Fire and Ice

Podemos ser amigos?


Não é errado ser curioso, não tem nada de errado. Eu queria saber o porquê de todas aquelas lágrimas, ela nunca chorava, não daquele jeito, ela era impenetrável e de repente, ela começou a chorar, isso era muito estranho.

– Rose. – chamei, ela virou-se para mim com a expressão neutra.

– Algum problema? – eu sorri debochado.

– Quero falar com você... – Lanna que estava ao lado da ruivinha me olhou cuiriosamente, antes que Rose pudesse falar alguma coisa. – em partircular. – ela bufou, pude ver que ela não tinha animo nenhum para ter essa conversa.

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– Nos vemos na sala, certo Lanna? – ela olhou significativamente para amiga, que levantou as duas mãos.

– Cuidado com o que vão fazer. – ela deu uma piscadinha para mim, e saiu andando, ou seria saltitando, pelo corredor.

– O que você quer? – ela estava claramente desconfortavél, graaaaaaaande novidade.

– O que te aconteceu? – ela franziu o cenho, e não demorou muito para ela entender.

– Scorpius, eu realmente não quero falar sobre isso, ok? – eu revirei os olhos.

– Não quer falar, mas, chorar sobre isso, você não se incomoda. – ela abriu a boca em choque.

– Você nem sabe se era sobre isso. – certo, isso era verdade, eu recuei um pouco.

– E não é? – percebi que ela prendeu a respiração e mordeu o lábio inferior.

– Em parte... – ela suspirou, e antes que eu pudesse falar, ela voltou a falar. – Não quero tocar nesse assunto Scorpius, é algo que mexe comigo, tá bom? Aconteceu algo sim, entretanto, não me sinto bem para conversar sobre isso. – eu assenti.

– Rose... – ela levantou os olhos e então eu pude encarar aqueles olhos azuis, que brilhavam pelas lágrimas que estavam presas nele. – eu só... – eu queria muito completar aquela frase, queria mesmo, mas eu não consegui, simplesmente não saiu, tudo que eu consegui dizer foi: - Esquece, nos vemos por ai. – e não esperei ela responder, apenas virei de costas e segui meu caminho para as masmorras, sem olhar para trás.

...

– Lanna me disse que você não esteve na aula de poções, fiquei na dúvida se viria ou não. – eu ouvi a voz dela atrás de mim.

– Eu vim, estou aqui. – eu não virei para encará-la, desde aquele dia, não haviamos trocado uma palavra, eu não podia me apegar a ela de novo, não como antes. Voltei novamente a atenção ao céu, ele estava particularmente lindo naquela noite.

– São de tirar o folégo. – ouvi a voz dela logo atrás de mim, então, sua mão tocou meu ombro, e ela estava ao meu lado, encarando o céu.

– Somente porque é lua nova, se fosse lua cheia, elas pareceriam perdidas, seria ofuscadas pela beleza da lua. – minha visão períferica capturou suas sobrancelhas franzidas e a mordida que ela dava em seus próprios lábios.

– Mas a lua cheia tem seu lado ruim. – eu sabia ao que ela estava se referindo.

– Sim. – ela retirou a mão do meu ombro.

– Apesar da poção morto-vivo, não deve ser legal se tornar um lobisomem, imagino que deve doer. – ela bufou, parecia irritada.

– O que foi? – passei a encará-la.

– Eu queria conhecer um lobisomem, sabe? – eu arregalei os olhos, e pela primeira vez, em muito tempo, vi seus lábios se adequarem a um sorriso aberto. – Não assim Scorpius... – ela revirou os olhos. – refiro-me a um homem que é lobisomem, mas, em seu estado humano. – compreendi, e assenti com a cabeça.

– Por que exatamente? – ela voltou a encarar o céu.

– Lobisomens são criaturas incríveis. – sua voz era suave. – Gostaria de saber detalhes pessoais, saber algumas coisas que os livros não são capazes de me dizer. – eu assenti.

– Por que dizes que os lobisomens são criaturas incríveis? – ela passou a encarar os pés.

