Giane saiu do banheiro do quarto, encontrando Fabinho balançando Miguel nos braços, enquanto observava Belle já adormecida do cesto. Ele murmurava a melodia de “nana neném” e observava o filho com uma adoração que a corintiana conseguia entender bem.

_ Ele dormiu? – ela sussurrou, e Fabinho negou, continuando a cantarolar. A mulher se aproximou do cesto de Belle, conferindo se ela estava bem enrolada na manta.

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Demorou uns quinze minutos, mas afinal Fabinho colocou Miguel no cesto, bem enrolado e profundamente adormecido.

_ Cada vez que eu achava que ele tinha dormido, ele resmungava e abria os olhos. – contou o homem, deitando ao lado da esposa – Esse aí vai ser mais teimoso que nós dois juntos.

_ A personalidade deles mudou muito de quando estavam na minha barriga. – concordou Giane, se aninhando a Fabinho – Ele era tão calminho, tão tranquilo... Agora chora por tudo.

_ É que aí dentro ele mandava né? – brincou o rapaz, e Giane riu – Quero só ver quando ele descobrir que a vida não é só dormir e mamar.

_ Calma amor, tem muito tempo até lá. – murmurou ela, se aconchegando mais a ele – Agora eu vou dormir um pouquinho, tá bom?

_ 21h40 e nós dois caindo de sono, que fim. – brincou ele, beijando os cabelos da esposa – Boa noite pivete.

Mas ela já dormia.

23h15

Giane sentou assustada com o choro estridente, enquanto Fabinho caçava o celular, grogue de sono.

_ São os bebês, bobão. – ela resmungou, vendo ele atender o celular sem ninguém estar ligando. Ele piscou algumas vezes, concordando, enquanto ela saia da cama e ia até os cestos – É o Miguel que tá chorando.

_ A Belle ainda tá dormindo? – ela negou – Deixa que eu fico com ela. Vê se o Miguel tá com fome.

A corintiana assentiu, pegando o filho e indo para o quarto dele, para que o choro não fizesse a irmã chorar. Fabinho foi até o cesto, pegando Isabelle e começando a embalá-la suavemente, vendo-a fechar os olhinhos logo.

Foi até o quarto da garotinha, colocando-a no trocador e trocando a fralda, com ela ainda dormindo. Tornou a enrolá-la na manta, e voltou para o próprio quarto, deitando-a no cesto e tentando esperar Giane voltar com Miguel.

_ Ela dormiu? – sussurrou a mulher, entrando com Miguel. Fabinho assentiu, estendendo os braços para pegar o filho – Acho que vou esperar ela acordar para amamentar ela.

_ Melhor. Ele já arrotou? – Giane negou – Então eu vou fazer ele arrotar e trocar a fralda. Pode dormir.

_ Tem certeza? – o rapaz concordou – Então tá... Qualquer coisa me chama.

Ele foi até o quarto do filho, repetindo a ação de pouco antes. Deixou que ele arrotasse em seu ombro, e ficou cantarolando um pouco, até sentir que ele dormia novamente. Voltou ao quarto, colocando-a no mesmo cesto que Belle, os dois enroladinhos como pacotinhos, um ao lado do outro. Deitou na cama, e foi abraçado por Giane. Olhou o relógio e viu que já passava da meia noite.

1h35

Abriu os olhos encarando o teto, enquanto ouvia a esposa resmungando contra seu peito. Suspirou, contando dois choros. Ótimo, os dois estavam com fome.

_ O que fazer? – perguntou ele, e ela bufou, sentando.

_ Pega as duas almofadas de amamentação no quarto deles. – ele assentiu, levantando e indo como um zumbi em direção ao quarto dos filhos. Voltou com as duas almofadas, encontrando-a com os dois bebês deitados sobre o colchão.

_ Você acha que consegue amamentar os dois de uma vez? – perguntou ele, passando as almofadas para ela.

_ Vou tentar... Porque eu não vou aguentar amamentar um de cada vez. – garantiu a mulher, sentando na cama e arrumando as almofadas do jeito que Maria havia ensinado – Tá, passa a Belle.

Ela acomodou a menina do lado esquerdo de seu corpo, deixando que ela começasse a mamar. Depois, com a ajuda de Fabinho, acomodou Miguel do lado direito, e puderam apreciar o silêncio.

