Broken Angel

Capítulo 12


Pararam quando o ar em seus pulmões faltou. A sra Finn começou a tossir de dentro de casa, como um sinal para pararem.

– Acho melhor eu ir andando... - Connor falou.

– Por aqui é muito perigoso... Eu vou chamar um táxi.

– Não. Minha casa é perto. Não precisa, linda.

– Acredite em mim: Pegue um táxi. Eu não vou ficar tranquila se você for à pé. - Brook se incomodou, pensando nos inúmeros descuidos que teve essa noite. Podia ter colocado a vida de Connor em risco. Alguém de sua família poderia ter visto e poderia usá-lo como isca para ela. Ela deu um sorriso falso e sacou o celular da bolsa, antes que ele pudesse retrucar, ela já tinha chamado o táxi e este chegaria em menos de 5 minutos.

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Ela se virou e entreabriu a porta.

– Sra. Finn, eu só vou esperar o táxi chegar. Prometo. - Ela sorriu para a senhor que estava no sofá, e voltou para fora.

Havia um banco de mogno, pintado em branco, porém com a cor descascando, em frente à casa, entre às flores. E Connor sentou-se lá com Brook. Ela colocou as pernas no colo dele, enquanto se beijavam mais uma vez, contudo, dessa vez, mais apaixonados e menos desesperados.

– O que vai acontecer amanhã? - Ela perguntou, escondendo o rosto no peitoral dele, com vergonha, mas curiosa. Estava esperando que ele a largasse, mas não foi essa a resposta que conseguiu.

– Depois do treino, eu passo te buscar no trabalho e a gente sai. Pode ser?

– Você não vai... me deixar?

– Porque deixaria? Eu acabei de me declarar aqui! - Ele gargalhou.

– Pára! Não sei... é o que sempre acontece.

– Brook, você tem muita coisa guardada e escondida atrás desse olhar aí... Eu quero saber. - Ele falou sério, pegando no rosto macio dela e fazendo-a olhar para ele.

Ela fitou os olhos dele intensamente. Pensou em contar e em não contar. Pensou no que contar. Relembrou toda sua infância. Desviou o olhar para todas as flores que os cobriam e para o chão de linóleo, quando a forte luz do farol do táxi pôde iluminar toda a fachada da casa. O silêncio angustiante foi quebrado pelo breque do carro.

– Depois a gente conversa sobre isso. Mas só me promete que se me ver falando com algum cara estranho, não vai se aproximar.

– Claro que nã...- Ele foi contestar, mas foi interrompido.

– É isso ou nada. Por favor, promete. - Ela se manteve firme.

–... Tá! - Ela sorriu e com isso, Connor não conseguiu se manter sério. Puxou-a pela cintura e a beijou de novo, mas foram interrompidos pela buzina do táxi.

– Até amanhã, linda.

– Até amanhã!

Esperou o carro amarelo virar a esquina e correu para a frente da casa, pegou sua bolsa e entrou. A senhora Finn estava com o gato de olhos esbugalhados no colo, sentada no sofá, olhando para a porta.

– O que foi aquilo, Brooklyn? - Ela perguntou arqueando uma sobrancelha. Aquela velha irritava muito, controlava muito, mesmo não sendo nada de Brook, mas a garota era boa demais para sequer pensar em brigar com a senhora que lhe deu abrigo quando todos bateram à porta na sua cara.

– Desculpe, dona Annie Finn! - Beijou a bochecha da senhora ranzinza, que reclamou, mas sorriu de canto rapidamente. - Não vai mais acontecer aqui em frente. Prometo.

– Certo. Vá dormir, amanhã você tem de acordar cedo.

A morena assentiu, sorriu e subiu correndo para seu pequeno quarto. Era o lugar que se sentia mais à vontade no mundo todo. Colocou sua bolsa na mesinha de carvalho e foi tomar um banho. Quando saiu do chuveiro, com a toalha em mãos secando os curtos fios molhados, foi abrir a janela e viu o visor do celular piscar incessantemente. Estendeu a toalha úmida nas costas da cadeira em frente à mesa e pegou o celular.

Colocou o aparelho em sua cabeceira, arrumou a cama, deitou-se e pegou o celular.

Três novas mensagens não lidas”

Clicou em abrir.

Eu amo você, de verdade”

“Beijo, dorme bem. Até amanhã”

“Eu não sou grudento assim, mas é que eu fiquei envergonhado de falar na sua frente, então lá vai: Eu não vou te largar tão cedo. Eu realmente gosto de você, e isso desde quando te vi assim que cheguei na cidade. Nunca fiquei assim com outra garota. Eu sei que é meio repentino, mas se não se sentir à vontade é só falar. Beijo”

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Brooklyn riu e mandou de volta: “Eu amo você também”. Olhou para o quadro da mãe e apagou a luz.

A garota que aparentava ter menos de 20 anos estava tentando cuidar dos ferimentos do filho de 3 anos. Havia vergões e arranhados por suas pequenas pernas, e nos braços feridas em carne viva. Ela tentou protegê-lo, mas não conseguiu fazer mais do que tinha feito. O soco que levou no olhou a cegou na mesma hora e a fez cair no chão, impossibilitando-a de qualquer coisa. Depois da difícil tarefa de coloca-lo para dormir na pequena cama toda quebrada que dispunha, arrancou um pedaço do assoalho quebradiço do banheiro, enfiou o braço por dentro e retirou um aparelho celular. Ligou-o rapidamente, e com o coração nas mãos, procurava um nome na lista de poucos contatos, o que tornava a tarefe fácil, mas o pânico impedia suas mãos de trabalhar com facilidade. Achou e digitou uma mensagem rápida. Depois, tornou a desliga-lo e pôs no mesmo lugar. Ela sentiu uma dor excruciante em seu ventre e tudo se apagou.