The Cursed Girl

Explicações


– Tu sabes que eu sou adoptada, certo? – Perguntei. James assentiu com a cabeça, confirmando. Resolvi mudar de assunto, eu iria voltar ali mais tarde, era mais fácil começar de outra maneira. – Então, acho que tudo começou quando eu vim para Hogwarts.

– Como assim? – Questionou o Potter, confuso.

Olhei para a parede em frente, enquanto falava.

– Desde que eu vim para Hogwarts, eu tenho tido sonhos…mais pesadelos – anunciei. - A primeira vez que tive esses pesadelos foi com Bellatrix.

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– Bellatrix Lestrange?

– Ela mesmo – confirmei. – Ela recitou um poema, ou melhor uma profecia – informei.

Dois lados se juntaram,

Aquele que serviu o Lord e o que lutou contra as Trevas.

E dessa união nascerá o novo Senhor da Morte,

O que nos governará pela Escuridão.

Acabar o trabalho é sua missão.

Livrar o mundo dos que não merecem,

E acabar com aqueles que impediram que eles vivessem!

Longe da magia deve ficar,

Ou noutro Lord Voldemort se irá transformar!” – Terminei e encostei a cabeça á parede.

– O que significa? – Questionou James.

– Eu perguntei á Rose – disse. – Menti-lhe dizendo que tinha encontrado o poema no chão – admiti. – Ela esteve a analisá-lo e chegou á conclusão de que era uma profecia sobre alguém.

– Como assim? – O rapaz ao meu lado estava confuso.

– A profecia é sobre mim, Potter!

– Como assim sobre ti? – Repetiu.

– Eu fui adoptada – comecei. – Aparentemente, os meus pais estavam de lados opostos na guerra e alguém mandou uma maldição sobre eles… sobre mim – senti as lágrimas outra vez nos meus olhos. – Eu tenho quase a certeza que foi a Lestrange, quer dizer, é a ela que eu vejo e oiço.

– Então é ela que quer que tu mates?

– Sim – confirmei. – A maldição, ou poema, como quiseres chamar, diz que eu tenho de matar as pessoas que impediram que Voldemort livrasse o mundo dos impuros. – Olhei nos olhos de James. – A tua família!

James suspirou e encostou a cabeça á parede.

– Disseste que a primeira vez que sonhaste, ela disse-te isso – começou ele. – E das outras?

– Depois foram apenas pesadelos, pelo menos era o que eu pensava serem – anunciei. – Na realidade, eram memórias dela – admiti. – Ela presa, ela a atacar a Toca, ela a torturar pessoas – lembrei-me de Hermione. – Foi horrível! É horrível! Eu estou no lugar dela e não consigo controlar o meu corpo. Tenho de esperar que o pesadelo acabe… eu fico ali a ver aquilo tudo sem poder fazer nada!

Senti uma mão quente e forte pegar a minha, poisada no chão.

– Está tudo bem – assegurou James, tentando acalmar-me. Quando foi que comecei a chorar?

– Não, não está – contrariei-o. – Só piorou! Agora não são só pesadelos… eu vejo-a e oiço-a…

– Andrea… - começou, mas interrompi-o.

– Eu olho-me ao espelho e por segundos é a ela que eu vejo – admiti. – Eu oiço-a na minha cabeça a mandar-me matar-te ou a qualquer um da tua família. A toda a hora! E quando algum de vocês se aproxima é pior – disse. – E eu tento lutar contra a voz, mas dói!

O Potter abraçou-me e eu escondi a cara no seu peito. Odiava sentir-me fraca!

– Porque não disseste nada, Jones? – Questionou ele a sussurrar. – Podias ter confiado em mim, sua idiota – repreendeu ele, embora eu não ligasse muito ao que ele dizia. Apenas sentia o calor que ele emanava e os seus braços a apertar-me. – Eu fui tão estúpido – olhei-o confusa, ainda com lágrimas nos olhos. – Eu vi-te todos os dias… eu sabia que algo se passava. Tu não dormias, tinhas pesadelos… - parou, lembrando-se de algo. – Naquela noite, em minha casa, tu estavas na cozinha porque tiveste um pesadelo? – Não esperou a minha resposta. – E na biblioteca, tu estavas a falar sozinha. Bolas, como é que eu não me apercebi?!

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– Hey – chamei-o. Ele olhou-me. – Era impossível tu perceberes! Não podias simplesmente adivinhar o que se passava.

