As Aventuras dos Marotos
Capítulo 30 - Os Conselhos
Cena 1 – O Cachorrão também Ama
A primavera chegou, mas nem tudo estava bem entre todos os casais. Sirius alugava o casal de amigos na Torre Norte, pois Marlene não falava com ele desde o Natal. Remo e Andrômeda escutavam as lamúrias dele e ouviam calados até que Andrômeda não resistiu; o primo estava pior que uma mula em se tratando de burrice.
- Sirius, você gosta da Lene?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- É claro, eu não ficaria atrás de quem não me interessa.
- E o que te atrai nela?
- Ela é geniosa e nunca faz o que eu quero, mas ela é linda e me encanta. Ela tem algo diferente que as outras garotas. Eu sei lá, quando percebo já estou procurando por ela.
- Você é um tonto. Você tem a resposta e não enxerga o que está bem diante dos seus olhos.
Remo resolveu entrar na conversa para dar uma ajuda. Por mais que Sirus fosse o seu melhor amigo, era de seu interesse despachá-lo para ficar mais tempo com Andrômeda.
- E a Lene? O que ela sente por você?
- Eu sei que rola uma alquimia entre nós.
- E essa alquimia não vai além?
- Eu não sei... ela me deu um fora, lembra?
- E por que você acha que ela te deu o fora? - Andrômeda se impacientou.
- Não faço a mínima idéia, eu não sou de se jogar fora.
- Seja sincero, primo. Você gostaria de namorar uma garota com uma imensa lista de namorados e que não tenha ficado com eles por mais de um mês?
- Definitivamente? Isso não me interessa desde que a gatinha esteja afim!
- Eita! A coisa é mais difícil! Você teria uma boa opinião de uma garota assim?
- Eu ia achá-la mais rodada que uma cerveja amanteigada.
- BINGO! - Remo soltou um berro de pura alegria. – Ela te deu um fora porque você tem a maior fama de cachorrão.
- E você está tão acostumado a agir como um cachorro que você simplesmente quer sempre tirar vantagem.
- Eu sou assim, Remo?
- Infelizmente eu tenho que concordar com a Andy.
- O que você não consegue por bem, você sempre dá um jeito de conseguir. Você não aceita o que te dão com espontaneidade, Sirius. - Andrômeda foi dura com o primo.
- Como quando ela quis me dar um beijo no rosto e eu forcei a barra dando um beijo na boca?
- Exatamente, amigo!
- Sirius... A Lene gosta muito de você, mas ela é uma batalhadora e não está disposta a ser um jogo nas suas mãos. Se o que você quer é só uma conquista, se afaste dela enquanto você ainda não a magoou. Não se esqueça que ela é minha amiga e desta vez eu não vou ficar do seu lado.
- Tudo bem, Andy. Eu vou pensar nisso tudo que vocês me disseram. Agora vou deixar vocês em paz. - Sirius pegou a vassoura e seguiu para seu recanto preferido na ponte.
Cena 2 – A Garota Diz “Sim”
Sob a sombra do Eucalipto, outro casal ouvia as lamentações de Marlene. James estava começando a ficar impaciente.
- Lene, não é mais fácil você aceitar o Sirus do jeito que ele é?
- James! - Lílian olhou zangada para ele.
- Você acha que ele não vai mudar?
- E para que você quer mudá-lo? Você se apaixonou por ele, com todos os defeitos e qualidades que ele possa ter ou está apenas apaixonada pelo que ele pode vir a ser?
- Você tem razão... a quem eu estou tentando enganar? - Marlene disse pensativa – É claro que eu sabia da fama de cachorrão dele, mas mesmo assim eu me apaixonei.
- Você acusa o Sirius de não pensar nos seus sentimentos, mas você também não está pensando nos sentimentos dele.
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- Ele sempre teve as garotas que queria aos pés e para ele é difícil entender uma rejeição.
- Para quem teve tantas namoradas, ele está muito lerdo! - Marlene cruzou os braços em sinal de contrariedade.
