Hello, Goodbye

1x09 - Call Me Maybe


POV Artie

Confesso que depois de todas aquelas reclamações que Finn Hudson fez antes de se demitir do meu filme foram bombásticas pra mim de início. Mas refleti, pensei e realmente tinha que dar a razão pra ele. O filme estava uma droga. Uma história completamente sem sentido, com falas pouco profissionais e outros problemas que nem merecem ser citados de tão ruim que são.

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A verdade é que a partir daquele momento resolvi mudar. Mudar o filme, mudar minha vida e mudar todas as perspectivas sobre esse teatro enorme e realista chamado “vida”. Passei os cuidados do roteiro para o Finn, pois ele realmente merece reescrever do jeito que quer. E até pensei em arranjar alguém para amar. Estou precisando (e como estou precisando) ser feliz com alguém.

Bom, até descobri que a Kitty Wilde está gostando de mim, o que significa que eu não sou tão abominável assim. Como a Rachel já tinha seus próprios problemas (ou seja, Santana Lopez), Finn decidiu me ajudar nisso. Assim que terminamos aquele papo em trio, ele saiu correndo comigo pelos corredores à procura de Kitty. Não resisti e perguntei:

– Pra quê você quer falar com ela agora? Nem eu sei se gosto dela mesmo!

– Mas eu tenho certeza que um dia você vai se apaixonar, cedo ou tarde. - Ele parou de correr e voltou a falar, se dirigindo à minha frente. - Talvez vocês possam ter uma primeira conversa. Lembre-se: comece com um “oi, tudo bem” na hora. Sabe fazer isso, não é?

– É difícil, mas não impossível. Acho que consigo.

– Certo. E depois fale da sua incrível mudança. Ela vai perceber que você mudou seu comportamento e tal. E só no final dê seu número de telefone. - Finn girou 360º e encontrou Kitty saindo de seu camarim com uma bolsa nas costas. Ele então me puxou pelo braço, e chegamos até ela em menos de 10 segundos. Antes de se virar e me deixar sozinho com ela, ele sussurrou: - É a sua vez. Você consegue.

– Tá... - Eu afirmei, e estava claro que eu sentia medo só pela voz. Assim que a vi, forcei um sorriso alegre e segui os passos de Finn.

– Oi, diretor Artie.

– O-oi, tudo bem? - Gaguejei de início. - E por favor, me chame só de 'Artie'. Me sinto mais à vontade.

– Nossa, cadê aquele diretor marrento que todos nós conhecíamos?

– Sumiu quando o verdadeiro Artie Abrams acordou pra vida e percebeu o quão marrento era.

– Jura?

– Resolvi mudar. O filme, as minhas perspectivas sobre a vida, enfim... Me sinto muito mais leve.

– E isso é bom! Quando uma pessoa muda, praticamente estampa na cara a frase “Eu mudei, algum problema?”!

Não pude me conter e soltei uma risada. Ela riu junto, e 5 segundos depois eu jurava estar tendo um ataque cardíaco de tanto rir. E depois que ficamos sérios, aconteceu o que eu menos esperava: me apaixonei pela Kitty Wilde. Bom, já que segundo pesquisas levam 0,2 segundos para se apaixonar, então eu já havia feito isso. Fiquei ali, parado, observando ela até que a mesma colocou sua mão fria na minha testa.

– Você tá bem, Artie? Teve uma paralisia cerebral pra ficar parado na minha frente?

– Ah, não, eu tô bem. Obrigado por perguntar. - Me desliguei do “Modo Viagem” e voltei à Terra em questão de segundos.

E como o Finn sugeriu, fiz o que tinha que ser feito. Peguei uma folha de papel do meu bolso, uma caneta do meu outro bolso, anotei meu número e entreguei à Kitty.

– O que é isso, Artie?

– Meu número. Me liga, talvez.

– Então você mudou de verdade.

– Se ainda não acredita, não precisa ligar, Kitty.

