P.O.V. Rose

– Onde é? – Scorpius perguntou já pegando a capa largada no sofá.

– Vocês não vão.

– Ah, mãe! Não vamos começar com isso de novo!

– Uma coisa é irem a um interrogatório, outra é irem atrás delas.

– Pode pelo menos dizer onde é que elas estão? – Perguntei.

– Rose, você não...

– Eu não vou, ok!

– Ela pretendia ir para uma casa velha perto de Bristol.

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– Eu disse que ela devia estar bem longe!

– Rose... você não vai sair daqui, não é? – Mamãe perguntou me encarando.

– Não. – Desviei o olhar.

– Vai sim. Bem, então eu vou ficar aqui para garantir que nenhum de vocês vá atrás deles. – Ela se sentou determinada no sofá.

A verdade é que se minha mãe quiser, se ela precisar nos impedir mesmo, ela consegue fazer isso em segundos e sem muito esforço.

– Pansy Parkinson já voltou para a casa dela? – Perguntei olhando para as arvores ao longe pela janela.

– Não sei. Acho que ainda não. Por quê?

– Ela sabia dos planos da Emily. Isso não pode condenar ela?

– Claro. Mas ela ainda tem direito a um julgamento, não é? E acho que isso só vai acontecer quando conseguimos pegar a Emily.

– O que mais ela disse? Só para onde ela iria depois de pegar a Claire?

– Hum... não.

– O que mais então?

– Bom... você estava certa, Rose. Era dessa casa ai que a Parkinson observava vocês.

– Há quanto tempo?

– Desde que vocês se mudaram para cá.

– É. Escolhemos direitinho a casa. – Scorpius falou.

– É. Mas ela já os observava antes de se mudarem. Essa casa só facilitou as coisas.

– Ela não estava no exterior esse tempo todo, então?

– Estava. Bom, pelo menos em uma grande parte do tempo, mas ela vinha para cá pelo menos uma vez no mês.

– E porque ela decidiu voltar de vez?

– Pelo que a Pansy Parkinson disse, ela decidiu que iria voltar quando descobriu que você estava grávida, Rose.

– Então ela já estava planejando isso há bastante tempo.

– Acho que sim.

– Ela só pode ser louca!

Louca. Cruel. Desequilibrada.

O que é que essa mulher quer com a minha filha? Será que a Claire está bem? Se a Emily fizer alguma coisa com a minha ruivinha eu vou matar aquela vadia!

– Há quanto tempo eles saíram do Ministério, mãe? – Perguntei depois de um longo período de silêncio completo.

– Acho que mais de duas horas. – Ela falou olhando para o relógio em cima da lareira.

– Eles já não deviam ter voltado? – Scorpius disse.

– Não sei. Acho que não. Não faz tanto tempo assim.

Os olhos de minha mãe estavam quase fechando de sono. Ela mal conseguia mantê-los abertos.

– Mãe, você não dormiu desde ontem, não é?

– Não, mas tudo bem.

– Quer ir deitar um pouco?

– Para você ir atrás deles?

– Eu não vou, mãe. Nem sei onde realmente fica essa casa. Devem ter muitas casas velhas perto de Bristol.

– Acha mesmo que pode me enganar, Rose?

– Eu juro que não estou fazendo isso!

Mamãe me lançou um sorriso fraco e passou a mão no meu rosto.

– Eu estou bem, Rosinha. Mas vocês dois deviam ir comer alguma coisa.

– Minha fome já passou.

Passamos o resto da madrugada inteira sentados na sala, esperando alguma noticia. Nem que fosse pelo menos um patrono dizendo que tinham achado minha Claire. Que ela está bem. Porque ela precisa estar bem.

Mas nada aconteceu pelo resto da noite, já era de manhã quando o Terrier patrono do meu pai atravessou a sala e disse:

– Já estamos no Ministério. Daqui a pouco vou para ai.

– Só isso? – Exclamei. – Ele não vai dizer mais nada? Eles acharam a Claire? Estão com ela?

– Merlin, Ronald. Para que mandar um patrono dizendo só isso? – Ouvi minha mãe resmungar baixinho.

Mas acho que a resposta era simples. Se meu pai não veio direto para cá é porque ele não esta com a Claire. Na realidade era o que o seu tom de voz dizia também.

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Mesmo sabendo intimamente que Claire não estava com ele, meus olhos se encheram de lagrimas quando vi meu pai aparecendo na lareira de casa. Sozinho.

– E então? – Mamãe perguntou se sentando mais uma vez do sofá de onde ela tinha pulado quando as chamas da lareira ficaram verdes.

– Elas estavam lá, mas foram embora antes de conseguíssemos chegar.

Meu pai me estendeu um pedaço de pano azul. Era o vestido que Claire estava usando na festa.

– Como ela sabia que vocês estavam indo para lá? Acha que a Pansy avisou? – Scorpius perguntou.

– Não. Ela não teria como avisar. Está bem vigiada lá no Ministério.

– Por que demoraram tanto, Ronald? – Mamãe perguntou se aproximando dele e o abraçando.

Papai começou uma longa narrativa que começava desde o momento que minha mãe tinha deixado o Ministério, mas eu não ouvi quase nada. Não importa o que aconteceu. A Claire não está comigo. E agora nós não temos mais nenhuma pista de onde Emily pode estar com a minha filha. Elas podem estar em qualquer lugar. Talvez até fora do país.

Mamãe sumiu da sala por um tempo, só depois de ela me chamar várias vezes é que percebi que ela tinha ido fazer um café da manhã. Comi um pouco, na verdade mexi no prato até que meus pais disseram que iam para casa.

– Vou dormir um pouco antes de voltar para o Ministério. – Papai disse. – Vou ver se a Pansy fala mais alguma coisa.

Assenti com a cabeça e fui até a sala outra vez.

– Será que ela está na Inglaterra? – Perguntei quando Scorpius se juntou a mim na sala.

– Acho que sim. Não acho que ela pretende sair do país.

– Por quê?

– Não sei, mas acho que ela quer ficar por aqui mesmo.

– Acha que ela está cuidando da Claire?

Ele ficou em silêncio alguns segundos antes de responder:

– Ela precisa estar cuidando da Claire, ruiva.