– Gostei dela. - disse minha mãe passando pela sala quando cheguei.

– Que bom.

– Afinal como se conheceram mesmo?

– An no corredor, dai ela gritou comigo.

– Que legal.

– Vou subir. Boa noite.

– Boa noite, e Al.- chamou se apoiando na mesa.

– Oi?

– Cuide bem dela.

– Eu vou.
Meus pais nunca chegaram a conhecer a Margaret por alem de dez minutos na estação.

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(Ok,Margaret era chata já entendi.)
Tenho que parar de discutir mentalmente.
Tirei meu jeans e a camiseta dos Chuddley coloquei meu pijama e pulei na cama, ela fez um barulho estranho que eu ignorei e cai no sono.
Acordei procurando o barulho por um momento um silencio dai veio um único tec! da janela coloquei meus chinelos quando o vidro se estilhaçou.

– Eai Potter. - disse Lucy entrando pela janela. Ela estava de pijama,camiseta cinza e calça azul larga, com o cabelo solto mas ainda com maquiagem.Agradeci mentalmente por estar frio demais para dormir sem calça.

– Você quebrou minha janela.

– Ah isso seus pais consertam depois.- ela se aproximou envolvendo meu corpo com seus braços.

– O que faz aqui?

– Senti sua falta.

– Você me viu a quatro horas.

– Tanto faz Potter e se reclamar de novo eu vou embora pra casa do Scorpius.
Eu ri e me inclinei para beija-la.

– Então o que quer fazer?
Ela sorriu marota, aquele sorriso ainda me dava medo.

– Ali Albus.

– Onde?

– Ali garoto.

– Não posso por isso ali.

– Me de essa peça aqui!

– Não eu quero jogar.
Lucy passou o corpo sobre o tabuleiro tentando pegar a peça do bispo estiquei mais o braço,ela foi mais pra cima de mim me fazendo cair contudo da cama. Me levantei sob os cotovelos com uma dor pulsando na cabeça enquanto minha namorada rolava de rir.
A porta do quarto se abriu revelando meu pai de pijama com o cabelo bagunçado e os óculos tortos segurando a varinha, ele encarou o quarto confuso.

–Oi pai,estamos jogando xadrez o trouxa é muito sem graça.- respondi ainda no chão.

– Eu sei. - ele sorriu e me lançou um olhar divertido antes de sair.

– Você é estranha garota. - eu disse.

– É tudo culpa sua Potter. Você me transmitiu sua esquisitice.
Voltei a sentar na cama.

– Mas pelo menos eu sei fazer isso.- respondi jogando um chocolate para cima e pegando com a boca.

– Cale a boca.

– O.k.- me inclinei e a beijei, ela sorriu antes de passar os braços pelo meu pescoço e retribuir.Quando nos separamos eu percebi o quanto eu estupidamente gostava tanto dela.

–Vou sentir sua falta.- eu disse.
Numa situação normal ela iria rir, falar o quanto pareceu meio gay, ou no básico zoar comigo mas ela enterrou o rosto em meio peito sem sorrir. Não que tipo eu não quisesse que ela voltasse pra casa, mas eu só não queria.

– Sabe você tipo poderia me visitar.

– Vou me ferir? - ela riu.

– Talvez.

– Vou considerar.

– Se você não me escrever...

– Eu mesmo me bato.

– Mas eu quero fazer isso.- fez biquinho.

– Eu sei.- ela começou a brincar com o meu cabelo.- Você tem Snap Explosivo?- perguntou depois de um tempo.

Perdi dez galeões e uma camiseta aquela noite.

************

Acho,pensei,que estou dormindo no chão.

Mexi os ombros.Duro e frio.Sentei e olhei pra Lucy adormecida na minha cama.Suspirei voltando a deitar no chão,tinha limpado os cacos de vidro.Poucos raios de sol passavam pela janela incomodando meu olhos.A garota se mexeu na cama depois de algum tempo.

– Mas o que...Albus?- Lucy olhou confusa.

–Bom dia Grace.- respondi.

– O que faz no chão?

– Bem você ocupou a minha cama.

– Oh eu dormi aqui?

– Sim.

– Eu tenho que ir!- ela pulou da cama colocando seus sapatos e procurando seu casaco.Lembrou que não tinha trazido um então parou no meio do quarto tentando lembrar o que fazer.Ela poderia ser confundida com alguém que fuma pó de flú.

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Ainda bem que ela não sabia ler mentes.

– Wow espera,você pode usar minha rede de flú.

– Okay mas eu preciso tipo agora se não meus pais vem caçar você.- eu ri pelo nariz fazendo ela me mandar um olhar de aviso.- Sério eles caçam patos.

Ver ela ir embora ontem não foi nada parecido com agora.

– Escuta aqui, você pode até conhecer novas pessoas enquanto eu estiver fora, mas eu não quero saber nem nunca, nunca descobrir. E quando eu voltar é melhor fingir que nada aconteceu.- ela apontava o dedo para o meu rosto.

Eu ri e a abracei forte.Lucy apoiava uma mão atrás do meu pescoço e a outra em meu rosto,eu segurava sua cintura.Nossas pernas alinhadas,não era algo apertado ou obsceno estávamos apenas lá com as testas coladas e olhos fechados ignorando qualquer coisa que não um ao outro.E aquilo era o suficiente para eu nunca querer ir embora.

Eu não quis.

Senti que ela também não queria.

Mas Lucy se foi do mesmo jeito.

Encarei a lareira vazia com um pouco de pó verde ainda brilhando.Lembrei de seu toque,seu cabelo cheiroso e seu perfume floral,e de seus beijos calmos.

Sorri,porque sabia que ela voltaria.

“And should this be the last thing I see
I want you to know that's enough for me
Cause all that you are is all that I'll ever need”