Ele bufou e encostou a cabeça á pedra fria, sem nunca me deixar de abraçar.

– O que mais sabes? – Perguntou ele, depois de alguns minutos de silêncio.

– Eu recebi algumas cartas dos meus pais verdadeiros – afirmei. – E recebi isto também – mostrei-lhe o anel que nunca saia do meu dedo, - quando fiz anos.

– O que diziam as cartas?

– Basicamente, eles pediam-me para ficar fora de Hogwarts – indiquei. – Algo sobre ter sido em Hogwarts que começou tudo, ou assim parecido – encolhi os ombros. – E confirmei a minha descendência Black.

– Calculei – disse ele. – Os Black são famosos por ter metamorfos na família.

O Potter levantou-se e estendeu-me a mão. Olhei-o confusa.

– Vens? – Perguntou.

– Onde?

– Dormir – disse ele, simplesmente.

Levantei-me e comecei a andar na direcção de Gryffindor.

– Andrea, é por ali – informou James, apontando para o outro lado do corredor.

– Mas os dormitórios são para ali – argumentei.

– Não há hipótese nenhuma de eu te deixar sozinha hoje – informou ele. – E só há um lugar onde nós podemos dormir os dois – sorriu. – A sala Precisa.

Pensei durante um bocado. Eu não queria estar junto dele, não agora que ele sabia o que se estava a passar. Quer dizer, eu supostamente tinha de matar a família dele e ele. E se eu perdesse o controlo? E se Bellatrix fosse mais forte?

Mas por outro lado, eu não queria ficar sozinha e deixar a voz voltar. James mantinha-a longe, e eu precisava mesmo de uma boa noite de sono.

– Tudo bem – disse.

O caminho até a sala precisa foi silencioso, nenhum de nós falou e eu deixei James organizar os seus pensamentos. Era estranho como, por um lado, eu querer que ele se afastasse de mim, mas por outro não!

– Chegámos!

Estava tão abstraída que nem reparei. Entramos na porta de madeira e eu vi o quarto de James, á minha frente.

– Porque é que vimos sempre para o teu quarto? – Questionei. Ele sorriu maroto. – A tua cama não é, propriamente, muito grande.

– A intenção é mesmo essa – disse ele, malicioso.

Sem me aperceber, sorri. E segundos depois, estava a gargalhar.

James Potter voltou ao normal e, ironicamente, era isso que eu queria.

Ele ficou confuso com a minha reação, mas não me disse nada. Vi-o despir o uniforme da escola e vestir umas calças de pijama e uma t-shirt cinzenta. Quer eu queria, quer não, o Potter até que não é mau.

Quem eu queria enganar? Ele era um pedaço de mau caminho! Desviei o olhar, rapidamente. Não queria que ele soubesse que eu tinha estado a observá-lo.

Pensei no meu pijama e vi-o aparecer á minha frente. Bolas, eu não ia vestir com James ali. Entrei para dentro de uma porta que apareceu. Graças a Merlin! Adorava a sala Precisa.

Sai de lá vestida com os meus calções justos e a t-shirt larga. O Potter estava deitado e eu imitei-o. Ele puxou-me para si, e eu fiquei deitada com a cabeça no seu peito. Sentia um dos seus braços nas minhas costas e a outra mão na minha cintura.

Inspirei. Lá estava o mesmo cheiro de sempre, algo emadeirado e doce.

– Tenho uma pergunta – disse ele, interrompendo o silêncio.

– Diz.

– Porque não estás a dar em maluca agora? – Perguntou.

– Dar em maluca? Uau, obrigada – brinquei. – Sabes mesmo como falar com uma rapariga.

– É sério, Andrea – disse ele. – Porquê?

– Não sei – admiti. – Talvez pelo mesmo motivo de que sempre que durmo contigo não tenho pesadelos. – Odiava admitir isso, principalmente estando deitada com ele como estava. – É como se tu a afastasses.

Ele manteve-se em silêncio durante alguns segundos, depois riu-se.

– James Sirius Potter, a salvar donzelas indefesas desde 1996 – brincou.

Ri-me.

– Espera! Donzelas? – Perguntei. – Quem te disse que eu era uma donzela?

Ele parou de rir. Olhou-me com os olhos arregalados.

– Não és?

Soltei uma gargalhada.

– Dorme Potter, o teu mal é sono – afirmei e suspirei.

Poisei a cabeça no seu peito e ajeitei-me. Senti os seus braços apertarem-me.