As Aventuras dos Marotos

Capítulo 40 - A Descoberta


Cena 1 – Seguindo o Rato



- Peter? – Andrômeda olhou ao redor procurando pelo amigo, mas não o viu em nenhum lugar. – Que estranho. Onde ele estará? Ele disse que precisava falar algo importante sobre Remo.



A noite estava sombria, sem estrelas brilhantes no céu, a única luz que poderia clarear o caminho estava escondida atrás das nuvens, ela soltou um grito de pavor ao sentir algo frio passando pelos seus pés.



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Aos poucos a lua ia saindo e ela pode vislumbrar a pequena criatura entrando num buraco, devia ser sua toca, riu ao ver que era um rato, o salgueiro lutador estava agitado, mas parou de repente.



Andrômeda sentiu um súbito arrepio percorrer sua espinha, ela se voltou e viu um grupo estranho caminhando em sua direção. Era uma figura pálida, quase translúcido acompanhado de um cão enorme, negro como a noite e um alce de uma majestade soberba.



A claridade a atingiu, a lua acabava de sair de seu esconderijo e ela viu horrorizada que era Remo. Viu-o agonizar em dor e quis ir até ele, porém seus pés pareciam ter criado raízes. Ela ficou ali, petrificada e assistiu a transformação de seu amor na criatura mais horripilante.



Ele era um lobisomem e como tal, uivou, seu corpo tremeu, a dor era intensa em seu coração e ela se abraçou enquanto as lágrimas escorriam. O animal, não era mais seu Remo, ele pareceu sentir sua presença, pois rosnou aproximando-se lentamente. Haveria algo de humano? Ele a reconheceria?



- Remo, meu amor? – estendeu a mão para tocá-lo. – Sou eu, Andy...



Não havia reconhecimento nos olhos amarelos e vidrados, os pelos estavam eriçados em sinal de perigo e com as mandíbulas a amostra. Ela perdeu as esperanças e cerrou levemente olhos esperando pelo pior.



Ela sentiu um baque surdo, o alce a carregava para longe, a criatura havia pulado com a intenção de lhe atacar, mas foi impedido pelo cão, que lutava ferozmente para contê-lo e essa foi à última imagem que viu antes do doce alívio para a escuridão.



Cena 2 – Nada Mudou



Andrômeda acordou sob os lençóis macios e por um momento pensou que havia sido apenas um sonho, mas ao abrir os olhos ela estava deitada na cama da enfermaria. Um biombo a separava de um outro leito e ela sabia o por quê, devia ser Remo, ela não pensou duas vezes ao transpor aquela barreira, a necessidade de vê-lo era muito maior do que o medo.



Ela suspirou, aliviada ao ver Remo inteiro apesar das escoriações, aproximou-se sem reservas e se deitou ao lado dele. A respiração regular e as batidas pausadas do coração pareciam indicar que ele dormia e por isso se surpreendeu ao ouvi-lo dizer:



- Você não deveria estar aqui, moça. – ele a abraçou acariciando seus cabelos. – É detenção na certa. Por que está aqui? O que houve?


- Eu simulei uma queda para ficar com você, amor. - percebeu que ele não lembrava do que havia ocorrido e mentiu. – Você sempre some por uma semana e eu não quis ficar sem vê-lo.



- É, mas assim na mesma cama? – ele disse divertido. – Você não sabe o perigo que corre.



- Remo... – beijou-o sofregamente. – Eu quero muito correr esse risco.



- Hummm... – ele estranhou a atitude. – O que está havendo?



- Nada! – aconchegou-se mais. – Só decidi que quero ser completamente sua, de corpo e alma.



- Por Merlim, me belisca! – ele mal cabia de felicidade. – Isso é um sonho, Andy. Eu acho que vou acordar daqui a pouco.



- Não, se depender de mim – beliscou-o no braço. – Estou falando sério.



- Ai! – ele reclamou. – Não precisava ser tão forte. – riu beijando-a na testa. – A coisa que mais quero nessa vida é que você seja minha, mas não vai ser assim, numa cama de enfermaria e comigo todo quebrado.



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- E quando, onde vais ser? – sussurrou no ouvido dele. – Amanhã?



- Aiaiaiai, Andy – ele disse sério. – Vai acontecer. Nós dois saberemos quando for à hora certa – empurrou-a para fora das cobertas. – Agora vai pra sua cama. Preciso me recuperar.



- É sua última palavra? Tem certeza? – sorriu divertida. – Não é o que uma certa parte do seu corpo estava me dizendo.



- Sai daqui, garota... – ele disse amuado jogando um travesseiro na cara dela - ...antes que eu mude de idéia.



- Já que não quer... eu vou – devolveu o travesseiro. - ...mas se mudar de idéia... – colocou o biombo de volta no lugar. - Eu estarei bem aqui do seu lado.



Os dois gargalharam. Remo estava realmente cansado e dormiu novamente enquanto Andrômeda velava o sono dele, pensando que nada havia mudado, continuava amando Remo mesmo após a descoberta de que ele era um lobisomem.