Nas duas próximas semanas a Adams desapareceu.Eu não a via nas aulas,nas refeições,nos intervalos,nada.Quando eu tinha a impressão de tê-la visto eu piscava e ela sumia.

– Albus você viu a Rose?- perguntou Scorpius.

– A sua namorada.- respondi escrevendo mais no meu pergaminho sobre transfiguração.Ele suspirou apoiando as mãos na mesa.- Eu não vi ela ok?

– Pode me ajudar então?

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– O pergaminho na minha frente é invisível?- ele levantou as sobrancelhas.- ta legal,mas a Rose vai me ajudar com isso depois.

Ele sorriu e saímos da biblioteca.

Scorpius ficou com o quarto andar pra cima enquanto eu ficava com o resto.Não fazia sentido a Rose sumir assim,ela é a pessoa de dezesseis anos mais responsável que conheço.O barulho de algo caindo me chamou a atenção no primeiro andar perto das portas do castelo,uma forte rajada de vento fez as portas abrirem subitamente quase me acertando.Protegi os olhos com as costas da mão e espremi os olhos vendo uma sombra andando pela tempestade,ela era pequena e parecia carregar algo pesado.

– Ei!- gritei mas o vento levou todo o barulho.Fechei meu casaco e sai do castelo,o frio parecia querer tirar meu couro quando pensei que ia virar gelo puro eu vi que a sombra era uma garota.

– O que faz aqui?- perguntamos juntos.

– Eu vim atrás de você.- respondi.

– Eu estou bem,pode ir agora.- gritou ela pelo barulho da tempestade.Os flocos de neve pareciam querer engolir meu corpo.

– O que?Por que esta sozinha na tempestade?- Lucy pareceu confusa como se tivesse ouvido nada,ela disse alguma coisa que eu não ouvi e completou com:

–...pro castelo!

Dei um passo para frente para escutá-la melhor.

– Vamos voltar pro castelo.

– Não!

Uma nova rajada de vento levou sua touca azul.

– Escuta temos que ir!- gritei segurando meu cachecol de não sair voando.

– Não!

– Olha podemos ficar discutindo e congelar ou você pode parar de negar e me ajudar a achar um abrigo,tampinha!

Ela bufou,eu acho a neve estava começando a tampar minha visão dei mais um passo nos deixando bem mais próximos,seu nariz e bochechas estavam vermelhos pelo frio.

– Alguma ideia?- perguntei.

– Não e você?- cruzei os braços tentando ficar mais quente.

–Vamos voltar pro castelo.

– Ta mais pra lado fica o castelo?- gritou se encolhendo um pouco mais.Oh isso era uma problema,eu definitivamente não andei em linha reta e nossos rastros pareciam nunca terem existido. Ok Albus pense o que mais tem um teto aqui fora alem da floresta?

– Hagrid!- exclamei.

– O que?

– Venha.- ela pegou sua mala,que eu ainda não tinha entendido o por que dela,e me seguiu.Andar com neve nos tornozelos é ruim,acredite andar com neve até as canelas é pior,pelo menos se o vento te derrubar você cai num travesseiro de neve e congela rapidamente até a morte. Íupi!Depois de dez passos eu percebi que a garota não estava mais atrás de mim.

– Adams?- tudo que eu tive em resposta foi mais neve em meu rosto.- Lucy!

– Albus!- gritou ela de volta em algum lugar a minha direita.

– Onde você está?

– Eu não sei!

Andei em direção a sua voz enquanto ela gritava algo sobre maldita rainha da neve.

– Pare de se mover Lucy!- gritei.Eu a encontrei ajoelhada como uma bolinha azul no chão.- Oi.

Ela levantou rapidamente cambaleando um pouco.Segurei sua mão que assim como a minha não estava protegida,ela hesitou mas segurou forte e voltamos a andar.Chegamos na cabana do Hagrid algum tempo depois,a porta abriu depois que bati nela três vezes com meu ombro.Lucy me ajudou a fechar a porta e impedir que toda a neve entrasse.

Sentamos ofegantes,a cabana estava fria então acendi a fogueira e nos encolhemos perto dela.

– Adams?- ela virou para mim surpresa e muda.- Você esta bem?

– Ãn aham.- respondeu ela.

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– O que estava fazendo lá fora?- ela parecia assustada o que era estranho já que ela estava com sua típica jaqueta de couro que deixava seus ombros mais largos,blusa jeans azul,calças pretas e sapatos pesados da mesma cor.Seus cabelos estavam soltos até abaixo dos ombros,escuros ,rebeldes e ondulados combinando com sua usual maquiagem preta.Ela lançou um olhar rápido para a esquerda,segui seu olhar encontrando uma mala de viagem.- aonde ia?

Sua boca contornada por batom escuro abria e fechada repetidas vezes até que por fim disse:

– Não é da sua conta Potter.- cruzou os braços.

– Você esta fugindo?- ela respirou fundo olhando para cima.

– Não,eu só vou passar um tempinho em casa.

– Mas estamos no meio do semestre,McGonagall sabe disso?

– Sim,e eu iria agora mesmo se não estivesse nevando.

