Broken Angel

Capítulo 16


– Você consegue andar? - Olhou para a criança com cabelos claros e olhos verdes, todo machucado, em cima do sofá. Porém, ele entendeu que estava seguro ali e conseguiu descer do sofá, auxiliado pelas mãos de Brook e eles subiram as escadas devagar.

A carta foi parar na gaveta de roupas dela, a caixa de veludo foi para dentro do guarda roupas e ela recolocou a correntinha. Já passava das 4 e meia da madrugada e ela mandou uma mensagem para Eric dizendo que ia faltar. O bebê estava agarrado à sua perna, observando tudo com susto.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

–Vem cá, lindinho... - Ela o pegou no colo. - Vamos tomar banho. Foi para o banheiro com ele e lhe deu um banho desajeitadamente, afinal ela não sabia como fazer, mas não se saiu tão mal. As roupas dele ela deixou secando, penduradas na barra da cortina do banheiro, e deixou-o apenas de fralda. Tomou um banho também, enquanto deixou o pequeno na cama, e quando voltou, deitou-se num colchão no chão.

Brook pensou em ligar para Connor, mas pensou se ele ainda não estaria dormindo e resolver deixar para falar com ele quando clareasse. O medo de que algo pudesse acontecer à ele era inevitável e estava atormentando-a. Quando encostou sua cabeça no travesseiro, Leo resmungou.

– Hey, não chora... Eu tô aqui e logo a mamãe vem te pegar... Shh... passou, tá? - Ela passou a mão no cabelo dele enquanto o acalmava e ele agarrou a mão dela, com seus pequenos dedinhos e adormeceu. Brook logo dormiu também. Fora um dia extremamente assustador e ela queria que logo acabasse.

Com o fim do efeito do remédio, a perna de Brook voltou a latejar, o que a fez acordar cedo. Olhou para a cama de cima e viu o bebê dormindo como anjo. Levantou-se devagar, fazendo caretas de dor e pegou o comprimido de cima da sua mesinha. Checou o celular e não viu nada de importante. Eram 5 horas da manhã. Ela abriu a porta do parapeito de seu quarto e foi lá para fora, sentindo a brisa gelada dançar sob sua pele.

Discou um número no touchscreen e esperou.

Oi, amor. - Connor atendeu, fofo como sempre, mas com algo estranho na voz.

– Oi, Con... O que aconteceu?

Nada... Porque?

Aconteceu alguma coisa sim! O que foi? Sua voz tá embargada! - Ela começou a se preocupar descaradamente.

Calma, linda... Nada demais, no colégio eu conto... O que foi?

– Não vou pro colégio hoje.

– Porque? O que aconteceu com você?

–Muita coisa. - suspiro. - A gente precisa conversar.

– Tô indo aí.

Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, ele desligou.

Brook desceu até a cozinha, arrumou a mesa para a sra. Finn, como sempre, preparou a mamadeira do bebê e enquanto esta esquentava, tomou um gole de café quente. Sentiu uma dor como uma pancada no rosto assim que o líquido desceu. Ela subiu de volta para o quarto e pegou Leo, que havia acordado, no colo, estava dando a mamadeira à ele, quando a campainha tocou. Ela desceu as escadas e abriu a porta. Sorriu ao ver Connor e ele arregalou os olhos ao ver o bebê e o rosto machucado dela.

– O que é isso?

Ela soltou um risinho.

– Entra.

Con passou por ela e lhe deu um selinho, fechando a porta atrás de si. Chegando ao quarto de Brook, Brooklyn colocou Leo na cama, e sentou-se no colchão ao chão com Con.

– Ele... é seu? - Connor perguntou, com os olhos meio vidrados em Brook.

– É.

– Uau...

– Meu sobrinho, bestão. - ela sorriu.

– Ah... Claro, eu sabia, estava só te testan... O que é isso na sua perna? Meu Deus! - Ele desviou o olhar para a enorme sutura no membro inferior da namorada.

– Temos muito o que conversar.

– O que foi isso? Nossa, Brook! - Ele tremia de preocupação ao agarrar com cuidado a namorada.

– Vou começar do começo. Tudo o que você sabe sobre mim, bom, nem tudo é verdade. Até porque, muito do que eu sabia até essa noite e tinha como verdade, descobri que era mentira... - Ela suspirou e começou a contar tudo para Connor enquanto ele escutava com atenção. - Con, eu tenho medo. Ele pode fazer algo contra você. - Brook por fim declarou. - Ele vai fazer.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Hey, princesa. Fica calma. Eu sei me defender, e tenho certeza que ele não vai fazer nada. - Ele a puxou para um beijo demorado. Quando pararam, Brook sorriu e roubou um selinho. Dentro de sua cabeça a sentença “Connor vai ser pego” não parava de estalar.

– E o que houve com você? - Ela perguntou, colocando a cabeça dele em seu colo, longe do machucado.

– Meu pai... teve que voltar para a guerra.

– Ah, meu amor... - Ela imaginou a aflição dele e não sabia o que dizer. - Ele vai voltar. Prometo.

Os dois ficaram ali juntos por muitas horas, inclusive, dormiram juntos aquela noite.

Uma semana depois. | Casa dos Sullivan, Ashland - Ohio.

Era um sábado, de manhã e Brook estava se arrumando para ir ao velório do pai de Con. Ela não conseguia imaginar o estado em que encontraria o namorado, depois que ele recebera a notícia de que o pai dele fora fuzilado em batalha. Leo ia ficar com a sra. Finn.

Pegou um táxi e foi até casa dele. Chegando lá, viu muitas pessoas, e vários homens do exército. Entrou devagar, se sentindo mal pelo sogro, o estômago revirando porque conhecia a sensação de não ter alguém que se ama, e avistou a sogra no sofá, parada, com a bandeira dos Estados Unidos no colo. Sentou-se ao lado dela e começou a dizer palavras de conforto, como sempre, abraçou-a e escutou-a.

–Obrigada, Brook. Você é muito especial. - A sra. Sullivan agradeceu e foi receber um outro comandante.

Brooklyn viu o irmão de Con sentado ao lado da janela olhando o carro do pai estacionado e deu um beijo na cabeça dele. Logo viu o namorado sair pelos fundos, indo até a garagem. Ela foi atrás dele e o encontrou dentro do carro.

– Posso entrar? - Brook colocou a cabeça na janela e ele destravou a porta para ela, que entrou. - Hey... Pode chorar na frente se quiser. Amor, eu sinto muito mesmo. Eu admirava muito seu pai.

Ele se encostou nela e começou a chorar feito um bebê. Os soluços dele ecoavam na garagem toda.

– Meu amor, tudo o que eu falar agora, não vai te acalmar, eu sei disso, mas só saiba que eles sempre vai estar com você. Quer sair daqui?

Ele fez que sim e ligou o carro, afundando o pé no acelerador.