Capítulo 6- Eletricidade

Susan saiu do banheiro e seguiu o caminho para o ginásio respirando fundo antes de ir para baixo da tabela, pois não se sentia psicologicamente preparada para ver Ned de novo. Mesmo que terminar tenha sido uma decisão pacífica e conjunta e ainda fossem amigos que se ralavam regularmente, o coração de Susan ainda guardava sentimentos fortes pelo psicólogo.

–Hey, é o trio de ouro do Polk e a advogada Claire Swayer. –disse ela ao chegar perto o bastante.

–Suzie Capitinga. –Ned abraçou Susan com força, pois amigos também sentem saudade. –Você tá linda.

–Ned. Você também tá lindo. –repilicou revolvendo o abraço com a mesma intensidade. –E eu já disse isso mil vezes...

–Esqueça. Você é minha garota, não vou te chamar de Susan. Seria como chamar a Moze de Jenifer. Ou o Cookie de Simon.

Susan riu e daí surgiu uma conversa mais divertida. Martin voltou para a roda depois de conversar com seus ex-professores e a conversa fluía cada vez melhor. Distraidamente, Ned passou o braço ao redor do ombro de Jenifer que, mais distraidamente ainda, abraçou a cintura do psicólogo e aconchegou a cabeça em seu ombro. Susan observou essa interação e bem no fundo de seu íntimo uma pontada de ciúme incomodou, mas ao permanecer olhando por alguns segundos achou uma cena muito fofa. Jenifer parecia se encaixar perfeitamente no corpo de Ned, como se tivessem sido feitos um para o outro, e o sorriso que teimava em ficar no canto de sua boca mostrava que estava feliz por estar em contato com ela. E era isso que Susan queria, que seus amigos fossem felizes.

–E aí, galera? –um lindo homem apareceu para se juntar ao grupo. Seu cabelo penteado para cima mostrava uma jovialidade que contrastava com a seriedade seu óculos de grau. Um terno preto por cima da camisa social branca. Difícil de reconhecer por um sorriso que agora era dócil, diferente do maligno de alguns anos atrás.

–Oi. –disseram Ned , Jenifer e Claire que já estava mais acostumado ao adulto William Billy Loomer.

–Caramba! –disseram Cookie e Martin ao contatarem quem era aquele homem.

Apenas uma pessoa não se pronunciou. Seus olhos olhavam encantados para a figura madura e bonita de Loomer. O olhar do ex-bad-boy também se fixou na garota.

–Billy?

–Will. Agora me chamam de Will, parece mais maduro. Como você está, Suzie? –os olhos de William brilhavam com a beleza que a adulta Susan Capitinga apresentava.

–Bom, agora é Susan.

–É melhor a gente se afastar. –sussurrou Jenifer no ouvido de Ned. –Vamos acabar tomando um choque ficando a cerca de tanta eletricidade.

Ned riu mais alto do que desejava e acabou estourando a bolha que havia se formado ao redor de Sumer.

Então William entrou na conversa com a galera, mas sempre trocando olhares com Susan.

De repente as postas do ginásio se abriram com um estrondo que sobrepunha a música não tão alta do lugar. Todos os olhares se voltaram para a entrada e a visão que tiveram foram elas que já abriam o mar de alunos dos corredores do Polk anos atrás.

–Top Gangue. –disseram todos juntos.