A árvore de memórias

01. A Grande Árvore.


Havia uma grande árvore no caminho da escola, uma árvore anciã que se destacava por sua beleza. Não era fácil de ser vista se não se caminhasse um pouco pela floresta; Era conhecida entre os idosos por ser um local de proteção aos soldados que iam para a guerra, mas algo havia acontecido e a estória da grande árvore anciã caia cada vez mais no esquecimento. Não era comum que os jovens soubessem algo, e seus pais provavelmente sabiam alguns poucos rumores. O próprio neto de Natsume Reiko nada sabia, até então. Ouviu uma ou duas vezes, sua guardiã conversando com o marido sobre a árvore num tom de nostalgia, das coisas que ouvia quando era criança de seus pais e avôs.

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Numa tarde de final de verão Takashi caminhava com seu gato, após ouvir de sua guardiã Touko, que o felino estava demasiado gordo. O tempo estava ameno e a brisa agradável, mas os constantes resmungos do gato não deixava ficar tão tranquilo quanto gostaria. Enquanto andava, nyanko deu um pulo. “Natsume, cuidado.” Ele retribuiu com um olhar de cautela, havia um yokai por perto.
Por instinto, Takashi começou a correr - O yokai o perseguia e era enorme. Embrenhou-se pelas árvores como de costume, até chegar num campo vasto de grama e flores, com uma grande árvore no centro - era enorme e antiga. Conforme se aproximava dela, notou brevemente um par de pernas penduradas em um de seus altos galhos, imaginou que alguém estivesse sentado ali, mas não teve tempo para averiguar, o yokai ainda o perseguia. Natsume manteve a maratona até perceber que já não era mais seguido, ouviu a voz de nyanko-sensei saindo de um arbusto.

— Natsume! - ele gritava em tom raivoso - porquê saiu correndo como um louco? eu quase me perdi de você!

Takashi parou para refletir por alguns instantes: Havia esquecido completamente que estava na companhia do guarda-costas. — ...Perdão, esqueci que você estava aí.
— como assim ESQUECEU? - esbravejou o animal.
— A culpa é sua se toda vez que eu preciso de ajuda preciso me virar sozinho. - Takashi fez um gesto com a mão como se pedisse para mudar de assunto. Os olhos do gato se encheram de raiva, até que, como num pisque, lembrou que havia algo importante para ser falado.

— Aquela árvore... Um yokai estava sentado alí, mas havia algo de diferente nele. - Natsume olhou com dúvida. - de qualquer forma, ele foi o responsável por espantar a ayakashi que te perseguia. Acredito que seja melhor ir e agradecer.
Ambos retornaram para o campo com a árvore, mas dessa vez Takashi não conseguiu ver o yokai. Sabiam muito bem que ele ainda estava alí, mas também sabiam que, poderoso como aparentava ser, já havia percebido a presença dos dois e, se não queria se manifestar, não havia nada que pudessem fazer. Natsume juntou alguns bolinhos de polvo que Touko havia feito para o lanche, e os colocou embaixo da árvore. “Obrigada por me ajudar.” ele disse e foi embora junto com seu gato.