– Estava esperando você perguntar isso. – então, ela sorriu para mim, um sorriso lindo, um sorriso de outro mundo, e então, ela começou a falar sobre lobisomens, e depois sobre animagos, e eu fiz várias perguntas, e para todas ela tinha a resposta na ponta da língua, nem ao menos hesitava em responder.

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– Você é muito boa em distrair as pessoas. – soltei enquanto ela falava sobre o animal conjurado no nosso patrono seria aquele que nos tornariamos com animagia.

– Eu só faço com que o assunto seja conversado. – ela suspirou – absorvemos melhor as informação informalmente. Eu não imponho o assunto, eu faço com que você se interesse. – ela passou a encarar o chão.

– Rose... – eu estava pronto para tocar naquele assunto novamente, mas ela não me deixou falar, ela virou-se para mim.

– Scorpius. – ela mordeu o lábio. – eu gostaria que você esquecesse tudo que aconteceu até agora. – ela passou a encarar os próprios pés. – Como se tivessemos nos conhecido agora, como um recomeço. – quando ela levantou o rosto, percebi que ele estava totalmente corado. Ela não podia estar falando sério, podia? Aquela era Rose Weasley, isso não era normal, não quando se tratava de Rose, ela estaria querendo que voltassemos a ser amigos?

– O que isso significaria? – perguntei confuso, ela mordeu o lábio com força, dava para notar.

– Eu quero dizer que a gente deveria agir como se acabássemos de nos conhecer, e deixar o tempo decidir o resto, só isso. – em outras palavras, nós poderíamos voltar a ser amigos. Deixei que um sorriso assumisse meus lábios.

– Certo, ótimo. – ela colocou o cabelo para trás da orelha.

– Tudo ficou para trás? – eu assenti, e ela sorriu para mim, aquele momento era um tanto surreal, por algum tempo, achei que estava sonhando.

– Como começamos isso? – eu perguntei confuso, como eu agiríamos assim?

– Assim... – ela suspira e estende a mão para mim. – Eu sou Rose Weasley, grifinória. – eu apertei sua mão.

– Scorpius Malfoy, sonserina. – ela piscou para mim, e aproximou-se.

– Então você é amigo do meu primo, não é? – eu assenti. – então deve ser você a barbie falsa masculina que Lanna fala. – eu dei um tapa em minha própria testa.

– Ela realmente me chama assim? – seus cabelos ruivos balançaram com o movimento afirmativo da ruivinha. – Lanna vai me pagar, eu já vi uma barbie falsificada, e não gostei nada. – a conversa fluiu levemente, como a anos não fluía, era natural, conversamos por mais algumas horas.

– Está na hora de ir, logo será o toque de recolher. – ela sussurrou, eu não queria sair de lá, eu queria conversar mais, muito mais.

– Huum... – murmurei, e senti sua mão tocar meu ombro.

– Nos vemos amanhã? – ela perguntou, e eu assenti. – Então, até amanhã. – após dizer isso, senti seus lábios tocarem minha bochecha direita.

– Até amanhã Rose. – virei-me em direção a ela, e depositei um beijo em sua testa, ela dirigiu-se até a porta, acenou com a mão, e saiu do meu campo de visão. Eu realmente deveria ter tomado algum chá muito louco, aquilo com certeza não havia acontecido, havia?

...

Muitas expressões passaram pelo rosto de Albus, sobrancelhas franzidas, olhos arregalados, boca entreaberta, boquiaberto e muito mais enquanto eu falava do que houvera entre eu e Rose, ele estava absolutamente chocado.

– Que merda ela tem na cabeça? – ele perguntou, e Lanna deu um tapa na cabeça dele.

– Não fala assim dela. – ela bufou, e me encarou. – Olha, eu conheço bem a Rose, e se ela está dando espaço para ti, é porque ela confia em ti, então, por favor, não quebra a confiança dela, ela é muito sensível. – Albus arregalou os olhos.