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Fabinho começou a puxar assunto, tentando manter ambos acordados. Surpreendentemente, Belle se saciou antes de Miguel, e logo o pai andava com ela pelo quarto, esperando que ela arrotasse. O mais novo demorou alguns minutos a mais, mas logo arrotava no ombro da mãe.

Nesse meio tempo, a filha já havia adormecido, então Fabinho se pôs a ninar o filho, mandando que Giane dormisse novamente. E apesar de a jovem lutar bravamente, foi o que ela fez rapidamente, ouvindo o marido cantarolar as quase 2h30.

4h06

_ Só pode ser brincadeira. – choramingou Fabinho, e Giane suspirou. Ela levantou, vendo que quem chorava era Isabelle, mas que Miguel já fazia bico e piscava.

_ Pega o Miguel aqui, eu vou ver o que a Belle tem. – pediu a corintiana, apanhando a filha e saindo aos tropeços do quarto. Tinha dificuldade para manter os olhos abertos, enquanto sentava na cadeira de balanço no quarto da filha e tentava fazê-la mamar, sem sucesso – Por favor, amorzinho, diz que não é cólica.

Por sorte era apenas uma bela cagada, mas que vazou na fralda, requisitando uma limpeza mais elaborada, troca de roupas e dos lençóis do cesto. Quando conseguiram terminar, Miguel já acordara novamente, se esgoelando de fome, e contagiando a irmã.

Quando Giane e Fabinho afinal encontraram o travesseiro, já passava as 5h30 da manhã.

6h50

DIM DOM

_ Eu juro que se for a Malu, eu mato ela. – rosnou Fabinho, se levantando da cama depressa, enquanto alguém tocava a campainha insistentemente. Giane rolou pro lado, colocando a mão para fora da cama e afagando os filhos, que começavam a resmungar – Toca a campainha de novo que você vai ver onde eu enfio ela.

Ele abriu a porta, dando com um homem de terno e sorridente.

_ Bom dia meu filho... Tem um minutinho para ouvir a palavra do Senhor? – perguntou o homem, pegando uma Bíblia sabe-se lá de onde, e a abrindo.

_ Escuta aqui, ô camarada... Eu tenho dois filhos de dez dias de vida que não pararam a noite inteira. – o publicitário rosnou – Então, com todo respeito ao Cara lá de cima... Ou você some daqui agora, ou eu vou enfiar esse livro naquele lugar onde o sol não bate.

_ Mas você... – o homem ainda tentou protestar, mas a expressão de Fabinho o fez mudar de ideia – Hã... Tenha um bom dia.

_ Não posso desejar o mesmo. – resmungou Fabinho, batendo a porta com força. Ele se arrastou pela escada, ouvindo os choramingos dos filhos, e quase quis chorar também.

_ Nossa próxima aquisição é um pitbull para ficar de guarda. E treinado para morder a bunda de qualquer um que apareça aqui antes das 10h. – garantiu ele, entrando no quarto e se encaminhando para Miguel, o pegando no colo – Pronto reclamão, pronto... Papai tá aqui, não precisa chorar.

_ Quem era? – perguntou Giane, ninando Belle, que já quase dormia.

_ Testemunha de Jeová. – ela escancarou a boca – Pois é... Me lembra de pedir perdão a Deus depois por ter ameaçado colocar o livro sagrado no traseiro do cara.

_ Olha, Deus tá vendo a loucura que está sendo aqui. Garanto que ele vai te dar uma colher de chá. – suspirou a mulher, vendo que a filha havia adormecido – Quer que eu faça ele dormir?

_ Não precisa, ele já se rendeu. – Fabinho sorriu, observando o rosto sereno do filho – Acho que até eles estão exaustos.

_ Não sei do que. – brincou Giane, deitando Isabelle no cesto – Põe ele junto com ela, quem sabe assim eles dormem mais e melhor.

_ Será que o hospital aceita eles de volta durante a noite? – Fabinho brincou, recebendo um beliscão – Calma pivete, eu to brincando. Eu não trocaria eles dois nem pela melhor noite de sono do mundo.

_ Espero que essa opinião continue daqui algumas semanas. – ela riu, o puxando para a cama e se aninhando a ele.

_ Se eles me deixarem dormir até às 8h, já podemos conversar sobre isso. – o publicitário riu, beijando a testa dela – Bom amanhecer pivete.

_ Bom amanhecer fraldinha. – resmungou ela – Bom amanhecer crianças.