Rainfall

Deixe-me Saber seu Nome


O par de braços desconhecidos continuou a envolvê-la num aperto firme, porém suave. A estranha presença — que acreditou pertencer à uma garota — não pareceu ouvi-la, encaixando o rosto na dobra de seu pescoço e inalando o doce aroma do oceano.

Juvia se contorceu em meio aos braços, grunhindo e buscando apoio nos joelhos. Novamente, tentou virar o pescoço para enxergá-los; mas a tarefa provou-se impossível graças à localização da cabeça que teimosamente repousava sobre seu ombro.

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— Tire as mãos dela, sua serva desvairada! — uma voz indignada e aguda demais para ser considerada masculina interveio, soando quase abafada em contraste com o grito agudo que sua captora soltou a seguir.

— Não enche o saco, servo número dois!

O garoto grunhiu e, aproveitando a breve distração, Juvia escorregou através dos membros e rolou o corpo pela grama molhada, arrastando a face pela terra e expondo completamente as madeixas recém-lavadas à sujeira. Quando acreditou estar distante o suficiente da dupla de estranhos, que há pouco trocavam ofensas, ancorou a mão ao chão e forçou-se a parar.

— Juvia-sama... você está tentando fugir de nós?

Seu corpo congelou instantaneamente ao ouvir a voz. Ainda com dificuldades em se erguer, Juvia recolheu o chapéu e segurou-o com uma das mãos, enquanto a outra preparava-se para impulsioná-la assim que reunisse o equilíbrio necessário para fazê-lo.

Antes que pudesse mesmo tentar, sentiu a perigosa proximidade novamente ameaçar diminuir e, finalmente, virou-se para encarar a dupla.

— Juvia-sama! V-ocê está machucada?

Em frente a ela haviam duas pessoas, vestidas num estilo um tanto quanto peculiar.

A menina — dona da voz que julgou capaz de quebrar janelas ou mesmo taças de cristal — era um pouco mais alta que Wendy, seus cabelos negros cuidadosamente presos numa trança lateral.

Seus olhos cor de mel pareciam ferozes enquanto encarava o rapaz agachado a seu lado; mas rapidamente converteu-se num misto de simpatia e devoção quando percebeu que Juvia a olhava.

— A-a seu dispor, Juvia-sama! — empinando o peito de forma exagerada, ela baixou a cabeça e uniu as mãos, fechando os olhos enquanto a vermelhidão se alastrava pelo rosto pequeno. — N-não se preocupe, vamos tomar conta de você!

A maga abriu a boca para retrucar; mas, havia tantas perguntas que queria fazer, que mal soube por onde começar. Então apenas continuou lá, de joelhos, mudando o foco para o loiro de semblante temeroso, esperando por sua introdução.

Ele parecia hipnotizado. A princípio, Juvia imaginou se não teria sido enfeitiçado pelo pôr-do-sol — algo que com ela acontecia todas as manhãs ­— mas, então, finalmente percebeu.

Não era o sol que o fascinava.

— Juvia-sama, é uma honra...

Era ela.

— Por favor... — o misterioso loiro se aproximou, lançando-se em seus joelhos bem enfrente à ela, a cabeça sempre baixa. — Nos aceite como seus protetores.

Seus olhos se arregalaram quando o estranho aninhou sua mão e sorriu, com uma doçura que se lembrava de ter visto poucas vezes na vida.

Antes que pudesse organizar as palavras, a primeira bomba explodiu.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.