– Se ela é sensível, eu sou o que? – a morena o encarou furiosa.

– Comparado a ela, você é um maldito troll Potter. – ela cruzou os braços. – Você não a conhece, você não entende. – eu assenti.

– Eu não tenho pretensão de decepcioná-la, vai ser divertido ser amigo dela novamente. – a menina assentiu, e não falou mais nada.

3 semanas depois:

Os cabelos dela estavam lisos, e isso me deixou com um enorme sorriso nos lábios, ela foi minha cobaia ontem a noite, após ter me ajudado a fazer a poção capilar alisante, mesmo havendo a possibilidade de dar errado. E lá estava o cabela dela, muito liso, totalmente liso.

– Acho que você sabe o que houve com o cabelo da Weasley, porque não tira esse sorriso bobo da cara. – eu encarei a morena ao meu lado.

– Ela serviu de cobaia para a minha poção alisante. – Ems arregalou os olhos, e bateu palmas.

– Parabéns, ficou perfeita. – eu assenti e voltei a encarar os cabelos lisos dela.

– É, com uma professora como ela, eu não teria como fazer diferente. – a garota ao meu lado bufou.

– Scorpius... – ela me chamou, e virei-me em sua direção. – cuidado para que ela não te machuque novamente. – seus olhos estavam preocupados, eu sorri torto, aquilo era diferente, ela não iria fazer aquilo de novo, eu sabia que não, dessa vez, eu não estava forçando a barra como tentei fazer uma vez, ela estava se aproximando de mim por livre e espontânea vontade.

– Acho que sofrer duas vezes, já foi o bastante, vai dar tudo certo Ems. – ela olhou para baixo, e respirou fundo.

– Toma cuidado, mesmo assim. – ela voltou a me encarar. – você é muito impulsivo, então, temo por ti, ok? – eu assenti.

– Relaxa Ems, eu to bem, e é diferente dessa vez, eu sei que é. – ela franziu o cenho.

– Se você diz, tudo bem. – ela suspirou – agora, assiste a aula. – eu virei meu rosto para olhar uma ultima vez para o cabelo da Rose, antes de olhar para o professor, e ela estava olhando para mim, fuzilando-me com o olhar, colocou o dedo sobre a boca, pedindo silêncio, e depois deu um sorrisinho, eu assenti, fingi trancar a boca, sorri para ela, quando passei a olhar para o professor, a aula acabou. Levantei-me e fui em direção a ela.

– Hey Rose. – ela virou-se para mim, estava sorrindo.

– Olá. – ela segurou o seu material, tinha mais livros que os outros, totalmente habitual.

– Quer ajuda? – mexeu a cabeça em negativa, seus cabelos lisos ficavam bonitos, entretanto, os cachos volumoso ficavam melhores nela.

– Conversar na aula é feio. – disse simplesmente, e começou a andar, eu a segui.

– Eu sei. – ela levantou as sobrancelhas em uma pergunta muda. – Porque eu não fazia ideia do que o professor estava falando. – ela arregalou os olhos e parou de andar.

– Ele estava falando de feitiços mudos, nós já conversamos sobre isso. – certo, eu passará toda a aula olhando para o cabelo dela.

– Eu não prestei atenção, tinha outra coisa na cabeça. – sua expressão tornou-se fria, o que não era muito normal nos últimos dias, pois, mesmo quando ela falava sério, tinha um tom leve e descontraído.

– Olha, não devemos pensar em outras coisa quando temos o NIEMs bem a frente. – seu olhar demonstrava superioridade e seu rosto estava inexpressível.

– Desculpa, eu sei que é errado, principalmente para mim, que sou quase um primeiranista, mas... - eu tomei ar, e então falei. – eu queria saber se você quer ir para hogsmead comigo, como amigos, nesse domingo. – e mais uma vez, eu sou um grande idiota quando vou perguntar alguma coisa, porque, eu não perguntei, eu afirmei que queria saber, realmente Scorpius, você é um imbecil, o mais idiota entre os idiotas, tudo bem que tu não quer que ela confunda as coisas, e dê um fora sem necessidade em você, mas, não precisava falar assim. Quando olho para o rosto de Rose, sua expressão fria já não está mais lá, apenas um sorriso leve.

