Megumi Honma (HIATUS)

Capítulo III


Estiquei minha face com a mão e olhei para Naruko.

— Então você também ouviu? — Perguntei.

— Sim... — Ela observou minha expressão ainda levemente pálida e fez uma cara descontraída. — Ora, Jinta... Não é nada. Com certeza ela deve ter ouvido isso de alguém... Não precisa pirar assim.

A voz dela não soava tão convincente... Como se nem ela acreditasse no que dizia. Por um segundo o silêncio se pôs e então Anjou e eu rimos desconsertadamente.

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— Ah... Sim. Você está certa... Está certa. — Passei a mão nos cabelos timidamente.

— Não se deixe enganar só pelo fato daqueles olhos azuis, cabelos claros e... — Sua voz começou a ficar trêmula. — E aquele vestido branco... — Ela olhava para o chão a sua direita. Duas lágrimas desceram de seu rosto. — Que...! A propósito, não parece nada com o da Meiko...! — Explicou, nervosa e birrenta cruzando os braços.

Aquele bico de pato novamente... Seus olhos estavam lacrimejantes. Então não sou apenas eu... Ela também sentiu.

— Anjou... — Sussurrei. — Você acha que... — Engoli em seco e não fui capaz de terminar a frase.

Naruko bufou.

— Jinta, quer ir para o hospício? Porque é para lá que vão te mandar se alguém perceber que você está imaginando a Menma enquanto fala com a Megumi-san...! É-é...! É claro que aquela garota é só da mesma família que ela.. Até porque...!

— Até porque a Menma já se despediu. — Automaticamente completei a frase. Minha voz soou baixa.

— Sim... — Ela confirmou também em tom baixo. Seus olhos miravam o chão. — Eu vou lanchar agora... Você não vai?

— Sim... Vamos juntos então. — Andei até ela e peguei em sua mão.

Naruko sorriu. No caminho ao pátio não dissemos nada e o nosso silencio deu a minha mente liberdade a pensar... Tal liberdade que eu não desejava de modo algum.

A esse ponto de insanidade... Prefiro não permitir que minha mente produza pensamentos.

Prefiro me distrair... Prefiro não pensar. Prefiro não lembrar...

Prefiro me tornar um cabeça de vento a um idiota compulsivo em rever alguém que já morreu. Alguém que foi e não vai voltar... Alguém que eu amava. Alguém que amo... Alguém que...

— Ei, rapaz! Volte! Você mesmo! Volte aqui e me dê o pagamento! — Exclamou o homem da cantina.

Ah, sim... Estas fritas em minhas mãos... Acabei de compra-las. Acabei me esquecendo de pagar. Onde está a Analu mesmo? Ah, ela foi almoçar no outro pátio...

Idiota, idiota... Estava pensando demais, idiota... Caminhei até o homem e paguei o que devia.

“Jintan! Jintan!”, disse em minha mente e riu alegremente.

... Eu sou louco.

“Jin-tan!”, ela sorria girando outra vez.

... Completamente louco.

Sou um doente mental insano que não pode ficar sozinho com sigo mesmo nem com seus pensamentos... Provavelmente estou a beira da psicopatia... Idiota, idiota, idiota! Seu idiota, você é louco...!

Sou louco...! Louco mesmo... Louco por causa dela... Louco porque ela se foi... Louco por ela. Menma...!

— Jinta-san? — Aquela voz me chamou.