaixonada incondicionalmente por esse tal Harry, me diz como consegui sair e usufruir da sua presença?

— Isso não será lisonjeiro. — advertiu-o.

— Estou preparado.

— Porque te achei um gato. Simples assim. Não foi sua sinceridade, nem seus olhos luminosos ou seu rebolado.

— Ai, essa doeu! — levou a mão no peito como se tivesse sido atingido por um disparo. No fundo, gostou das intenções dela.

— E também porque não aguento mais essa paixonite pelo Harry. Quero dar chances para outras coisas. Uma hora a gente se olha no espelho, não tem os dentes de leite e está fazendo poeminhas comparando sapinhos com garotos de olhos verdes. Quando se olha novamente já é mulher feita, os hormônios controlam seu humor vinte e quatro horas por dia e ainda pensa no rapaz dos olhos verdes, que segue a vida muito bem sem você.

— Adoro essa sua personalidade. Muito. Se eu te disser que as mulheres cinco, dez anos mais velhas que você, com quem já me relacionei nunca passaram a maturidade e autenticidade que enxergo nas suas palavras, acreditaria em mim?

— Harry disse que está tentando me conquistar porque adora ninfetinhas. Quer tirar uma casquinha. — objetivou.

Ele riu da cara de pau do cidadão. Cada vez gostava menos desse amigo do irmão. Além de rejeitá-la, ainda a desejava secretamente.

— Calúnia pelas minhas costas. Esse Harry tem atitudes interessantes, hein!

— Desculpe, eu não penso assim. — segurou no ombro dele, achando que tivesse se preocupado realmente com a opinião daquele coitado.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Eu quero você sim. Estou muito atraído sim. — olhou-a no rosto — E por dezenas de motivos, mas não por ser nove anos mais nova que eu.

— Quer me beijar? — ela o questionou sem pestanejar. Seus lábios bem modelados o encararam exalando igual mistério ao semblante desafiador.

Erik coçou o queixo. Gina era fascínio puro!

— Só ainda não o fiz porque tenho medo de levar um tapa na cara e perder a comissão de uma mensalidade no curso de dança.

Somente um risinho escapou no canto da boca dela, antecipando sua seriedade acompanhada da ordem:

— Vem me beijar logo.

Ele mal pensou duas vezes e já estava abraçando-a pelos ombros e envolvendo-a para si. Ela o tocou nos lábios com avidez e quase o sufocou num gole de sensualidade avassaladora.

Harry, seja quem fosse, a havia perdido! Perdido!