A primeira coisa que percebi ao entrar foi o tubarão gigante nadando em cima de todos, no pequeno corredor de vidro. Todos pareciam fascinados com o tamanho dele, Rachel estava de boca aberta, mas Quinn, Brittany e eu não estávamos diferentes.

– Woah! – Quinn gemeu, passando a sorrir. – Um tubarão baleia!

– Um o que? – Brittany perguntou.

– Tubarão baleia. Ele é o maior tubarão de todo o mundo!

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– Maior que uma baleia? – Rachel perguntou.

– Não sei. Creio que não.

– Será que tem baleias? – Brittany perguntou, segurando um dos braços de Quinn. – Vamos procurar, Quinnie!

As duas correram pelo corredor e passaram por uma porta preta, Rachel se aproximou do vidro e espalmou suas mãos no mesmo, aproximando seu rosto. Me aproximei dela e olhei para os peixes. Ela apontou para um deles e sorriu mais ainda.

– Essas são enguias. – respondi, parando ao seu lado. – E aqueles são carpas.

– Onde estão os golfinhos?

– Eu não sei, mas podemos procurar.

Rachel sorriu mais do que eu achava que ela poderia, segurou minha mão e me puxou. Entramos em uma sala escura, com janelas grandes de vidro, onde ficavam vários peixes diferentes. Senti Rachel se aproximar mais de mim, já que a sala estava escura e cheia, apertei um pouco sua mão, tentando demonstrar que eu estava ali.

– Aqui não tem golfinhos. – Rachel sussurrou, se virando de frente para mim. – Podemos sair daqui?

– Podemos sim. – vi outra porta e sorri. – Vamos por ali.

Seguimos para a próxima sala, eu vi Brittany e Quinn vendo alguns tubarões, pareciam distraídas demais.

– Aqui também não tem golfinhos.

– Não quer ver os outros peixes? – perguntei, puxando ela para mais perto de mim.

– Não. Eu quero ver os golfinhos.

Passamos em mais algumas salas, Rachel não se animou muito, e eu achei que terminaríamos tudo com Rachel emburrada. Mas no momento em que entramos na penúltima sala, Rachel sorriu e me puxou para perto de um dos vidros. Ela havia encontrado seus tão sonhados golfinhos.

– Olhe, Santana! – ela gritou, pulando um pouco. – Ele está olhando para nós duas.

– Oh, não... ele está olhando para você. Creio que você seja mais bonita que eu.

– Eu não acho.

Eu sorri e me aproximei mais dela, vendo seus olhos brilharem, enquanto encaravam os golfinhos. Percebi que nossas mãos estavam entrelaçadas, eu não sabia como e quando elas ficaram assim, mas Rachel parecia não ter percebido.

– Quer seguir em frente? – perguntei.

– Tem mais?

– Sim.

Entramos na última sala, tinha menos pessoas, e apenas uma janela de vidro, com vários tipos de peixes pequenos e bonitos. Um cardume nos chamou a atenção, Rachel soltou minha mão e correu até o vidro, arregalando seus olhos. Me aproximei dela e sorri.

– Santana... – ela cantarolou, ainda abismada. – Aqueles brilham!

– Sim. São Glofish.

– Tem alguns que são rosa. Aquele é vermelho!

Ver Rachel animada me deixava mais feliz, como se ela não fosse uma garota autista, como se ela não se fechasse algumas vezes.

– Está vendo aquele ali? – perguntei, apontando para um rosa, mais isolado dos outros, parecendo querer se esconder. – Se eu pudesse, o nomearia de Rachel.

– Se eu pudesse, viveria aqui.

Eu sorri e me aproximei mais dela, sentindo nossos braços se roçarem. Eu não queria que aquilo terminasse, não queria voltar para casa e ser a Santana que todos conheciam.

– Rachel. – sussurrei, recebendo sua atenção. – Quer fugir comigo?

– O que?

– Fugir. – olhei para os peixes, ela fez o mesmo. – Sermos nós mesmas por um tempo.

– Eu sou eu mesma. – eu sorri e apoiei minha testa no vidro. – Não posso fugir sem Dino.

– Não será por muito tempo, apenas por algumas horas, ou minutos.

Afastei meu rosto do vidro e olhei para Rachel. Seu rosto estava sério, como sempre ficava, mas eu podia ver seus olhos brilhando.

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– Podemos voltar antes do jantar? Mamãe fará macarronada.

– Sim, nós podemos.

Rachel sorriu, segurei sua mão com calma e a puxei, até passarmos pelo corredor de vidro novamente e sairmos. Rapidamente montei em minha bicicleta, Rachel se sentou de lado no ferro da bicicleta, em minha frente e segurou em uma parte do guidão, o suficiente para não cair.

– Pronta? – perguntei, me preparando.

– Não sei... – ela se ajeitou e suspirou. – Nunca andei em outra bicicleta. Quinn sempre me levava no banquinho.

– Não tem um banquinho em minha bicicleta e eu não posso roubar a da Quinn, então...

– Está bem.

Comecei a pedalar, vendo Rachel sorrir, com o vento batendo em seu rosto. Seus cabelos voavam, sua franja era jogada para trás, e seus olhos se fechavam.

– Eu queria poder voar. – ela disse, jogando sua cabeça um pouco para trás. – Ser como o Super Man.

Respirei fundo, tentando não perder o controle da bicicleta, Rachel abriu seus olhos e sorriu mais ainda.

– O que foi?

– Você parece mais alta daqui.

– Eu sou alta. – sorri e dei uma rápida olhada para ela. – Quero dizer, mais alta do que você.

– Todos são mais altos do que eu. – eu ri e, depois de poucos minutos, parei a bicicleta, fazendo Rachel olhar em volta. – Onde estamos?

– No meu lugar preferido.

– Sabe onde é o meu lugar preferido?

– Sua casa na árvore?

– A escola.

– Por quê? – perguntei rindo.

– Porque você sempre está lá.