Capítulo 5

Não sei explicar, mas ter ido até a casa da Renata foi a melhor coisa que eu fiz depois do “pesadelo” que tive em casa. Ela me acalmou e me fez esquecer pelo menos por um segundo sobre tudo o que tinha acontecido. Mas enquanto repassava tudo em minha cabeça lembrei do ataque que o Roberto tinha dado quando falei do Intercâmbio e resolvi perguntar para a Rê.

– Rê, posso te perguntar uma coisa?

– Claro que sim. – disse ela olhando para mim.

– Hm, bom. Você sabe por que o Rô deu aquele ataque quando falei do intercâmbio? – perguntei

– Ah, por favor né. Você sabe muito bem porque ele fez isso. – disse ela normalmente.

– Sei? – estava duvidando da minha capacidade.

– Claro que sabe. – disse ela, como se fosse algo óbvio.

– É, por favor, você pode me dizer o que eu deveria saber sobre o Rô? – Eu realmente não sabia.

– Você nunca percebeu mesmo? – disse ela me encarando com dúvida.

– Não. Por quê? Deveria ter percebido alguma coisa?

– Acho que sim né Luna, tá meio que “óbvio”.

– O que tá óbvio Rê?

– o Rô gosta de VOCÊ, Luna. – ela falou um pouco alto o que me fez tomar um susto.

– Quê? Gosta? Desde quando? – tá, eu estava assustada.

– Ah meu Jesus Amado! Sim, ele gosta de você. Não sei quando começou esse amor, mas ele gosta, todo mundo sabe disso. – disse ela rindo da minha cara.

– Todo mundo?

– Sim, ué. – disse ela dando de ombros.

– Nossa. Todos sabem, menos eu? Me sinto tão tapada! Af.

– Calma Lu. Acabamos de descobrir também, mas ele nos fez jurar que não contaríamos.

– Por quê?

– Não sei, talvez quisesse te contar, antes de todo mundo.

– Hm, mas ao que parece você quebrou um juramento. – olhei para ela quase rindo.

– Ah verdade, mas não é minha culpa. Não consigo guardar segredos de você.

Olhei para ela e começamos a rir. Ela era a melhor amiga que alguém poderia ter, com certeza. Depois de conversar sobre o Roberto, vimos filme e nos preparamos para dormir.

Deitei na cama ao lado dela e antes de fechar os olhos eu disse:

– E o Dan?

– O que tem ele? – disse ela desconfiada.

– Você, ele... Ah você sabe?

– Bom, não sei. Vamos dar tempo ao tempo.

– Sim, vamos dar tempo ao tempo.

– Você não está falando de mim e do Dan agora né?

– Não exatamente. – admiti

– Henry? – perguntou, mesmo sabendo a resposta.

– Sim...

– Vai dar tudo certo Lu, você vai ver.

– Espero. Boa Noite Rê.

– Boa Noite idiota. – disse ela rindo.

– Ow. Não me chame de idiota.

– Porque não? Você é mesmo.

– Você não tem amor pela sua vida não? – disse eu ameaçando-a.

– Eu tenho. Você que não deve ter, por estar me enfrentando.

Olhei para ela com medo, mas depois começamos a rir feito duas bobas, até que ouvimos um “xiiiiiiiiiiiiiiiu!” saindo do quarto da mãe dela então nos olhamos, demos uma risadinha baixa, viramos para o lado e dormimos. Na verdade, eu demorei um pouco á dormir, tinha muita coisa para digerir: Eu havia sido convidada para fazer um intercâmbio em Londres, tendo chances de conhecer os meus ídolos, depois meus pais estragaram tudo dizendo que não deixariam eu ir e agora eu acabara de descobrir que o Roberto gostava de mim. Era muita coisa, muita coisa mesmo para apenas uma garota de 16 anos. Depois de algum esforço, finalmente dormi.