As paredes de cristais discerniam as cinzas que assombravam aquele ambiente. O silêncio pesado foi decepado pela voz exasperada de uma mulher de lindas vestes rubras. Cruzou o salão com uma postura decidida, veloz sobre seus saltos rouge.

— Alanis – o nome sutil tornara-se áspero em seus lábios venenosos.

— Devo a parabenizar. – outra voz se juntou ao lugar. – Fora uma batalha e tanto.

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— Tenho meus truques. – a voz autoritária e arrogante parecia não comover a compostura de Alanis. A mesma se curvou em seu assento, encarando-a mais perto. – Sempre soube disso.

Seu maxilar se retesou por um instante, inalando brevemente o ar gélido que a cercava.

— Já está ciente do motivo – seus olhos metódicos desviaram da mulher. – pelo qual a chamei.

— Pude imaginar. – sua cabeça erguida demonstrava a superioridade que gostaria de propagar. Embora, nada surtisse efeito em Alanis. – E... – deu um passo a frente. – Onde está?

A mulher de cabelos ruivos sorriu com dentes afiados.

— Você não mudou nada. – disse ela, um tom de ironia passou brevemente por sua voz nebulosa. A mulher de vermelho fez questão de não notar. – Às vezes penso que um pedaço de Richard ainda permanece em você, minha queria Vicky. – em um gesto delicado, ergueu-se do trono. As vestes marfim farfalharam no ar.

Victoria teve um célere sobressalto ao ver uma figura distorcida saindo das sombras.

— Edra fez um excelente trabalho. – as palavras eram quase sussurradas.

O ser aproximou-se, perto o bastante para causar um transtorno. Ao perceber o desconforto de Victoria, Alanis riu.

A criatura sombria foi ganhando forma. A escuridão a deixava horrenda. Quando sua postura original fora revelada, Victoria suspirou aliviada. Percebeu que aquelas feições pálidas não eram desconhecidas.

— O que tem em mente? – a inquietação fora abrandada.

— A garota. – Alanis analisou o garoto, envolvido por roupas negras e enfadonhas. – O príncipe será nossa chave.

— Não quero que o machuque. – disparou Victoria, sem mesmo a encarar.

— Está preocupada com a sua ascensão ou com um moleque imundo? – as palavras saíam como fogo, árduas.

— Não ouse chama-lo assim – a elevação de sua voz mal comoveu Alanis, que a fuzilava com o olhar. – Rajver me odeia, mas ainda o considero meu filho.

— Aquilo nunca fora e nunca será nada seu – cuspiu a frase como ácido. – Aquela imundice nunca fora fruto do seu ventre. Deveria ter o matado enquanto podia.

— Eu nunca – disse entredentes. – faria isto.

— Até quando vão discutir a relação? – o tédio transluzia em seu semblante pálido.

Victoria o observou.

— Não se meta.

— Quanto tempo não a vejo – a voz de escárnio caía extremamente perfeita em sua expressão debochada. – Temos muita coisa em jogo, não é?

Victoria franziu o cenho, enquanto Alanis fingia não escutar a conversa.

— Meu querido – Alanis o fitou , estreitando os olhos para distinguir o garoto das sombras. – As propostas são inúmeras.

— Não tenho muito tempo. – disse ele, seco.

— Será bem recompensado – completou Victoria, sem entusiasmo.

— Então – elevou a voz. – Você aceita? – indagou ela, levemente exaltada. O garoto ponderou por um longo tempo, no olhar impaciente das duas mulheres. Alanis irritou-se, embora seu rosto transparecesse apenas tédio. – Peter?

O garoto sorriu, um toque irônico e debochado fluiu de seus lábios.

Aceito.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.