– Aconteceu alguma coisa?

– Não.- ela respondeu em um tom de aviso tipo os que as mães fazem de “se você perguntar de novo eu te jogo da janela”.

– Quer chá?- perguntei alguns minutos depois me levantando e pegando a chaleira.

–Não gosto de chá.

– E também não gosta de mim e olha só onde estamos.- sorri sarcasticamente e coloquei a chaleira no fogo.Ficamos em silencio por muito tempo apenas esperando a neve parar de cair.

*.*:*;*

Bebi mais gole do meu chá e voltei a observar a cabana rústica.

– Bem acho que já diminuiu o suficiente.- ela arrastou sua mala de rodinhas até a porta.

– Precisa de ajuda?- perguntei quando ela começou a forçar a maçaneta da porta que não abria.Ela revirou os olhos e abriu caminho para mim.Desisti na minha décima tentativa.

– Tente o feitiço Potter.

– Ele é apenas para portas trancadas essa esta emperrada.- bati na porta com o ombro mas a mesma nem saiu do lugar.

– A ótimo estamos presos,muito bem Potter.- ela se sentou no banquinho perto da porta.

– Afinal a culpa é minha.

– Bem sempre é,de acordo com o seu histórico familiar.- respondeu sarcasticamente.

– Dá pra parar de me encarar seu esquisito?- perguntou depois de alguns minutos,eu nem percebi que estava olhando para ela.

– Por que você me odeia tanto?

– Isso não vem ao caso.

– Estamos aqui por sua culpa,e você do nada começa a me odiar como se eu fosse um comensal da morte,então eu acho que vem ao caso.

– Nossa como você é sentimental Potter.- debochou,bati a mão com força demais na mesa então eu explodi e comecei a soltar três meses de irritação,confusão e ódio dentro da minha cabeça.

– Caramba o que eu fiz pra você garota?Você é insuportável e agora estamos aqui e tem um furacão dentro da minha cabeça!Quer dizer pessoas normais pelo menos demonstram o porquê odiarem outras pessoas mas eu não faço a menor ideia do seu motivo,até aquele dia dois meses atrás eu nem lembrava de você!

Respirei fundo esperando que a raiva passasse o que não deu muito certo,ela continuava sentada e tentava manter sua pose durona mas se encolhia cada vez que eu gritava.

– Quer saber eu desisto!Desisto de tentar te entender e de te responder e de me perguntar toda noite porquê você faz isso.

Me virei para a garota assustada a minha direita.

– Você vai dizer alguma coisa?- ela nem se mexeu,tomou um gole de chá sem quebrar contato visual e lentamente tirou as mãos dos bolsos do casaco.-AH ÓTIMO AGORA VOCÊ NÃO DIZ NADA!

Então eu comecei um discurso sobre a minha vida idiota e Lucy me beijou.Um beijo rápido mas o suficientemente longo para que meu cérebro pifasse,ela colocou a mão em minha nuca nos aproximando e eu continuei imóvel.Ela se afastou me empurrou forte e deu cinco passos para trás com as mãos nos lábios.

– Oh meu Merlin o que eu fiz?- sussurrou.- o que eu fiz!- ela começou a andar em círculos balançando a cabeça praticamente chorando.

– Lucy?- só de ver seu olhar assustado fez minha raiva sumir.

– Sai de perto de mim!- continuei andando em sua direção até ela me empurrar de novo,ela continuava forte.

– Você esta bem?- ela tampou os ouvidos balançando a cabeça.- Lucy olhe pra mim.- forçou o olhar para cima.- esta tudo bem.

– Não não está!- gritou sentando no chão.

– Lucy,me conte o que esta acontecendo.

– Você não entende.- gritou com o rosto já molhado de lagrimas.

– Me explique então,eu posso ajudar?

– Para.- murmurou ela.- por favor para!

– Parar o que?

– De ser legal e de fingir que você se importa!- sua voz estava embriagada do choro.

– Mas eu me importo.

– Pare de falar isso!- gritou.- Eu não posso.Eu deixei isso ir longe demais,eu estraguei tudo!

– Lucy...

– Não,eu,nós não podemos nos falar mais Albus.

– O.k não vamos falar.- peguei um lenço no bolso do casaco e a entreguei.Ela se envolveu em seu abraço e aceitou o gesto.

– E pare de fazer isso!- disse ela quando terminou de limpar a maquiagem borrada.

– Vai responder minha pergunta?

– Não quero falar sobre isso.- respondeu docemente.

– Tudo bem.Vamos dar um jeito de sair daqui ok?

– Ok.- ela respirou fundo,em seu rosto ainda tinham vestígios de maquiagem escura.- alguma ideia?

– Ãn que tal explodir?

– Boa.

Mas antes que eu dissesse o feitiço a porta abriu,Rose sorriu quando me viu mas ficou séria quando viu a amiga.

– O que aconteceu Albus?- perguntou Scorpius enquanto a ruiva abraçava Lucy.

– Eu- eu não sei.

– O que estão fazendo aqui?

– A tempesta- olhei pela janela onde só restavam poucos vestígios de que tinha nevado.- ...de,ela sumiu.