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– Scorpius, eu agradeço o convite... – ela morde o lábio antes de terminar de responder. – eu adoraria ir com você. – sem me controlar, eu dou um soco no ar, e escuto a risada dela ao meu lado, Rose era uma garota adorável, de todas as formas, era exatamente por isso, e pelo fato de eu ser eternamente grato a ela, que eu fazia tanta questão de ser amigo dela.

– Vamos ter aula hoje a noite? – ela negou com a cabeça, o que era estranho, porque toda a noite ela me ajudava a estudar.

– Vou estar o Peter essa noite. – eu franzi o cenho, quem diabos era esse tal de Peter?

– Quem? – perguntou claramente impaciente.

– Peter Durrell, de corvinal. – ao ouvir aquele nome, senti o desprezo tomar conta do meu ser.

– O que você vai fazer com o Durrell? Ravino idiota. – senti sua mão bater no meu braço de leve.

– Hey, não fala assim do Pete, ele é meu amigo Scorpius. – eu tinha uma expressão dura. – e eu vou ajudar ele com poções. – aquilo me soou ridículo, tirando a Rose, Durrell era o melhor aluno de poções, ele não precisava dela para isso.

– Eu preciso mais de você do que ele. – ela revirou os olhos.

– Qual o seu problema? – ela colocou as mãos na cintura, e passou a bate o pé. E ai, eu me pergunto, qual é o meu problema? A resposta vem logo a seguir, Durrell é um idiota, e eu não quero a Rose perto de idiotas arrogantes como ele.

– Não gosto daquele garoto, ele é arrogante Rose. – ao ouvir sua risada, suavizei a expressão.

– Todo mundo tem defeitos, e não é como se eu fosse namorar com ele. – ao ouvir ela falar em namorar com o idiota de merda, bufei.

– Eu vou indo Rose. Nos vemos amanhã? – ela assentiu.

– Não está bravo, está? – eu neguei com a cabeça, e ela deu de ombros. – Até amanhã.

...

Lanna aproximou-se da mesa da sonserina, ela não devia sentar lá, ela era uma lufana, mas, obviamente, queria estar conosco.

– Oi garotos. – Albus tinha uma cara nada animada.

– O que você estava conversando com Scamalder? – ela deu de ombros, e sentou ao meu lado.

– Sobra quadribol. – a expressão do Albus não suavisou. – Por que?

– Nada. – a resposta foi tão rápida, que ficou obvio que era mentira.

– Lanna... – chamei a atenção da garota que passou a me olhar. – o que rola entre a Rose e o Durrell? – ela mordeu o lábio, demorou alguns segundos para responder.

– Oficialmente, nada. – disse por fim, percebendo o meu descontentamento com a resposta, voltou a falar. – Ele é afim dela, muito afim, só que, cara, é a Rose, ela nunca vai ter nada com ela. – soltou uma risadinha no final. Assenti ao final de tudo. – Ciúmes Malfoy? – ela queria me provocar.

– Não, só não gostei de ser trocado por ele... – bufei. – ele é inteligente, o melhor de corvinal, e eu, como todo mundo sabe, sou burro pra caralho. – cruzei os braços. – eu preciso muito mais de ajuda que ele. – termino por fim, e decido que é melhor eu comer.

– Rose e ele não são amigos, ele fica procurando desculpas para se aproximar dela, e como ele sabe da sede de conhecimento da Rose, ele fica procurando feitiços e poções complicados para que ela o ajude. – e após ela dizer isso, algo veio a minha cabeça, uma ideia, uma ideia muito brilhante, deixei que um sorriso surgisse em meus lábios.

– Isso que ele faz é bem miserável. – Albus e Lanna gargalharam, todavia, eu não iria fazer muito diferente, e com certeza isso iria me aproximar de Rose Weasley, se ela aceitasse.