– Verei o que posso fazer, Artie. - Ela arqueou as sobrancelhas e abriu um leve sorriso. - Então, até mais.

– Até mais.

Saí daquele papo saltitando por dentro. Assim, por qual motivo eu falei “saltitando”? Quem fala essa palavra hoje em dia? Consequências do amor...

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POV Rachel

– É o seguinte: você tem que seguir à risca todos os conselhos que eu lhe dei, a não ser que queira ver o Jake passando por aquela porta sem te dar o número dele. Tá me entendendo, Santana? Ou ao menos me ouve?

Lá estava eu, batendo um papo secreto com a Santana no mesmo corredor onde Jake Puckerman estava, pronta para bancar o cupido desse futuro casal. Mas eu acho que a latina não tá nem me ouvindo.

– Alô, Terra chamando Santana Lopez!

– Ah, oi, o que estava dizendo? - Ela perguntou, atordoada e se virando pra olhar na minha cara. Daí ela voltou a falar. - Tá, eu vou seguir seus conselhos. Mas só que eu não consigo criar coragem pra ir lá falar um simples “oi” e começar todo o papo, sabe?

– Qual é, amiga! Você tem sangue latino nas veias, tem que ter uma atitude e é agora! Você já conversou tantas vezes com o Jake...

– Sobre a relação de amor e ódio entre Finn e você, né Rachel? Agora terei de falar sobre nós mesmos... - Ela afirmou, pondo as mãos na cabeça em sinal de preocupação.

– Santana, acorda! Você consegue, agora vai lá e manda brasa. - Eu terminei aquela conversa já a empurrando pra cima do Jake.

Deu pra perceber o estado de nervosismo da Santana só olhando seus movimentos bruscos. Batendo a mão na cara, tropeçando no carrinho de café, sapateando enquanto chegava perto dele, enfim... Vai saber o que ela tem dentro daquele coração acelerado, né? Enfim, eu não ia sair de perto nem a pau, então resolvi ficr de tocaia vendo se iria dar certo. E foi nos 45 minutos do segundo tempo que Santana finalmente conseguiu dizer...

– Oi, Jake. - O nervosismo se refletia até na voz dela.

– Oi, Santana! Tudo bem?

– Tudo ótimo, e você? - Ah não, esse papo tá ficando careta demais pro meu gosto.

– Soube que o Artie desistiu do roteiro inicial do filme? - Ela perguntou. Hã? Não foi esse o conselho que dei.

– Soube, sim. A Marley me contou.

– Claro, aquela ali é uma fofoqueira de plantão... - Jake não se segurou e começou a rir. Bom, o fato é que a risada contagiou a Santana, e logo eles pareciam dois doidos no corredor.

– Mas... Você veio até mim só pra dizer isso? - Tô chocada! Será que Jake teria algo a ver com essa paixão também?

– Não... - Ela ajeitou o cabelo atrás da orelha enquanto falava. - É que eu queria saber se...

– Se...

– Se você não queria ir comigo no bairro mais famoso de New York City, quem sabe ver uma peça na Broadway ou algo assim... - Essa é a Santana que eu conheço!

– Pode ser, já que teremos umas férias devido ao novo roteiro. Posso te dar meu número?

– Não precisa, Jake. - Ela tirou um papel do sutiã (também achei estranho, isso não era parte do plano) e entregou a ele. - Esse aqui é o número do meu apê e o do meu celular. Me liga... Talvez.

Não me segurei e tive que fazer uma “dancinha da vitória” no meu canto. Bom, eu fiquei me vangloriando até alguém me agarrar por trás e cobrir meus olhos. De início não dava pra saber quem era, mas logo descobri quando a tal pessoa disse:

– Uma dica: é o louco da sua vida.

– Finn, foi só uma brincadeira. Você não é louco. - Eu disse, tirando suas mãos dos meus olhos e me virando para um selinho. - Só não é normal.

– Ah, então eu venho aqui de boa vontade ver seu plano de cupido e sou recebido com um “você não é normal”? Nossa, que gratificante...