- Você tem razão, mas ele está passando por uma situação inédita com você. - James completou.
- É verdade, Lene. Agora ele é um enorme cão sem dono. - Lílian riu.
- E você acha que eu devo me apossar e ser a nova dona dele?
- Sim, e dona com direito a uma coleira para frear um cão levado de vez em quando. - As duas amigas riram.
- Coitado! E eu estava tentando ajudar... - James ocultava um meio sorriso ao balançar a cabeça em negativa - Mas acho que piorei a situação dele.
- Não piorou nada! Até que você se saiu muito bem, James.
- Então, eu subi alguns pontos a mais no seu conceito?
- Com certeza! - Lílian sorriu.
- E no meu também. Você não é tão idiota quanto parece ser. Acho que a culpa é do Sirius, ele é uma má influência para você. – Marlene riu da careta que James fez - Desculpa! Às vezes eu te acho exibido sem necessidade.
- Lily, tem certeza que as duas não estão fazendo complô? - James riu e olhou com carinho para Lílian - Eu me exibo pra ela, Lene.
- Eu já disse que você não precisa se exibir para chamar a minha atenção. - Lílian devolveu o olhar.
- E eu acho que estou sobrando. - Marlene pigarreou.
Os dois haviam se esquecido dela por um momento, eles se abraçaram e olharam para a amiga.
- Infelizmente você está sobrando mesmo. - James sorriu.
- Vá tomar posse do seu cachorrão, Lene.
- Com tanta sinceridade, só me resta ir embora - Marlene deu a língua para eles - Até mais, seus chatos.
- Até mais. - Os dois responderam juntos.
Marlene resolveu esticar as pernas até o lago para refletir e ao chegar observou os cisnes. O dia estava agradável e por isso ela se perdeu em lembranças. Ela lembrou todos os momentos com Sirius, desde a primeira vez que o viu, os beijos no baile, o primeiro encontro ali mesmo e outros tantos após o pacto de amizade com Lílian e Andrômeda.
Sirius já sabia quem estava na ponte mesmo sendo só um ponto à distância. Ele pensou em ir embora, mas ela o atraia como um vaga-lume a procurar calor na luz. Ele decidiu que não queria desistir, não era mais por causa de orgulho ferido: ele realmente precisava e queria estar com ela. Ele desceu da vassoura, caminhando decidido para fazê-la entender isso.
Marlene sentiu a presença dele antes mesmo de avistá-lo, sentiu um súbito calafrio, e ele estava atrás dela. Ela se virou e notou a determinação estampada no rosto dele, então ergueu o queixo para enfrentá-lo.
- Eu gosto de você, Marlene. E nada do que você disser vai me afastar, nem o fora que você me deu - Sirius sustentou o olhar dela sem desviar os olhos em nenhum momento - Eu não tenho motivos para me orgulhar da fama de cachorro que eu tenho, mas posso ser só seu, basta você me querer.
- Eu também gosto de você, Sirius. Muito mais do que você imagina... eu acabei de decidir que eu não vou mais fugir do que sinto. Eu não quero passar o resto dos meus dias lamentando por não ter aceitado o que você pode me dar e ficar imaginado o que poderia ter sido. E mesmo sabendo que talvez eu saia magoada nisso tudo. – Marlene pulou no pescoço dele e Sirus a enlaçou pela cintura.
- Juro que eu não quero te magoar, Lene. Eu só quero estar junto de você.
Sirius entrelaçava os dedos nos cabelos dela sentindo a textura macia abaixo da nuca.
- Então, que seja, Sirius. A partir de hoje você é meu, cachorro sem dono!
Marlene sorriu marota enquanto deslizava os braços do pescoço para o peito dele.
- Este cachorro está carente, Lene. Você me concede um beijo?
- Beijo concedido!
O beijo foi apaixonado e passional, pois ambos tentavam externar tudo que sentiam nele.
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