Meu pequeno mundinho

It seems it's all over ...


Pov’s Annie

Cerro os punhos a ponto de minhas unhas furarem a pele de minhas mãos e fazerem as mesmas sangrarem, observo a enfermeira a minha frente, o seu olhar de piedade sobre mim me irrita e eu não consigo expressar o que estou sentindo - Por quê?-questiono a mim mesma - Isso não pode... Acontecer... –sussurro e a enfermeira se aproxima de mim e acaricia minhas madeixas ruivas.

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–Sinto muito por sua perda, senhorita Cresta. –ela diz calma, em um reflexo bato em sua mão que estava a acariciar minha cabeça e ergo-me da cama abruptamente, a enfermeira me olha estática e agora o medo tomou conta de seus olhos.

–Não, você não sente nada. –digo nervosa - Você não sabe o que é perder o único membro da sua família que realmente se importou com você. –meus olhos marejam, caminho a passos largos pelo quarto e sinto uma enorme vontade de gritar. –Ela não pode... Qualquer um menos ela... Delly...

Jogo-me no chão e finalmente permito as lágrimas escorrerem por meu rosto, aquilo doía tanto que eu não sei como irei passar por isso sozinha, preciso de ajuda, mas esses enfermeiros deste lugar não servem para nada...

–Senhorita Cresta, tem uma pessoa que quer te ver. –disse a enfermeira que tentou me acalmar com suas palavras de consolação: “Sinto muito por sua perda, senhorita Cresta.” Patética forma de demonstrar sentimentos.

Ergo o rosto e encaro os olhos verdes azulados como o mar, era ele, o único que eu considerava um amigo de verdade aqui dentro - Finn... –sussurrei erguendo-me do chão e abraçando-o apertado, ele estava sentado em sua cadeira de rodas e sua pequena corda estava depositada em seu colo. –Por que está aqui?

–Sua meia-irmã... –ele disse baixinho tomando certo cuidado com as palavras tentando não me ferir com as mesmas - Fiquei sabendo que ela morreu, eu sei o que você está sentindo Annie... Eu também já perdi alguém muito importante para mim... –ele disse e seus olhos se conectaram com os meus, era como se eu pudesse ver a alma dele e ele pudesse ver a minha, era como se conversássemos por horas apenas naquele olhar, porém nada dissemos realmente.

Ficamos conversando baixinho sobre nossos sentimentos, nossas vidas que deixamos para trás quando fomos colocados aqui dentro, isso durou algumas poucas horas até que a enfermeira entrou em meu quarto e avisou que devíamos dormir e que ela levaria Finnick para seu quarto.

–Tchau peixinha. –ele diz, o apelido que ele me deu após eu contar que já ganhei três campeonatos de natação - Nos vemos amanha. –ele diz sorrindo abertamente e eu assinto depositando um leve beijo em sua bochecha.

–Tchau Finn... –a enfermeira e Finnick saem de meu quarto me deixando sozinha novamente, apenas meus pensamentos para me reconfortar - Tenho que tomar cuidado... –sussurro, estou falando sozinha novamente – Pensamentos podem matar alguém... –deito em minha cama e após horas pensando e debatendo internamente comigo eu acabo por dormir.

Pov’s Finnick

Depois que saí do quarto de Annie fui direto para o meu quarto onde me ajudaram a me deitar em minha cama, fiquei minutos observando o teto branco daquele quarto vazio. –Annie... –sussurro baixinho e sinto uma explosão de sentimentos dentro de mim - O que você fez comigo em apenas três semanas?

No dia seguinte:

Estava disposto a contar para Annie a minha pequena explosão de sentimentos que ocorrera noite passada, saí do quarto empurrando minha cadeira de rodas lentamente e parei na sala de estar observando os outros pacientes deste Sanatório.

Muitos me encararam com um sorriso gentil no rosto, outros nem notaram minha presença, foi aí que encontrei a cabeleira ruiva, ela estava sentada em um sofá próximo a janela e a sua frente estava um enfermeiro, ele era alto, pele branca, cabelos castanhos e olhos claros, esse enfermeiro estava ajoelhado na frente de Annie e acariciava o rosto da mesma.

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Aquilo me enfureceu de tal forma que a única coisa que eu fiz foi dar meia-volta e dirigi-me até o jardim onde fiquei apenas deixando o sol tocar minha pele e me aquecer lentamente, horas passaram e eu tive que retornar para dentro do Sanatório.

–Finnick... –ouvi a doce voz de Annie sussurrar atrás de mim e por meros segundos eu estava feliz, até que me lembrei da cena de hoje de manha então meu sorriso desapareceu - Não conversamos hoje, eu queria saber... Como você está? –ela questionou e eu assenti sem encará-la. –Vire-se para mim e converse direito, por favor.

–Não tenho o que conversar com você Annie. –digo seco sentindo meu coração se apertar por tratar Annie de forma tão rude - Não temos mais o que conversar... Nunca mais. Adeus. –digo baixinho e dirijo minha cadeira de rodas até a sala de jantar, estava pronto para a janta e para depois dormir e esquecer tudo ao meu redor, esquecer Annie...

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.