– Para com isso, Hudson. Você sabe que eu te amo. - Concluí, dando início a mais um longo beijo entre nós. Perfeito, como sempre. Após nos separarmos, continuei: - E as coisas com o Artie e a Kitty? Foram bem?

– Não vi todo o papo, só descobri que o Artie sabe dar risada. Milagres da vida. - Finn esbravejou, se limitando a um pequeno sorriso. Lindo, óbvio.

– E por aqui foi tudo perfeito. Acho que o Jake também gosta da Santana.

– Jura? Não percebi até agora...

– Parece que o amor finalmente vai reinar sobre esse estúdio. Eu e você, Artie e Kitty, Ryder e Marley, Santana e Jake...

– Falando nisso... - Ele disse, pegando o celular do bolso e discando o número do Ryder. - Vou ligar pro Ryder. Não o vi mais desde aquela discussão em que eu chorei nos braços dele.

– Me diga que isso não é verdade. - Falei com um sorriso risonho enorme no rosto.

– Foi um momento de fraqueza, tá? Não pensa alto, não, ele tem namorada e eu também...

– Ahã, sei... - Eu disse enquanto cruzava meus braços em seu pescoço.

– Faz um favor pra mim, Rach?

– Claro, amor.

– Procura a Kitty e pergunta o que aconteceu enquanto eu ligo pro Ryder.

– Tá, então. - Concluí, já indo embora, mas ele segurou meu braço antes.

– Te amo, Rachel Berry.

– Vai dizer isso quantas vezes? - Perguntei ironicamente.

– Até que a morte nos separe. - E aí ele me puxou pra um beijo longo e intenso.

Infelizmente fomos interrompidos pela estraga-prazeres da Santana, que parou bem no nosso meio e empurrou nossas cabeças pra longe.

– Até quando ficarei aturando a “Sessão Amor” de vocês?

– Deixa de ser ranzinza, Santana. Ah, e meus parabéns! Soube que vai sair com o Jake. - Finn disse, praticamente gritando pro mundo ouvir, mas não liguei.

– Não é bem sair... - Ela deu ênfase no “bem”. - Só vamos ter um encontro de amigos e tal.

– Ahã, tô sabendo... - Ironizei, dando início a uma longa risada.

– Rachel Berry, é bom correr pela sua vida. - Santana esbravejou.

Entendi o recado na hora e saí correndo atrás da Kitty, como Finn pediu; enquanto salvava a minha pele das garras de uma furiosa Santana Lopez.

POV Ryder

Marley já tinha ido embora da minha casa de táxi quando Finn me ligou.

– E aí, Ryder? Você sumiu!

– É, tive um encontro casual com a Marley aqui em casa.

– Então agora são oficialmente namorados? - Ele disse, já sabendo que eu a pediria em namoro.

– Ela aceitou. Acho que eu devia estar alegre agora.

– E tem de estar! Aliás, o amor reina aqui no estúdio também. Você perdeu a mudança de hábito do Artie Abrams. Ele até deu o número dele pra Kitty Wilde!

– Cara, como eu queria ter testemunhado isso.

– E parece que Santana e Jake vão ter seu primeiro encontro.

– Oi, oi, oi? - Repeti isso três vezes, não acreditando no que havia acabado de ouvir.

– Pois é! Tô te dizendo, dias melhores virão...

– Acredito em você desta vez, Finn.

– Ah, e outra coisa: como eu terei de reescrever todo o roteiro do filme, vou dar férias de 20 dias pra todo mundo. Assim cada um irá aproveitar a sua paixão.

– Tá falando da minha vida ou do seu novo rolo com a Rachel?

– Não é um rolo, Ryder. O que importa na minha relação com ela é o amor e mais nada. Agora se me dá licença, preciso desligar.

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– Tá, então nos falamos depois!

– Até mais! - E então desliguei o telefone.

Se o Finn realmente estiver certo quanto à nova fase das nossas vidas, com certeza dias melhores virão por aí.